quarta-feira, 30 de janeiro de 2008

O Glorioso de General Severiano

Quando tive noção dos fatos eu já era botafoguense. Lembro-me que logo após a Copa do Mundo de 1970 no México, comecei a me interessar por Futebol. Em 1971, na cidade de Vitória da Conquista – Bahia (não é minha terra natal), eu me lembro de vizinhos que torciam pelo Flamengo, Fluminense e Vasco. Os botafoguenses me conquistaram. Eram mais simpáticos! Com nove anos de idade eu já torcia e sofria pelo Botafogo.

Somente em 1989, muito tempo depois, é que pude ver meu time ser campeão.

Um dia ainda farei uma crônica ou algo similar para contar minha história torcendo por este time maravilhoso. Por hora falo apenas deste momento novo e mágico. Desde que o Botafogo firmou contrato para administrar o Estádio João Avelelange, vulgo Engenhão, sinto-me renovado. Tínhamos o Caio Martins, treinos em Marechal Hermes e a ressurreição de General Severiano. Mas faltava o nosso lugar de espetáculo.

E mais: desde que o Emil Pinheiro e Montenegro passaram pelo fogão e agora sob a gestão do Bebeto, o Botafogo FR tem sido motivo de orgulho para todos nós.

Casa nova (Engenhão) espírito novo. Vamos Botafogo! Continue escrevendo a sua história. Continuaremos a sorrir, chorar (...) e sobretudo permanecer sempre ao seu lado.

Até faço questão de mudar o início do nosso hino: “... campeão desde 1907 (não é mais 1910)”.

Que 2008 resgate a nossa alegria e nos faça suportar o sofrimento tido em 2007. Vimos escapar o Campeonato Carioca e também a Copa do Brasil. E não foi por culpa nossa...

Ao Botafogo e sua torcida: Felicidades!
=====
Imagem: foto do estádio Engenhão. Do sítio Globo.com

terça-feira, 29 de janeiro de 2008

Exemplo de intolerância religiosa?

Miss é barrada em júri de concurso de beleza por causa de "bruxaria", em Toronto (Canadá).
===
A miss Stephanie Conover não poderá ser uma das juradas do concurso de beleza Miss Toronto Turismo por gostar de "bruxaria", informou nesta segunda-feira a organização do evento.

Stéphanie, de 23 anos e vencedora de um concurso de miss no Canadá em 2007, já tinha tudo preparado para fazer parte do júri que decidirá em fevereiro a vencedora do concurso Miss Toronto Turismo, mas recebeu uma carta da organização afirmando que ela tinha sido eliminada por gostar de tarô.

A organização do evento afirmou que a "leitura do tarô e do reiki (uma prática originada no Japão) fazem parte do oculto e não é aceitável por Deus, os judeus, muçulmanos ou cristãos".

A organização reafirmou à imprensa sua decisão através de sua porta-voz, Karen Murray.

"Aceitamos (pessoas de) todas as religiões e todas as nacionalidades, mas as rejeitaríamos se estivessem envolvidas em bruxaria", afirmou.

Aparentemente Stéphanie forneceu detalhes sobre suas crenças quando a organização do concurso de beleza lhe pediu uma pequena biografia.

"Disse tudo o que faço; que sou uma artista, cantora e dançarina.

Contei sobre meu trabalho com a caridade e também falei sobre meus hobbies, como escrever canções, tecer, pintar, praticar ioga, reiki e as cartas do tarô", disse Stéphanie ao jornal "The Toronto Star".

Para Murray, estas características, especialmente as duas últimas, são suficientes para desqualificar Stéphanie.

"Queremos alguém com os pés na terra, não alguém no lado obscuro ou no oculto", afirmou a porta-voz.
===
Nota: não pretendo acirrar ânimos, mas seria esta opção um motivo suficente para a decisão tomada?

segunda-feira, 28 de janeiro de 2008

Pílula do dia seguinte

O arcebispo de Olinda e Recife, d. José Cardoso Sobrinho, expõe a posição da Igreja Católica quanto ao uso da pílula do dia seguinte.
=================


O arcebispo de Olinda e Recife, d. José Cardoso Sobrinho, rebateu hoje, na capital pernambucana, com ataques e sem citar nomes, a crítica do ministro da Saúde, José Gomes Temporão, de que a postura da Igreja cada vez mais afasta os jovens do catolicismo. "Eles estão corrompendo a juventude, desviando a juventude da lei de Deus", disse d. José. Quanto à afirmação de Temporão, que considerou a questão "de saúde pública" e não religiosa, ele rebateu: "Qualquer problema humano é também religioso." Para d. José, a distribuição do contraceptivo de emergência "viola os direitos fundamentais e induz a população a praticar o mal".

