segunda-feira, 31 de janeiro de 2011

O valor da vida...

“A vida só vale a pena ser vivida quando se tem na vida algo, tão importante, pelo qual se possa dar a própria vida.”

Esta frase esteve presente em minha vida durante vários anos. Ela chegou aos meus ouvidos, pela primeira vez, quando eu ainda cursava a faculdade de teologia (SALT/IAE - 1985). Esse “algo”, críamos, era a própria religião. Algo vago, difícil de mensurar. O que afinal seria isso?

Hoje eu concordo com essa frase quando a escrevo da seguinte forma: “A vida só vale a pena ser vivida quando se tem na vida uma família pela qual se possa dar a própria vida”. Eis a essência do que poderíamos chamar de religião. Penso assim e cada dia mais renovo essa crença.

Durante este ano de 2008 venho madrugando de segunda à sexta, para deixar minha filha “primogênita” no cursinho preparatório para o vestibular. Sempre acordando por volta das cinco horas da manhã, enfrentando o trânsito e chegando cedo no trabalho, voltando tarde para casa...

Ao longo desse ano pude conversar mais com um dos quatro elos de minha família e foi gratificante.

Estou achando, por fim, um real sentido para a frase que me acompanha desde 1984, terceiro ano de teologia...

Enéias Teles Borges
Postagem original: 11/12/2008

domingo, 30 de janeiro de 2011

Deus, a futilidade e a necessidade

O homem estava com uma grande dúvida. Compraria uma Mercedes ou gastaria um pouco mais na compra de uma Ferrari? A dúvida era cruel. Tratava-se de um homem de fé. Deixaria nas mãos do seu deus. Esperaria um sinal para ver qual dos veículos compraria.

Outro homem não tinha dúvida. Queria condições para comprar um pouco de comida. Sua família passava por dificuldades. Faltava dinheiro para tudo, até para a comida. Seu pedido era um só e para aquele momento. Comida! Podia ser arroz e feijão, poderia ser apenas um destes ou qualquer outro alimento. Lutou e orou. Deixou o assunto nas mãos do seu deus.

O primeiro homem recebeu o sinal! Sonhou com uma mulher em vestes vermelhas. Era o bendito sinal! Comprou a Ferrari! O outro homem passou perto de uma feira livre. Alimentos estragados misturados com alimentos bons estavam sendo lançados no lixo. Era a resposta. Pegou o que prestava e levou para casa. Conseguira o alimento!

Às vezes eu me deparo com cenas assim. Seriam hilárias, caso não fossem reais. Pedidos dirigidos à divindade. Pedidos fúteis e pedidos necessários. Alguns enxergam as mãos do seu deus numa aquisição de bens, que pelo ponto de vista da necessidade e praticidade se mostram fúteis. Outros sentem as mãos do ser todo poderoso dentro de um depósito de lixo.

Seria mesmo a ação de um ser onipotente? Penso sempre em algo curioso que é o seguinte: sendo verdadeira a ação divina por que não atender apenas os pedidos necessários? Se as bênçãos auferidas e que resultam em bens supérfluos fossem destinadas aos miseráveis que querem apenas o “pão vil” não haveria muito mais milagres? Quantos pratos de comida seriam servidos e muitos seriam alimentados atendendo somente os pedidos necessários? Existiriam milhares de pessoas felizes e agradecidas, vendo diariamente a multiplicação dos pães e peixes em suas vidas de sofrimentos.

Partindo do pressuposto que esse ser maravilhoso atende pedidos fúteis e necessários eu passo a imaginar cenários diferentes: benesses fúteis não sendo concedidas e comida não sendo colocada na mesa do pobre. O que teríamos, nesse imenso mundo de alienação em massa? É possível que muitos ricos e pobres se irmanariam numa única frase “meu deus não quis assim”. “Ele me disse não ou, quem sabe, aguarde um pouco...”

As respostas dos alienados são invariavelmente as seguintes: “deus não quis ou não permitiu ou me pediu paciência”. “Deus atendeu minha prece”. Como sói acontecer sempre haverá uma resposta. É o velho argumento de que tal deus atende concedendo, negando ou pedindo paciência.

Enquanto isso muitos morrem de inanição no mundo enquanto outros compram carros, roupas, jóias, palácios (...), armazenam dinheiro e mais dinheiro. Todos repetem dizendo que “deus quis assim ou assim permitiu”. Dizem mais: “as diferenças sociais e a fome no mundo são consequências do pecado...

Pecado? Ele entrou no mundo? Quem quis? Quem permitiu? Seria hilariante, caso não fossem reais: a ausência da convicção e a presença da alienação...

Enéias Teles Borges
Postagem original: 16/09/2009

A inteligência e a existência...

"Quanto menos inteligente um homem é, menos misteriosa lhe parece a existência." (Arthur Schopenhauer)

Quando eu era criança, entrando na adolescência, ficava pensando: "será que as coisas existem sempre ou só existem quando eu estou vendo?" Parece bobo, mas logo adiante, lendo alguns livros do Érico Veríssimo, deparei-me com algo que substanciou minha forma de pensar. Lembro-me que era algo mais ou menos assim: um indivíduo da trama ficava em dúvida se as coisas realmente existiam. Ele pensava que se perdesse os sentidos não poderia captar o exterior. Logo ele se perguntava: "as coisas existem ou tudo não passa de uma ilusão dos santidos?"
 
Aí eu me deparo com Arthur Schopenhauer e sua frase que liga inteligência humana à consciência da existência. Penso: se, de repente, todos os homens perdessem a inteligência, o mistério da vida acabaria ou haveria perda de interesse por ele?
 
Impressionante como a capacidade de saber que existe, agregada a um grau maior ou menor de inteligência, promove mudanças no íntimo do ser humano. Será que existimos por que temos consciência disso ou por termos consciência das coisas nós existimos?
 
Não é moleza, não é mesmo...
 
Enéias Teles Borges

sábado, 29 de janeiro de 2011

E a concretização da esperança?

Nesta segunda de carnaval eu fiquei em casa com minha esposa. Nossas filhas foram passar uns dias no interior de São Paulo. Aproveitei para assistir a alguns filmes que estavam “estocados”. Um deles trouxe-me uma reflexão e passo a externá-la aos amigos leitores.

O enredo do filme era típico das aventuras americanas, com drama envolvido, para dar um tempero especial. A personagem principal tinha perdido o marido (gripe do começo do século XIX). A única filha contraiu o vírus e levou tempo maior para falecer.

