segunda-feira, 29 de dezembro de 2008

PERÍODO DE FÉRIAS

Período de férias
Enéias Teles Borges


Depois de um ano muito corrido resolvemos descansar um pouco. Do dia 20 de dezembro até hoje (29/12) estivemos numa viagem de carro em direção ao Nordeste do Brasil. Especificamente nosso rumo foi a simpática cidade de Vitória da Conquista no Sudoeste da Bahia. Do dia 30 até a primeira dezena de janeiro estaremos em Ubatuba, Litoral Norte de São Paulo (como de costume - algo que quase sempre ocorreu nas “viradas de ano” de 1989 para cá).

Em função deste rápido fugir da rotina as postagens ficaram suspensas. Logo mais serão narrados alguns fatos atinentes a estes últimos dias.

Espero que todos tenham tido um ótimo Natal. Desejo um Feliz 2009 às amigas e aos amigos que me acompanharam aqui neste espaço.

Até mais.
-

quarta-feira, 17 de dezembro de 2008

OLHAR DE INCREDULIDADE

Olhar de incredulidade
Enéias Teles Borges


O garoto tinha cerca de 10 anos. Estava uniformizado. Aquela roupinha padrão das escolas do município de São Paulo. Chorava forte, chorava alto. No primeiro momento eu pensei que fosse brincadeira. Logo notei que era algo sério.

Aproximei-me e perguntei o que se passava. Ele me respondeu dizendo que morava longe e que tinha perdido o dinheiro da condução. Estava inconformado! “Quanto você perdeu?” Ele me respondeu: “Cinco reais”.

Tirei do bolso uma nota desse valor e coloquei nas mãos do garotinho.

Ele olhou para mim, nada disse, pareceu-me um olhar diferente. Não era exatamente de gratidão. Era de incredulidade mesmo! Parecia-lhe impossível receber de um estranho aquele valor. Pequeno para muitos, importante para ele...

Passaram por situações assim? É como se as pessoas, independentemente da idade estivessem perdendo o senso de humanidade, de colaboração... Ninguém pensa em ninguém! O mundo segue pirambeira abaixo e esse sofrimento tem levado muitos indivíduos à desconfiança e à incredulidade.

Crer em quê? Num Deus sob medida que milhares de grupos religiosos sugerem? Nas pessoas que parecem ter na testa o artigo 171 do Código Penal: aquele que trata do estelionato?

Ainda é possível receber algo sem ter que retribuir como se fosse um pagamento?

O Natal se aproxima e as pessoas que vivem nesse mundo “sem eira nem beira” precisam receber, por menor que seja, a chama da esperança.

É momento de nos despirmos um pouco do “eu” e estender a mão às mãos que carecem de afeto.
-

sexta-feira, 12 de dezembro de 2008

O PESO DA IDADE - II

O peso da idade - II
Enéias Teles Borges


Ontem eu saí do trabalho às 17:30 horas, da Zona Norte de São Paulo e segui rumo à minha casa, que fica na Zona Sul. Foram três horas e quinze minutos no trânsito! Ouvi noticiários, programas esportivos e um pouco de música. Foi horrível!

Para “escapar” das dores nas costas – tanto tempo dentro do carro – eu pensei, pensei e pensei. Sentindo as dores decorrentes do “peso da idade” eu tomei parte do tempo dentro do veículo para refletir um pouco sobre a minha vida e sobre o ano de 2008.

O ano que está finalizando foi duríssimo! Muito trabalho, muito trânsito, muita notícia ruim. Mas sinto que não devo reclamar. Em alguns pontos (não muitos) o ano foi bom e mister se faz valorizar também seu lado melhor.

Na minha vida, efetivamente, algo precisa ser mudado! O peso da idade não me permite mais o “luxo” de ficar tanto tempo dentro do carro. Uma das metas para 2009 é simples: mudar para um carro com câmbio automático. Sem ter que cambiar e pisar no pedal da embreagem sentirei menos o efeito do peso da idade.

Quem sabe até não terei melhores condições para aproveitar o trânsito para pensar mais na vida, sua origem, seu destino, religião, ateísmo...