A polêmica envolvendo a Igreja e o ministério teve início na semana passada, com o anúncio de que as prefeituras do Recife, Olinda e Paulista distribuirão anticoncepcionais de emergência - conhecidos como pílula do dia seguinte -, durante o carnaval. A Secretaria de Saúde da capital instalará dois postos nos focos da folia com oferta do remédio.

Hoje, a Pastoral da Saúde da Arquidiocese de Olinda e Recife recorreu ao Ministério Público (MP) de Pernambuco visando a suspender a oferta do medicamento em todo o Estado. Não somente na festa. A petição foi entregue aos promotores de Justiça da Saúde, Ivana Botelho, e de Cidadania e Direitos Humanos, Marcos Aurélio.

A Pastoral argumenta a "ilegalidade" da distribuição do contraceptivo a partir da premissa de que o remédio é abortivo. Além da "lei de Deus", que, de acordo com a Igreja, está acima de qualquer lei humana e que diz no quinto mandamento "Não Matarás", a petição também se baseia na legislação brasileira.

Vida

Frisa que, de acordo com o artigo 2 do Código Civil Brasileiro, o conceito sobre o início da vida é "a partir da sua concepção". Cita o Direito Penal Brasileiro, que inclui o aborto entre os crimes contra a vida (124 a 128) e a Lei de Contravenções Penais, que, no artigo, o 20, determina que "é contravenção contra a pessoa anunciar processo, substância ou objeto destinado a provocar aborto".

Também condena a resolução do Conselho Federal de Medicina (1.811/2006) que estabelece normas para uso, pelos médicos, "da pílula abortiva do dia seguinte" por não estar em consonância com a legislação brasileira contra o aborto e destaca que as normas e conceitos estabelecidos pela Organização Mundial de Saúde (OMS) não podem se sobrepor às definições dadas pelo Congresso. De acordo com a Pastoral da Saúde, a oferta do medicamento só é legal (consoante com a lei brasileira) no caso de estupro. A Secretaria de Saúde da prefeitura da capital alega cumprir uma política de planejamento familiar e de atendimento à mulher em consonância com o Ministério da Saúde.
============

domingo, 27 de janeiro de 2008

Casamento renovado

Sou um admirador deste brasileiro ilustre e, tendo recebido este artigo de uma amiga (cunhada), reproduzo-o para o amigo leitor.
--------

CASAR-SE DE NOVO
Por Arnaldo Jabour

Meus amigos separados não se cansam de perguntar como consegui ficar casado 30 anos com a mesma mulher. As mulheres, sempre mais maldosas que os homens, não perguntam à minha esposa como ela consegue ficar casada com o mesmo homem, mas como ela consegue ficar casada comigo.

Os jovens é que fazem as perguntas certas, ou seja, querem conhecer o segredo para manter um casamento por tanto tempo. Ninguém ensina isso nas escolas, pelo contrário. Não sou um especialista do ramo, como todos sabem, mas dito isso, minha resposta é mais ou menos a que segue: Hoje em dia o divórcio é inevitável, não dá para escapar. Ninguém agüenta conviver com a mesma pessoa por uma eternidade. Eu, na realidade já estou em meu terceiro casamento - a única diferença é que casei três vezes com a mesma mulher. Minha esposa, se não me engano, está em seu quinto, porque ela pensou em pegar as malas mais vezes que eu.

O segredo do casamento não é a harmonia eterna.

Depois dos inevitáveis arranca-rabos, a solução é ponderar, se acalmar e partir de novo com a mesma mulher. O segredo no fundo é renovar o casamento e não procurar um casamento novo. Isso exige alguns cuidados e preocupações que são esquecidos no dia-a-dia do casal.