Ao contar este episódio (no filme) ela disse que esperava pela sobrevivência da filha. Tal anseio acabou fadado ao insucesso.

No filme ela disse algo interessante: “nada pior do que a esperança, pois no final o pior acontece”. Generalizou? Será?

É a esperança sendo suscitada por outro prisma. O da frustração.

Poderíamos dizer que existem duas resultantes da esperança?

Às vezes, em circunstâncias da vida, temos a esperança de que algo tão desejado aconteça. E pode acontecer! Quando ocorre o esperançoso se diz maravilhado com a concretização da bendita esperança.

No caso em tela aconteceu o oposto. Tornou-se um exemplo de jargão popular que traz no bojo o ideário de que a esperança é a última que morre. É a última? Quer dizer então que a esperança morre?

Aquela mãe teve esperança até o último momento. A esperança dela se esvaiu e eis que triunfante a morte chegou.

Não é triste?

Eu li no dicionário HOUAISS uma definição para a palavra esperança: “sentimento de quem vê como possível a realização daquilo que deseja; confiança em coisa boa”.

A minha reflexão singela é sobre a possibilidade de frustração da esperança. O sentimento que nos motiva a ver como possível algo que queremos não deve ser considerado como certeza de sua concretização. Aí estaríamos falando de fé. A esperança é torcer pelo sucesso, ao passo que a fé é convicção com base na evidência subjetiva (?).

A esperança, portanto, pode (no final) ser fator de alegria ou de tristeza.

A frustração da esperança é um dos piores momentos que pode acontecer ao ser humano.

Daí a proposta: seja esperançoso, mas adicione um pouco de realismo a tudo isso. A esperança pode trazer uma luz no presente e no futuro. Pode, também, trazer a luz e no final as trevas da decepção.

Faz parte da vida...

Enéias Teles Borges
Postagem original: 05/02/2008

A esperança e a busca da verdade

A esperança

Ele estava à beira da morte. Era um indígena, nas profundezas da selva. Temia o que viria em seguida. O pajé lhe disse que depois da morte encontraria nova vida. Olhava para o deus sol e invocava a deusa lua. O pajé transmitia segurança. O fiel sorria. Morreu feliz, cheio de esperança.

Em outro ponto do mundo, o fiel recebeu a missão. Seria um homem bomba! Aproveitaria um momento nas festas naquela cidade. Sua morte representaria, também, a morte de muitos que estivessem próximos, no momento em que ele, cheio de fé e esperança, oferecer-se-ía em sacrifício. Sentia medo. O líder religioso lhe disse para não temer. Sua morte, nesta vida, seria recompensada pela vida eterna no além. Teria muitas virgens ao seu dispor. Foi para o sacrifício, foi feliz e morreu cheio de esperança.

No ocidente o fiel estava na Unidade de Terapia Intensiva (UTI). Não havia chance, não haveria milagre. Recebeu visitas de padres, bispos, pastores e afins. Estava com medo da escuridão da morte. Foi tranquilizado. Seria apenas um sono à espera da ressurreição. Viveria o milênio, participaria da primeira ressurreição. Depois viveria eternamente na terra renovada. Morreu feliz, morreu sorrindo, cheio de esperança.

Pelo mundo inteiro pessoas vivem e morrem cheias de esperança. É certo que o futuro eterno, objeto de esperança, muda de uma religião para outra. Isso pouco importa! Cada ser, cheio de esperança, tem certeza absoluta que a sua esperança é a esperança verdadeira (a bendita esperança!). Muitos vivem e morrem felizes. Muitos possuiram e possuirão a certeza de que dormiram e dormirão na fé verdadeira. Dizem: somente os ateus morrem sem esperança de uma vida eterna futura...

A busca da verdade

Tenho afirmado que "precisamos de esperança, porque a vida é dura", mas tenho asseverado, também, que "viver com esperança não significa viver com a verdade".

Notem, nos exemplos acima, que todos morreram cheios de esperança, mas cada esperança estava baseada numa ideologia diferente. São ideologias, no mínimo, excludentes. Cada segmento de fé transmiste uma esperança que produz excelente resultado. É claro que cada portador de esperança considera a sua a única que é verdadeira.

É possível, portanto, viver e morrer cheio de esperança. Os que não conseguem essa doce magia são os que buscam a verdade, exclusivamente a verdade. A verdade coaduna com a realidade. A realidade quase nunca coaduna com a esperança.

Por isso que eu insisto: viver com esperança faz bem, mas a adição da realidade no contexto da fé, nem sempre deixa a esperança com esse adocicado gosto. A adição da verdade (realidade) quase sempre confirma aquilo que é procurado por aquele que faz a busca da verdade. E o que é procurado, e encontrado, nem sempre é motivo para que se tenha esperança...

Enéias Teles Borges
Postagem original: 17/08/2010

quinta-feira, 27 de janeiro de 2011

A esperança e a verdade

“Viver com esperança é diferente de viver com a verdade” (não sei se existe autor, pensei assim...). Uma frase lapidar! Uma frase a ser meticulosamente estudada, pensada e repensada. O supremo desejo humano é vivenciar a conjugação da esperança com a verdade. Enquanto tal convicção não se materializa (se é que ocorrerá) a humanidade vive qual torcedor fanático: torce para que a esperança que acalenta ao peito tenha como produto final a verdade anelada.

Desde que tomou conhecimento de sua limitação e certeza da morte o homem passou do estado de desespero para a busca. Buscar uma solução para o dilema da morte e desejo da vida eterna. Surgiram as mais variadas teorias. Cada povo em cada época buscou a resposta que queria. Notem: resposta que queria. A resposta que se quer nem sempre coaduna com a resposta que é...

A realidade milenar se mantém presente. Mitos surgiram, mitos se foram. Mitos surgem, mitos se vão. Mitos estão aí e um dia passarão. Enquanto não passam existe a esperança, mas... “Viver com esperança é diferente de viver com a verdade”.

Cada ser, cada família, cada grupo, cada segmento tem a sua “bendita esperança”. Existem muitos que não a têm e por esse motivo são crucificados e chamados de ateus... Os que dizem esperar lançam-se à luta contra os que não esperam. É como se a luta transformasse a esperança em verdade, mas... “Viver com esperança é diferente de viver com a verdade”.

