domingo, 31 de agosto de 2008

Aniversário da rainha

Aniversário da Rainha
Enéias Teles Borges


Seguindo pelos caminhos da quebra de rotina, neste domingo resolvemos ir à feira do Bixiga, que fica na Praça Dom Orione, Bela Vista, bairro tipicamente italiano da capital paulista. O dia primeiro de setembro é o da data de aniversário de minha esposa.

Lá na feirinha ficamos vendo o movimento, comprando algumas coisinhas, negociando antiguidades e almoçando numa das muitas cantinas italianas dali.

Para quem não conhece, vale a dica: a feira do Bixiga funciona das 10 às 18 horas dos domingos, mas os aficionados chegam lá por volta das cinco da matina, para comprar as novidades trazidas pelos muitos vendedores fixos e eventuais. Trata-se de um mercado de pulgas. Pessoas aparecem para comprar e outras para vender quinquilharias. Sempre há algo bom para se adquirir, como roupas novas e semi-novas, bolsas em geral, perfumes e principalmente antiguidades.

Fato é que este foi o terceiro final de semana consecutivo que quebramos a rotina de final de semana. Às vezes é preciso estar de fora para poder ver melhor lá dentro. Saindo da rotina incessante é possível enxergá-la de forma mais ampla e tecer planos para amenizá-la. Quem só fica dentro acaba se bitolando, sabe-se muito bem...

Curiosamente tenho recebido alguns comentários interessantes sobre isso. Pessoas que querem dar uma quebrada na rotina, mas sentem-se sozinhas para fazê-lo. Outras dizem que querem, mas pasmem: sentem medo! Isso mesmo, medo de sair da rotina que funciona como se fosse uma obrigação que se repete sistematicamente...

Não tenho o fito de sugerir nada a ninguém. Mesmo porque aquilo que funciona para a minha família não (talvez) funcionaria para outra. Assim como algo que funciona para determinada família poderia não funcionar para a minha.

A realidade prática é que devemos buscar fazer o que é bom, dentro das nossas características. Respeito pela maneira de proceder dos outros é algo que dever ser considerado.

O que nós concluímos é bem simples: procurar, nesta imensa metrópole, fazer algo que seja bom e útil. Ter consciência que nem sempre aquilo que é feito sistematicamente é bom e útil. Saber que agir com razão é tão importante quanto dar vazão a certos sentimentos.

Acima de tudo poder exercer um grande dom: o do livre arbítrio, incluído nele o escape das amarras apertadas da tradição sem sentido...

Feliz aniversário minha rainha!

Boa semana Brasil!
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quinta-feira, 28 de agosto de 2008

Cotas para afro-brasileiros?