De tempos em tempos, é preciso renovar a relação. De tempos em tempos é preciso voltar a namorar, voltar a cortejar, seduzir e ser seduzido. Há quanto tempo vocês não saem para dançar? Há quanto tempo você não tenta conquistá-la ou conquistá-lo como se seu par fosse um pretendente em potencial? Há quanto tempo não fazem uma lua-de-mel, sem os filhos eternamente brigando para ter a sua irrestrita atenção? Sem falar dos inúmeros quilos que se acrescentaram a você depois do casamento. Mulher e marido que se separam perdem 10 kg em um único mês - por que vocês não podem conseguir o mesmo?

Faça de conta que você está de caso novo. Se fosse um casamento novo, você certamente passaria a freqüentar lugares novos e desconhecidos, mudaria de casa ou apartamento, trocaria seu guarda-roupa, os discos, o corte de cabelo, a maquiagem. Mas tudo isso pode ser feito sem que você se separe de seu cônjuge. Vamos ser honestos: ninguém agüenta a mesma mulher ou o mesmo marido por trinta anos com a mesma roupa, o mesmo batom, com os mesmos amigos, com as mesmas piadas. Muitas vezes não é a sua esposa que está ficando chata e mofada, é você, são seus próprios móveis com a mesma desbotada decoração. Se você se divorciasse, certamente trocaria tudo, que é justamente um dos prazeres da separação.

Quem se separa se encanta com a nova vida, a nova casa, um novo bairro, um novo circuito de amigos. Não é preciso um divórcio litigioso para ter tudo isso. Basta mudar de lugares e interesses e não se deixar acomodar. Isso obviamente custa caro e muitas uniões se esfacelam porque o casal se recusa a pagar esses pequenos custos necessários para renovar um casamento. Mas se você se separar sua nova esposa vai querer novos filhos, novos móveis, novas roupas e você ainda terá a pensão dos filhos do casamento anterior.

Não existe essa tal estabilidade do casamento nem ela deveria ser almejada. O mundo muda, e você também, seu marido, sua esposa, seu bairro e seus amigos.

A melhor estratégia para salvar um casamento não é manter uma relação estável, mas saber mudar junto. Todo cônjuge precisa evoluir, estudar, aprimorar-se, interessar-se por coisas que jamais teria pensado em fazer no início do casamento. Você faz isso constantemente no trabalho, porque não fazer na própria família?

É o que seus filhos fazem desde que vieram ao mundo. Portanto, descubra a nova mulher ou o novo homem que vive ao seu lado, em vez de sair por aí tentando descobrir um novo interessante par.

Tenho certeza de que seus filhos os respeitarão pela decisão de se manterem juntos e aprenderão a importante lição de como crescer e evoluir unidos apesar das desavenças.

Brigas e arranca-rabos sempre ocorrerão: por isso de vez em quando é necessário casar-se de novo, mas tente fazê-lo sempre com o mesmo par.

terça-feira, 22 de janeiro de 2008

Hume: o que é milagre?

Um milagre é "uma transgressão de uma lei da Natureza pela vontade de uma Divindade, ou a interposição de um agente invisível." (Hume, p. 123n) Teólogos das religiões do Antigo e Novo Testamento consideram apenas Deus como capaz de vencer as leis da Natureza e executar verdadeiros milagres. Contudo, admitem que outros possam fazer coisas que desafiam as leis da natureza; tais atos são atribuídos a poderes diabólicos e são chamados "falsos milagres". Muitos fora das religiões baseadas na Bíblia acreditam na possibilidade de transgredir as leis da natureza através de atos de vontade em consonância com poderes ocultos ou paranormais. Mas geralmente referem-se a estas transgressões não como milagres mas, como mágicas.

Todas as religiões registram milagres. Como Hume notou, as religiões estabeleceram-se sobre os seus milagres. Mas, se é assim, cancelam-se umas às outras. Hume compara o decidir entre religiões com base nos seus milagres com a tarefa de um juiz que deve avaliar testemunhos contraditórios mas igualmente fiáveis.

Mais esclarecedor é o fato de que quanto mais antigo e bárbaro é um povo, maior a tendência para milagres e prodígios florescerem..