O povo se reúne, o povo se emociona o povo ri o povo chora. Enche-se de esperança e de força. Espera com paciência o grande dia. O dia da verdade. Verdade? A verdade pela qual matam e pela qual morrem. A verdade estruturada na esperança. Esperança que dão, que vendem e que emprestam, mas... “Viver com esperança é diferente de viver com a verdade”.

A esperança está assentada na fé. Fé é fé, nada mais que isso. Fé não é a verdade. Fé é convicção de que a esperança se confirme na verdade. Verdade? Sim, aquela mesma que cada grupo desenvolve e diz ser a única de valor. E por ter fé e nela a esperança espera, mas... “Viver com esperança é diferente de viver com a verdade”.

O que é esperança e o que é verdade? A verdade não é nada mais nada menos do que é.. Simplesmente é... A verdade liberta? Sim. Mas isso não quer dizer que a verdade responda à esperança que mora no peito. A verdade liberta da mentira, independentemente da decepção. Viver com a mentira é como viver numa prisão cuja chave está nas mãos da verdade. A verdade acaba com a mentira. E se a mentira, por coincidir com a esperança, mostrar uma verdade amarga? Por isso que se deve ter sempre em mente que “viver com a esperança é diferente de viver com a verdade”.

Quem se dispuser a viver com a esperança deve entender que a esperança “é a última que morre”... Mas morre! Morre sempre? Para uns poucos quem sabe não morra... São tantas esperanças baseadas “em verdades diferentes” que somente uma terá a tal verdade (ou nenhuma). Isso é notório e precisa ser aceito, não há saída de emergência, não há possibilidade de fuga pois “viver com esperança é diferente de viver com a verdade”.

Seria isso uma regra? Se for existe exceção? Havendo exceção há que se considerar que para a maioria a realidade será assim: “Viver com esperança é diferente de viver com a verdade”.

Enéias Teles Borges
Postagem original: 18/08/2008.
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À espera do fim

Ouvi de um cliente algo de muito impacto e resultante de muita reflexão dele: “Estou com 58 anos de idade e não vi o tempo passar. Caso eu chegue aos 75 anos será tudo muito rápido. Não senti a passagem de quase 60 anos, sentirei os 15 anos que restam?”


Assim mesmo: frase simples e objetiva. Nem bem chegamos ao mundo e já estamos de partida. Estaríamos à espera do fim? À medida que o tempo vai passando as pessoas buscam soluções para perpetuar a vida. Nem todos agem assim, mas a maioria acalenta a esperança de viver eternamente em outra dimensão, em outro local... Cada um procura se encaixar num contexto de esperança. A esperança está, quase sempre, presa aos costumes (ou culturas) oriundos do lar, do país, da religião...


Cada um defende a sua esperança como se ela fosse a verdade universal. Defendem a esperança como sinônimo da verdade. No fundo mesmo as pessoas querem continuar vivendo e a esperança que muitos têm é reflexo desse desejo intenso de viver.


Não importa o que se espera e no que se crê. A grande realidade é que vivemos à espera do fim. Não sendo fim da vida, será o fim dessa maneira de viver. Quem chega aos 100 anos bate recorde, mas vive quase vegetando. A pergunta que se faz, no silêncio da noite é: “meu fim será com quantos anos? Será trágico ou sereno?”


Pensei um pouco sobre o comentário do meu cliente: simples e lógico. O tempo passa e não nos damos conta. Estamos em contagem regressiva e indo numa direção. O que será que existe no final?


São muitas as respostas, cada uma de acordo com o diferente tipo de esperança.

Enéias Teles Borges
Postagem original: 16/10/2008

quarta-feira, 26 de janeiro de 2011

Partindo para junto de Deus?

Eu confesso que fiquei chocado com a notícia dando conta do suicídio da linda atriz Leila Lopes, a eterna professorinha da TV Globo. O que levaria uma pessoa, que obteve sucesso, dinheiro e muito mais a ter um final de vida assim? Ela, inclusive, fez um filme erótico que causou todo tipo de barulho entre os que foram a favor e que foram contra.

Hoje eu li um trecho da carta que ela deixou como legado e uma frase, em especial, chamou-me a atenção: "Eu não me suicidei, eu parti para junto de Deus". É impressionante como as pessoas encaram deus, encontro com deus de forma inusitada, repetitiva e muitas vezes surpreendente ao extremo!

Vejam parte do que ela legou aos fãs e ao mundo:

"Eu não me suicidei, eu parti para junto de Deus. Fiquem cientes que não bebo e não uso drogas, eu decidi que já fiz tudo que podia fazer nessa vida. Tive uma vida linda, conheci o mundo, vivi em cidades maravilhosas, tive uma família digna e conceituada em Esteio, brilhei na minha carreira, ganhei muito dinheiro e ajudei muita gente com ele. Realmente não soube administrá-lo e fui iludibriada [sic] por pessoas de má fé várias vezes, mas sempre renasci como uma fênix que sou e sempre fiquei bem de novo. Aliás, eu nunca me importei com o ter. Bom, tem muito mais sobre a minha vida, isso é só para verem como não sou covarde não, fui uma guerreira, mas cansei. É preciso coragem para deixar esta vida. Saibam todos que tiverem conhecimento desse documento que não estou desistindo da vida, estou em busca de Deus. Não é por falta de dinheiro, pois com o que tenho posso morar aqui, em Floripa ou no Sul. Mas acontece que eu não quero mais morar em lugar nenhum. Eu não quero envelhecer e sofrer. Eu vi minha mãe sofrer até a morte e não quero isso para mim. Eu quero paz! Estou cansada, cansada de cabeça! Não aguento mais pensar, pagar contas, resolver problemas... Vocês dirão: Todos vivem!!! Mas eu decidi que posso parar com isso, ser feliz, porque sei que Deus me perdoará e me aceitará como uma filha bondosa e generosa que sempre fui."

Fonte: [Folha Online].

Nota: A vida tem caminhos que a razão desconhece e que a religiosidade afirma conhecer. Será que conhece mesmo?

Enéias Teles Borges
Postagem original: 08/12/2009

terça-feira, 25 de janeiro de 2011

O ateu é mais inteligente?

Adiante seguirá uma rápida pesquisa, bem no estilo internet, para consideração do amigo leitor. No final postarei a fonte. Lembre-se que é uma pesquisa sem metodologia feita na rede.