CDH aprova proposta que garante vagas para afro-brasileiros nos setores público e privado
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Enéias Teles Borges
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A Comissão de Direitos Humanos e Legislação Participativa (CDH) aprovou, nesta quarta-feira (27), parecer favorável a projeto de lei do senador Paulo Paim (PT-RS) que tem a finalidade de evitar a discriminação por raça, ascendência ou origem étnica ou racial nas relações empregatícias e de promover a inclusão de afro-brasileiros no mercado de trabalho. O texto reserva para esse segmento da população 20% dos cargos em comissão do grupo de Direção e Assessoramento Superiores (DAS) da Administração Pública e 46% das vagas em empresas com mais de 200 empregados. A proposta ainda será examinada pela Comissão de Assuntos Sociais (CAS), na qual receberá decisão terminativa.
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A proposta (PLS 235/08) - destinada a alterar a lei que proíbe práticas discriminatórias para efeitos de admissão ou de permanência da relação jurídica de trabalho (Lei nº 9.025/95) - define discriminação por raça, cor ou origem qualquer "distinção, exclusão, restrição ou preferência baseada em raça, cor, ascendência ou origem nacional ou étnica que tenha por efeito restringir o reconhecimento, gozo ou exercício, em igualdade de condições, de quaisquer direitos nas relações de trabalho". O projeto trata tanto das manifestações discriminatórias explícitas como das implícitas.
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De acordo com a proposta de Paim, os governos federal, estaduais, distrital e municipais serão responsáveis pela implementação de políticas voltadas para a inclusão de afro-brasileiros no mercado de trabalho e estarão autorizados a promover medidas que assegurem a igualdade de oportunidades no mercado de trabalho para essa parcela da população. Afro-brasileiros são, pelo projeto, as pessoas que assim se classificam bem como as que se denominam negros, pretos, pardos ou de categorias análogas.
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A proposta determina ainda que 20% dos cargos em comissão do grupo de Direção e Assessoramento Superiores (DAS) da Administração Pública deverão ser preenchidos por afro-brasileiros. Essa é uma meta inicial. Tal percentual, prevê a proposição, será aumentado gradativamente até que esses cargos sejam ocupados por afro-brasileiros na mesma proporção que essas pessoas ocupam na população brasileira.
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Emenda apresentada pelo relator, senador Papaléo Paes (PSDB-AP), determina o prazo de cinco anos após a promulgação da lei para que as empresas com mais de 200 empregados tenham 46% de afro-brasileiros em seus quadros. O senador explicou que, de acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), 46% da população brasileira é composta por negros. A proposta original de Paim prevê que o percentual de empregados seja de 70% da proporção de afro-brasileiros na população economicamente ativa do estado em que a empresa esteja instalada. O texto ressalva os casos em que requisitos educacionais e de qualificação profissional sejam indispensáveis ao desempenho da função.
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A CDH também aprovou, em turno suplementar, substitutivo do senador Flávio Arns (PT-PR) a projeto do então senador Rodolpho Tourinho que define percentuais e critérios para a reserva de cargos e empregos públicos para pessoas com deficiência.
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De acordo com o projeto (PLS 382/03), entre 5% a 20% das vagas de concursos públicos devem ser reservadas para pessoas com deficiência. A proposta também determina que todos os órgãos da administração pública reservem pelo menos 5% de seus cargos e empregos para portadores de deficiência. O substitutivo do senador Flávio Arns incluiu a visão monocular e a perda auditiva unilateral total entre as deficiências legalmente consideradas.
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Denúncia
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A CDH acolheu parecer do senador Arthur Virgílio (PSDB-AM) pelo arquivamento da petição nº 01/07, que informa e pede providências do Senado quanto ao conflito agrário no município de Lábrea, no estado do Amazonas. A denúncia foi encaminhada pela Assembléia Legislativa do Estado do Acre e, segundo notícias do jornal O Rio Branco, tal conflito gera danos aos direitos humanos dos sem-terra do Acampamento Nova Esperança, localizado naquela cidade.
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Segundo o parecer de Arthur Virgílio, a petição também foi enviada, em correspondência circular, ao Ministério Público Federal e à Polícia Federal. O senador argumentou que o Regimento Interno do Senado veda à CDH a remessa, a qualquer outro órgão do Poder Público, de documento que lhe tenha sido enviado. Sustentou ainda que não cabe à comissão outra providência senão mandar arquivar a petição, comunicando o fato à Mesa do Senado Federal".
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Fonte: (Senado)
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Nota: o tema é mais um que trará muita discussão. Precisamos ouvir a sociedade e ponderar. Afinal isso é correto? Aguardemos...
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Aborto de fetos anencéfalos

Aborto de fetos anencéfalos
Enéias Teles Borges


Representantes da Igreja Católica e da IURD (Igreja Universal do Reino de Deus) divergiram nesta terça-feira em relação à descriminalização do aborto de fetos anencéfalos, que é discutida hoje em audiência pública no STF (Supremo Tribunal Federal). Enquanto a CNBB (Conferência Nacional dos Bispos do Brasil) é radicalmente contra, o representante da Igreja Universal disse que a descriminalização deve ocorrer e que a escolha será da mulher.
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Vejam no Universo Online o teor do artigo.
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Nota do Editor: o propósito desta postagem é o de fomentar a discussão sobre o tema. Apenas dois segmentos religiosos firmaram posição de forma pública. Aguardemos os demais setores da sociedade.
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terça-feira, 26 de agosto de 2008

Um jogo mortal

Um jogo mortal
Enéias Teles Borges


“Eis o jogo, o grande putrefator. Diátese cancerosa das raças anemizadas pela sensualidade e pela preguiça, ele entorpece, caleja e desviriliza os povos, nas fibras de cujo organismo insinuou seu germe proliferante e inextirpável” (Rui Barbosa).