Hume era um historiador, bem como filósofo, e não lhe passou despercebido o fato que quanto mais recuamos na história, mais relatos temos de milagres. E, apesar de haver muita gente hoje que acredita em milagres, mas é pouco provável que qualquer historiador do século vinte encha os seus livros de relatos miraculosos. É improvável que um único relato destes encontre lugar em tais livros.

Hume estava consciente de que independentemente de quão cientifica ou racional uma civilização se tornasse, a crença em milagres nunca seria erradicada. A natureza humana curva-se ante o maravilhoso. Vaidade e ilusão levaram a mais de uma fraude piedosa suportando a causa sagrada e meritória com grandes embelezamentos e mentiras acerca de feitos miraculosos. (Hume, p. 136)

O principal argumento de Hume contudo, foi modelado a partir da argumentação feita por John Tillotson, que se tornou Arcebispo de Canterbury. Tillotson e outros como William Chillingworth antes dele e o seu contemporâneo Bispo Edward Stillingfleet argumentaram com o que chamaram uma defesa de "senso comum" do Cristianismo, i.e., Anglicanismo. O argumento de Tillotson contra a doutrina Católica da Transubstanciação ou "a real presença" era simple e directa. A idéia contradiz os sentidos de que o pão e o vinho usados nas cerimônias são mudados em algo que é pão e vinho para os sentidos mas que realmente será o corpo e sangue de Cristo. Se parece pão, cheira a pão, sabe a pão, então é pão. Desistir disto é abdicar de todo o conhecimento baseado na experiência. Qualquer coisa pode ser outra que não o que os sentidos mostram. Este argumento nada tem a ver com o argumento céptico da incerteza do conhecimento dos sentidos. Isto é um argumento acerca da crença razoável. Se os Católicos tivessem razão acerca da consubstanciação, então um livro podia ser um bispo. Os acidentes de uma coisa não dariam pistas para a sua substância. Tudo o que vemos pode ser completamente não relacionado com o que parece ser. Tal mundo não seria razoável. Se os sentidos não podem ser confiados num caso, não podem sê-lo em caso nenhum. Acreditar na consubstanciação é abandonar a base de todo o conhecimento: a experiência dos sentidos.

Hume começa o seu ensaio sobre milagres elogiando a argumentação de Tillotson como sendo "tão conciso e elegante e forte como qualquer argumento o pode ser contra uma doutrina tão pouco merecedora de uma refutação séria." Continua afirmando que pensa ter descoberto um argumento de tal natureza que, se certo, pode ser um eterno verificar de todo o tipo de superstições, e consequentemente será útil enquanto o mundo durar; até ao fim, presumo, os relatos de milagres e profecias serão encontrados na história, sagrada e profana. [Hume, p. 118]

O seu argumento é um paradigma de simplicidade e elegância: Um milagre é uma violação das leis da natureza; e como uma experiência firme e inalterável estabeleceu essas leis, a prova contra um milagre, da própria natureza do fato, é tão inteira quanto qualquer argumento a partir da experiência pode ser imaginado.[p. 122.]

Ou pondo ainda mais sucintamente:

Tem de... existir uma experiência uniforme contra qualquer acontecimento miraculoso, pois de outro modo o acontecimento não mereceria aquela apelação.[p. 122]

A implicação lógica deste argumento é que nenhum testemunho é suficiente para estabelecer um milagre a menos que aquele fosse de um tipo tal que a sua falsidade fosse ainda mais miraculosa que o fato que tenta estabelecer. [p. 123]

O que Hume fez foi pegar no argumento anglicano so senso comum contra a doutrina católica da consubstanciação e aplicá-lo aos milagres, base de todas as seitas católicas. As leis da natureza não se estabeleceram por ocasionais ou freqüentes experiências similares, mas por uma experiência uniforme. É "mais que provável," diz Hume, que todos os homens morram, que o chumbo não fique suspenso no ar, que o fogo consuma madeira e a água o extinga. Se alguém afirmar a Hume que um homem consegue manter chumbo suspenso no ar por um ato de vontade, Hume perguntar-se-ia se "a falsidade do testemunho é mais miraculoso que o fato que relata." Se assim for, ele acredita no testemunho. Contudo, ele não acredita que um milagre pudesse ser estabelecido com base nesta evidência.

