sábado, 25 de dezembro de 2010

De 2010 para 2011

Amigo(a),

Eis que o ano de 2010 se esvai, deixando marcas boas e ruins. A realidade é que estamos aqui esperando pelo abrir das portas do ano de 2011. Ao final de cada ano paramos para refletir acerca do ano que finda e para projetar o ano que chega. Não está sendo diferente em 2010, quando estamos aguardando o raiar do sol de 2011.

Quero agradecer. Sua visita ao meu blogue, ao longo de 2010, foi espetacular. Impressionaram-me positivamente: o aumento de visitas e o tempo de permanência na página.

Muito obrigado!

Espero, em 2011, continuar merecendo a sua atenção que é mais importante que o próprio blogue.

Feliz 2011!

Enéias Teles Borges

quarta-feira, 22 de dezembro de 2010

Natal de 2010

Eu estou pensando em você hoje porque é Natal, e eu lhe desejo felicidade. E amanhã, porque será o dia seguinte ao Natal, eu ainda lhe desejarei felicidade. Eu posso não ser capaz de lhe falar sobre isto diariamente, porque eu posso estar ausente, ou nós podemos estar muito ocupados. Mas isso não faz diferença

Meus pensamentos e meus desejos estarão com você da mesma forma. Qualquer alegria ou sucesso que você tenha, me fará feliz e me iluminará por todo ano.

Eu desejo a você o espírito do Natal.

Autor: Van Dike

Nota: Nos dias que antecedem ao dia mágico eu antecipo meus votos de Feliz Natal!
 
Enéias Teles Borges

terça-feira, 21 de dezembro de 2010

Febre planetária

Mês após mês astrônomos detectam novos corpos celestes que giram ao redor de sóis desconhecidos, nas profundezas do espaço sideral. Provavelmente não levará muito mais tempo até que eles descubram uma segunda Terra: um exoplaneta, com mares e atmosfera. Mas então surgirá a pergunta: tem alguém vivendo lá fora?

Fonte: Revista Geo.

Nota: Será que terei a chance de ver algo tão fenomenal? Nossa vida é muito curta, mas quem sabe nossos filhos e netos serão agraciados?

Enéias Teles Borges

As mulheres e o derrame cerebral

Falta de esperança aumenta risco de derrame em mulheres
Desilusão com a conquista de metas ajuda a elevar a pressão sanguínea, diz estudo!

Uma recente pesquisa publicada na revista Stroke sugere que mulheres consideradas saudáveis podem apresentar um aumento no risco de derrame, quando apresentam falta de esperança nas metas que querem atingir, seja no ramo profissional, pessoal ou familiar.

O estudo aconteceu com mais de 500 mulheres, com idade média de 50 anos de idade, e que não estavam no grupo de risco para doenças coronarianas. Para descobrir se a esperança estava presente na vida dessas voluntárias, os pesquisadores fizeram perguntas com base no futuro e nos objetivos pessoais de cada uma, além de medir os sintomas de depressão. Para verificar o risco de derrame, foram realizados exames de ultras-som com o objetivo de medir a espessura das artérias do pescoço de todas as participantes. Artérias mais estreitas representam uma maior elevação da pressão sanguinea, tornando muito maior o risco de ocorrer doenças cardiovasculares.

De acordo com os pesquisadores, mulheres sem esperança tinham as artérias do pescoço 0,02 milímetro mais espessas do que as esperançosas. Eles afirmam que a diferença foi significativa mesmo levando em conta outros fatores de risco coronariano, como idade, raça, renda, fatores de risco para doenças cardíacas e até a depressão.

Fonte: [Universo Online].

Nota do Editor: Pesquisa surpreendente! Mais uma faceta na vida das mulhres que aflora de forma espantosa. Claro que seria interessante uma pesquisa mais ampla e comparativa com pesquisas similares em homens. De qualquer maneira é algo a ser considerado.

Enéias Teles Borges
Postagem original: 25/09/2009
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segunda-feira, 20 de dezembro de 2010

Gays: nova novela da Globo

'Insensato coração' terá seis personagens gays e um homofóbico

Seis personagens homossexuais movimentarão a trama de "Insensato coração", novela que substituirá "Passione" no horário das 21h da TV Globo. A trama de Gilberto Braga e Ricardo Linhares vai ao ar a partir de 17 de janeiro.

A novela - que já pode ser considerada recordista em personagens com essa opção sexual - terá até um "point" gay: um quiosque na Praia de Copacabana.

O lugar se tornará sucesso quando sua dona, Sueli (Louise Cardoso), colocar uma bandeira do arco-íris para enfeitar a vendinha, sem saber que aquele é um dos símbolos da miltância homossexual.

No quiosque de Sueli, um dos vendedores, Xicão (Wendel Bendelack) será gay assumido enquanto o filho da proprietária, Eduardo (Rodrigo Andrade), se descubrirá homossexual. Antes disso, o jovem irá namorar uma mulher, Paula (Tainá Müller).

Outro gay promete agitar o núcleo de humor de "Insensato coração". Interpretado por Leonardo Miggiorin, Roni será o fiel escudeiro da Natalie Lamour (Deborah Secco), uma ex-participante de reality show, que sonha ter de volta sua fama e arranjar um marido rico.

Homofobia

Em contraponto ao time colorido de "Insensato coração", os autores Gilberto Braga e Ricardo Linhares também pretendem tratar da homofobia. O executivo Kleber (Cássio Gabus Mendes) manifestará preconceito contra seu próprio chefe, o advogado Álvaro (Edson Fieschi).

Completam o time de personagens homossexuais da novela o professor de Direito Hugo (Marcos Damigo) e uma agente penitenciária vivida pela atriz Cristiana Oliveira. Segundo a assessoria de imprensa da TV Globo, a personagem lésbica só deverá aparecer na trama a partir de março.

Com locações em Florianópolis e no Rio de Janeiro, "Insensato coração" terá como personagens centrais a mocinha Marina (Paola Oliveira), o herói Pedro (Eriberto Leão) e o vilão Léo (Gabriel Braga Nunes). Entre os destaques no elenco estão Gloria Pires, Antonio Fagundes, Nathalia do Valle, Fernanda Machado, Lázaro Ramos e Camila Pitanga.


Nota: Sempre ouvi uma frase de meus avós e pais: "tudo o que é demais, sobra". Sei que há uma luta em andamento, mas está tudo muito acelerado. Parece imposição. É certo que existe uma "nova ordem" em andamento, mas atropelar nunca fez bem e nunca o fará...

Enéias Teles Borges

Gays: exército americano

Senado dos EUA aprova fim de política contra gays nas forças armadas

O Senado dos Estados Unidos aprovou neste sábado (18/12) o fim da política de exclusão de homossexuais assumidos das forças armadas do país, confirmando a decisão tomada pela Câmara dos Representantes (deputados) na quinta-feira (16/12).

A derrubada da norma conhecida como Don't Ask, Don't Tell, (não pergunte, não conte) teve o voto de 65 senadores a favor e 31 contrários. Em setembro, o mesmo senado tinha mantido a norma, por 56 votos a favor e 43 contra.

Com a decisão de hoje, os EUA dão início a um processo que deve suspender a proibição de que gays assumidos sejam militares, instituída em 1993 - sob o governo Bill Clinton, do mesmo partido do atual presidente, Barack Obama.

Segundo o jornal norte-americano The Washington Post, Obama deve sancionar o fim da norma já na próxima semana, embora a mudança não tenha efeito imediato. A legislação diz que o presidente e seus principais assessores militares devem certificar que o fim da proibição não prejudicará as tropas em combate. Depois disso, ainda há um prazo de 60 dias de espera para os militares.

"É hora de encerrar este capítulo da nossa história", disse Obama em um comunicado. "É hora de reconhecer que o sacrifício de valor e integridade não é definido pela orientação sexual, nem pela raça, sexo, religião ou credo".

O projeto de acabar com o Don't Ask, Don't Tell foi apresentado pelo senador independente (ex-democrata) Joe Lieberman. A aprovação na câmara, há dois dias, teve 250 votos favoráveis e 175 contrários.

Na ocasião, o presidente Obama parabenizou a decisão da câmara e assegurou que o processo "permitirá uma abolição responsável e sem problemas" da lei atual, de modo que "se mantenha a ordem e a disciplina em nossas fileiras".

Revés

Em outubro, a lei foi derrubada brevemente, e o Pentágono chegou a anunciar pela primeira vez que estava aceitando recrutas declaradamente homossexuais. O porta-voz do Pentágono, Geoff Morrell, disse que o secretário de Defesa, Robert Gates, está muito satisfeito com a decisão e encoraja o Senado a aprová-la antes do recesso do congresso.

A aprovação da medida permitirá que o Pentágono inicie um plano cuidadoso e "responsável" para a aplicação do que seria a nova política, "em vez de arriscar uma mudança abrupta como resultado de uma sentença dos tribunais", explicou Morrell.

