sexta-feira, 29 de janeiro de 2010

Assalto à mão armada...

Assalto à mão armada
Enéias Teles Borges

Acabei de ser assaltado à mão armada. Faz menos de quarenta minutos. No trânsito travado de São Paulo duas pessoas, usando capacete, forçaram-me a abaixar o vidro do carro. Levaram meus celulares, meu anel de advogado, minha aliança e meu relógio. Foram cordiais, preservando a minha vida.

Não foi a primeira vez que passei por situação de tremenda violência. Sequestro de minha esposa - e essa é a terceira vez que fui assaltado em São Paulo. Será que serei forçado a me acostumar com tudo isso?

Sinto que devo ficar feliz. Estou com vida e para não dizer que não sofri violência física: minha aliança foi arrancada à força, provocando um pequeno ferimento em meu dedo. Foram-se os anéis e ficaram os dedos. Foram-se os celulares e ficaram os ouvidos e a boca. Foi-se o relógio e ficou o pulso. Foi-se a calma e ficou a vida.
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quinta-feira, 28 de janeiro de 2010

Avanço da ciência

Avanço da ciência
Enéias Teles Borges


Há quem diga que tudo o que o homem conseguir imaginar um dia será realizado. No que diz respeito à ciência, todo instante surgem evidências que apontam para essa possibilidade. Depois da clonagem o homem segue avançando e lutando contra questões tidas como pertencentes ao campo ético. Não me espantei quanto li a matéria que segue abaixo.[ETB]

Cientistas norte-americanos fazem célula da pele virar neurônio


São Paulo - A criatividade dos cientistas para superar as complicações éticas que envolvem as pesquisas com células-tronco embrionárias parece não ter fim. Primeiro inventaram uma maneira de reprogramar geneticamente células da pele para se comportarem igual às embrionárias, com capacidade para se transformar em qualquer tecido do organismo. Agora, pesquisadores da Universidade Stanford, nos Estados Unidos, fizeram algo ainda mais prático: inventaram uma técnica semelhante para transformar células da pele diretamente em neurônios, sem passar pela etapa de "tronco".

Em tese, isso permitiria produzir neurônios in vitro, em grandes quantidades, para o tratamento de lesões e doenças que afetam o sistema nervoso, como traumas medulares, esclerose múltipla ou Parkinson. As células seriam derivadas da pele do próprio paciente, sem risco de rejeição.

Batizadas de neurônios induzidos (iN, na sigla em inglês), as novas células foram capazes de formar sinapses e transmitir impulsos elétricos in vitro - um forte indício de que são células funcionais. Ou seja: não só parecem neurônios, mas também funcionam como tal. "Podemos dizer que nossas células são qualitativamente equivalentes a neurônios verdadeiros", disse o pesquisador Thomas Vierbuchen, da Universidade Stanford, na Califórnia.

As células ainda não foram testadas em animais, apenas in vitro. Outra ressalva é que a técnica só foi testada em células de camundongo. Mas a expectativa é grande de que funcione também em células humanas.

A técnica usada para induzir a transformação celular é a reprogramação genética. Os cientistas introduzem nas células da pele uma combinação de genes que fazem com que elas percam sua especificidade e voltem a funcionar como células "pluripotentes", equivalentes às embrionárias, com capacidade para se diferenciar em qualquer tipo de célula - por exemplo, fibras musculares ou neurônios.

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terça-feira, 26 de janeiro de 2010

Vida extraterrestre - I

Vida Extraterrestre
Enéias Teles Borges


Vida fora da terra tem sido especulada pela ciência faz longo tempo. Para os religiosos, de uma maneira geral, existe vida fora da terra. Vida imaculada, sem os efeitos do pecado. Para os cientistas é tudo diferente. Investigam e buscam qualquer forma de vida.

O interessante é pensar que as convicções massacram-se: caso seja confirmado o que é crido pelos criacionistas a ciência sucumbirá em muitos pontos. No caso de descoberta vida extraterrestre, de uma forma que divirja das convicções criacionistas, o castelo de muitos crentes ruirá para sempre - a menos que a religião seja repensada.

Paira no ar uma notícia que talvez não seja do agrado de muitos (segue logo abaixo).

Chance de encontrar extraterrestres é maior do que nunca, diz astrônomo britânico
Pallab Ghosh

As chances de se descobrir vida fora da Terra são maiores do que nunca, segundo afirma Martin Rees, o principal astrônomo britânico e presidente da Royal Society, a academia de ciências da Grã-Bretanha.

A Royal Society organiza a partir desta segunda-feira em Londres uma conferência com pesquisadores de várias partes do mundo para discutir as perspectivas de se encontrar formas de vida extraterrestres.