Considere o fato de que a uniformidade da experiência das pessoas em todo o mundo lhe diz que uma vez uma perna amputada, ela não volta a crescer. O que pensaria se um seu amigo, um cientista de elevada integridade, lhe dissesse que quando estava de férias em Espanha encontrou um homem que não tinha pernas mas agora caminha com dois magníficos membros inferiores. Diz-lhe que um homem santo esfregou um óleo nos tocos e as pernas cresceram. O homem vive numa pequena aldeia e todos os aldeões atestam o "milagre." O seu amigo está convencido de que um milagre ocorreu. Em que é que acredita? Acreditar neste milagre seria rejeitar o principio da uniformidade da experiência, em que as leis da natureza se baseiam. Seria rejeitar uma assunção fundamental de toda a ciência, de que as leis da natureza são invioláveis. O milagre não pode ser aceite ser abandonar um principio básico do conhecimento empírico: que coisas iguais em circunstâncias iguais produzem resultados iguais.

Claro que há outra constante que não devemos esquecer: a tendência das pessoas em todos os tempos desejarem algo de maravilhoso, de se iludirem com isso, de fabricá-lo, de embelezá-lo, e de acreditarem nas suas invenções com paixão. Quer isto dizer que os milagres acontecem? Claro que não. Significa que quando alguém relata um milagre a probabilidade de estar enganada, iludida ou a enganar é muito superior à do milagre ter realmente acontecido. Acreditar num milagre, como dizia Hume, não é um ato de razão mas de fé.

Hume, David. An Inquiry Concerning Human Understanding, ch. x "Of Miracles," (1748), Bobbs-Merrill, edição da Library of Liberal Arts.
========================
Nota do editor: texto brilhante que pode ser lido diretamente na fonte (http://skepdic.com/brazil/milagres.html).

segunda-feira, 21 de janeiro de 2008

É momento de correr...

Assisti ao filme Forrest Gump e fiquei impressionado com a ênfase dada a um momento daquele personagem interpretado por Thomas Jeffrey Hanks, popularmente conhecido como Tom Hanks. Forrest correndo, correndo e correndo.

Por que corria? Seria possível fazer um tratado versando sobre esta pergunta. Mas neste ensaio quero fugir (correr) disso. É momento de correr, mas correr para manter o organismo ativo.

No final do ano eu assisti a uma reportagem na televisão. Um rápido documentário sobre um senhor idoso, um ancião que começou a praticar este esporte quando tinha mais de 64 anos de idade! Um colosso! Aquilo sim foi um exemplo para se seguir ou no mínimo causar constrangimento a quem não tenta. Ele se tornou um dos maiores corredores (idosos) do mundo!

Quantas vezes renovei meus votos de dedicar mais tempo à saúde? Sempre gostei de correr, mas não consigo dar o pontapé inicial. Vamos lá: às vezes consigo dar o primeiro passo, mas depois...

Conheço dois “malucos” que fazem da corrida uma espécie de válvula de escape. Querem saber? Parece-me que eles estão certos. Quem sabe quase certos. Existe uma dose de exagero neles, bem sei (...). Mas é melhor tal exagero do que a ausência de atividade esportiva.

Quero estabelecer uma meta: começar a me preparar agora e no dia 31/12/2008 chegar pelo menos cinco minutos na frente daqueles quenianos que insistem em vencer a corrida de São Silvestre.

Alguém quer tentar vencer este desafio comigo? Adianto que o primeiro lugar será meu. Mas o segundo lugar não será motivo de vergonha...

Fonte da imagem:
http://cantinho_da_angel.weblogger.terra.com.br/img/correr_riscos.jpg

sábado, 19 de janeiro de 2008

A angústia trazida pelo tédio...

Nasci no interior de Minas Gerais e fui criado, até os 17 anos, no Sul da Bahia. Repassando minha vida, nas muitas noites passadas em claro, pude vislumbrar como vi o tédio adentrando minha vida e dela não mais saindo.

A partir dos 17 anos de idade eu morei numa grande cidade, a maior do Brasil. A despeito da agitação local o tédio continuou tomando conta da minha vida. Quando me refiro ao tédio eu deixo de lado o meu convívio social e também a minha vida doméstica. Fato é que nos momentos de quietude percebo que meu viver é tedioso.