Vida de quem vai envelhecendo é assim: nunca deixar de pensar, nunca deixar de ler, nunca deixar de si valorizar e sempre buscar um motivo para minimizar a dor...

Uma forma honesta de assumir o peso da idade...
-

quarta-feira, 10 de dezembro de 2008

Vida fora da Terra?

Hubble acha dióxido de carbono em planeta extra-solar

Cientistas anunciaram na terça-feira a descoberta de dióxido de carbono (CO2) em um planeta quente fora do nosso Sistema Solar, em mais uma prova de que pode existir vida além da Terra.

A Nasa (agência espacial dos EUA) disse que o seu Telescópio Espacial Hubble localizou CO2 na atmosfera do planeta HD 189733b, que pertence à categoria chamada "Júpiteres quentes" e orbita uma estrela relativamente próxima, a 63 anos-luz da Terra.

Concepção artística do planeta registrado pelo Hubble; descoberta reforça a idéia de que pode haver vida além da Terra

O planeta em si é quente demais para conter vida - cerca de 1.000 graus Celsius na superfície. Mas os astrônomos disseram que as observações são a demonstração cabal de que a química básica para a vida pode ser mensurada em planetas que orbitam outras estrelas.

Em março, eles já haviam achado ingredientes do metano no planeta, um dos cerca de 300 já localizados em torno de outras estrelas. Também há sinais de vapor d'água nesse lugar.

"Esses estudos atmosféricos vão começar a determinar as composições e processos químicos que operam em mundos distantes", disse Erich Smith, cientista do Hubble na Nasa.

Mark Swain, do Laboratório de Propulsão a Jato da Nasa, em Pasadena (Califórnia), usou a câmera de infravermelho e um espectrômetro multiobjeto do telescópio orbital para estudar a luz infravermelha do planeta.

Ele conseguiu identificar dióxido de carbono e monóxido de carbono, que absorvem certos comprimentos de onda da radiação sub-infravermelha.

"O CO2 é a principal razão de excitação porque, sob certas circunstâncias, poderia ter uma conexão com a atividade biológica, como tem na Terra", disse Swain em nota.

"O próprio fato de podermos detectá-lo e estimar sua abundância é significativo para o esforço de longo prazo de caracterizar os planetas a fim de descobrir do que são feitos e se poderiam possivelmente abrigar vida."

Fonte: Universo Online.

Nota: a existência de vida fora do nosso sistema solar é busca permanente dos cientistas. Para os religiosos não há duvida. Há vida fora da terra, mas não concebida como querem entender os estudiosos atuais.

Enéias Teles Borges

terça-feira, 9 de dezembro de 2008

QUEM NÃO TEM COMPETÊNCIA...

Quem não tem competência...
Enéias Teles Borges


“Quem não tem competência não se estabelece...” Frase lapidar que, a exemplo da frase da postagem de ontem, se encaixa até mesmo no futebol que é a grande paixão esportiva do brasileiro.

Para o Botafogo o Vasco sempre foi um terror. Levantamentos feitos dão conta que as vitórias do Vasco sobre o Botafogo são muitas e as derrotas são poucas. Dos times do Rio de Janeiro o Vasco sempre foi grande pedra em nosso sapato. De alguns anos para cá a situação se inverteu. O Botafogo cresceu? Nem tanto... O Vasco é que desceu a pirambeira!

Durante anos a direção do Vasco brincou com o Gigante da Colina e o resultado está aí. Sem competência não se estabelece.

Façamos uma comparação entre a forma de gestão do São Paulo com a do Vasco. O resultado não poderia ser diferente: um ganhou três campeonatos seguidos e o outro flertou com a segunda divisão nos últimos anos até que finalmente para lá se foi...

Os dois exemplos que dei nas postagens de ontem e de hoje são atuais e apaixonantes. Na vida é assim também.

Muitas vezes transformamos a vida numa espécie de jogo. Quem assim quer fazer deve lembrar que sem competência o destino é o brejo!

Tomemos como lição diária esses dois exemplos que estão diante de nós e reflitamos um pouco. A busca pela competência é a chave para a sobrevivência nos tempos atuais. Não há mais espaço para improvisação ou “jeitinho brasileiro” ou teorias que não estejam escudadas na realidade, nem mesmo orações sem fim...