Segundo Rees, que em 1995 foi agraciado com o título de Astrônomo Real, uma descoberta como essa poderia representar um momento de mudança para a humanidade, alterando nossa visão de nós mesmos e de nosso lugar no cosmos.

Cientistas de todo mundo vêm analisando sinais do espaço em busca de emissões de ondas sonoras feitas por seres inteligentes fora da Terra, mas tudo o que conseguiram captar até hoje foi estática.

Avanços

Para Rees, porém, o avanço tecnológico torna maior do que nunca a possibilidade de que essa busca se mostre frutífera.

“A tecnologia avançou tanto que pela primeira vez nós podemos realmente ter a esperança realista de detectar planetas não maiores do que a Terra orbitando outras estrelas”, diz Rees.

“Poderemos saber se eles têm continentes e oceanos, descobrir que tipo de atmosfera têm. Apesar de ser um longo passo para sermos capaz de descobrir sobre qualquer forma de vida nesses planetas, é um progresso tremendo ser capaz de ter algum tipo de imagem de outro planeta, semelhante à Terra, orbitando outra estrela”, observa.

Segundo ele, o envio ao espaço de telescópios capazes de detectar planetas semelhantes à Terra no entorno de estrelas distantes agora torna possível concentrar mais os esforços de busca.

“Se encontrássemos vida, mesmo a forma mais simples de vida, em outros lugares, isso seria claramente uma das maiores descobertas do século 21”, diz Rees.

“Desconfio que pode haver vida e inteligência lá fora em formas que não podemos imaginar. E poderia, claro, haver formas de inteligência aquém da capacidade humana, mais avançada do que somos avançados em relação a um chimpanzé”, afirma.

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domingo, 24 de janeiro de 2010

Acerca do filme Avatar...

Na noite de sábado, 23 de janeiro de 2010, fui, com minha esposa e filhas, assistir ao filme avatar. Fizemos questão de ver o filme em 3D. Confesso que foi a primeira vez que assisti a algum filme desse jeito. Gostei demais! Acredito que essa maneira é a forma futura do cinema. Algo especialíssimo!

Não quero tecer comentários sobre a questão mística que envolve o filme. Certamente os partidários da fé cega e da faca amolada já cumpriram seu falso mister de advertir o mundo. Prefiro sugerir que você e sua família façam o que fizemos: com uma boa pipoca, refrigerante e o desejo de ter um momento de tranquilidade e lazer.

Impressionou-me o objeto tratado pelo filme e a deixa: com certeza teremos o seguimento e ao que tudo indica será uma trilogia. Boa ideia. Espero poder acompanhar, com mais tecnologia ainda, a continuação da saga.

O filme espelha o anseio humano e o apego à suposta força maior - divindade. Não é questão de crer ou não crer e sim a realidade retratada no filme. Trata-se de um povo que está preso ao misticismo e espera (e crê) na ajuda do alto. O curioso, nesse caso, é que os humanos são os vilões que invadem um mundo ainda verde...

Vale, portanto, a dica. O filme é bom.

quarta-feira, 20 de janeiro de 2010

REMEDIADO ESTÁ



Remediado está
Enéias Teles Borges


A famosa frase, "quando não há mais remédio, remediado está", resume bem o sentimento ateu quanto ao futuro, após essa vida aqui na terra. É claro que o ateu aceitaria de bom grado uma vida futura, longa e feliz. Mas ele não acredita nessa possbilidade. Para o criacionista, que crê na existência de um deus pessoal, a possibilidade de não haver vida após essa é uma tragédia! Para o ateu a questão é bem mais simples: remediado está!

Quando as possibilidades se esgotam, não adianta chorar. Acabou! Está, portanto, remediado. Melhor seria se fosse diferente, mas não é. Ponto final! Está remediado!

Existe vida depois dessa, para os atuais viventes deste mundo? O ateu acredita que não. Para ele isso é conclusivo. Não adianta chorar. É importante assimilar.

Remediado está!
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segunda-feira, 18 de janeiro de 2010

SELO: METAMORFOSE AMBULANTE


Recebi o selo de reconhecimento Metamorfose Ambulante - Selo: Esse Blogue Vale à pena... !! de dois blogues conceituadíssimos. Do blogue "a arte de ter razão" e do blogue "livre pensador". Indicarei, como deve ser, cinco blogues que têm contribuído com conhecimento, informações e fomento de discussões. São os seguintes:



Quero externar minha gratidão pelo prêmio que considero de alto valor. Espero continuar merecendo as visitas dos amigos.
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sexta-feira, 15 de janeiro de 2010

PROFETAS DE PLANTÃO - III


Não poderia ser diferente. Um profeta de plantão já surgiu e começou a "explicar" a razão do terremoto devastador que ocorreu no Haiti. Sei que nem todos os religiosos são assim, mas sei, também, que os ateus não costumam ser contudentes diante de circunstâncias como essa tragédia que abalou o mundo.