A anulação dessa medida encontrava mais resistência entre os senadores do que entre os deputados. Na semana anterior, o Senado tinha optado por adiar a análise de um amplo projeto sobre verbas para o Pentágono que incluía a anulação dessa lei, pela segunda vez no ano. Para que haja discussão em plenário, são necessários pelo menos 60 votos prévios.

De acordo com o jornal, a mudança pode levar as forças armadas a reconhecer sua orientação sexual sem medo de ser expulsos. Mais de 13,5 mil militares já foram exonerados com base na lei de 1993.


Nota: Os homossexuais ganham força, imiscuem-se em todos os segmentos sociais. Vieram para ficar. As leis dos países do ocidente os protegem. A orientação sexual tem sido respeitada, em muitos casos, à força. A despeito de minha postura conservadora eu não concordo com qualquer tipo de atitude que tolha direitos à liberdade. Tudo que permita o exercício da liberdade, nos ditames legais, merece meu respeito. Eis porque não me insurjo contra o avanço dos homossexuais, incluindo o Exército Americano.

Enéias Teles Borges

Nada como o tempo...

Com o tempo, você vai percebendo que para ser feliz com uma outra pessoa, você precisa, em primeiro lugar, não precisar dela.

Percebe também que aquele alguém que você ama (ou acha que ama) e que não quer nada com você, definitivamente não é o "alguém" da sua vida.

Você aprende a gostar de você, a cuidar de você e, principalmente, a gostar de quem também gosta de você.

O segredo é não correr atrás das borboletas... É cuidar do jardim para que elas venham até você.

No final das contas, você vai achar não quem você estava procurando, mas quem estava procurando por você!

Nota: Texto de autor desconhecido.
 
Enéias Teles Borges

domingo, 19 de dezembro de 2010

Einstein: religião do futuro?

A religião do futuro será cósmica e transcenderá um Deus pessoal, evitando os dogmas e a teologia (Einstein).

Quando o nome do grande cientista é invocado para determinados fins ele, Einstein, é alçado ao patamar de grande cidadão humano. Quando se refere a Deus, merece o mesmo respeito? A frase acima procede? Será assim mesmo?

Fico, muitas vezes, observando o rumo que tomam os centros de religião coletiva. Cada centro com sua teologia sistemática, cada centro com seus dogmas, cada centro com sua cultura, que falsamente entende como religião. Com o advento do mundo globalizado, das orações via internet, com milhares de seitas e grupos, a religião não está se tornando algo que escapa à tradição?

O que podemos entender como transcendência a um deus pessoal? Seria admitida a existência de um ser superior, mas que não interfere no acontecer constante do universo? O que será da cultura religiosa sem a convicção da existência de um deus pessoal? Como viveriam os homens sem medo do inferno e sem um céu a herdar? Como conviver com a idéia da morte sem a ressurreição?

O dia-a-dia do mundo está mostrando claramente que as culturas religiosas servem, sim, como freios sociais, difusores de esperança sem base científica, defensores da fé cega e faca amolada e nada mais do que isso...

Seria um exagero entender apenas assim?

Enéias Teles Borges
Postagem Original: 29/07/2009

sábado, 18 de dezembro de 2010

Os ingredientes da composição do homem

Os ingredientes do seu corpo

Isto aqui ao lado não é só água, carvão, giz... Isto é você. Seus pelos, seu gosto, seu rosto. Tudo. E na proporção exata. Seu corpo não passa de um amontoado de elementos que não custam nem R$ 150. O que não tem preço, claro, é o jeito que tudo isso se organiza para formar você.

Carbono - 23% - 16 quilos

O que é a vida? O efeito colateral de uma propriedade dos átomos de carbono. Eles se juntam naturalmente em cadeias grandes e complexas. E seu corpo, em última instância, é uma dessas cadeias. Se o DNA fosse uma árvore, o carbono formaria os galhos. E esses galhos somos nozes: os vemos na forma de músculos, pele, cabelos...

Cálcio - 1,4% - 1 quilo

Não é só de dentes e ossos que se faz o cálcio no corpo humano. Ok, 99% é. O minério mais abundante do organismo (e das salas de aula, já que giz é cálcio puro) tem outras funções tão importantes quanto: sem ele, o sangue não coagularia e não conseguiríamos mover os músculos.

Fósforo - 0,83% - 580 gramas

No nosso corpo, o fósforo está longe de causar explosões. O que ele faz é armazenar e transportar energia dentro das células (e entre elas). Mesmo assim, só 20% do fósforo do organismo está nas células e no fluido em que elas boiam. Os outros 80% combinam-se com o cálcio para formar ossos e dentes.

Nitrogênio - 2,6% - 2,22 litros

O nitrogênio se junta com carbono para formar o ácido nucleico, coisa que você conhece como DNA, a supermolécula que organiza todos os ingredientes destas páginas na forma de uma estrutura bem especial, capaz de criar cópias de si mesma, se reproduzir. Em outras palavras, uma estrutura viva.

Água - 55% - 38,5 litros

Sem água não há vida porque é boiando na água que as moléculas do corpo se encontram e reagem quimicamente - a transformação de ar em energia via respiração é uma dessas reações. E claro: os 6 litros de sangue correndo aí para transportar nutrientes são 92% água (quase uma Coca-Cola, que é 95%).

Enxofre - 0,2% - 140 Gramas

O enxofre não deve ser subestimado e reduzido a um gás fedorento - pelo menos não quando está no organismo. Aqui ele não aparece na forma gasosa, mas sempre ligado a outros átomos. E compõe proteínas como a insulina, que transporta a glicose do sangue para servir de combustível às células.

Cloro e sódio - 0,27% - 195 Gramas

Juntos, o cloro e o sódio formam o sal aí da foto. Mas no corpo eles trabalham separados. São como válvulas: não deixam faltar nem sobrar água nos tecidos do organismo. O sódio também é uma das peças envolvidas na contração muscular - para isso ele atua com o elemento aqui embaixo.

Potássio - 0,2% - 140 Gramas

Quando o sistema nervoso envia um sinal para que um músculo seja contraído, começa um movimento dentro das células: o potássio sai e o sódio entra. Essa troca da guarda gera o movimento. Por isso, a deficiência (ou o excesso) de potássio pode causar paralisia.

Metais - 0,009% - 6 Gramas

Ferro, zinco, cobre... Você também é feito de metal. O corpo usa 7 deles para funcionar. Ferro é o mais abundante (4,2 g): ele se junta com proteínas para formar nossos glóbulos vermelhos, os veículos que transportam oxigênio pelo corpo. O zinco, 2º mais presente (2 g), entra na receita dos glóbulos brancos, os soldados do sistema imunológico.

*Esse é o peso que o carbono representa em um adulto de 70 quilos. O mesmo vale para as quantidades dos outros elementos.

 
Nota: Muitos dirão que o homem, poeira das estrelas, com essa composição chegou à vida de uma maneira ainda não identificada cientificamente. Os que creem na existência de Deus dirão que os ingredientes são esses, mas a vida só veio a existir em virtude de uma ação superior. Para você, como a vida foi implantada no corpo?
 
Enéias Teles Borges

sexta-feira, 17 de dezembro de 2010

Gays: sugestão de um teólogo...

Teólogo propõe que evangélicos dêem sossego de cinco anos aos gays

Para teólogo, evangélicos precisam de um tempo para pensar melhor sobre gays
 
Atualmente vivendo na Costa Rica, América Central, o teólogo presbiteriano Juan Stam deu uma ideia bem original aos evangélicos de todo o mundo: deixem de discutir a homossexualidade por cinco anos. Segundo ele, seria um tipo de moratória para os fieis se concentrarem no que ele considera pontos mais urgentes a serem discutidos.

Seria um período para os evangélicos analisarem com calma a questão da homossexualidade. Isto porque o teólogo acredita que esta guerra homofóbica está causando dano à igreja, além de deixar os fieis obcecados. “Como se fossem os únicos problemas críticos de nosso tempo e como se deles dependesse o futuro da igreja e da civilização”, dispara Juan.

Para ele, as igrejas evangélicas “carecem de autoridade moral para que suas campanhas anti-homossexuais sejam convincentes. Suas arengas contra a homossexualidade caem no ridículo ante os setores pensantes e críticos da população e, às vezes, cheiram a oportunismo e hipocrisia”.

Fonte: Uol

Nota: De uma certa forma ele tem razão. Existem muitos temas que precisam e andam esquecidos nas prateleiras da fé. Mais: as igrejas andam carecendo de coerência para sugerir padrão de comportamento.

Enéias Teles Borges

Abestalhadas da fé?

Faz algum tempo eu fui assistir a um culto, numa quarta-feira à noite. O pastor pregava sobre a oração e dizia: “Deus já ouviu a sua oração!” “Precisamos orar para desabafar com Deus, mas, saibam que ele sabe das nossas necessidades antes mesmo da oração!” “Sua oração já foi ouvida e a resposta é: sim, não ou espere um pouco...”