Quem tem competência que se estabeleça! Os demais assistirão e baterão palmas ou arderão na panela da inveja, frustração, desespero...
-

segunda-feira, 8 de dezembro de 2008

QUEM TEM COMPETÊNCIA...

Quem tem competência...
Enéias Teles Borges

“Quem tem competência se estabelece...” Frase lapidar que se encaixa até mesmo no futebol que é a grande paixão esportiva do brasileiro.

Os que me conhecem sabem que meu time do coração é o Botafogo de Futebol e Regatas. Sou torcedor sofrido, sem muitas glórias recentes e que me contento, por hora, com a sétima colocação no campeonato brasileiro de 2008 – melhor campanha desde o título de 1995.

Não digito este texto para falar do Glorioso de General Severiano, mas para tecer comentários acerca do valor da competência.

O São Paulo é o time no Brasil (talvez único) com padrão de primeiro mundo. Excelente estrutura, diretoria eficiente, elenco fenomenal, técnico inteligente e trabalhador. Com esse tipo de competência é possível se estabelecer. Foram três campeonatos brasileiros seguidos: sempre chegando nas demais competições, sempre vendendo jogadores para o Exterior, sempre comprando os jogadores certos e sempre investindo na base, revelando valores com espírito de equipe.

A torcida deste time não pára de crescer. Minhas duas filhas, ainda crianças, aderiram. Acredito que pelo menos metade da geração que surge torce ou torcerá para o time do São Paulo. Por quê? Porque é fácil torcer pelo tricolor paulista...

Meus parabéns a esta “empresa” de primeira linha e aos seus torcedores!

Digo, para finalizar: os demais times que se cuidem. Caso contrário o futebol no Brasil será um tédio. Não terá graça ver o São Paulo ganhando tudo...
-

quinta-feira, 4 de dezembro de 2008

O genoma do mamute

O genoma do mamute
Enéias Teles Borges


04/12/2008 - Universo Online (assinantes).

O genoma do mamute abre as portas para reavivar espécies extintas. As dificuldades técnicas não são insolúveis, mas existem dilemas éticos

Por: Javier Sampedro

O genoma recuperado dos gelos siberianos é um avanço enorme que nem mesmo o recém-falecido Michael Crichton ousou imaginar em seu livro Jurassic Park. Mas daí a ressuscitar o mamute, existem obstáculos gigantescos que a genética atual não é capaz de contornar. Mas todos esses problemas são puramente técnicos, e serão solucionados mais cedo ou mais tarde. Será que veremos um parque safári na Sibéria com mamutes devolvidos à vida pela graça do homem? E principalmente, o que acontecerá com o homem de Neandertal, o segundo genoma fóssil previsto?

Um óvulo fecundado humano é muito parecido com o de um mamute. Se o primeiro produz uma pessoa e o segundo, um mamute, isso se deve ao genoma, o conjunto de genes, que dirige o desenvolvimento da evolução.

O genoma do mamute consiste em 4 bilhões de bases, ou letras químicas do DNA (aggcttcaa...), e seqüenciá-lo é determinar a ordem exata dessas letras. Isso é o que os cientistas russos e norte-americanos (quase) conseguiram fazer recentemente.

O genoma do mamute atual é como se fosse uma cópia imperfeita de um livro (tecnicamente, sua cobertura é de 0,7 vezes um genoma). Segundo estima o caçador de genomas fósseis Svante Pääbo, diretor do Instituto Max Planck de Antropologia Evolutiva em Leipzig, uma seqüência de "qualidade razoável" precisaria de uma cobertura de 12 vezes, ou 12 livros imperfeitos.

Ainda assim, uma "qualidade razoável" significa um erro a cada 10 mil bases (as letras a, g, c, t do DNA). Como o genoma dessa espécie tem uns 4 bilhões de bases, isso dá um total de 400 mil erros. Esses "erros" no genoma de papel se transformariam em "mutações" reais num mamute reconstruído.