Pesquisa afirma que o ateu é mais inteligente que o crente

O Ateu é mais inteligente que o crente, estudo realizado pelo psicólogo Richard Lynn, da Universidade Ulster na Irlanda do Norte, a pesquisa foi feita em 137 países, aplicando-se testes para avaliação de QI (quociente de inteligência) após comparação de dados, o resultado foi que em 60% dos países, os crentes(pessoas mais religiosas) possuem menor QI.

O psicólogo afirma convictamente que, inteligência está diretamente ligado com a religiosidade, e se apóia na idéia de que “quanto mais inteligente maior será a capacidade de questionar as questões religiosas e seus acontecimentos baseados em fé e não comprovável. Uma pessoa que possui uma boa educação tem mais possibilidades de buscar alternativas em teorias ciêntificas de criação do mundo.

É claro que a pesquisa feita pelo psicólogo apresenta falhas, Cuba tem 40% ateus, no Vietnã 81% da população é atéia, e possuem QI médio apenas, nos Estados Unidos onde o QI médio é 98 (alto) a maioria 90% acredita em Deus, Lynn afirma “que nos EUA possui muitos imigrantes de países católicos, mantendo os índices altos” e cuba e Vietnã foram comunistas regime que pregava a anti-religiosidade em suas propagandas.

Pegunta do autor do texto: eu concordo e você?

Detalhes Adicionais

Réplica a resposta de um crente: alguma vez nesse texto diz que os crentes são burros? Acho que você é que está sendo um ignorante em não prestar atenção no texto, e outra: não fui eu quem disse isso, como você pode ver. Foi um pesquisa feita, se você acha falta de respeito, não responda, e quem esté faltando com o respeito é você, chamando-me de idiota...

Melhor resposta, escolhida pelo autor da pergunta

Isso é óbvio. Quanto maior o nível de cultura, mais as pessoas entendem que deus era uma historinha contada por homens que não sabiam como explicar o mundo, a vida e a morte, milhares de anos atrás.

Comentário do autor da pergunta

Eu só queria que eles fossem mais abertos e tivessem bons argumentos em vez de usar uma ironia estúpida como a maioria usou: "prefiro ser burro e ir para o céu a ser inteligente e ir para o inferno."
 
 
Nota: Faço parte do time que pensa da seguinte forma: inteligência, honestidade, ética e afins independem de teísmo e de ateísmo. Não posso, porém, deixar de notar a agressividade com a qual as partes digladiam. Uma pena que seja assim, com tendência de agravamento...
 
Enéias Teles Borges

segunda-feira, 24 de janeiro de 2011

O crente cretino

O crente é aquele que crê no que a sua religião ensina. Que acredita, que é persuadido. O que crê na sua religião. O cretino é aquele que, por deficiência mental ou orgânica, padece de incapacidade mental ou moral; retardado ou débil mental. Pessoa estúpida, imbecil, idiota; debilóide.

Moral: é possível conviver com o crente e também com o cretino. Faz parte do contexto humano. Horrível mesmo é conviver com o crente cretino...

Enéias Teles Borges
Postagem original: 16/07/2009

O ateu é idiota?

Eu ouvi a conversa de duas pessoas que se julgam sábias. Chegou ao ponto que um disse para o outro (o outro concordou): "não sei como eles insistem em não enxergar o óbvio. Veja em volta, para cima e para baixo. É impossível que não exista um criador, um projetista inteligente. Só não vê quem é idiota!"

Não é de espantar como os "sábios" são severos com os supostos "idiotas"? O que você preferiria ser, neste caso em tela: um sábio criacionista ou um idiota ateu?

Está cada dia mais difícil dormir com um barulho assim...

Enéias Teles Borges

sexta-feira, 21 de janeiro de 2011

O ateu é honesto?

O homem achou a carteira na rua e nela existia um cartão com o telefone do proprietário. Ligou e devolveu os pertences com tudo o que havia dentro. Aquele que tinha perdido a carteira com documentos e dinheiro ficou feliz. Nenhum prejuízo! Aquele homem devolvera tudo e sequer tinha aceitado um valor como recompensa. Impressionado com  tamanha honestidade, perguntou ao que lhe devolvera os bens: "qual a sua igreja? Você é católico ou protestante? "Resposta: "sou ateu..."

Você sabia que o ateu, tanto quanto o religioso, pode ser honesto ou desonesto? Muitas pessoas entendem que é impossível uma pessoa ser honesta sem "ter deus no coração". Parece algo óbvio, mas pode acreditar: existem pessoas que não acreditam na honestidade desvinculada de fé, crença, religiosidade...

É como um conhecido nosso costuma dizer (ao meu ver equivocadamente): nem todo ateu é bandido, mas todo bandido é ateu, mesmo que disso não saiba...

O que resta claro é o seguinte: existem ateus honestos e desonestos, assim como existem teístas honestos e desonestos. Existe ateu honesto sim! Mesmo sem ter um céu a herdar e um inferno a evitar...

Enéias Teles Borges

quinta-feira, 20 de janeiro de 2011

Abençoado e amaldiçoado

Fui abençoado e amaldiçoado pela mesma pessoa em dias e circunstâncias diferentes. Foi num semáforo na cidade de São Paulo, na sugestiva Avenida Liberdade.

Na primeira vez o indivíduo me abordou, mostrou a carteira de trabalho e disse que se sentia humilhado (por mendigar). Precisava ficar ali, logo cedo, pedindo ajuda para comprar leite e outros produtos de necessidade para sua casa.

Tratava-se de um cidadão de boa aparência e tudo indicava que a situação dele era de fato como descrevia. Dei-lhe algum dinheiro e ele me disse: “que Deus te abençoe”.

O sinal ficou verde e eu segui o meu caminho.

Passados alguns dias e no mesmo semáforo ele veio de novo, com a mesma história. Ele não me reconheceu. Desta vez, como na anterior, eu o ouvi, mas neguei-me a lhe dar algum valor. Ele me disse: “o diabo te ama”.

O sinal ficou verde e eu segui o meu caminho.

Enéias Teles Borges
Postagem original: 09/05/2008

O ateu é estúpido?

De acordo com um texto bíblico o ateu é néscio por afirmar que Deus não existe. Resolvi navegar na internet para saber o que muitos "do povo" pensam do assunto. Encontrei um tópico no yahoo que é muito divertido e ao mesmo tempo mostra o quanto é complicado o convívio entre teístas e ateístas. Quem seria mais intolerante? O criacionista ou o ateu? Quem deu início à demanda?

Coletânea de pérolas

(1) Atenção ateus: "Disse o néscio em seu coração: Não há Deus..."(Salmo 53:1)! Alguém sabe o que significa ?