Eu fiquei matutando e cheguei à conclusão que: (1) ou aquele pastor era um ingênuo de primeira linha ao fazer esse tipo de afirmação ou (2) era um estelionatário com vestes pastorais. Como alguém pode tratar as pessoas assim, como se fossem “abestalhadas da fé?”

O sermão não parou nesta última frase. Ele disse que se a resposta imediata não for um “sim” ou um “não” o “espere um pouco” seria a resposta que no futuro se configuraria como um “sim” ou um “não”. Isto é, a oração sempre seria ouvida e atendida conforme fosse melhor para o contrito.

Ele continuou: “caso Deus responda sim, louve-o! Agradeça pala graça alcançada. Se Deus responder não, louve-o! Agradeça porque ele sabe o que é melhor para você, não lhe concedendo aquilo que certamente não seria para o seu bem...” “Ainda não obteve a resposta? Finalizou: Aguarde um pouco pois o sim ou o não virá no momento oportuno...”

Eu diria que essa oração sempre será “ouvida” e “atendida”. Pode até ser que a “graça” não seja de acordo com a vontade do pedinte, mas será em conformidade com o que for melhor para ele. Sempre haverá uma das respostas “divinas”: sim, não ou aguarde um pouco...

Saí da igreja me perguntando? Perdi meu tempo de novo? Ir à igreja e ouvir esse tipo de birutice ou engodo faz bem?

Pois esse formato de mensagem tem sido a essência em quase todas as agremiações da fé. Lamentavelmente esse modelo de procedimento carismático (e demagógico!) adentrou os portais das igrejas outrora tradicionais...

Tratar as pessoas como “abestalhadas da fé” tem sido uma das mais trágicas formas de alienação em massa em curso permanente no Brasil.

Lamentável...

Enéias Teles Borges
Postagem original: 10/03/2009

Mulher sem medo

Rara doença cerebral faz mulher não sentir medo...

Cientistas americanos detectaram em uma mulher uma rara doença cerebral que faz com que não tema nada - nem uma serpente que se aproxima de seus filhos nem uma faca em seu pescoço.

A mulher não experimenta a sensação de medo porque tem destruída a parte de seu cérebro em que os cientistas acreditam que esse sentimento seja gerado.

Nas últimas duas décadas, os cientistas acompanharam a mulher, identificada como SM, em busca de dados sobre sua condição que podem fornecer pistas para o tratamento do estresse pós-traumático, particularmente em soldados que retornam da guerra.

"É bastante surpreendente que ainda esteja viva", disse Justin Feinstein, cujo estude é publicado no jornal Current Biology. "A natureza do medo é a sobrevivência e a amídala cerebral nos ajuda a evitar as situações, as pessoas ou os objetos que colocam nossa vida em perigo", assegurou.

"Ao perder sua amídala, SM perdeu também a sua capacidade de detectar e evitar o perigo".

Em lugar de medo, SM, cuja rara condição é conhecida como doença de Urbach-Wiethe, mostra um incontível sentimento de curiosidade". Para estudar suas reações, os pesquisadores a levaram a uma loja de animais exóticos cheia de aranhas e cobras, animais dos que havia dito repetidamente que "odeia" e tenta evitar.

"Assim que entrou no local, SM se dirigiu ao serpentário e ficou fascinada com a grande coleção de cobras", indicou o estudo. Consultada sobre se queria segurar uma cobra, SM respondeu afirmativamente e brincou com uma durante três minutos.

Os cientistas ressaltaram que a mulher "nunca foi condenada por um delito, mas que foi vítimas de vários".

Feinstein disse que espera que a experiência de SM possa ajudar a tratar pessoas com estresse pós-traumático, um problema comum entre soldados que retornaram do Iraque e do Afeganistão.

"Suas vidas estão marcadas pelo medo, muitas vezes são incapazes inclusive de sair de suas casas devido à sempre presente sensação de perigo", disse.

"Se entendermos como o cérebro processa o medo, talvez algum dia sejamos capazes de conceber tratamentos voltados para áreas selecionadas do cérebro que permitem que o medo se apodere de nossas vidas".

(Uol)
 
Nota: Imaginem se essa "doença" pega?
 
Enéias Teles Borges

quinta-feira, 16 de dezembro de 2010

Da Filosofia para a Religião?

Um pouco de filosofia leva a mente humana ao ateísmo, mas a profundidade da filosofia leva-a para a religião. (Francis Bacon)

Nota: Pensei bastante e me perguntei: neste caso o que seria religião?

Enéias Teles Borges

quarta-feira, 15 de dezembro de 2010

Mais: o agnóstico é um desnorteado?

Em acréscimo ao texto [o agnóstico é um desnorteado], é necessário enfatizar um ponto primordial: o agnóstico não é um meio termo entre o teísmo e o ateísmo e sim um meio termo entre os que afirmam ser possível provar a existência de deus pela razão ou provar a inexistência de deus pela razão.

Sendo assim, o agnóstico pode ser ateu, teísta e dentro do teísmo ser um deísta. Mesmo não aceitando a prova da existência ou da inexistência de um ser divino, pelo uso da razão, o agnóstico, por motivos que lhe são pertinentes, poderá se "escorar" em alguma corrente. Seria um desnorteado? Não, pois postula o que foi asseverado acima. Alinha-se com alguma corrente (teísta ou ateísta)? Sim, claro que sim. Mas sem atribuir a esse alinhamento o argumento usado por criacionistas e ateus de afirmar ou negar a existência de um ser superior (via uso da razão).

Acrescento um texto da wikipédia:

"Muitas pessoas usam, erroneamente, a palavra agnosticismo com o sentido de um meio-termo entre teísmo e ateísmo. Isso é estritamente incorreto pois teísmo e ateísmo separam aqueles que acreditam num Deus daqueles que não acreditam. O agnosticismo separa aqueles que acreditam que a razão não pode penetrar o reino do sobrenatural daqueles que defendem a capacidade da razão de afirmar ou negar a veracidade da crença teística."

"Um agnóstico pode ser tanto ateu quanto teísta ou deísta. Alguém que admita ser impossível ter o conhecimento objetivo sobre a questão — portanto agnóstico — pode com base nisso não ver motivos para crer em qualquer deus (ateísmo fraco), ou pode, apesar disso, ainda crer em algum deus por fé (fideísmo). Nesse caso pode ser ainda um teísta, caso acredite em conceitos sobrenaturais como propostos por alguma religião ou revelação, ou um deísta, caso acredite na existência de algo consideravelmente mais vago."

Enéias Teles Borges
Postagem anterior: 21/10/2009
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O agnóstico é um desnorteado?

Segundo a análise de muitos, os teístas e os ateístas são indivíduos que, a despeito do contraste de suas convicções, podem ser considerados entes de norte definido. Por norte definido entende-se o oposto de desnorteado, que é o que perdeu o rumo ou sentido de direção que é confuso ou embaraçado. Tal entendimento, no que diz respeito a crer ou não crer na existência de divindades, faz do cidadão um ser convicto ou não, desnorteado ou não. Em suma diríamos que tanto o teísta quanto o ateísta são pessoas com seu rumo bem delineado, mesmo tendo convicções contrastantes.

O que dizer, então, de um agnóstico? Seria, portanto, um desnorteado por não partilhar rigorosamente de uma convicção (teísta ou ateísta)? Somente serão considerados com sentido de direção aqueles que se alinham com o teísmo ou ateísmo? Haveria uma terceira via? Essa outra via seria o agnosticismo?

É bom entender que para o agnóstico, assim como não é possível provar, de forma racional, a existência de divindades e do sobrenatural, é de igual maneira impossível provar que não existem. É claro que o agnóstico não considera isso um problema, já que ele não enxerga necessidade que o force a se enveredar por essa tarefa investigativa e estéril (divindades existem ou não existem?).

“Muitas pessoas usam, erroneamente, a palavra agnosticismo com o sentido de um meio-termo entre teísmo e ateísmo. Isso é estritamente incorreto pois teísmo e ateísmo separam aqueles que acreditam num Deus daqueles que não acreditam. O agnosticismo separa aqueles que acreditam que a razão não pode penetrar o reino do sobrenatural daqueles que defendem a capacidade da razão de afirmar ou negar a veracidade da crença teística”. (Wikipedia).

Ao definir que a razão não pode penetrar o reino sobrenatural o agnóstico mostra o seu norte e não se perturba com isso. Quem poderia, com o pleno uso da razão, afirmar que ele (agnóstico) está errado por assim proceder?

A maneira como o agnostismo pode melhor ser enxergado encontra guarida no seguinte: agnosticismo é uma forma mais intelectualmente honesta de ver a questão da existência ou não de um ser superior. Enquanto o ateísmo afirma que Deus não existe, numa posição que não pode ser provada, o agnosticismo argumenta que a existência de Deus não pode ser provada ou deixar de ser provada; que é impossível saber se Deus existe ou não. Neste conceito, o agnosticismo está certo. A existência de Deus não pode ser provada ou deixar de ser provada empiricamente.