"Ainda não podemos devolver o mamute à vida", diz o subdiretor do centro de DNA antigo da Universidade de Adelaide, Jeremy Austin. "Uma seqüência genômica não faz um ser vivo. Tudo o que temos agora é um genoma parcial, com um número considerável de erros. Seria como tentar fabricar um carro com apenas 80% das peças, e sabendo que algumas estão quebradas".

Entretanto, nenhum desses obstáculos é insuperável. Contorná-los é apenas uma questão de mais mamutes e mais dinheiro. E a solução de muitos outros problemas aparentemente mais graves pode ser mais simples ainda: a trapaça. Ou seja, abandonar a obsessão de reproduzir fielmente um mamute, e conformar-se com algo que apenas se pareça com o animal. A evolução biológica, afinal de contas, também é oportunista.

Por exemplo, os genes do mamute são agora entidades virtuais: textos(aagattcct...) escritos em um papel, ou gravados na memória de um computador, e será preciso transformá-los em coisas, DNA real dentro de cromossomos palpáveis, para que sirvam para algo. "Mesmo que tenhamos um genoma completo e bastante preciso", diz Jeremy Austin, "resta a questão de como construir os cromossomos". Não sabemos nem sequer quantos cromossomos tinha o mamute.

Mas é provável que isso não seja necessário. Duas espécies de moscas indistinguíveis à vista humana podem diferir enormemente em sua estrutura cromossômica. Até duas pessoas tem algumas diferenças na estrutura. Os elementos essenciais de cada cromossomo são os que iniciam sua duplicação em cada ciclo de divisão celular - origens de replicação - e os que garantem a distribuição das duas cópias às células filhas - centrômeros. E ambos foram sintetizados artificialmente com sucesso.

O mesmo vale dizer em relação a colocar os cromossomos dentro de um núcleo. E o restante são técnicas que ainda não foram testadas em elefantes, mas que já são corriqueiras em outros mamíferos: introduzir o núcleo em um óvulo, estimulá-lo para que comece a desenvolver-se e implantá-lo numa elefanta. Esses são os passos de uma clonagem, ainda que entre espécies diferentes, sendo que uma delas inexistente.

De acordo com projetos existem há anos, o primeiro objetivo de uma ressurreição hipotética do mamute será provavelmente um parque-safári.Em 2002, por exemplo, uma equipe de cientistas japoneses financiados pela companhia tecnológica Field inspecionou os gelos siberianos em busca de mamutes bem preservados. Eles estavam interessados nos testículos do animal, porque o esperma é um dos tecidos que melhor se conservam a frio. Sua intenção era utilizar um espermatozóide para fecundar um óvulo de elefanta. Se nascesse uma fêmea híbrida, eles tornariam a fecundá-la com outro espermatozóide do mamute original, e assim sucessivamente até construir um parque-safári de 150 quilômetros quadrados na república siberiana de Sakha, no noroeste da Rússia.

Se a finalidade de ressuscitar o mamute é exibi-lo num parque-safári siberiano, as trapaças podem ser levadas ao extremo, como sugere Pääbo à revista Nature. O Instituto Broad de Cambridge, Massachusetts, um dos pólos do projeto genoma, já trabalha na seqüência de um dos parentes vivos do mamute, o elefante africano Loxodonta africana.

Comparar os genomas dos dois paquidermes conduzirá os cientistas aos genes-chave que distinguem o mamute, ou seja, os genes responsáveis pela sua cor escura, por seu pelo abundante e, sobretudo, por seus dentes exagerados. Pääbo acredita que a introdução desses poucos genes num elefante comum produziria algo bastante parecido com um mamute para ser exibido num parque-safári. Um pseudo-mamute de exibição.

"Não seria um mamute em nenhum sentido que pudesse satisfazer a um purista", diz o geneticista de Leipzig, "nem a um ecólogo, nem a um idealista que sonhe em restaurar um grandioso passado perdido. Mas seria suficiente para um parque de atrações e evitaria os problemas técnicos mais perigosos. E é tudo o que posso aspirar a ver nos meus anos de vida".