Pastor americano atribui terremoto a 'pacto com o Diabo' e provoca protestos; país se libertou da França em 1804.

Um dia depois do terremoto que destruiu a já precária infraestrutura do Haiti e causou milhares de mortes, o pastor evangélico Pat Robertson afirmou que o fenômeno está ligado ao fato de o país da América Central ter sido "amaldiçoado" por ter feito um "pacto com o Diabo".

"Houve uma coisa que aconteceu no Haiti muito tempo atrás, e as pessoas não querem falar sobre isso", disse ele ontem em um programa da Christian Broadcasting Network's (rede de teve comandada por Robertson). "Eles estavam sob o domínio francês. Você sabe, Napoleão 3º, ou o que for. Então eles se juntaram e selaram um pacto com o Diabo. Disseram: 'Vamos servi-lo se você nos tornar livres dos franceses. É uma história verdadeira. Então, o Diabo disse: ok, negócio fechado."

Robertson é um extremista conservador norte-americano, e sua fala provocou uma onda de protestos nos Estados Unidos. Ele tentou ser candidato a presidente do país, em 1988, mas foi derrotado nas prévias do Partido Republicano. Entre suas previsões não realizadas, está a de que em 1982 o mundo acabaria e que um tsunami atingiria a Costa Leste dos EUA.

"Esta não é uma atitude que expressa o espírito do presidente ou do povo americano, portanto eu acredito que é um comentário bastante estranho de ser feito", disse hoje Valeria Jarrett , conselheira de Barack Obama, quando pediram que ela tratasse do assunto. Jarrett declarou-se sem ter o que dizer diante da afirmação.

Um comunicado oficial de um porta-voz Robertson tentou suavizar suas afirmações, afirmando que o pastor não quis dizer que a responsabilidade era dos haitianos, mas que ele estava apenas repetindo a lenda contada por "incontáveis estudiosos e figuras religiosas", que por séculos acreditam que o país está amaldiçoado.

Tratando não só da fala do pastor, mas também de um artigo do "New York Times" que também usou a palavra "amaldiçoado" para referir-se à situação do país, dessa vez como figura de linguagem, a jornalista Farai Chideya escreveu um artigo que revela a origem da ideia e trata também que problemas históricos que, para ela, explicam muito melhor a fragilidade das instituições e das construções do Haiti.

"A palavra 'amaldiçoado' vem de uma imagem racializada do vodu (o fato de que o vodu é atualmente uma religião e não apenas uma zombaria é outra batalha que eu não posso enfrentar aqui) que pessoas com péssimas intenções estão ansiosas por explorar", disse ela.

Robertson comparou o Haiti à Republica Dominicana, país que "divide" o território da ilha em que está o Haiti. "A República Dominicana é próspera, rica, cheia de recurso etc. O Haiti é extremamente pobre, na mesma ilha. Eles têm de orar e nós precisamos orar por eles por uma grande virada para Deus a partir desta tragédia. Eu estou otimista de que algo bom virá." Robertson disse ainda que no momento está ajudando as pessoas que estão sofrendo de forma "inimaginável".

O embaixador do Haiti nos Estados Unidos criticou Robertson e defendeu que o processo de libertação do Haiti deu início à onda independentista de toda a América - o que possibilitou inclusive, a expansão territorial dos Estados Unidos.

Para a jornalista Chideya, no entanto, talvez fosse melhor o Haiti ter feito um pacto com o Diabo do que com a França. "Depois de ser derrotado militarmente pelo revolucionário Toussaint L'Ouverture, o poder colonial francês exigiu do Haiti uma reparação", escreve ela, equivalente nos dias de hoje a aproximadamente US$ 20 bilhões. "O efeito cascata deste acordo não pode ser subestimado" - a dívida da "independência" foi quitada apenas em 1947.
A história do Haiti, São Domingos até a independência, em 1804, está ligada à história da Revolução Francesa e à luta pelo fim da escravidão nas Américas. Ela tem início em 1791, quando a notícia de que a escravidão havia sido abolida pelos revolucionários franceses chega à ilha. Toussaint ascenderia à liderança dos revoltosos a partir de 1794.

É uma história rica em detalhes, o que pode levar a alguns tropeços informativos que, no geral, não mudam a essência - uma luta pelo fim da escravidão e da dominação europeia empreendida por negros e mestiços.