O assim pensar é típico de um desnorteado ou de quem é honesto, compromissado e pronto para aceitar evidências de um lado ou de outro (caso existam)?

Fonte: [Cultura e Religiosidade].

Enéias Teles Borges
Postagem original: 20/10/2009

Evolução ou pecado?

Alguns fatos mensuráveis são tidos como consequência do pecado (por diversos segmentos criacionistas) e como prova irrefutável da evolução. É bom que se entenda, também, evolução como modificação. Querer que evolução abarque somente a capacidade de sobrevivência é reduzir demais o fito da teoria.

Ilustrando minha pretensão:

Um exemplo curioso é o tubarão branco. Uma verdadeira máquina mortífera. Para muitos é prova da evolução. Aperfeiçoamento para sobreviver e dominar. Para muitos é consequência do pecado. Todos os animais, segundo creem, não deveriam matar para comer. Digamos assim: todos os animais seriam herbívoros ou qualquer coisa que o valha. Afinal comer um alface não significa matar (é mesmo?).

Pensemos em bichos feios: barata e escorpião. Quanto tempo vive uma barata? Muito pouco. Para que serve ser tão asqueroso? Sei lá! A evolução deve explicar isso como modificação na busca do aperfeiçoamento. Nojento para nós? Para a barata, no seu habitat, deve ser fator de sobrevivência. Não dizem que barata e escorpião resistiriam até mesmo a uma guerra nuclear? Para os criacionistas o que significa a existência de seres tão desagradáveis? Seriam resultantes do efeito do pecado? Possivelmente esse seja um dos argumentos.

O que vemos no mundo é evolução ou degradação? Para os criacionistas, aos quais me refiro, o mundo vai de mal a pior e tudo por culpa do pecado. Quero ver os evolucionistas aceitando argumento tão prosaico...

Enéias Teles Borges
Postagem original: 21/05/2010

A evolução do pensamento...

Minha filha primogênita (temos duas mocinhas) está no primeiro semestre da Faculdade de Jornalismo. Ela estuda no Mackenzie. Não é um curso barato, mas está trazendo compensações a cada dia. Tem sido interessante vê-la imergindo no mundo maravilhoso do jornalismo sério. Sinto que a cabeça dela está pronta para o que virá dos professores e do contexto. Tivemos muito cuidado na criação das nossas filhas e entre nossas atenções sempre esteve um objetivo definido: a despeito da cultura religiosa na qual viveram e estudaram elas não poderiam ter as cabeças fechadas, típicas de eternos moradores das caixinhas de porcelana. Não poderíamos permitir que a ortodoxia religiosa invadisse suas mentes e lá permanecesse como uma trava ao bom e completo saber. A receita é teoricamente simples, mas a prática requer esforço e o bom exemplo dos pais. Sempre foi importante mostrar a elas a regra do civilismo e insistir que o que é certo deve ser cultivado pelo simples fato de que é certo. Nada de esperar recompensa eterna. O certo é certo, tanto para teístas quantos para ateístas.

Fico maravilhado com a mudança de rotina dela. Especialmente quanto à leitura. Sempre leu muito, mas leituras suaves e de divertimento. Agora está diferente: cada semana um periódico semanal, a análise que faz dos editoriais de Veja, Época, Istoé e afins. O domingo é separado para longas leituras da Folha de São Paulo e do Estadão. Está sempre atualizada. Cedo e à noite navega pela internet e coloca o olho nos principais canais de notícia: Bandnews, Globonews, Recordnews e afins. Hoje vejo utilidade ímpar na TV a cabo e na internet banda larga. Os dois equipamentos de informática que temos em casa não dão para o gasto. Preciso levar mais dois notebooks para casa. Cada membro da família precisa do seu. Minha filha menor faz segundo ano do segundo grau e curso técnico de música e minha esposa está cursando a segunda pós-graduação. Sigo pendurado na minha dissertação de mestrado.

Por que digito isto? Para enfatizar a evolução do pensamento na família. Religião, cultura, o mundo real e seus componentes são nossos pratos diários. É bom ver que a bitola não se fixou no meu lar. Era um medo que tínhamos. Afinal desde a pré-escola receberam uma carga de cultura religiosa muito forte e precisávamos incutir o equilíbrio em casa. Leituras vigiadas e variadas, bons filmes em casa ou no cinema, bons espetáculos em teatros e passeios em centros de lazer e de compras. As alegrias e mazelas do mundo atual... Tudo precisava ser mostrado pois existe um mundo aqui fora...

Muitos sapos foram e têm sido engolidos: por que jornalismo? Jornalismo não é curso para cristão! Será mesmo? Por que o pensamento de muitos insiste em ser retrógado? Lembro-me que ao longo da faculdade de teologia eu ouvi muito: a psicologia é coisa do mal! Nada de psicólogo! Para isso existe o aconselhamento pastoral! Não existe depressão! Isso é falta de Deus no coração! Imaginem se eu tivesse acreditado nisso e em muitas outras birutices do mundo da “cultura religiosa” (notem que não me refiro à religião).

Felizmente com uma grande carga de boas intenções a minha esposa e eu resolvemos seguir por esse caminho. É o caminho certo? Só o tempo dirá. O que sabemos: o caminho sugerido pelos burocratas da fé não é o correto. Não sei se estamos no caminho ideal, mas sabemos que aquele sugerido pela tradição cega não está...

Certo ou errado fica por conta do tempo e tudo isso faz parte da evolução do pensamento...

Enéias Teles Borges
Postagem original: 31/03/2009

Fracassei em tudo...

“Fracassei em tudo o que tentei na vida. Tentei alfabetizar as crianças brasileiras, não consegui. Tentei salvar os índios, não consegui. Tentei fazer uma universidade séria e fracassei. Tentei fazer o Brasil desenvolver-se autonomamente e fracassei. Mas os fracassos são minhas vitórias. Eu detestaria estar no lugar de quem me venceu.” (Darcy Ribeiro)

Há frases, oriundas de pessoas que fizeram história, que nos inspiram maravilhosamente. A frase do professor Darcy Ribeiro, que encabeça este texto é uma delas. Eu viajei no tempo, lembrando-me deste resumo da obra do professor no último sábado à noite. Eu, junto com minha família, tive uma noite cultural. Avenida Paulista, Conjunto Nacional, livraria Cultura. Resolvemos comprar alguns livros e ficamos lá dentro da livraria das 19:30 até 22:00 horas. Isso porque a loja seria fechada... Não comprei muita coisa. Minha esposa e filhas, sim. Contentei-me com a Minigramática da língua portuguesa de Domingos Paschoal Cegalla (preciso me atualizar...). Enquanto passeava pelas seções de filosofia, história e sociologia eu me deparei (de novo) com esta frase. E que frase!

Teria o professor fracassado em seus intentos? Talvez sim. Mas quem gostaria de estar na fileira dos "vitoriosos"? Sinto-me feliz pela oportunidade de me aliar ao “fracassado” professor Darcy Ribeiro. Sinto-me feliz por repetir sua frase histórica:

Enéias Teles Borges
Postagem original: 23/03/2009

terça-feira, 14 de dezembro de 2010

A voz da consciência...

Justiça é consciência, não uma consciência pessoal mas a consciência de toda a humanidade. Aqueles que reconhecem claramente a voz de suas próprias consciências normalmente reconhecem também a voz da justiça. (Alexander Solzhenitsyn)

Quem acredita desta maneira certamente estará crendo que o senso comum, que se volta para a preservação da raça humana, independe de crenças e crendices, de culturas e afins. A consciência coletiva humana, sabendo-se pensante, ocupa-se na própria preservação. Por ter capacidade de discernimento, o ser humano sabe que somente cuidando do coletivo é possível sobreviver no plano individual. A voz da consciência entre os povos os leva à civilidade e à busca de uma maneira de se viver socialmente criando limites que, em última instância, preservam direitos de terceiros e consequentemente a si mesma.

Talvez o grande problema humano seja o de vincular a sobrevivência, num plano altamente civilizado, formado pelo senso da maioria, a qualquer tipo de poder que vem de fora do plano material. É como se muitos acreditassem que só é possível sobreviver respeitando o semelhante, quando têm dentro deles um poder externo sobrenatural.

O segredo do senso comum está no desejo de sobreviver. E só é possível sobreviver em sociedade quando todos abrem mão de atos egoístas em prol de atos altruístas que colaboram para o bem-estar geral e, obviamente, para o bem-estar individual...

Seria contraditório? Depende de quem analisa. Os que acreditam na humanidade certamente tenderão a concordar. Os que depositam confiança em poder extraterreno terão imensa dificuldade em concordar.

Enéias Teles Borges

Semeadura e colheira

"Podemos escolher o que semear, mas somos obrigados a colher aquilo de plantamos" (Provérbio chinês).

Será que esse provérbio se constitui em expressão da verdade?