Este é um verso que mostra que Deus conhece todas as coisas até o coração dos ateus! Algum ateu sabe o que é "néscio"? Não sou ateu, mas posso dar a minha contribuição a quem estiver precisando dela.

(2) A passagem que você citou é semelhante a Salmos 14.1-3:

1. Diz o néscio no seu coração: Não há Deus. Os homens têm-se corrompido, fazem-se abomináveis em suas obras; não há quem faça o bem.

2. O Senhor olhou do céu para os filhos dos homens, para ver se havia algum que tivesse entendimento, que buscasse a Deus.

3. Desviaram-se todos e juntamente se fizeram imundos; não há quem faça o bem, não há sequer um.

O néscio ou insensato é aquele que vive como se Deus não existisse. O néscio expressa de duas maneiras a sua rebelião contra Deus:

a. Rejeita a revelação de Deus, porque não crê no que a Bíblia diz a respeito dele. Despreza os princípios morais da Palavra de Deus e depende do seu próprio intelecto para estabelecer a diferença entre o certo e o errado.

b. Não buscam a Deus, nem o invocam em oração, por sua presença e ajuda.

(3) Este salmo descreve a degeneração dos ímpios e ensina que a raça humana está, pela sua própria natureza, alienada de Deus (Ef 2.2,3). Paulo cita os três primeiros versículos deste salmo para reforçar a verdade que "todos pecaram e destituídos estão da glória de Deus" (Rm 3.23). Néscio quer dizer incrédulo, ignorante, na verdade é aquele que fecha os olhos para a verdade e fecha o coração pra Deus, fazendo-se de cego.

(4) Ateus olham para a natureza, olham para sua formação do seu ventre e até seu corpo atual, seus ossos que cresceram. Acham isso normal? Par mim é milagre...

(5) Néscio é sinônomo de ignorante. Portanto quer dizer que o ignorante disse não haver Deus.

(6) Néscio é tolo, ignorante. O cristão considera o ateu tolo apenas por não crêr em seu Deus, o que não passa de mais discriminação.

(7) Meu amigo, a Palavra de Deus causa náuseas em certas pessoas. Continue firme e faça conforme o Senhor Deus propor em seu coração. Você é tão alienado quanto eu e prefiro ser assim aos olhos do mundo do que aos olhos do Pai. Lembre-se: "quer ouçam, quer deixem de ouvir". Que o Pai das luzes ilumine teus caminhos. Paz!

(8) Eu sei o que significa, apenas não concordo. E você, sabe o que significa lavagem cerebral?

(9) Sou ateu sim e essa frase é uma ofensa aos ateus, dizendo que só os ignorantes não acreditam em Deus quando na realidade eu acho exatamente o contrário. "Néscio: adj. s. m. néscio do Latim nesciu, adjetivo que é ignorante; ignaro, inepto; estúpido; desassisado; s. m., indivíduo inepto, ignorante".

(10) Néscio quer dizer: "aquele que crê na bíblia e é incapaz de pensar por si próprio". Acertei! 10 pontinhos please...

(11) Oh, eu era atéia, mas depois, mas depois desse trecho da Bíblia, vou passar a ir à igreja todo dia, pois Deus conhece até o coração de um ateu... Putz, faça-me favor, que ridículo, isso pra mim significa nada!

(12) Não sou ateu, sou coordenador de um grupo de estudo do evangelho de Jesus; mas o único ateu que conheci convicto morreu com o Luiz Carlos Prestes; os que se dizem ateu são na verdade orgulhosos para admitirem a simpatia por Deus e alguma religião; os ateuzinhos que andam por aí são na verdade mais bagunceiros do que verdadeiros; são aqueles tipinhos que ficam olhando o filho andar no balanço e quando a corrente quebra e o filho voa longe, gritam logo; meu Deus protegei-o; prp isso não posuem cultura e para saber o que é nescio devem recorrer a dicionário. Ateus no Brasil? Hehehe!

(13) Néscio é ignorante, não apenas o que ignora algo, mas o renintente, o insistente, o burro, o teimoso, há um sentido negativo pejorativo no adjetivo. Não sou ateu nem religioso. Deus como ineligência suprema como Supra-ciência, como Logos organizador do Universo existe sim e fácil comprovar sua existência...enunciou Einstein que de religioso, foi ateu, e terminou a vida como deísta. A existência do relógio comprova a existência do relojoeiro. Assim como Universo a de Deus. Não somos néscios, nós dois não somos.

(14) Néscio é nome de algum boiola.

(15) "Néscio" significa incrédulo. Já é o suficiente para compreender o salmo 53.

(16) Que você é mais um alienado da realidade à sua volta, e que está neuroticamente imerso numa religiosidade arcaica. Acorda rapaz! Isso não dá camisa a ninguém.

(17) Não tem pergunta melhor pra fazer não?

(18) Voce tem cara de néscio, abra sua cabeça, leia um livro que esclareça que a sua mente que está poluida.

(19) O Néscio disse isso? Esse néscio é um filho da puta mesmo! Não liga prá ele não.

 
Nota: Depois dos "elogios" e "troca de gentilezas" acima eu pergunto: quem é mais intolerante? Uma pergunta já possui resposta: levando em consideração a idade da Bíblia, quem começou a ofender primeiro?
 
Enéias Teles Borges

quarta-feira, 19 de janeiro de 2011

Deus Ilusão

Esta postagem tem apenas um objetivo: divulgar o blogue DeusILUSÃO. Uma das melhores páginas que encontrei na internet. Textos bem escritos, de leitura fácil e agradável. Você certamente não perderá tempo lendo os artigos ali postados e mais: o objetivo lá encontrado é o que chamo de "debate no campo das ideias". Quer você seja ateu ou criacionista a leitura lhe fará bem.

O criador...

Eu sou ateu. Praticante.

O ateu não é, como muito estupidamente se pensa, aquela pessoa que ‘não acredita em nada’. Eu acredito, sim, em muitas coisas. Uma delas é que um mundo sem religião seria um lugar bem melhor para se viver. As pessoas poderiam muito bem inventar quantos deuses quisessem para adorar, pelos quais estragassem as suas vidas e desperdiçassem o seu tempo. Isso seria problema delas, desde que mantivessem esses hábitos na sua privacidade. Entretanto, a religião é o que faz com que essas ilusões se tornem prejudiciais não só para quem nelas acredita, mas para todos nós.