O negro Toussaint L'Ouverture, filho de um chefe tribal africano, por exemplo, é uma das figuras mais importantes da história de libertação do Haiti, mas a derrota final das dezenas de milhares de soldados das tropas francesas de Napoleão 1º, o Bonaparte, foi concretizada por homens que haviam estado sob seu comando - ele, sem romper definitivamente com a França, morreu na prisão na metrópole no começo do século XIX - e não em meados, quando Luís Bonaparte, o 3º, referido por Robertson, subiu ao poder (1848).

Foi uma guerra racial sangrenta, com execuções de brancos e de negros, e grandes queimadas que destruíram o país. Ao final dela, a escravidão permaneceu abolida (contra os planos de Napoleão) e o Haiti deixou de ser uma colônia francesa. Uma conseqüência disto foi o fortalecimento das tradições econômicas (como a agricultura de subsistência) e religiosas de origem africana - praticadas pelos líderes da revolta, uma mitologia que parece ter influenciado diretamente a avaliação do pastor evangélico Pat Robertson.

No texto "O épico e o trágico na história do Haiti" (2004), uma resenha do clássico "Os Jacobinos Negros" (Boitempo), de C.L.R. James, o historiador brasileiro Jacob Gorender procura discutir por que o Haiti, que no início do século 19 era a colônia mais produtiva das Américas e a primeira a conquistar a Independência nacional, não teve "uma trajetória progressista, mas, ao contrário, se tornasse o país mais pobre do continente, talvez um dos mais pobres do mundo?"

Para Gorender, a ousadia dos cerca de meio milhão de negros e mestiços do país foi punida por uma espécie de "quarentena" após a independência, que o país sofreu mesmo das nações latino-americanas recém-emancipadas.

"Quando exilado, Simon Bolivar encontrou abrigo no Haiti", onde recebeu proteção, ajuda financeira, dinheiro, armas e até uma prensa tipográfica, escreveu Gorender. "No entanto, Simon Bolivar excluiu o Haiti dos países latino-americanos convidados à Conferência do Panamá, em 1826. O isolamento internacional acentuou o atraso e agravou as dificuldades históricas, após uma das mais heróicas lutas emancipadoras do hemisfério ocidental."

Do ponto de vista político, para Gorender, "Toussaint não conseguiu perceber que, da Convenção de 1789 ao consulado bonapartista, a Revolução Francesa infletiu para a direita, mudando as características do regime político no país, como também afastando-se da posição inicial com relação à escravidão nas colônias."

Quando os escravos viram-se definitivamente livres do trabalho compulsório nas plantações de cana e nos engenhos de açúcar, o Haiti saiu do mercado mundial do açúcar. "De colônia mais produtiva das Américas passou a país independente pauperizado e fora de um intercâmbio favorável na economia internacional", avalia Gorender.

 
Nota: O que mais pode ser dito?[ETB]
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quinta-feira, 14 de janeiro de 2010

Harém e escravidão...


Policia de Israel invade harém de polígamo em Tel Aviv

A polícia de Tel Aviv invadiu o harém de um polígamo que tem 32 mulheres e 60 filhos e é suspeito de estuprar e escravizar as crianças e as mães.

A imprensa local revelou nesta quinta-feira que a polícia invadiu e desmontou o harém no sul de Tel Aviv, onde o israelense Goel Ratzon, de 60 anos, mantinha dezenas de mulheres e crianças em regime de escravidão e terror.

Durante a operação, que envolveu 150 policiais, as autoridades invadiram os prédios onde a "grande família" morava e prendeu o chefe do harém e duas das mulheres, suspeitas de não impedirem o abuso de crianças.

Todas as outras mulheres e seus filhos foram encaminhados a abrigos especiais, e segundo o Ministério do Bem-Estar Social, as autoridades não separaram as crianças de suas mães.

Choque

Os detalhes da vida no harém provocam choque no país.

De acordo com a repórter de assuntos criminais da radio estatal, Adi Meiri, "como é possível que tanto a policia como o Ministério do Bem-Estar Social ignoraram esses crimes durante tantos anos?".

Porém a policia e o ministério trocam acusações de negligência e cada lado afirma que fez "todo o necessário" para proteger as mulheres e crianças.

A policia declarou que realizou uma "investigação minuciosa" que durou sete meses, para colher evidências sólidas dos crimes cometidos por Ratzon e resolveu invadir o local depois que conseguiu obter as provas.

O vice-diretor do ministério do Bem-Estar Social, Menahem Vachshal, afirmou que o ministério vem tratando das mulheres e crianças desde 1997, dando um "atendimento pontual".

Vachshal também afirmou que as crianças frequentavam as escolas regularmente, se apresentavam "limpas e arrumadas" e "não demonstravam sinais de maus tratos".