Uma família resolveu criar seus filhos dentro de um rigor “milenar”. Ortodoxia total. E um após o outro os filhos seguiram caminhos diferentes daqueles imaginados pelos pais. Decepção total. Os pais ficaram desesperados! Culpa de quem? Deles, os pais? Não seria possível! Erros dos filhos? Quem sabe... Culpa de Deus?

Outra família criou seus filhos dentro de um padrão liberal. Nada de ortodoxia. E um após o outro os filhos seguiram caminhos tidos como salutares na sociedade. Surpresa de muitos. Como seria possível? Tinha tudo para “dar errado”. Deu certo! Mérito dos pais? Não seria possível! Acertos dos filhos? Quem sabe... Ação de Deus?

O que significa semear livremente e colher somente aquilo que foi plantado?

Nunca ouvi resposta que me agradasse, nem mesmo no contexto religioso. Nesse caso (religião) teríamos que tecer comentários versando sobre a diferença entre ensinar e condicionar.

A grande verdade é que muitos não sabem o que semear. Aqueles que sabem o que semear não sabem como semear. A escolha certa e aplicação errada trazem resultados funestos.

Talvez aí resida o grande problema. A falta de adequação à realidade fática de cada contexto. A tentativa de aplicar os mesmos métodos em diferentes situações.

Observando por esse ângulo eu concordo com o provérbio chinês.

Enéias Teles Borges
Postagem original: 08/05/2008

Momento de glória de um professor

Na noite de segunda-feira, 13/12/2010, minha filha mais nova participou das atividades festivas de conclusão do ensino médio. Como sempre acontece nessa época do ano, as escolas envolvem-se em formaturas mil. A de ontem foi muito boa. A despeito da correria e do atraso para o início (chuva torrencial em São Paulo) tivemos uma programação que se estendeu até às 23 horas, fora a saída para o jantar. Retornamos para casa depois das duas da madrugada de hoje.

Durante o evento eu repensei um assunto e cheguei à mesma conclusão de sempre: um evento de colação de grau, de formatura, é momento de glória de um professor. Naquele momento mágico e final podemos perceber que os professores deixarma marca indelével nos alunos que ali estão comemorando o final de mais uma etapa da vida. Os próprios alunos reconhecem isso tudo. Choram, agradecem e enxergam a importância vital dos professores.

Eu considero tal profissão uma virtude. Quem sabe uma das mais importantes ou a mais importante de todas. Os grandes profissionais de qualquer ramo de atividade tiveram professores. Os mestres do ensino sobrepujam todos os demais profissionais do mundo.

Lamentavelmente a recíproca do País não denota tal valorização. Em face de sua importância acadêmica, existe algum profissional pior remunerado? Acredito que não. Mesmo aqueles raros professores que por algum motivo auferem bons salários, não recebem o "quantum" na medida de suas importâncias nos processos acadêmicos das instituições nas quais militam...

A profissão é nobre, mas é injustiçada ano após ano. Até quando?

Enéias Teles Borges

segunda-feira, 13 de dezembro de 2010

Descobertas científicas de 2010

Cada ano que passa a ciência nos traz novidades que mudam paradigmas, modificam conceitos anteriores da própria ciência, derruba mitos religiosos e afins. O ano de 2010 foi pródigo. Entre as descobertas, dez se destacaram: 1. genoma humano é decodificado. 2. Sonda encontra água em Marte. 3. Fóssil que pode ser o ancestral mais antigo do homem. 4. Células-tronco podem ser obtidas sem embrião. 5. Plutão perdeu a condição de planeta. 6. Foi descoberto exoplaneta semelhante à Terra. 7. Células da medúla óssea podem provocar metástases. 8. Foi criado um braço mecânico controlado por mente de um macaco. 9. Cientistas descobre o grafeno. 10. Criada bactéria controlada por genoma sintético.

Nota: Eu fico me perguntando: até que ponto a humanidade evoluirá e o quanto poderei ver nesta minha curtíssima vida. O homem tem superado muita coisa, mas precisa descobrir um jeito de preservar a própria vida neste ou em outro planeta. Por mais que inove, precisa sobreviver às catástrofes naturais ou aquelas provocadas por ele mesmo.

Fonte completa: Universo Online.

Enéias Teles Borges

O ateismo e o conforto

Os acontecimentos recentes e catastróficos que tomaram conta do Sul e Sudeste do Brasil causaram e seguem causando comoção. As fortes chuvas, tidas como resultantes da mudança climática, estão destroçando obras humanas e ceifando vidas. Mortes e mais mortes no Rio de Janeiro, São Paulo e Rio Grande do Sul. Pontes caem, dos morros descem toneladas de pedras e lama, afogamentos e caos. O homem sente, de forma tormentosa, a força da natureza terrestre.

Surgem, também, paralelos aos sofrimentos, os atos reconfortantes oriundos de homens e dirigidos à humanidade. Pessoas que acalentam esperanças, quanto ao futuro humano, tratam de consolar aqueles que perderam entes queridos. Também os esfacelados pelos sofrimentos consolam-se, guardando no peito a esperança de reencontro em outra vida ou em outro momento num contexto de restauração da vida...

Esse conforto, virtude ou ilusão dos que creem, apazigua a alma. Só advém daqueles que depositam esperança na vida futura. Somente os que estão dispostos a viver em razão da fé podem consolar e conseguem o consolo e paz. É quase insuportável perder um filho, filha, pai, mãe, irmão, irmã, amigos e conhecidos? Sim, é muito difícil e triste. Mas a esperança de revê-los um dia serve como forte motivação para que se tenha um pouco de paz. Como não se reconfortar diante da bendita esperança?

Convenhamos: a fé religiosa traz conforto. O conforto, escudado nessa fé, está ao alcance do criacionista que tem sua confiança depositada num deus pessoal. A fé é tão poderosa que remove as montanhas destruidoras da vida finita e em seus lugares coloca a esperança da vida eterna.

Eis, quem sabe, a razão para se afirmar que o ateísmo, por mais sincero e realista que seja, jamais oferecerá ao ser humano algo precioso e importantíssimo num momento de suprema dor: o conforto – essencial para que os olhos humanos brilhem a despeito das trevas da realidade presente.

Não se discute, nesse momento, quem está com a verdade. A questão é: a realidade do ateísmo deveria se fazer presente nesse momento e conclamar que não há possibilidade para que se concretize a bendita esperança? Seria razoável tirar dos contritos a esperança que possuem, não havendo algo melhor para preencher o vazio que se fez presente no peito e na alma?

O ateísmo, num momento de profunda dor, jamais terá condições de oferecer o conforto propiciado pela crença no deus amorável. Aliás esse nunca foi o seu fito. O ateísmo não pretende oferecer paz e esperança. O ateísmo é isso: crença na inexistência de deus...

O que nos sobra, portanto, além da esperança da fé e a realidade do materialismo? Eu respondo: nada. Ou se tem um ou se tem o outro...

Enéias Teles Borges
Postagem original: 06/01/2010

sábado, 11 de dezembro de 2010

O apedeuta e suas escolhas

Hoje eu fiquei pensando na ciência de outros tempos e também na religiosidade do passado. Com base no que dispunham e imaginavam, faziam seus discursos. No passado quem diria que a terra era "redonda"? Pensando na ignorância (do passado), em razão da pouca informação ou da pouca busca de conhecimento, surgiu-me uma palavra bonita (apedeuta), mas que não é muito agradável quando aplicada às pessoas. Será que no futuro pensarão de nós como temos pensado acerca dos nossos antepassados?

Sobre a palavra bonita: apedeuta

O apedeuta tem condições de escolher? Um apedeuta, diante de muitas opções, escolhe uma ou abraça a que está mais perto? Como escolher sem ter discernimento? Escolha ou circunstância? No mundo religioso existem apedeutas? E no mundo dos que se dizem ateus? Claro, sem qualquer dúvida. Escolheram alguma coisa? Abraçaram o que estava mais perto?

Pergunto: existem mais apedeutas entre os teístas ou entre os ateístas?

Dicionário Michaelis: apedeuta, a.pe.deu.ta, s m+f (gr apaídeutos); (1) Pessoa ignorante. (2) Indivíduo sem instrução.

Enéias Teles Borges
Postagem original: 29/06/2010
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sexta-feira, 10 de dezembro de 2010

A saudade e a ingenuidade...

“Como você faria para esconder um elefante numa plantação de morangos?” Resposta: “eu pintaria as unhas dele de vermelho”.

Ingênuo, não é? Pois era assim que a vida era vista por muitos. Nas leituras dos gibis do Tio Patinhas, Pato Donald, Zé Carioca, Mickey e outros era possível aspirar essa simplicidade. Naquele tempo a ingenuidade era tamanha que muitos pais ficavam preocupados com a leitura dos filhos: “estão lendo gibi!” Era impressionante! A leitura de revista em quadrinhos era algo a ser evitado! Pode uma coisa assim? E as mulheres então: liam fotonovelas. As mocinhas não podiam ler. Havia cena de beijo na boca! Na época tudo isso era “um avanço”...