Michael Crichton acertou três vezes com seu livro Jurassic Park (1990). Primeiro, preveu a ressurreição de espécies extintas. Depois, sua exibição em parques de atrações. E terceiro, as trapaças ao estilo de Pääbo. Seus cientistas não puderam recuperar nenhum genoma completo de dinossauro, e introduziram os genes-chave de dinossauro em simples rãs (uma escolha discutível; o avestruz parece uma opção melhor, já que as aves evoluíram a partir dos dinossauros). Dessa forma, os monstros jurássicos do parque não eram nada além de pseudossauros de exibição incapazes de satisfazer a um purista. Mas isso não os impedia de dar mordidas.

O verdadeiro dilema ético é que, quando for possível ressuscitar o mamute, também será possível ressuscitar o homem de Neandertal, uma vez que esse será o segundo genoma fóssil seqüenciado. Essa é uma questão totalmente diferente, mas não por questões ecológicas. Os problemas técnicos serão tão formidáveis quanto no caso do mamute. Mas também, da mesma forma, nenhum deles será insuperável. E a solução estará em abandonar a obsessão em reproduzir fielmente um Neandertal, e conformar-se com algo que se pareça com ele.

A comparação do genoma humano com o do Neandertal já está em marcha, e pouco a pouco revelará os genes específicos do Neandertal. Será possível então criar um pseudo Neandertal, mas nesse caso a história é bem diferente, porque falamos de uma espécie humana inteligente, que cuidava de seus doentes e enterrava seus mortos.

Os Neandertais se extinguiram há menos de 30 mil anos. As últimas populações viveram em Gibraltar. Sua capacidade craniana era maior que a nossa, e as evidências anatômicas e genéticas apontam para o fato de que eles possuíam a faculdade da linguagem. Eles se espalharam por todo o continente europeu durante centenas de milhares de anos, e co-existiram com a nossa espécie, o Homo sapiens, durante cerca de 10 mil anos na Europa. Nosso papel em sua extinção é um mistério.

Em todo caso, o avanço da genética foi mais rápido do que imaginou Crichton ou qualquer cientista dos anos 90. Os únicos genomas seqüenciados até então eram de vírus, com cerca de 10 quilobases (10 mil letras de DNA).

O genoma humano é 10 mil vezes maior, e os mamutes e dinossauros estão próximos disso, de modo que ler um genoma fóssil completo desses animais era inimaginável (por isso as rãs). Mas 20 anos depois isso é um fato.

"O campo do DNA antigo avançou muito desde o primeiro estudo, de 1984, que conseguiu uma amostra de material genético da quagga, uma espécie de zebra extinta", diz Michael Bunce, chefe de DNA antigo da Universidade de Murcoch, na Austrália ocidental. Para este cientista, como para a maioria, o maior interesse desses trabalhos não é reavivar as feras, mas aprender como os genomas se relacionam com os organismos, como as variações dos genes alteram a forma e as características das espécies.

"Comparando os genomas do mamute e dos elefantes atuais, ou do Neandertal e dos humanos modernos, podemos começar a responder as questões biológicas mais fundamentais", afirma Bunce. "Que genes são responsáveis por quais características físicas? Comparado com seus primos africanos, que genes alteraram o mamute para adaptá-lo a climas frios?"

No fundo, Bunce está buscando os mesmos genes que os hipotéticos criadores do parque-safári, ainda que por razões distintas. "Se poderemos dentro de alguns anos devolver o mamute à vida? Nada disso

Sabermos a seqüência de DNA de algo não quer dizer que possamos manipulá-la geneticamente para recriar o organismo extinto. Esse tipo de desenvolvimento ainda é uma “fantasia", diz o especialista.

Mas há uma palavra que aparece por todas as partes nesse contexto: ainda.

Um túnel do tempo

Há túneis do tempo genéticos que nenhum escritor explorou, mas com os quais os lingüistas trabalham diariamente. Não há gravações de 10 mil anos atrás que demonstrem que a palavra pé era "pod" na língua indo-européia ancestral. Os lingüistas comparam as palavras pie, foot, vot, pés e pada e deduzem qual a sua origem evolutiva. Os biólogos podem fazer o mesmo com os genes.