Controle

As dezenas de mulheres que viviam no harém trabalhavam e entregavam todo o dinheiro que ganhavam para Ratzon, que controlava totalmente a vida delas e das crianças, em um regime autoritário que envolvia o pagamento de multas e violência física caso violassem as regras definidas por ele.

Por exemplo, mulheres que "falassem besteiras" ou trabalhassem na companhia de outros homens tinham que pagar multas a Ratzon.

Para Gabi Zohar, diretor do Centro Israelense para Vitimas de Seitas, o harém de Ratzon tinha todas as características de uma seita mística.

Zohar afirmou que "trata-se de um caso gravíssimo de exploração de mulheres e crianças, mantendo um regime de terror espiritual, psicológico e físico".

De acordo com Zohar, as mulheres acreditam nos "poderes místicos" de Ratzon e "morrem de medo" dele.

Zohar também comparou esse caso com a seita americana Children of God.

A advogada de Ratzon, Shlomtzion Gabai, disse que seu cliente afirma que "não fez nada de mal e que as mulheres escolheram viver com ele por sua própria vontade e nenhuma delas era mantida à força".

Segundo a advogada, Ratzon alega que uma mulher que deixou o harém deve ter contado "essas mentiras" à policia.

Quando se apresentou perante o tribunal de Tel Aviv, o suspeito negou todas as acusações contra ele.
 
 
Nota: Estamos no século XXI e ainda é possível deparar com esse tipo de situação. Causa espanto saber que tudo o que acima foi narrado ocorreu, de forma sistemática, durante tanto tempo. Parece-nos impossível concluir até que ponto de comportamento, tido como degradante, o ser humano consegue ir...[ETB]
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quarta-feira, 13 de janeiro de 2010

DESGRAÇA E MAIS DESGRAÇA


Autor: Enéias Teles Borges

Até pouco tempo o Brasil respirava a desgraceira ocorrida no Litoral Sul do Rio de Janeiro. Angra dos Reis, paraíso natural, tornou-se sala de tristeza e choro profundo. Eis que surge nova desgraça e num volume aterrador. O Haiti - devastado por um terremoto. O povo local começa a contar seus mortos. O Brasil, por ter enviado uma missão militar de paz, também haverá de chorar por seus falecidos.

Muito sofrimento, muita tristeza, ações firmes e ineficazes, nunca na medida da necessidade. Profetas de plantão, com suas mensagens que pouco trazem resultado e que se mostram desnecessárias mostrarão suas "caras"... Historietas de milagres surgirão. O furor religioso, semelhante ao que ocorreu por ocasião do "famoso" tsunami, ressurgirá e os partidários da fé cega e da faca amolada darão seus pareceres nojentos...

Enquanto isso o mundo passa pela desgraça tendo sempre em mente que outras virão, como sempre vieram...
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terça-feira, 12 de janeiro de 2010

Honoráveis bandidos

Comentário de Enéias Teles Borges

O livro Honoráveis Bandidos, de Palmério Dória, foi minha leitura, em duas noites antes de dormir, nos dias que passei em Ubatuba, São Paulo. Leitura fácil e agradável. Dá para ler "numa sentada", diriam os mais antigos. Recomendo, portanto, a leitura dessa obra que já está se tornando memorável. O livro denuncia, claro, um dos últimos coronéis do Nordeste do Brasil e como ele sempre procedeu para estar em evidência e fazer do País uma espécie de "quintal da sua casa".

A revista Veja publicou uma resenha, disponível [neste link].

Trecho de Honoráveis Bandidos
de Palmério Dória

Capítulo 1

Estado de permanente sobressalto

Comemoração com cara de velório • Por que Roseana chora, se os outros aplaudem? • Tem sujeira por trás do impoluto jurista o Rolo justifi ca outro rolo e assim por diante • A qualquer momento nas páginas policiais

Estamos em 2009. Na data em que completa meio século de carreira política, aos 78 anos, o velho coronel comemora sem o menor sinal de euforia. Por certo pesam-lhe na memória as palavras de seu falecido amigo Roberto Campos, tão entreguista que lhe pespegaram o apelido de Bob Fields, ministro do Planejamento de Castelo Branco, primeiro general de plantão do governo militar:

"Certas vitórias parecem o prenúncio de uma grande derrota. É um amanhecer que não canta."