Hoje aquelas “barbaridades” são vistas com saudosismo. Que saudade das piadas “infames” do Peninha, do estripulias dos irmãos metralha, da inteligência dos patinhos Huguinho, Zezinho e Luizinho e do magnífico “manual do escoteiro”...

O que se vê hoje? A ingenuidade é tida como idiotice. O humor leve como algo ridículo.

Sinto até saudade da seqüência das piadinhas do elefante: “como você faz para passar um elefante debaixo da porta”? Resposta: “eu o coloco dentro de um envelope”. Seqüência: “e se com envelope não conseguir passar”? Resposta: “simples, eu tiro o selo do envelope e tento de novo...”

Parece ingênuo ou bobo? Então me diga como deve ser...

Enéias Teles Borges
Postagem original: 07/08/2008

Estão batendo no blogueiro

Tenho levado algumas pancadas. Eu diria que bordoadas sérias. Algumas vindas de antigos colegas de seminário, que parecem ter se esquecido do compromisso que assumimos no momento de nossa colação de grau. Lembro-me que em 1985 quando me bacharelei pelo Seminário Adventista Latino-Americano de Teologia (SALT), no antigo campus de São Paulo, Capital, que nós, formandos, assumimos o compromisso de pregar a palavra. Pregar a palavra pressupõe pregar a verdade. Pregar a verdade nem sempre coaduna com os pressupostos que vêm de cima para baixo - dos administradores (muitos famigerados) de plantão. O que posso fazer se certas verdades só me vieram à mão agora? Que culpa tenho se meus antigos mestres, esconderam (de propósito?)  debaixo do tapete, assuntos fundamentais? O que posso fazer se me sinto tapeado por ter recebido apenas informações parciais?

Certo é que alguns, que defendem o pão maldito misturado com a omissão, arvoram-se à condição de paradigmas da verdade e saem por aí tentando aplicar lição de moral, como se quem aqui escreve, tivesse cuspido no prato em que comeu. Eles, sim, é que deviam se envergonhar! Auferiram aproveitamento mesquinho ao longo do curso teológico e, na maioria dos casos, não tiveram competência para enfrentar o mercado "cá de fora". Estão pastoreando por vocação ou por falta de opção? São pastores por amor à membresia ou por incompetência para conseguir sustentar a família fora dos ambientes da fé cega e da faca amolada?

As críticas oriundas desses eternos bezerros que insistem em mamar na mãe obra (IASD) são um estílmulo para que eu continue por aqui, quase que quieto, com poucas postagens, mas com valoroza audiência. Sei que o nível intelectual dos visitantes é alto. As mensagens eletrônicas que recebo corroboram com esse pensamento. Gostaria de publicar algumas, que incentivam e que descem a madeira. Como muitas são de "obreiros da IASD" é lógico que não as publico na seção de comentários (pedem o anonimato). Eu as publicaria, caso isso fosse autorizado. Tenho solicitado autorizações de alguns para publicação na íntegra (claro!).

Mas, por que estão batendo no blogueiro?

O que promoveu furor foi a repercussão de um texto de abril de 2009 que somente agora chegou ao conhecimento de alguns. Versa sobre o sábado e tem o título de "Sábado: equilíbrio e idolatria". Uma postagem despretensiosa (quase um desabafo), mas que de alguma forma acirrou ânimo de uns e outros. É lastimável que assim tenha ocorrido. Para que fique tudo bem claro segue, abaixo, o link para a postagem.

O texto está contido em outro blogue meu: [Adventismo Histórico].

Enéias Teles Borges
Postagem original: 28/10/2009

quinta-feira, 9 de dezembro de 2010

O fim do arco-íris...

O arco-íris, também chamado arco-celeste, arco-da-aliança, arco-da-chuva e arco-da-velha, é um fenômeno ótico e meteorológico que separa a luz do sol em seu espectro contínuo quando o sol brilha sobre gotas de chuva. O arco-íris representa, para muitos, a lembrança de um nostálgico período infantil em que eram levados a acreditar que no “seu final” existia um pote de ouro.

Curiosamente parecia-nos quase impossível chegar ao fim do arco-íris. Mostrava-se sempre muito distante... Além de longínquo parecia ser de dificílimo acesso. Quantas histórias eram ouvidas dos perigos para chegar lá e, enfim, herdar o pote repleto do metal precioso...

Das pessoas que me contaram essa pueril historieta muitas morreram ou estão bem idosas e o fim do arco-íris nunca chegou para mim e para outros tantos que acreditaram nesse conto infantil.

As aventuras rumo ao fim do arco-íris me lembram a maravilhosa história do Grande Dia! Sim, aquele maravilhoso dia em que todos juntos iremos herdar mansões de ouro nos céus e depois disso na terra renovada...

Das pessoas que me contaram essa maravilhosa história muitas morreram ou estão bem velhinhas. E o Grande Dia nunca chegou para mim e para outros tantos que acreditaram ou acreditam nessa maravilhosa história, contida na interpretação bíblica dos esperançosos jovens, adultos e idosos...

Em que lugar feliz nós chegaremos primeiro? Ao fim do arco-íris ou ao Grande Dia?

Enéias Teles Borges
Postagem original: 03/03/2009

A dúvida e a sabedoria

A dúvida é o princípio da Sabedoria (Aristóteles).

É claro que muitos preferem dizer que o princípio da sabedoria é "o temor a Deus". Não me prendo ao que esses dizem, mas à essência do que foi escrito a séculos pelo pensador grego. Como exemplo, para aqueles muitos, eu perguntaria: o que seria do movimento protestante sem as dúvidas que pairaram sobre a mente de Lutero? As convicções sem análise (estudo) são oriundas de pensamentos de terceiros. Ainda que certos, tais pensamentos são objeto de aquisição via método alienatório. De que serve acreditar no que os outros acreditam sem questionar? Eis o ponto no qual se situa a dúvida (como virtude): aquele no qual o que é recebido torna-se objeto de ponderação, análise e conclusão...

Lastimável que pais, escolas e comunidades religiosas não insistam em valorizar a dúvida como elemento de crescimento. Uma pena mesmo!

Enéias Teles Borges
Postagem original: 28/07/2009

quarta-feira, 8 de dezembro de 2010

O tempo vai passando...

O dia dez de cada mês é o dia da educação em nossa casa. Explico: as mensalidades escolares vencem no dia dez. Antecipei os pagamentos e hoje paguei as mensalidades de Jornalismo e da Cultura Inglesa de minha filha mais velha e também a mensalidade do curso médio e de música de minha filha mais nova.

Atentei para o seguinte: no que tange ao ensino médio quitei a última parcela. Apercebi-me que minha filha mais nova concluiu o ensino médio e que de agora em diante serão música, faculdade ou cursinho.

Lembro-me quando matriculei as duas, lá no começo. No Jardim da Infância. Minha filha mais velha foi antes disso: no mini maternal. Fato é que o tempo vai passando e quando notei que paguei a última parcela do ensino médio de minha filha mais nova eu, mais uma vez, acordei: o tempo passou e eu envelheci. Está chegando a hora de passar o bastão do revesamento da vida para a geração que vem chegando.

O tempo vai passando e energia vai diminuindo. Resta a pergunta que carece de resposta: até aqui os objetivos foram alcançados? É momento de parar para refletir...

Enéias Teles Borges

A César o que é de César...

"Dizem-lhe eles: De César. Então ele lhes disse: Dai pois a César o que é de César, e a Deus o que é de Deus."( Mateus 22:21)

Um conhecido meu, numa roda de amigos, dizia que não entendia porque algumas pessoas não devolviam o dízimo. Perguntei-lhe: "Você o faz"? Ele respondeu: "Sim, devolvo, em média, mil e quinhentos reais por mês". Eu comentei: "Vale dizer que você tem resultados líquidos médios mensais de quinze mil reais, certo?" Ele respondeu: "Sim". Fiz outra pergunta: "Quanto você recolhe de imposto de renda, em média, por mês?" Resposta: "Nada. Meu contador tem um jeitinho e não pago".

Concluí, dizendo para ele e para todos os presentes: "Sabe por que muitas pessoas não devolvem o dízimo? Pelo mesmo motivo pelo qual você não recolhe imposto. À luz da interpretação bíblica a fidelidade compreende Deus e César". Emendei: "No seu caso, pelas alíquotas no Brasil, o valor do imposto de renda deveria ser maior que o valor do dízimo..."

Sei que estou chovendo no molhado. Sou advogado, teólogo e contador. Sei bem como a fidelidade é respeitada pela metade. Sei também como os que se dizem dizimistas apontam o dedo para os demais e quase sempre o dedo está sujo. Nunca ouvi pregadores, leigos e assalariados, proferindo discursos sobre a fidelidade e ensinar que é igualmente obrigatório o pagamento do imposto. Nunca os ouvi dizer que as coisas feitas pela metade não agradam a Deus. Nada contra o dízimo e sim a favor do imposto. Ou a fidelidade é por inteiro ou não.