Ontem, depois que saí do Fórum João Mendes, fui a uma lanchonete, no Centro de São Paulo, que fica próxima à Praça da Sé. Lá eu fiquei conversando com amigos e a falação foi direcionada para o cantor que tinha vendido um CD para os donos do barzinho. Era de um cantor famoso que agora vive vendendo suas produções e outros produtos. Fiquei impressionado! Como seria possível aquele cantor estar quase mendigando? Os amigos responderam: ele é viciado em jogo!

Dizem até que ele parou com o vício. Não é bem assim... Ele parou porque não tem mais dinheiro! Jogar como? Numa noite de jogatina ele perdeu cerca de 500 mil reais! Como é possível algo assim?

Até bem pouco tempo os bingos eram oficializados no País. Rios de dinheiro passavam por essas casas de jogo. Pessoas idosas e jovens consumiam o que tinham e o que não tinham. Perdiam sempre, mas conservavam a esperança do lucro aparentemente fácil. É possível entender: se fosse tão simples ganhar mais do que perder as casas de jogos estariam quebradas. Sequer existiriam...

Quantas vezes eu vi pessoas gastando moedas e mais moedas nas máquinas de caça-níqueis? Pessoas que deixavam de comprar alimento para suas casas. O jogo perverte mesmo!

Existe algo mais letal? Sim, claro. Fazer da vida um jogo é o mais cruel dos perigos. Viver a vida como se ela fosse eterna é um jogo. Viver a vida sem pensar é um jogo. Agir com base em ensinamentos não questionados é um jogo. Viver como papagaio (imitador/repetidor de vozes) é um jogo. Fazer da vida uma loteria é jogo mortal.

Muitos jogam dinheiro nas casas de jogatina. Muitos jogam a vida nas escolhas impensadas e nas práticas repetidas por puro reflexo condicionado. Quanta loucura neste mundo dos mais variados jogos e seus violentos problemas!

“Eis o jogo, o grande putrefator. Diátese cancerosa das raças anemizadas pela sensualidade e pela preguiça, ele entorpece, caleja e desviriliza os povos, nas fibras de cujo organismo insinuou seu germe proliferante e inextirpável” (Rui Barbosa).

Bom dia Brasil!
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segunda-feira, 25 de agosto de 2008

As aventuras de Tintin

As aventuras de Tintin
Enéias Teles Borges


Seguindo na proposta da quebra de rotina nos finais de semana, fizemos algo diferente (momento atual) que era comum (no passado) quando ficávamos em casa e assistíamos a algum filme. As meninas eram crianças e sair nem sempre era o melhor caminho.

A sessão pipoca no final de semana teve um personagem que visitava nossa casa às tardes, via TV Cultura: Tintin. As aventuras de Tintin!

Durante a semana consegui comprar toda a série e no final de semana passado assistimos a alguns episódios. Pipoca e filme. Sossego e quebra de rotina.

São dois finais de semana fugindo da rotina que causava mal estar. Tudo era como cumprir um ritual, seguir uma ladainha. Todo esforço repetitivo torna-se desagradável. O esforço para seguir o ritual religioso de final de semana estava sendo horripilante. Aquilo que foi feito para o bem estava causando um sentimento ímpar: aquele resultante de ações sem sentido. “Misericórdia quero, não sacrifício...”

Tenho conversado com minha esposa e filhas (sobre isso tudo). Sei das angústias que elas (filhas) têm passado (são humanas) e sei, também, que essas angústias eram as mesmas que enfrentei. No meu caso eu fiz isso sozinho. Elas terão alguém ao lado.

O esforço repetitivo-religioso costuma provocar, nas pessoas que pensam, profundas reflexões em busca do sentido. Quando busquei esse sentido eu estava só. Fiz minhas filhas verem que não estarão sozinhas.