Deputado federal, governador do Maranhão, presidente da República, cinco vezes senador. E, no início desse ano pré-eleitoral, eis que em 2010 se dariam eleições presidenciais, ele chegava pela terceira vez à presidência do Senado. Mas tinha a sensação de que tudo aquilo que havia conquistado em meio século de vida pública podia estar por um segundo. Não foi de bom agouro a cena que se seguiu a seu discurso de pouco mais de cinco minutos, ao apresentar sua candidatura à presidência da Casa, naquela manhã de 2 de fevereiro, dia de festa no mar. Em sua fala, ele citou por sinal Nossa Senhora dos Navegantes, depois de se comparar a Rui Barbosa pela longevidade na vida pública e de proclamar que não houve escândalos em suas outras passagens no cargo. Esperava uma sessão rápida, mas, para sua inquietação, vários pares passaram a revezar-se para defender o outro candidato à presidência do Senado, o petista acreano Tião Viana, e aproveitaram para feri-lo. Assim, quando abriram a inscrição para os candidatos, ele pediu para falar. Queria dar a última palavra.

Marcado pela fama de evitar confrontos em plenário, fugiu a seu estilo e fez um pronunciamento duro. Um improviso daqueles que a gente leva um mês para preparar. Deixou claro que não gostou de ver Tião Viana posar de arauto da modernidade e higienizador da podridão que paira nos ares do parlamento brasileiro.

Depois de lembrar a coincidência de 50 anos antes, quando no dia 2 de fevereiro de 1959 assumia o primeiro mandato no Congresso como deputado federal, atacou:

"Não concordo quando se fala na imoralidade do Senado. O Senado é os que aqui estão. Reconheço que, ao longo da nossa vida, muitos se tornaram menos merecedores da admiração do país, mas não a instituição."

Então, pronunciou as palavras seguintes, que trazem os sinais trocados, pois tudo quanto você vai ler é tudo quanto o velho senador não é:

"Durante a minha vida, passei aqui nesta Casa 50 anos. Muitas comissões, vamos dizer assim, muitos escândalos existiram envolvendo parlamentares, mas nunca o nome do parlamentar José Sarney constou de qualquer desses escândalos ao longo de toda a vida do Senado." Disse mais: "A palavra ética, para mim, que nunca fui de alardear nada, é um estado de espírito. Não é uma palavra para eu usar como demagogia ou uma palavra para eu usar num simples debate."

A filha Roseana Sarney, senadora pelo Maranhão, do Partido do Movimento Democrático Brasileiro, o mesmo PMDB do pai, caminhava pelo plenário, muito nervosa. Estava em lágrimas quando o pai encerrou sua fala. Os oitenta pares o aplaudiram protocolarmente, mas um deles, de um salto pôs-se de pé e bateu palmas efusivas, acompanhadas do revoar de suas melenas. Tratava-se de Wellington Salgado, do PMDB mineiro, conhecido como Pedro de Lara ou Sansão.

Onde se encontravam os jornalistas de política nesse momento, que não registraram tal despautério? Pedro de Lara é aquela figura histriônica que roubava a cena no programa Silvio Santos como jurado ranzinza, debochado e falso moralista. E Sansão, o personagem bíblico que perdeu o vigor quando Dalila o traiu cortando-lhe a cabeleira.

Esta figura caricata pareceria um estranho no ninho em qualquer parlamento do mundo. Nascido no Rio, é dono da Universidade Oliveira Salgado, no município de São Gonçalo, e responde a processo por sonegação de impostos no Supremo Tribunal Federal. Conseguiu um domicílio eleitoral fajuto em Araguari, Minas Gerais, e praticamente comprou um mandato de senador ao financiar de seu próprio bolso, com 500 mil reais, uma parte da milionária campanha para o Senado de Hélio Costa, o eterno repórter do Fantástico da Rede Globo em Nova York.

Com a ida de Hélio para o Ministério das Comunicações de Lula, seu suplente Wellington então ganhou uma cadeira no Senado Federal, presente que ele paga com gratidão tão desmesurada, que separa da verba de seu gabinete todo santo mês os 7 mil reais da secretária particular do ministro. Nesse tipo de malandragem, fez como seu ídolo, colega de Senado Renan Calheiros, que vinha pagando quase 5 mil mensais para a sogra de seu assessor de imprensa ficar em casa sem fazer nada.

Mas o cabeludo senador chegou à ribalta em 2007, justamente como aguerrido integrante da tropa de choque que salvou o mandato de Renan Calheiros, então presidente do Senado e estrela principal do episódio mais indecoroso daquele ano, com amante pelada na capa da Playboy, bois voadores e fazendas-fantasma. O alagoano Renan, com uma filha fora do casamento, que teve com a apresentadora de tevê Mônica Veloso, bancava a moça com mesada paga por Cláudio Gontijo, diretor da construtora Mendes Júnior. Ao tentar explicar-se, Renan enredou-se em notas frias, rebanho superfaturado, rede de emissoras de rádio em nome de laranjas, enquanto Mônica mostrava aos leitores da revista masculina da Editora Abril a borboleta tatuada na nádega.