Minha vida foi ditada por costumes religiosos que não escolhi. Nasci num lar ortodoxo, de concepções fechadas e fui formado assim. Minha mente ao longo de várias décadas foi moldada para pensar apenas numa direção. Esta direção única foi denominada de livre arbítrio. Em palavras diretas e claras eu recebi um mapa que apontava um único caminho e fui induzido a crer que este caminho que trilhei foi de minha espontânea escolha.

Quando penso nisso tudo eu fico triste. Sinto que vivo numa ilusão. Aquela de ter uma vida social comum, normal e até tida como muito boa. Vida financeira relativamente equilibrada, família sólida e dada à cultura humana e religiosa. Tenho até um cachorrinho! Mas devo ser sincero: é tédio infinito que envolve minha vida e dilacera minha alma.

A rotina é uma chatice sem fim. Até um rápido momento de paz se esvaiu. Meus 45 anos de vida foram ligados aos finais de semana com ênfase religiosa nos cultos sabáticos. Hoje vejo que a liturgia a qual assisti por mais de quatro décadas contribuiu decisivamente para aumentar (e muito!) o meu tédio.

Como seria bom se pudéssemos viver com mais alegria, sem rotina, sem ladainhas, sem repetições horrendas!

Até componho um poema:

A rotina que me mata aos poucos

Minha vida é de uma rotina sem fim,
Que abate meu ânimo, que me causa dor,
Tirando sempre a alegria de minha alma,
Ao me empurrar para constante amargor.

A rotina é obra humana, tentando moldar o mundo,
Muitas vezes assegurando que é vontade divina,
Para liberdade de todos no exercício do livre arbítrio,
Quando de fato lança o espírito em direção à ruína.

Tenho uma leve esperança de me livrar das amarras,
Desconsiderando a opinião dos baluartes do tédio,
Viver uma vida de verdade em completa e honesta alegria,
Enxergando a vida como ela é. Colorida e sem tédio.

Foi de improviso e sem preocupação com a métrica, boa rima e tudo mais. Mas não seria uma apologia do tédio tentar fazer um poema dentro de um regramento? Não se pode conspirar contra o tédio usando o arrazoado que lhe é peculiar.

Lembro-me de uma frase repetida por um locutor esportivo: ... vivendo a vida, colorida e gostosa de ser vivida.

Aqui não se faz a defesa do caos, nem se defende a tese dos promotores de algaravia. Mas estamos numa luta constante contra aqueles que fazem da vida uma eterna penitência da alma. Num permanente negócio com Deus, em busca de um novo lar, que segundo descrição modorrenta será um paraíso do tédio.

Faço um convite à reflexão: o tempo está passando e você está preso a uma rotina. Será que já se apercebeu disso? Será que já notou que as respostas que lhe são oferecidas são meros paliativos? Verificou que não tem segurança quanto ao que crê e vê?

Um amigo meu, psicólogo me disse que o primeiro passo para fugir do tédio contemporâneo é admitir que ele existe e está bem perto. Disse também que todos terão um encontro com essa realidade. Pode ser que no último dia da vida (a menos que morra de forma acidental), mas não há como fugir.

Haverá (se ainda não houve) um momento no qual as pessoas terão um encontro particular com a verdade. Depressão? Ausência de Deus? Medo da morte? Não sei bem. Mas o que se pode afirmar que o encontro com a realidade atingirá a todos e em especial os hipócritas. Quem se safará disso? Talvez os alienados...


Fonte da Imagem:
http://static.flickr.com/56/144272777_03775aa502.jpg

quinta-feira, 10 de janeiro de 2008

Álcool e a saúde: moderação...

Sempre tive a moderação como uma das nobres virtudes humanas. Para exemplificar leiamos o artigo abaixo (provedor UOL):

Consumo moderado de álcool e exercícios são receita para vida longa, diz pesquisa da BBC Brasil