Não adianta dizer que não há reciprocidade do Governo. Quem disse que a obrigação de recolher imposto está vinculada a isso? Jesus, por acaso, questionou a tirania e corrupção de Roma? O dízimo deve ser devolvido simplesmente porque foi determinado, assim como ocorre com o imposto. Alguém quer questionar o sentido do verso bíblico, nos ensinamentos de Jesus?

Quem poderia explicar isso (procedimento cumprido pela metade)? Os membros da FCFA (Fé Cega e Faca Amolada)...

Enéias Teles Borges

terça-feira, 7 de dezembro de 2010

Parando, olhando e pensando...

O final de ano está bem aqui, ao nosso lado. O ano novo já nos diz que está chegando. Momento de parar, olhar e pensar. Parar um pouco com a agitação, olhar o que existe para ser visto em volta do nosso contexto e pensar. Pensar é o mais importante. Pensar no ontem, no hoje e no amanhã. O que temos feito? O que faremos?

Parando

O tempo passa e não sentimos. Por quê? Porque não paramos. Não nos atinamos para a velocidade do tempo e a finitude do nosso viver. Nascemos ontem e hoje notamos que as rugas chegaram, os cabelos ficaram brancos. Precisamos parar um pouco. Parando teremos condições de reunir forças para andar um pouco mais...

Olhando

A paisagem tem mudado em nossa volta. Não notamos? Por quê? Porque estamos correndo e correndo não conseguimos ver as transformações que acontecem o tempo todo. Nós estamos com nosso corpo transformado. Nossos filhos estão mudados. Nosso(a) companheiro(a) também mudou. Mudou o corpo, a mente. Mudou a forma de viver da nossa família e não notamos. Precisamos olhar enquanto ainda temos visão. Olhando teremos condições de enxergar um pouco mais...

Pensando

Pensar faz bem. Refletir faz bem. Mas só conseguimos pensar quando paramos e olhamos. Pensando no ontem avaliamos, hoje, o que é melhor para o amanhã. Não temos separado tempo para pensar. Por quê? Porque estamo sempre correndo e quase nunca olhando. Precisamos pensar enquanto ainda temos a mente sã. Pensando teremos condições de alongar nossa consciência, nosso discernimento. Pensando chegaremos um pouco mais adiante...

Enéias Teles Borges

segunda-feira, 6 de dezembro de 2010

Medo da morte...

O medo da morte decorre de comportamento natural à espécie ou decorre de expectativas criadas quanto ao que, supostamente, ocorre depois dela? Será que se não existissem teorias que apontam para vida depois da morte ou ressurreição futura, o ser humano encararia a morte como algo meramente natural?

O que nos faz sentir medo de morrer? O apego a essa vida, estranha e cheia de altos e baixos, seria algo que pudesse justificar tal medo? Temos medo da morte ou do fim absoluto da vida que ela, a morte, pode nos trazer? Não é notável que pessoas que acreditam na vida depois da morte ou na ressureição dos justos, tenham menos medo? Detalhe: não estou afirmando que "acreditar" seja sinônimo de "ser".

Afinal temos medo da morte? Ou do vem depois dela? Ou do que não vem depois dela?

Enéias Teles Borges

O medo e o fim do mundo...

O medo e o fim do mundo deram as mãos. A dupla segue orquestrada por cineastas e religiosos. Os religiosos levam larga vantagem, pois antes mesmo da existência do cinema já clamavam a chegada do fim do mundo. Faz, portanto, muito tempo que difundem com vigor o medo da morte e a esperança de salvação. Medo e esperança - dupla de ouro dos mestres da cultura religiosa (fé cega e faca amolada).

Faz sentido a reportagem de capa da Revista Veja (Edição 2136 • 4 de novembro de 2009).

Quantas vezes eu tive que conviver com o alardeamento do fim do mundo e o medo de não alcançar a vida eterna, nas mansões celestiais, ouvindo e tocando harpa por toda a eternidade? Quantas vezes eu fiquei preocupado com o destino de meus pais, irmãos e amigos, com medo de que eles se perdessem, ficando mortos por toda a eternidade? Quantas vezes eu tentei mensurar a altura, largura e profundidade da vida eterna? Eu pensava: "depois de trilhões de anos e ainda sequer é o começo. Não tem fim, por que falar em início?"

Aí batia o desespero: "já pensou ficar esse tempo que jamais se acaba, morto, sem aproveitar a eternidade nos céus?"

Incrível como tudo é: a despeito da magnitude da eternidade celestial o que mais experimentei foram dois medos (1) o medo na vida terrena e (2) o medo da morte eterna. Mesmo com a suposta maravilha do evangelho, com os méritos de um salvador, da eternidade com deus o que efetivamente ficou na mente foi isso: o medo e o fim do mundo...

Enéias Teles Borges
Postagem original: 03/11/2009

Mais um fim de ano...

Ano que vem, ano que passa. O ano de 2010 está nos seus estertores. O que ele nos trouxe? O que ele nos levou? Já estamos pensando em 2011 e seus efeitos. Como tudo passa depressa, como nosso tempo se esvai...

Não sinto motivação para projetar 2011. Fico satisfeito de ter suportado 2010, com seus muitos pontos positivos e com seus inúmeros pontos negativos. Lembro-me, assustado, da maneira célere como os acontecimentos passaram diante de mim. Completei 48 anos. Perdi a conta de quantos quilômetros e horas gastei no trânsito paulistano. Acostumei-me às dores na coluna. Em 2010 tive o desprazer de ter sofrido violento assalto no trânsito, arma na cabeça, prejuízo material e muito desgaste emocional.

No final, faço um balanço parcial, pois ainda estamos em 2010: o saldo foi positivo. Sobreviver é vitória, e por isso comemoro...

Enéias Teles Borges

sábado, 4 de dezembro de 2010

A Bíblia como ela é

E se Moisés morasse em Nova York? Um jornalista americano decidiu passar um ano inteiro seguindo as leis bíblicas ao pé da letra.

Por: Marcos Nogueira

Jesus respondeu, e disse-lhe: “Na verdade, na verdade te digo que aquele que não nascer de novo não pode ver o reino de Deus”.

Disse-lhe Nicodemos: “Como pode um homem nascer, sendo velho? Pode, porventura, tornar a entrar no ventre de sua mãe, e nascer”? (João, 3:3-4)

Nicodemos não era burro nem ignorante. São Nicodemos, aliás, era um homem letrado, um rabino do sinédrio de Jerusalém – algo como o Supremo Tribunal da Judéia nos tempos bíblicos. Jesus falava de renascimento espiritual, mas o sábio tomou demasiado literalmente Suas palavras, como mostra o Evangelho de São João. Se até os contemporâneos de Jesus tinham problemas com tantas parábolas, metáforas e alegorias, imagine o que não ocorre às pessoas do século 21, desacostumadas ao estilo empolado em que os livros da Bíblia foram escritos, milhares de anos atrás.

Aqueles que interpretam a Bíblia ao pé da letra não apenas existem, como têm voz no gabinete presidencial dos EUA. São os fundamentalistas bíblicos. Eles crêem que o Universo foi criado em 7 dias de 24 horas e não duvidam que Matusalém tenha morrido aos 969 anos (e concebido um filho aos 187 anos). Mais: a palavra é a lei. Se os livros mandam dar o dízimo, lá se vão 10% da renda da pessoa; se os textos sagrados condenam a luxúria, é dever zelar pela castidade – a própria e a alheia.

O jornalista americano A.J. Jacobs fez uma lista de 72 páginas com mais de 700 regras, do Gênesis ao Apocalipse, que arbitram a conduta do homem comum. Decidiu que passaria um ano vivendo de acordo com os preceitos bíblicos, interpretando sozinho as escrituras. E encarnou o “fundamentalista máximo”, como ele define na introdução do livro que resultou desse projeto, The Year of Living Biblically (“O Ano em Que Vivi Biblicamente”, ainda sem previsão de lançamento no Brasil).

Jacobs, um judeu que se define como agnóstico no início do livro, dividiu sua missão da seguinte forma: apenas os 3 últimos meses seriam dedicados ao Novo Testamento, exclusivo dos cristãos; os 9 primeiros abordariam o Velho Testamento, que cobre um período histórico muito mais extenso e também é adotado pelo judaísmo. Muitos dos ditames dos livros mais antigos já são observados pelos judeus de correntes ortodoxas.

No decorrer do tal ano bíblico, Jacobs foi se metamorfoseando numa espécie de Moisés a perambular pelas ruas de Nova York. Parou de aparar a barba (Levítico, 19:27), usou azeite como condicionador capilar e passou a vestir uma túnica branca (Eclesiastes, 9:8). Ainda no quesito ves­tuário, livrou-se das peças cujo tecido misturava lã e linho, pois a lei sagrada proíbe tal combinação (Levítico, 19:19). Jacobs esperava ser o único americano do século 21 a cumprir tal norma, mas encontrou um inspetor religioso especializado em examinar as roupas alheias ao microscópio, para detectar as fibras proibidas.