Você pode querer argumentar que a “sua” religião é uma religião “do bem”, “boazinha”, “não faz mal a ninguém”, isso querendo comparar com, digamos, a religião muçulmana. Mas como você, obviamente, não consegue entender, se a sua religião não é uma das três grandes monoteístas — cristã, judaica e islâmica –, nem a dos mórmons, nem a hindu, nem uma das outras menores, se a “sua” não é uma dessas, é com absoluta certeza uma ramificação de uma delas, ou uma ramificação de uma ramificação, dentre as inúmeras outras que pipocam todo dia no “mercado”, e que você “a escolheu” porque ela serviu em você — como um sapato. Mas, assim como o sapato, a “sua” religião também foi fabricada para suprir uma necessidade sua e gerar renda para o seu fabricante. Você obviamente não tem interesse em enxergar a quantidade de gente que está enriquecendo com isso; mas outras pessoas enxergaram: daí o motivo de tantas “novas” igrejas. A indústria da fé.

Mas o seu argumento continua de pé: sua religião é do bem. Você pode querer dizer que a sua religião não quer dominar o mundo, matar infiéis, impor à força o seu Deus, governar o país, etc. Você pode dizer, por exemplo, que não pertence à fé cristã, que ceifou milhões — milhões — de vidas humanas ao longo da História pela fogueira, pela tortura, pela espada, pelas guerras e por aí afora. Mas o que você também não entende, e talvez mesmo não queira entender, é que ela só não fez isso tudo porque nunca teve o poder para isso. Nunca teve, ou não tem “ainda”.

Esse blog foi concebido não só para expressar algumas das minhas opiniões sobre Deus, religião, fé, ateísmo e tal. Eu pretendo convidar pessoas religiosas para lerem os meus textos e darem suas opiniões. Não farei isso na intenção de que se tornem ateias, de que aceitem a minha visão do mundo, mas, sim, com o tentador convite para que me convençam de suas crenças e derrubem as minhas, e que possam, com isso (quem sabe?), “salvar a minha alma”.

Um outro motivo para a criação do blog é a minha própria proteção. É mais seguro defender minhas opiniões daqui. Um ateu dificilmente conservaria todos os dentes na boca caso se atrevesse a usar o mesmo expediente de pregar em praça pública as suas convicções, tal como o crente faz. Não é nada fácil imaginar que um grupo de ateus seria capaz de se reunir e agredir um pregador que estivesse divulgando as suas crenças num local público. Entretanto, seria exatamente isso o que se poderia esperar dos religiosos se fosse um ateu o orador. Por isso eu prefiro a relativa segurança da web à insegurança do púlpito. Eu cosidero as pessoas religiosas tão inofensivas quanto um bêbado dirigindo uma escavadeira. Ou segurando um revólver. Um ateu covarde, vivo e “praticante” é infinitamente mais útil do que um ateu valente e morto. Nós, ateus, não precisamos de mártires.

Eu “criei” esse blog em 3 passos. Levou apenas 6 minutos. No 7º eu descansei.


Nota: Recomendo a leitura sistemática. Salvei em meus "blogs" do Google Reader.

Enéias Teles Borges

terça-feira, 18 de janeiro de 2011

Ateísmo é crime, doença e afins?

O ateísmo é doença? Deve ser. Basta alguém dizer que é ateu para que muitos se afastem, como se o que descrê na existência de divindades fosse uma espécie de leproso ideológico.

O ateísmo é crime? Deve ser. Basta alguém dizer que é ateu para que muitos se afastem, como se aquele que afirma não acreditar na existência de deus (ou deuses) fosse algum tipo de sarnento criminoso.

O ateísmo conspira contra qualquer tipo de bom costume? Deve conspirar. Afinal muitos se afastam dos que são sinceros em dizer no que acreditam, quando o objeto de tal convicção não está escudado em qualquer tipo de crença em seres divinais.

Sou obrigado a acreditar nisso tudo? Levando em consideração a disposição da maioria dos teístas devo sim... Levando em consideração a ética, a moralidade, o respeito e afins, não devo...

Enéias Teles Borges

segunda-feira, 17 de janeiro de 2011

Comemore: você está certo!

Comemore pois você está certo! Você é um felizardo por estar certo! Esteve no lugar e hora certos! Celebre essa conquista pois você está certo! Durante muito tempo eu comemorei, com razão, o fato de estar certo. Julgava-me uma pessoa abençoada por ter nascido no lar certo, no país certo e na religião certa! Nasci certo, que maravilha!

Não importa a sua denominação religiosa, não importa a sua fé, não importa o seu deus: você está certo! Seu deus não permitiria que você nascesse, vivesse e morresse no erro. Ele não faria tamanha maldade! Viva e comemore, pois você está certo! Não importa se você é muçulmano, judeu, cristão ou de qualquer conglomerado religioso ocidental ou oriental: você está certo! Seu deus mostrou, pelos profetas e santos, que você é o remanescente, que você faz parte do povo escolhido, não tema e não trema: você está certo!

Desde cedo você aprendeu que tem a verdade e que os outros têm o erro. Claro que você está com a verdade! Como você é estudioso e analisou todas as possibilidades de fé e ainda continua no mesmo lugar a conclusão é simples: você continua no mesmo lugar simplesmente porque está certo!

E você, cristão brasileiro, comemore em alto e bom som! Não importa sua denominação. Não importa se é católico, protestante, pentecostal (...), você está coberto de razão! O deus que lhe mostrou o caminho, via profetas e santos, jamais permitiria que você ficasse na igreja errada! Você está certo!

Todos os demais são filhos das trevas e você é filho da luz. Você está certo! Claro que está certo, como não? Tudo mostra que você está certo e que você deve ficar onde sempre esteve: no lugar certo!

Essa é a grande contradição da fé coletiva: muitos pensam de forma diferente. São muitos os grupos de fé e todos se julgam o remanescente. Todos se julgam certos! Todos dizem que deus mostrou o caminho! Todos dizem que deus não permitiria que ficassem no erro...

Então vibre, emocione-se, esbalde-se e chore de alegria! Não importa qual a sua fé! Comemore: você está certo!

Enéias Teles Borges
Postagem original: 11/03/2009

domingo, 16 de janeiro de 2011

Todos são ladrões!

Pelo menos pela ótica de uma pessoa, com a qual conversei hoje. Segundo ele: "todos são ladrões. A diferença é que uns assaltam usando arma e os demais usando a caneta".