A comparação entre genomas e linguagens é mais do que uma metáfora, porque o DNA é um texto num sentido muito literal. Todos os genes têm a mesma estrutura (a famosa dupla hélice do DNA). A informação genética é a única coisa que distingue um gene do outro, que é a ordem das bases (as letras a, g, c, t) em fileiras. Da mesma maneira que a informação de um texto está contida na ordem das letras.

A comparação entre genomas de mamíferos permite reconstruir o genoma do primeiro mamífero. A comparação entre humanos, moscas e medusas revela o genoma do primeiro animal, a origem da evolução animal. O mesmo vale para cada gene concreto. Não é necessário recuperar fisicamente aquele DNA de 600 milhões de anos atrás. Pode-se deduzi-lo, assim como a palavra pode.

Se há uma conclusão geral, é que todas as funções fundamentais já estavam presentes no primeiro animal, há 600 milhões de anos. A evolução consistiu desde então em amplificar e refinar funções concretas em cada linhagem animal. Por exemplo, os sentidos sempre existiram, e todos têm uma lógica genética similar. Mas os genes dos receptores sensoriais (olfativos, do tato e demais) se propagam e retraem continuamente no genoma para adaptar-se às demandas do entorno.

Os geneticistas também exploram as possibilidades futuras. Utilizam os mesmos mecanismos que a evolução, mas em simulações aceleradas. Por exemplo, as proteínas costumam ser feitas de módulos, e a evolução gera novidade recombinando-os. As opções combinatórias são inesgotáveis, e os seres vivos só usam uma pequena fração das possibilidades. No laboratório, podem ser criadas muitas funções novas por meio desse método.

Um parque-safári verdadeiramente inovador não resgataria o passado de gelo. Mas o deduziria a partir de seus herdeiros atuais. E mostraria a estes as suas possibilidades futuras, além da certeza da extinção.

Tradução: Eloise De Vylder.

Fonte: Universo Online (para assinantes).
-

quarta-feira, 3 de dezembro de 2008

HITLER EM TRAÇOS DO MANGÁ

Hitler em traços do mangá
Enéias Teles Borges
.
Dois polêmicos e famosos livros ganharam os traços do mangá no Japão. Mein Kampf (em português, Minha Luta), escrito na prisão por Adolf Hitler, chegou às livrarias japonesas em novembro. Agora, em dezembro, é a vez de O Capital, de Karl Marx.
.
Leia o texto completo no Universo Online.
.
Nota do Editor: Fico me perguntando se os quadrinhos tratando da fomosa obra de Adolf Hitler é uma iniciativa boa ou ruim. Fazer de conta que o Nazismo não existiu ou que deve ser esquecido vale a pena? Poderíamos afirmar que essa iniciativa no Japão é de "primeira linha"?
-

terça-feira, 2 de dezembro de 2008

O peso da idade - I

O peso da idade - I
Enéias Teles Borges

Às vezes penso que o peso da idade, no ser humano, é parecido com o efeito do tempo num carro, tornando-o velho. Há uma frase popular que diz: “Carro velho todo dia apresenta um problema novo...”

À medida que caminhamos na direção da velhice ocorre algo parecido. Estou com 46 anos de idade e a minha frase tem sido essa: “Cada dia apareço com uma dor nova”. É real: remédio para manter a pressão sob controle, para controlar a úlcera e gastrite e agora uma para minorar uma dor terrível nas costas. O trânsito de São Paulo é o maior culpado disso. São pelo menos duas horas e meia por dia (segunda à sexta) preso dentro do carro. De casa para o trabalho e do trabalho para casa. Sem contar os deslocamentos durante o expediente.

Começo a sentir o peso da idade!

Tenho aprendido a conviver com as dores que já não são novas! Envelheceram e me acostumei com elas. Tenho uma espécie de “torcicolo eterno” causado pelas tensões do dia-a-dia, notadamente pelas tantas audiências, acompanhamentos e digitações de peças processuais! Às vezes troco de dor. Tomo um remédio que diminui a dor nas costas, mas que ataca a úlcera. Depois inverto, afinal não seria procedimento justo “apenas” uma parte do corpo sofrer. Temos que ser democráticos na distribuição da dor. Todos têm direito (dever, obrigação?)!