Por isso é importante o afastamento da rotina. Somente assim será possível ter uma visão mais completa, isto é, de fora para dentro. Não que aquilo que se faz semanalmente seja ruim ou errado, mas há que se buscar um sentido. Sem sentido não existe ser humano. Sem sentido existem papagaios repetidores do que ouvem, apenas isso...

Até brinquei com elas na hora do almoço: “caso queiram sem tapadinhas, tudo bem, mas mudem de casa...”

Pensar, pensar e pensar...

Depois de um final de semana, com “as aventuras de Tintin”, separamos tempo para exercer a maior capacidade humana: a de pensar. Para melhor pensar é importante deixar um pouco de lado aquilo que foi herdado e cultivado diariamente, via repetição sistemática. Tal repetição tem uma expressão designativa que é “cultura religiosa” que alguns insistem, equivocadamente, em chamar de “religião”...

Bom início de semana Brasil!
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sexta-feira, 22 de agosto de 2008

Sobre o nepotismo...

Sobre o nepotismo...
Enéias Teles Borges


Curiosamente o substantivo se refere à autoridade dos sobrinhos ou demais parentes do papa na administração eclesiástica, mas hoje, inclusive designado em vários dicionários, o nepotismo se atém ao favoritismo para com parentes (empreguismo) no poder público.

Concentrando-me apenas no sentido usual (Brasil) eu diria que o Supremo Tribunal Federal (STF) fez o que era para ser efetivado pelo Poder Legislativo (ficou ruim, não é?). Que não se atrevam (deputados e senadores) a dizer que o Poder Judiciário imiscuiu-se na esfera do outro poder.

O interessante foi a perspicácia do STF em tomar medida oportuna contra as possíveis manobras, típicas do famigerado “jeitinho brasileiro”, isto é, os detentores do poder público não poderão contratar parentes até o terceiro grau e mais: as duas formas de nepotismo serão evitadas: (1) a direta, que consiste na contratação de parentes e (2) a cruzada, que seria a troca de favores entre agentes do poder.

Boa notícia! Em meio a tanta podridão eis que algo de bom veio lá do Planalto Central.

Gostariam de ter outra boa notícia? Essa, certamente, não precisa vir do poder público. Basta que venha do nosso meio. Conhecem o nepotismo da fé protestante? Existe e é forte. Vejam como parentes, independentemente da qualidade profissional, são lotados em pontos estratégicos. Coisa de republiqueta!

Não seria memorável o dia em que os membros das comunidades da fé passassem a proibir contratação de secretárias, assistentes e afins até o terceiro grau de parentesco? Não seria maravilhoso assistir ao fim (também) do nepotismo cruzado, do tipo: “... e aí pastor, pode contratar a minha mulher (tia, sobrinha...) como secretária...?”

É de se notar: aquilo que acontece no país repercute em vários setores sociais, inclusive no eclesiástico - tanto para o bem quanto para o mal. Vamos ter fé (virtude cristã) e esperar (esperança cristã) que o nepotismo se afaste das comunidades eclesiásticas (até mesmo como exemplo para a sociedade).

Refletindo: é horrível ver nos corredores do poder a quantidade de cabides de emprego e é triste (de fazer chorar) ver uma comunidade da fé funcionando como "porta cabideiros" ou quem sabe como uma imensa vaca leiteira...

Bom final de semana Brasil!
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quinta-feira, 21 de agosto de 2008

Uma do estilionatário...

Uma do estelionatário...
Enéias Teles Borges

O estelionatário dirigiu-se ao açougue. Era domingo, muitas pessoas na fila, dia de churrasco. Levou o filho junto. Garotinho, inocente e admirador do pai. Chegando a sua vez de comprar ele começou a fazer um longo pedido: carnes variadas, refrigerantes, carvão e cerveja...

No momento de pagar a conta enfia mão no bolso e exclama: “Cadê minha carteira?” Olha para o filho, garotinho, inocente e admirador do pai e pergunta: “filhinho, você mexeu em meu bolso e tirou a carteira?” O garoto olha, não entende o que se passa...