Durante 120 dias, enxotado pela mídia e pela opinião pública, Renan resistiu no cargo, suportando humilhações como o plenário oposicionista virando-lhe as costas no dia em que tentou presidir uma sessão. Esse era o Renan que, quase dois anos depois, no 2 de fevereiro de 2009 posaria vitorioso como articulador-mor da volta de José Sarney à presidência da Casa.

Quem diria, não? O José Sarney que já foi companheiro de um nacionalista respeitado como Seixas Dória, de um articulador do calibre de José Aparecido de Oliveira, de um jurista do porte de Clóvis Ferro Costa, todos três integrantes do grupo Bossa Nova, espécie de esquerda da União Democrática Nacional, a conservadora UDN, todos três ostentando o galardão de ter sido cassados pelo golpe militar de 1964, e sabe-se lá por quais artes só ele, Sarney, dentre os quatro amigos escapou da cassação, esse mesmo Sarney agora festejado pelo cabeludo sonegador e por uma das mais desmoralizadas figuras do cenário político brasileiro, Renan Calheiros, que tinha nos costados um inquérito com 29 volumes tramitando no Supremo.

Quer fechar o círculo direitinho? Em 2007, depois de absolvido pelo plenário em votação secreta e escapar da cassação por quebra de decoro parlamentar, na casa de quem Renan Calheiros comemorou a preservação do mandato? Na casa de seu salvador, Sarney, junto com outras figuras, como o deputado federal e ex-presidente do Senado Jader Barbalho, com know-how em renúncia para escapar de cassação; Romero Jucá, líder do PMDB no Senado; Edison Lobão, futuro ministro das Minas e Energia; e, claro, Roseana Sarney. Nesse festejo, no Lago Sul de Brasília, não se esqueceram de "homenagear" o senador amazonense Jefferson Peres. Esta fi gura íntegra do parlamento brasileiro, relator do caso Renan no Conselho de Ética, recomendou a cassação, pedida pelo povo brasileiro. Os convivas mimoseavam Jefferson a todo momento, referindo- se a ele como "aquele pobre relator".

Memorável dia 2 de fevereiro. Surpreendentes seriam as fotografias nos jornais do dia seguinte. Sarney de óculos escuros como os ditadores latino-americanos do passado, amparado pelo colega de PMDB Michel Temer, eleito presidente da Câmara, igualmente pela terceira vez. Barba e bigode. Este Michel Temer merece umas pinceladas.

Fonte: [Revista Veja].
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segunda-feira, 11 de janeiro de 2010

O medo do que virá

Autor: Enéias Teles Borges

O medo do que virá toma conta de quem se esquece do passado, não vive o presente e concentra-se exclusivamente no futuro. O medo do que poderá vir depois da morte (futuro) tem obstado o viver dos que dedicam o presente à semeadura. Semeiam no presente para que haja uma colheira futura e eterna. O medo de que o futuro reserve algo que difira do almejado tem trazido angústia à alma dos que falsamente creem. Sim, daqueles que se dizem convictos em sua fé, mas que tentam substanciá-la com falsas teses científicas, entre elas a famigerada teoria do design inteligente.

Quem tem fé e somente ela, dorme em seus braços no presente e acredita, piamente, que no futuro viverá dos louros dessa fé. O materialista já se resolveu. Para ele, morreu acabou! Sem desgraça e sem glória. Sem riso e sem choro. Sem prazer e sem dor.

O medo do que virá está no peito dos que não possuem fé genuína ou ateísmo convicto. O meio termo, aqui, é o reino do pavor. É o permanente medo do que virá.

O que quero sugerir com essa postagem? Que em 2010 tenhamos, de forma clara, apenas os dois grupos: os que acreditam em divindades e os que acreditam na inexistência delas. Não será bem mais simples?

E que tudo seja na paz, sem a maldita intolerância!
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quinta-feira, 7 de janeiro de 2010

O fim da vida na terra

Você sabia que existe uma estrela (não é o sol) que está "perto" da terra e que ela, ao explodir, destruirá a camada de ozônio do nosso planeta, tornando-o inabitável? Sabia que de nada servirão os esforços humanos que tentam evitar o aquecimento global? Para saber mais leia o texto abaixo e ao final pondere: você estará vivo quando a catástrofe ocorrer?

Fonte do texto: [G1 - Ciência e Saúde]

O FIM DA VIDA NA TERRA

Cientistas identificaram uma estrela a 3.260 anos-luz da Terra que pode se transformar em uma supernova e, nesse caso, ameaçar a camada de ozônio do planeta, tornando-o inabitável.