Existe um alento: à medida que aumentam as dores no corpo, diminuem algumas dores na alma. Alguns medos vão se esvaindo com o passar do tempo...

Perder esses medos é importante, mas requer coragem!

Continua...
-

segunda-feira, 1 de dezembro de 2008

Viver muito ou viver bem?

Viver muito ou viver bem?
Enéias Teles Borges


O brasileiro tem expectativa de via maior hoje do que tinha nos anos 1990. A vida se alongou, mas a qualidade de vida melhorou? O avanço da medicina tem proporcionado curas e alongamentos de vida. O povo tem se alimentado melhor (ou menos pior?). Quanto viveria o homem vivendo bem e tendo acesso a uma melhor saúde? Viver muito ou viver bem? O ideal seria viver muito e bem, mas não sendo possível qual seria a sua escolha?
-
Expectativa de vida do brasileiro aumentou 5 anos desde 1991, diz IBGE
-
A população brasileira ganhou 5,57 anos, entre 1991 e 2007, em sua expectativa de vida ao nascer, ao passar de 67 anos, em 1991, para 72,57 anos, em 2007, segundo mostra a Tábua Completa de Mortalidade, divulgada hoje pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
-
Em 2006, a esperança de vida para o Brasil era de 72,28 anos e cresceu, portanto, 3 meses e 14 dias no transcurso de 1 ano. O diferencial por sexo que, em 1991, era de 7,70 anos, "experimentou um discreto declínio", passando para 7,62 anos, em 2007.
-
Desde 1999, o IBGE divulga, anualmente, a tábua completa de mortalidade da população brasileira, em cumprimento ao disposto no Artigo 2º do Decreto Presidencial nº 3.266 de 29/11/1999.
-
Os dados da Tábua de Vida são utilizados pelo Ministério da Previdência Social no cálculo do fator previdenciário das aposentadorias das pessoas regidas pelo Regime Geral da Previdência Social.
-
(uol)
-

O homem e a fé


A situação em Santa Catarina anda de mal a pior. Os esforços humanos são insuficientes, as autoridades pouco podem fazer. Quando assim ocorre só resta rezar. Pelo menos é o que sugere o governador de Santa Catarina. Vejam a reportagem do Provedor Universo Online.

30/11/2008 - 15h39
“Temos de rezar para parar de chover'” diz governador de SC

Fernando Narazaki e Renato Cury
Em Florianópolis*

O governador de Santa Catarina, Luiz Henrique, disse ontem (30) que "a terra molhada, após quatro meses de chuva contínua, não suporta mais" e que é preciso "rezar para que pare a chuva, venha o Sol."

Luiz Henrique disse ainda que a reconstrução das áreas afetadas ocorrerá após o fim das chuvas. "Não tenho dúvidas de que isso vai acontecer, porque depois da tempestade vem a bonança. E na bonança nós vamos reconstruir."

(UOL)

Nota do Editor: Eis um momento interessante na vida de um homem, de uma família, de uma cidade e de um Estado da Federação. Quando tudo parece conspirar contra os “ideais humanos” o homem apela para a fé. Quando tudo parece falhar e impedir o bem estar humano, o homem apela para a fé. Quando a natureza cobra seu resgate e destrói as construções humanas, o homem apela para a fé. A fé que o homem exercita, num caso como esse, é para conseguir o que há de mais salutar para ele, homem. Pouco parece importar a própria natureza em si, os demais viventes... O que importa mesmo é o bem-estar humano. Quando esse bem-estar não condiz com a expectativa humana, o ser humano luta contra tudo e contra todos. Quando não consegue, mesmo após todas os esforços, o homem apela para a fé...

Enéias Teles Borges
-

Um sermão atualizado

Um sermão atualizado
Enéias Teles Borges
-
Fomos à igreja hoje e o pastor, para falar a respeito do jovem rico e da sua indisposição para doar seus bens aos pobres e seguir a Jesus, ilustrou o sermão com um tema atual. Na realidade é importante ilustrar mensagens dessa forma, ocasionando um entendimento rápido e objetivo.
-
Texto completo no blog "Adventismo Histórico".
-

Textos Relacionados

Related Posts with Thumbnails