O dono do açougue diz, vendo a criancinha e jamais desconfiando do pai: “pode levar, depois o senhor passa de volta e traz o dinheiro...”

O estelionatário sai do açougue, entra no carro, sorri para o filho e segue seu caminho... Na próxima semana fará de novo, em outro açougue, claro... O filho? Continua um garotinho, inocente e admirador do pai...

Eu passaria um bom tempo digitando casos assim. Esse é real. Ouvi da boca do próprio “astro”. Ele se divertia. Dizia fazer tudo pela família e não poderia deixar seus queridos sem um bom churrasco naquele final de semana ensolarado.

Que maneira, meu povo, de levar a vida! De golpe em golpe. E sem baixar o padrão de vida...

Quando relembro esse episódio eu não me sinto capaz de julgar nem de condenar. É tanta coisa que acontece! É lobo comendo lobo! É a astúcia a serviço do “levar vantagem em tudo”. As pessoas estão a flertar com o erro e a sentir vergonha do comportamento correto.

O comportamento antijurídico está presente em todos os cantos. De uma forma ou de outra. Muitas vezes podemos enxergar tudo isso olhando para o espelho mais próximo...

Quem atiraria a primeira pedra?
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quarta-feira, 20 de agosto de 2008

Seria uma bênção?

A mulher ora. Suplica a Deus algo que lhe parece muito. Pede um pouco de dinheiro. Precisa comprar leite para o filho. É fato, não é mentira. Apenas quer um pouco de alimento dentro de casa. Nada mais que isso. Quer “o pão nosso de cada dia”. Ela é uma mulher piedosa. Não estudou por falta de condições. Casou-se, mas ficou viúva. Sozinha com um filho. Sem dinheiro, sem comida, mas com fé...

O homem ora. Suplica a Deus algo que lhe parece bom. Pede dinheiro para trocar de carro. Tem um carro que custa mais de 100 mil reais. Quer trocar por outro de R$ 150.000,00. Até tem o dinheiro da diferença, mas não quer mexer nas economias bancárias. Pede apenas para que obtenha sucesso no negócio que está fazendo. Caso alcance tal sucesso promete ser fiel no dízimo e na oferta... E pretende trocar de carro... Não pede “o pão nosso de cada dia”, pois já o tem. Ele é um bom homem. Bem conceituado no meio, conceituado na igreja... Casou-se e segue bem casado. Tem dois filhos. Tem dinheiro, tem comida e tem fé...

No dia seguinte a mulher ora, de novo. Não conseguiu aquele dinheiro de ontem, mas continua com fé...

No dia seguinte o homem ora, de novo. Conseguiu aquele dinheiro de ontem e continua com fé... E comprará o carro... E será fiel nas obrigações religiosas...

Por que Deus não atendeu ao pedido da mulher necessitada, mas atendeu ao pleito do homem endinheirado? Uma pergunta como essa é correta? Teria Deus deixado de interferir num caso e se manifestado no outro? Deus interfere assim mesmo, como muitos acreditam? Deus existe? São situações fáticas e são manifestações de fé.

Penso muito nisso tudo! Observo em minha volta, vejo e escuto. Ouço muita gente agradecendo a Deus por tudo. Até por algo que certamente dEle não provém... Imaginem um estelionatário dizendo, depois de aplicar um golpe na praça: “graças a Deus deu tudo certo”... Eu já ouvi isso. Ouvi várias vezes.

Já ouvi pessoas que não obtiveram o que pleitearam: “Deus sabe o que faz... Se não me concedeu é para o meu bem...”

Incrível como a cultura religiosa, que muitos insistem em chamar de religião, faz a pessoa acreditar em tudo o que convém para ela (pessoa) ou para ele (segmento cultural-religioso).

Alguém pode dizer e com certa razão: é melhor ter fé em algo que não existe do que viver sem fé e sem esperança...

Neste caso eu digo: é, tem razão...