Julie, a mulher de A.J., não ficou lá muito contente com o novo visual do marido, mas foi outra regra bíblica que balançou a casa dos Jacobs: a proibição de tocar mulheres durante o período menstrual (Levítico, 15:19). Da porta para fora, tudo era uma maravilha para Julie. Ele não encostaria em nenhuma outra mulher, sequer apertaria sua mão, já que não poderia saber se ela estava ou não naqueles dias – exceção feita para uma colega da redação da revista Esquire, que lhe enviou as datas por e-mail. Dentro de casa, porém, a coisa ficou feia. A regra é clara e diz que a impureza da mulher menstruada se transmite para onde ela repousar o traseiro. Para contagiar o marido com sua irritação, Julie passou a sentar em todas as cadeiras do apartamento. Nosso herói não teve outra saída senão comprar um banquinho portátil que, quando dobrado, vira um cajado. Nada mais bíblico.

A esta altura, você já deve ter notado que uma boa parte das citações deste texto tem origem no Levítico. Esse é o livro que descreve o episódio em que Deus chama Moisés para o topo do monte Sinai e lhe dita os 10 mandamentos. Mas a coisa não acabou aí: Moisés passou 40 dias escutando as leis que o Senhor tinha a passar para o povo de Israel. Algumas diziam respeito à alimentação. Porco não pode (11:7). Coelho não pode (11:5). Escargot não pode (11:30). Camarão não pode (11:12), independentemente do tamanho – por acreditar que existam crustáceos microscópicos na água encanada de Nova York, alguns rabinos de lá recomendam o uso exclusivo de água mineral.

Jacobs obedeceu a todas as proibições.Mas o que de fato chamou sua atenção foi um alimento permitido: insetos saltadores (Levítico, 11:22). E por que diabos (ops!) comer grilos e gafanhotos? “A única referência a esse hábito na Bíblia é a história de são João Batista, que sobreviveu à base de gafanhotos e mel”, diz Jacobs no livro. O autor, então, agiu como o santo: encomendou uma caixa de bombons de grilo e, mui biblicamente, repartiu a refeição com um relutante amigo. Nojento? Talvez, mas nada mais que isso.

Já a ordem bíblica para apedrejar adúlteros (Levítico, 20:10) induz ao crime de assassinato. O sagaz Jacobs encontrou um jeito para obedecer à lei divina sem cair nas malhas da lei mundana. “A Bíblia não especifica o tamanho das pedras”, afirma. O que ele fez, então? Encheu o bolso com pedregulhos e foi à cata de uma vítima, o que deveria ser a parte mais difícil da tarefa. Eis que um desconhecido de 70 anos ou mais agrediu verbalmente nosso aspirante a beato, perguntando por que ele “se vestia como uma bicha”. Jacobs explicou que estava lá para apedrejar adúlteros. “Eu sou um adúltero”, disse o homem – e levou uma pedrada de leve no peito. Ponto para o vingador bíblico.

Manter escravos também não pega muito bem no Ocidente do século 21, mas era prática corrente em todo o mundo na Antiguidade. O Velho Testamento, inclusive, traz instruções para espancar o servo sem causar sua morte imediata (Êxodo, 21:21) e recomenda não arrancar seu olho (Êxodo, 21:26), sob pena de ter de libertá-lo. Jacobs já havia desistido do personal escravo quando recebeu o seguinte e-mail: um universitário se oferecia como estagiário particular. “Qual é a coisa mais próxima da escravidão nos EUA?”, pergunta o autor. “Estágio não remunerado”, responde ele mesmo. “Caiu do céu.” O rapaz aceitou a condição do escritor – que exigiu chamá-lo de “escravo” –, mas o pior castigo que recebeu foi tirar algumas cópias xerox.

Para que fazer tudo isso, afinal? O apedrejamento e o escravo foram apenas brincadeiras – embora o estagiário tenha realmente caído do céu. De resto, Jacobs não se ocupou somente de costumes exóticos e bizarros para faturar com o livro (a honestidade bíblica o obrigou a dizer que esse era, sim, um dos motivos de seu projeto). Ele impôs a si mesmo uma rotina de rezas (Salmos, 105:1), de caridade (Lucas, 11:41), de respeito às tradições de seu povo e aos idosos (Levítico, 19:32). Até palavrão ele parou de falar (Efésios, 5:4).

Essa parte menos espetacular do ano bíblico de Jacobs foi justamente a mais difícil. Para reprimir a luxúria (Oséias, 4:10), o autor cobriu com fita adesiva as imagens de potencial apelo sexual de sua casa – inclusive a foto de uma mulher vestida de gueixa numa caixa de chá. Não funcionou. O método mais eficiente de resistir à tentação, segundo ele, era pensar na própria mãe (aqui temos um claro abuso do voto de honestidade do autor).

Também a cobiça (Êxodo, 20:17) foi dura de controlar. Um dia, Jacobs listou as coisas que cobiçara desde a manhã: o cachê que outro escritor cobra por palestra, um computador PDA, a paz mental do fulano da loja de Bíblias, o jardim da vizinha, George Clooney e o roteiro do filme Como Enlouquecer Seu Chefe, de Mike Judd. E isso ele escreveu às 2 horas da tarde.

O maior desafio de A.J. Jacobs, contudo, foi a fé – que, convenhamos, é um requisito e tanto para ser plenamente bíblico. O escritor do início do livro é um homem de 38 anos, com um filho de 2 anos e uma enorme vontade de aumentar a família (Gênesis, 1:22). Ele não tem fé, mas sente falta de um alicerce moral para o próprio lar e mergulha na religião, um terreno desconhecido. Nos primeiros meses, sente-se desconfortável ao rezar; perto do fim do projeto, experimenta o êxtase místico – dançando feito um rabino louco ao som de Beyoncé, na festa de 12 anos (bat mitzvah) de uma sobrinha. Mas ainda se declara agnóstico.

Aparentemente, o cara conseguiu encontrar o sentido que buscava. E uma explicação, embora nem sempre convincente, para cada uma das regras bíblicas. A enorme barba, por exemplo, serve para indicar que se trata de um homem de paz. Um guerreiro nunca a usaria, pois o inimigo se agarraria aos seus pêlos – assim lhe disse um líder religioso em Jerusalém.

Jacobs encontra sentido até no mais estapafúrdio dos mandamentos, que ordena decepar as mãos da mulher que agarrar “as vergonhas” do oponente de seu marido em uma briga (Deuteronômio, 25:11-12). Aqui, a mensagem oculta é: a mulher causou vergonha tanto ao próprio marido (que venceu a luta injustamente) quanto ao inimigo dele. A interpretação rabínica das escrituras diz que a mulher que envergonha o marido deve pagar uma multa – a mutilação é metafórica.

Se os judeus aceitam como metáfora uma ordem divina e os cristãos ignoram muito do Velho Testamento – a vinda de Cristo teria anulado a necessidade de circuncisão, entre outras coisas –, quem segue a Bíblia ao pé da letra, de cabo a rabo? “Ninguém”, conclui Jacobs, “nem os fundamentalistas”. Quem se propõe a fazer uma leitura literal da Bíblia acaba sempre escolhendo o que vai obedecer.

Testemunhas de Jeová

Não prestam serviço militar porque “todos os que lançarem mão da espada, à espada morrerão” (Mateus, 26:52). Não celebram o Natal ou outra data cristã, pois a Bíblia nada fala a respeito disso. Tampouco comemoram aniversários, pois as únicas menções bíblicas a eles são em festas de gente má – um faraó e um rei judeu mancomunado com os romanos. E repelem as transferências de sangue numa interpretação radical da frase bíblica “nenhum sangue comereis” (Levítico, 7:26).

Judeus messiânicos

No capítulo 19 do livro Números, há uma profecia a respeito de uma novilha vermelha, sem nenhum pêlo de outra cor, que deve ser sacrificada e cremada para a purificação espiritual de quem tocar suas cinzas. Acontece que os sacrifícios animais só podem ocorrer no templo de Jerusalém. O 2º templo de Jerusalém foi destruído pelos romanos, e a construção do 3º templo marcará a chegada do Messias. Judeus ultra-ortodoxos dos EUA tentam criar a tal novilha na esperança de que ela seja o estopim dessa era messiânica. Até agora, sem sucesso.

Domadores de cobras

Alguns pastores da Igreja de Deus no sul dos EUA brincam com cobras venenosas como uma prova de fé. Eles fazem isso porque a Bíblia afirma que os homens de fé em Cristo “pegarão nas serpentes” (Marcos, 16:18). Uma interpretação menos literal diz que as cobras são, na verdade, dificuldades e provações.

(Revista Superinteressante)

Enéias Teles Borges
Postagem original: 15/01/2009
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