O raciocínio dele se prendia no fato que, de uma forma ou de outra, as pessoas buscam benefícios ilegais e imorais. Uma sonegação mínima aqui, uma declaração de imposto de renda truncada ali, um relatório de despesas encorpado acolá, um troco com equívoco favorável numa negociação...

Não concordo com tudo o que ele disse, mas é algo que precisa ser considerado...

Enéias Teles Borges

sexta-feira, 14 de janeiro de 2011

Não gosto de religião

Não gosto de religião. Não quero gerar polêmica ou desrespeitar ninguém com esta postagem. Apenas expressarei a minha opinião.

Cresci em um ambiente religioso. Quando pequena frequentei igreja e estudei em um colégio religioso. Não nego a importância de tal formação, até porque foi nesse meio, junto com a criação de meus pais, que recebi uma boa base ética. Porém, não posso negar que me deparei com inúmeras contradições.

Acredito que foi aos dezesseis anos que parei de frequentar a igreja e, desde então, não tenho sentido falta. Isso mesmo: não sinto falta, e ainda ouso dizer que não voltarei a sentir. Pra ser bem sincera, sempre me senti presa naquele meio, nunca levei muito a sério a lavagem cerebral a que era submetida semanalmente. Sim, para mim, aquilo era uma espécie de lavagem cerebral, pura alienação. Sem mencionar o total deslocamento. Sabe quando a gente se sente deslocado em um lugar? Pois é.

Repito: não quero ofender ninguém e estou apenas expressando a minha opinião. Não estou criticando a crença ou falta de crença em qualquer força, entidade, ou o que quer que seja. Cada um é livre pra acreditar no que quiser e, se for de seu desejo, seguir alguma doutrina religiosa.

Porém, acho que o mundo seria um lugar bem melhor sem religião. Veja bem, não disse fé; disse religião. Não deveria existir denominação religiosa. Acho um absurdo a quantidade de notícias sobre violência relacionada à intolerância religiosa. Outro fator que me chama a atenção é que, geralmente as religiões pregam sobre a igualdade entre os homens, e o que vemos nestes contextos é exclusão, seja por classe social, por etnia e, principalmente, por opção sexual.

Na teoria, as religiões deveriam unir o mundo; na prática, acabam dividindo-o ainda mais. Pode soar até meio anarquista (?), mas realmente, acho que o mundo seria bem melhor sem religião.

Acho que dessa forma poderia haver mais respeito entre as pessoas. A meu ver, a falta de respeito entre indivíduos constitui um dos maiores problemas das civilizações atuais.

Respeito. É o que desejo a todos neste ano que se inicia.


Nota: Postagem oriunda do blogue da Michelle Maia Borges (minha filha). Uma postagem que me traz alívio no seguinte sentido: ela não é alienada. Quando digo isso eu não quero dizer que aprovo ou deixo de aprovar a sua postura. Aprovo, sim, a capacidade que ela tem para escolher e não ser apenas um papagaio do teísmo ou ateísmo...

Enéias Teles Borges

quinta-feira, 13 de janeiro de 2011

Leproso! Leproso! Leproso!

Antigamente, mais precisamente nos tempos do antigo Israel bíblico, quando uma pessoa encontrava-se acometida de hanseníase, popularmente conhecida como lepra, era obrigada por lei a afastar-se de todo tipo de convívio social. Ele deveria deixar o seu lar e o seu trabalho, afastando-se por completo de sua família e dos seus amigos. A partir do momento que a doença fosse detectada seus únicos companheiros poderiam ser somente os outros leprosos igualmente marginalizados.

Como se não bastasse toda a dor causada pelo afastamento daqueles que ele mais amava, ainda era obrigado a se submeter à um humilhante costume exigido naquela época. Cada vez que um leproso visse uma pessoa normal se aproximando dele, deveria gritar para que todos pudessem ouvir:

- "Leproso! Leproso! Leproso!"

Desta forma as pessoas seriam avisadas para desviarem seu caminho e não se aproximarem daqueles que eram vistos como miseráveis pecadores amaldiçoados por Deus.

Os anos se passaram e aqui nos encontramos já vivendo o século XXI. A humanidade evoluiu cientificamente e com isso o bacilo Mycobacterium leprae foi identificado transformando a lepra em apenas mais uma doença passível de ser tratada e curada. Somente acho lamentável que a mentalidade de muitos seres humanos não tenha evoluído na mesma proporção que a ciência avançou.

Vivemos em um mundo onde 97% das pessoas são de alguma forma religiosas, ou seja, acreditam em algum tipo de força superior transcendente e sobrenatural denominada deus ou deuses. Os 3% que não pensam da mesma forma e se atreveram em algum momento de suas vidas a se declararem ateus ou ateus agnósticos, são vistos por esta esmagadora maioria de religiosos como verdadeiros leprosos morais.

Os familiares religiosos os rejeitam, os amigos religiosos se afastam e até no trabalho correm o risco de serem demitidos pelos seus patrões igualmente religiosos. Quando estes marginalizados do mundo da fé procedem de algum tipo de comunidade religiosa, passam a ser alvo de uma espécie de asco e ódio "santificados" por parte daqueles que antes lhes chamavam de irmãos.

O antagonismo que recebem é tão gritante que nem precisam mais alardearem pelos quatros cantos: "Leproso! Leproso! Leproso!". O mundo religioso é quem se incumbe de dar o sinal de alerta mediante sistemática difamação e insinuante calúnia: "Cuidado, aquele ali é um ateu!"; "Apostatou da fé!"; "Abandonou a Deus!"

Quanto a lepra, ainda entendo que havia uma razão lógica para, naquele tempo, afastarem os contaminados. A doença era contagiosa e não tinha cura. Mas e quanto ao ateísmo? Ele é contagioso? De forma alguma! Só se torna ateu quem quer. Ele não tem cura? Eu acredito que não, porém os "sãos" nada tem a temer, pois além de já estarem vacinados com a fé, não existe qualquer risco de contaminação involuntária.

Então, por que um ateu precisa ser tratado como um leproso? Eu sinceramente não entendo. Eles continuam sendo as mesmas pessoas. Suas convicções mudaram, mas não o seu caráter. É claro que existem bons e maus ateus, assim como existem bons e maus religiosos. Se um religioso é honesto e cumpridor das leis, a tendência é que, caso um dia venha se tornar um ateu, continue sendo honesto e cumpridor das leis.