Enéias Teles Borges

domingo, 17 de agosto de 2008

Quebrando a rotina

No último sábado minha esposa e eu resolvemos quebrar a rotina que está se tornando tormentosa. Durante a semana enfrentamos com galhardia o trânsito e as obrigações profissionais. Oportunidade para conversar existe, mas num período limitado e no tempo que eventualmente resta. Resta? Isso mesmo, no tempo que milagrosamente sobra.

Aos sábados costumamos ir à igreja. Saindo de casa pegamos um trânsito chato. Chegando cedo conseguimos um lugar para sentar, não conseguindo a situação se complica. Assistir ao culto de forma desconfortável não é nada bom. Sempre penso numa frase, quando estou em pé na igreja e em especial depois de enfrentar o famigerado e chato trânsito: “misericórdia quero, não sacrifício...”.

O próprio culto se transformou numa rotina insuportável. Liturgia arcaica e sem sentido. Formalidade repugnante e mensagens superficiais. Alguém pode dizer: “isso não é importante, a presença na igreja é para comunhão com Deus...” Fico pensando: só na igreja? E a comunhão pessoal e a comunhão familiar? A presença na igreja tem como fito principal a comunhão dos fiéis na adoração a Deus. Digam-me: qual comunhão dos fiéis existe num contexto de corre-corre e algaravia? Reverência: isso ainda existe? Se ainda existe precisa-se saber em qual templo...

Fato é que resolvemos pegar o carro e tomar a direção da estrada. Sem planejamento. Na Régis Bittencourt vimos indicação de uma cidade: Embu das Artes. Conhecíamos o município, mas fazia um tempão que por lá não passávamos. A cidade estava serena. Andamos e fomos sentar num banco da pracinha. Sabem aquelas pracinhas com coreto? Ficamos ali conversando como ocorria nos bons tempos de namoro. Depois saímos de mãos dadas pelas pequenas avenidas, olhando o artesanato, artistas esculpindo estatuetas, pessoas pintando quadros, senhoras costurando em tecidos e um outro no fabrico de bolsas. Havia até uma pequena exposição de filhotes de cães e na igreja católica peças antigas que antecediam ao período barroco.

Alguém se arvoraria a dizer que esse comportamento é contra os princípios tradicionais? Sim? E com qual autoridade? Aquela advinda do cumprimento sistematizado da rotina estonteante?

“Misericórdia quero, não sacrifício...” Conseguimos, ainda que de forma breve, esquecer da rotina da semana e do sacrifício dos sábados...

Foi um dia memorável!

Voltamos para casa e concluímos algo muito bom: isso precisa se repetir e repetir sempre.

Enéias Teles Borges

quarta-feira, 13 de agosto de 2008

Uso indevido de algemas

STF aprova súmula vinculante que limita o uso de algemas

O Plenário do STF (Supremo Tribunal Federal) aprovou, nesta quarta-feira (13), a súmula vinculante, que limita o uso de algemas a casos excepcionais. Somente poderá ser algemado o preso que oferecer resistência ou colocar em perigo o policial ou outras pessoas no momento da prisão.

Leia mais no Provedor UOL.

Nota: Qualquer tipo de exagero no exercício do poder, inclusive o de polícia, é medonho e precisa ser coibido. Tudo com equilíbrio. É necessário não denotar espetáculo ao público com um objetivo especial e espúrio: o de humilhar e de mostrar poder.

Enéias Teles Borges

quarta-feira, 6 de agosto de 2008

Enade 2007: avaliação

Nenhuma graduação particular conseguiu obter nível de excelência no Enade 2007, divulgado nesta quarta (6). Ou seja, não alcançou nota máxima no Enade, no IDD (Indicador de Diferença de Desempenho) e no CPC (Conceito Preliminar de Curso).
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Foram avaliados 1.745 cursos pagos. Deles, 698 ficaram sem nota, segundo o MEC porque são graduações que ainda não tiveram alunos formados.
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Nota do Editor: é necessária uma avaliação dos critérios adotados para o aferimento do nível das graduações particulares no Brasil. De qualquer forma é preocupante pois não estamos nos referindo a algumas escolas ou à maioria: referimo-nos à totalidade.
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