Os astrônomos americanos que identificaram a "bomba-relógio" a partir de imagens do telescópio Hubble anunciaram a descoberta na reunião da Sociedade Americana Astronômica (AAS, na sigla em inglês), nesta semana, em Washington DC.

De acordo com o astrônomo Edward Sion, da Villanova University, na Filadélfia, a estrela T Pyxidis parece destinada a explodir com força para se transformar em uma supernova - corpos celestes que surgem depois de explosões de estrelas com mais de 10 massas solares.

A essa distância, dizem os astrônomos, a explosão poderia destruir a camada de ozônio da Terra, deixando o planeta vulnerável a radiações.

A estrela já apresentou explosões menores no passado, em intervalos constantes de aproximadamente 20 anos, em 1890, 1902, 1920, 1944 e 1967. Mas a estrela não apresenta explosões há 44 anos, e os astrônomos não sabem a explicação.

Um novo estudo usando informações do satélite International Ultraviolet Explorer mostrou que a T Pyxidis está muito mais próxima da Terra do que se imaginava e que se trata, na verdade, de um sistema com duas estrelas em que uma delas atua como sol, e a outra, menor e mais densa, como anã branca.

A anã branca está ganhando massa com o gás vindo da estrela vizinha. Se sua massa ultrapassar 1,4 vez a massa do sol - o chamado Limite de Chandresekhar - ela está destinada a sofrer uma poderosa explosão termonuclear que a destruiria e que poderia afetar também a Terra.

O evento, chamado supernova Tipo Ia, liberaria 10 milhões de vezes mais energia do que a explosão de uma nova (quando estrelas comuns chegam ao fim de sua vida útil), que dá origem às anãs brancas.

As explosões que originam novas são muito mais comuns no universo do que as que originam as supernovas.

Segundo os astrônomos responsáveis pelo estudo, as imagens do Hubble mostram que a T Pyxidis parece destinada a virar uma supernova.

Apesar do risco, porém, os astrônomos afirmam que não há motivo para pânico, já que a estrela só deve chegar ao limite de Chandresekhar - provocando a massiva explosão - em 10 milhões de anos.

Vejam a imagem da estrela:

Nota: É claro que os dados científicos tratados nesse texto não são válidos para os que acreditam numa terra renovada e que assim se manterá pela eternidade. Servem para os ateus e/ou aqueles que acreditam na existência de um criador - que não seja um ser pessoal.

Enéias Teles Borges

segunda-feira, 4 de janeiro de 2010

A FORÇA BRUTA DA NATUREZA


A força bruta da natureza
Enéias Teles Borges


Até nem sei se a expressão que encabeça este texto é correta. Fato é que a natureza requisitou de volta alguns espaços invadidos pelo homem no Litoral Norte de São Paulo e no Litoral Sul do Rio de Janeiro. De certa forma nós estamos perto do "olho do furacão". Aqui em Ubatuba a situação ficou muito complicada. A chuva que desceu na virada do ano (2009 para 2010) causou transtornos ainda não superados. Estamos quase ilhados. Voltar para São Paulo (Capital) virou uma via dolorosa. Não há como subir pela Rodovia Oswaldo Cruz, que liga Ubatuba a Taubaté, passando por São Luiz do Paraitinga. Seguir de volta somente pela Rio-Santos e quando chegar a Caraguatatuba fazer difícil escolha: continuar pela Rio-Santos, subir até o fim pela Tamoios ou tentar um corte por dentro, passando por Salesópolis e seguir rumo a Mogi das Cruzes? Escolha brava!

Minha família seguirá por aqui e quando resolver subir a serra alguma solução estará na mesa. No meu caso não dá! Preciso seguir rumo a São Paulo. No último domingo o trajeto de 50 quilômetros entre Ubatuba e Caraguatatuba estava propiciando um "passeio" de 10 horas!

Mas sabem mesmo o que causou tristeza? O que aconteceu na simpática São Luiz do Paraitinga, terra do grande sanitarista Oswaldo Cruz. A cidade está arrasada! A foto que escolhi para a postagem é para marcar a mente, enchendo-a de nostalgia. Como sabem a frente da igreja matriz ruiu e essa foto acima é para o álbum da saudade. A situação por lá está terrível, como é possível imaginar. Claro que os fatos ocorridos em Angra dos Reis transformam o sofrimento por aqui, e também em São Luiz do Paraitinga, uma simples ferida...

Por essa e outras é que sempre há motivo para buscar o otimismo, ainda que o espelhamento seja o escolher entre o pior e o menos pior. O ideal de escolher entre o bom e o melhor é exatamente isso: "o ideal", nada mais que isso...

Desejo a você, ainda que depois da data, um Feliz Ano Novo!
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