O consumo moderado de álcool combinado a um estilo de vida ativo e saudável pode ser a melhor receita para uma vida longa, segundo uma pesquisa do Instituto Nacional de Saúde Pública de Copenhague, na Dinamarca, publicada na revista especializada "European Heart Journal".O estudo, que acompanhou cerca de 12 mil pessoas por quase 20 anos, sugere que a combinação pode diminuir o risco de doenças cardíacas - as pessoas com vida ativa tinham risco menor, mas ele fica ainda mais baixo quando combinado ao consumo moderado de álcool. Especialistas britânicos alertaram, no entanto, que as pessoas não devem ser encorajadas a beber, já que o consumo excessivo de álcool faz mal. Ao longo da pesquisa, 1.242 pacientes morreram de isquemia cardíaca. A conclusão foi de que as pessoas que não bebiam e levavam uma vida inativa eram as que tinham maior risco de desenvolver doenças cardíacas - 49% mais alto do que as que bebiam, faziam exercícios, ou os dois. Ao comparar os pacientes que levavam uma vida ativa, os cientistas perceberam que aqueles que bebiam moderadamente - de uma a 14 unidades de álcool por semana - tinham cerca de 30% menos chances de desenvolver doenças cardíacas do que os que não bebiam. A conclusão se repetiu entre os pacientes totalmente inativos, com o risco diminuindo à medida que aumentava a atividade física.Os abstêmios que tinham vida ativa tinham um risco de 31% a 33% menor de desenvolver isquemia em comparação com os abstêmios inativos. Mas quando se compararam as pessoas de vida ativa que bebem moderadamente, o risco delas desenvolverem doenças cardíacas era quase 50% menor do que o dos abstêmios inativos. Efeitos bioquímicosPesquisas anteriores já sugeriram que o consumo de álcool pode diminuir o risco de doenças cardíacas por aumentar o nível do colesterol "bom" e, possivelmente, afinar o sangue. O resultado foi parecido quando os cientistas analisaram mortes por outras causas: a atividade física parecia reduzir o risco, mas aqueles que consumiam álcool moderadamente se saíram melhor nos resultados do que os abstêmios, em todos os níveis de atividade física. "Nosso estudo mostra que ser fisicamente ativo e beber álcool com moderação é importante para diminuir o risco de isquemia fatal e de morte em geral", disse o pesquisador Morton Gronbaek, do Instituto Nacional de Saúde Pública de Copenhague. Segundo a enfermeira cardíaca Ellen Mason, da British Heart Foundation, "a combinação de consumo moderado de álcool e atividade física parece ser a vencedora para reduzir o risco de doenças cardíacas". "Mas o excesso de bebida contrabalança os benefícios do consumo de álcool e pode aumentar a pressão sanguínea." "Em pesquisas anteriores, as atividades físicas já demonstraram ser mais benéficas à saúde do coração e à saúde em geral, em comparação ao consumo de álcool", acrescentou Mason. "O álcool é um depressivo, enquanto o exercício libera hormônios que melhoram o humor, que podem beneficiar a qualidade de vida, além de diminuir o risco de morte."

Fonte: http://cienciaesaude.uol.com.br/ultnot/bbc/2008/01/09/ult4432u921.jhtm

terça-feira, 8 de janeiro de 2008

À luta em 2008!

Final de 2007 e início de 2008: momento de balanço e ocasião para sonhar. É preciso sonhar e depois realizar. Ubatuba, litoral norte de São Paulo, é meu lugar preferido para sonhar. Ali sonhei e depois realizei. Qual o motivo desta magia? Simples: lá foi o único lugar de refúgio que tive depois de um grande desapontamento em 1989. O seu efeito curativo é tão eficaz que bastam poucos dias naquele paraíso para que meu ânimo se eleve.

Como foi o seu ano de 2007? Quais as suas perspectivas para 2008? Você tem algum lugar de refúgio? Nele acalenta seus sonhos? Dele você consegue seguir em busca de realização?

Basta que tenhamos saúde em 2008 e isto significa lucro alto. De posse da saúde por que não lutar sem medo? Por que não assumir que sua contribuição é importantíssima para as pessoas do seu contexto? Vamos à luta pois ela por si só é força que garante a paz de espírito e nos empurra 2008 adentro, rumo a 2009...

Dia após dia, semana após semana, mês após mês e ano após ano: eis nossa rotina, que poderá ser suave como brisa marinha do final da tarde. Poderá ser agitada como as ondas do mar revolto. Não importa: à luta!

Desejo a todos vocês um FELIZ 2008!

Imagem: Ubatuba, praia do Itaguá, indo em direção contrária ao Centro – pelo calçadão. Foto de janeiro 2008 (Enéias).

Textos Relacionados

Related Posts with Thumbnails