Este negócio de pensar que a concepção da inexistência de Deus torna tudo válido, só passa pela cabeça pequena de pessoas que não entendem nada de cidadania e respeito ao próximo. Somente um péssimo religioso faz o que é certo com vistas na recompensa e com medo do castigo. Um bom religioso faz o que é certo simplesmente porque é a coisa certa a ser feita. Um bom ateu também!

O que mais me entristece nesta história é saber que estes "cristãos", que agem de forma discriminatória e desrespeitosa para com os ateus (leprosos?), tiveram em seu Mestre máximo um exemplo bem diferente.

Jesus não excluiu os leprosos de seu convívio, nem muito menos os considerou párias da sociedade.

Jesus os amou!


Nota: A postagem foi extraída do blogue acima citado, cujo editor é o Cleiton Heredia. Recomendo a leitura de todos os textos daquela página. Indico a todos os que gostam de posturas sólidas e sem preconceitos.

Enéias Teles Borges

quarta-feira, 12 de janeiro de 2011

A religião e a vida normal e completa...

Um homem que está livre da religião tem uma oportunidade melhor de viver uma vida mais normal e completa. (Sigmund Freud)

É claro que os religiosos não concordam e jamais concordarão. Até porque os defensores da religiosidade defendem a única religião correta - justamente aquela da qual fazem parte. Já não gosto do uso do termo religião e prefiro trocá-lo pela expressão "cultura religiosa". A suposta religião tem sido transmitida por herança, logo isso me parece algo cultural.

A liberdade das amarras da religião é muito importante para o homem ético. A pessoa ética sempre buscará o senso comum. O religioso alega a prática do bem vinculada à ação da religião na vida. O não religioso alega a prática do bem como uma obrigação moral de todos e em prol do verdadeiro bem: o bem comum.

Para o homem ético a ausência da religião lhe fará mais bem que mal. Aí sim, o pensamento de Freud se encaixa com perfeição. Uma vida normal e completa deveria independer de obrigações impostas por religiões múltiplas...

Enéias Teles Borges

terça-feira, 11 de janeiro de 2011

Desconfie do destino...

Desconfie do destino e acredite em você. Gaste mais horas realizando que sonhando, fazendo que planejando, vivendo que esperando... Porque, embora quem quase morre esteja vivo, quem quase vive, já morreu... (Luiz Fernando Veríssimo)

Não é apenas uma frase de efeito de um brilhante escritor e humorista. É a maneira de pensar de alguém que observa, que compara e que conclui. Não é expressão de quem tenta ajudar a sim mesmo, da maneira como sugerem os compêndios de auto-ajuda.
 
A vida cobra um tributo e esse tributo é a fuga da morte, vivendo o quanto se pode e da melhor maneira possível. Viver também está intimamente ligado com a disposição altruísta de viver para a família, outorgando a essa célula da sociedade o poder de sempre olhar para a frente, sem lamentar o que ficou no passado, principalmente quando não se pode mudar o que já aconteceu. Viver significa a busca pelo acerto constante naquilo que se faz. Viver significa o apego à ética como se ela fosse o oxigênio fundamental ao existir. Viver é...
 
Desconfie do destino e viva!
 
Enéias Teles Borges

segunda-feira, 10 de janeiro de 2011

O homem é esterco?

Sim, claro que é. Os que morreram já são esterco e os que estão vivos tornar-se-ão. A diferença é que no mundo dos vivos o homem é um esterco em potencial. Potencial que será efetivado. Questão de tempo...

É claro que existem aqueles que acreditam que serão levados para outro contexto (vivos!). Jamais experimentarão a morte... Mas aí é fé. E contra a fé, qual argumento usar?

Enéias Teles Borges

Avanço na busca de vida extraterrestre

A Nasa (agência espacial norte-americana) anunciou nesta segunda-feira (10) que a missão Kepler encontrou pela primeira vez um planeta rochoso, o menor já descoberto fora do Sistema Solar.

O planeta, batizado de Kepler 10b, tem o tamanho da Terra multiplicado por 1,4. A descoberta é fruto de mais de oito meses de dados coletados pela sonda, entre maio de 2009 e janeiro de 2010.

Estudo sobre o achado foi publicado na revista "Astrophysical Journal".

A missão Kepler é a primeira da Nasa destinada a buscar planetas de tamanho similar à Terra em zonas chamadas de habitáveis (ou próximo a elas), ou seja, regiões de sistemas planetários em que é possível existir água na superfície do planeta. O Kepler 10b está 20 vezes mais próximo de sua estrela que Mercúrio está do Sol e não fica em uma zona habitável.


Nota: Podem ter certeza de que muita gente conspira contra esse tipo de avanço na astronomia. Vida fora da Terra, que seja diferente daquela difundida pelos defensores ferrenhos de determinadas tradições, promoverá uma catástrofe teológica. A vida teria que ser perfeita. Em assim não sendo caem no chão todo o apredizado e prática teológica dos que acreditam na Criação proposta no livro bíblico do Gênesis.

Enéias Teles Borges

sábado, 8 de janeiro de 2011

Quando você se tornou ateu?

Neste meu ócio de sexta-feira, passando por um desses sites populares da Internet, mais exatamente num fórum dedicado a Richard Dawkins ("Richard Dawkins Fans"), deparei-me com uma enquete, que tinha como pergunta: "Quando voce se tornou ateu ou agnóstico?"

As respostas estavam distribuídas em quatro alternativas, norteadas por diferentes idades, a saber:

1. Até os 15 anos;
2. Dos 15 aos 18 anos;
3. Dos 19 aos 21 anos;
4. Mais de 22 anos.

Das 743 pessoas que participaram, 310 delas (equivalentes a 41%) afirmaram que se tornaram atéias até os 15 anos de idade, e 279 (ou seja, 37%) ficaram no patamar dos 15 aos 18 anos. Resumindo, 78% do que votaram na pesquisa declararam que a opção pelo ateísmo deu-se na idade que vai até os 18 anos.

É claro que não se deve creditar muita importância a este tipo de inquirição, que é feita no anonimato e sem lá muito critério. Todavia, ao que tudo indica, ela realmente parece refletir ao menos um pouco dessa realidade. O período que vai até os 18 anos, é aquele em que jovem sente profunda necessidade por se "rebelar contra o sistema". Com "sistema" entenda-se políticos, professores, líderes religiosos, os próprios pais e a divindade (ou deuses) que estes adoram.

É isso!


Nota: É claro que as pessoas, em geral na velhice, reconsideram tanto o ateísmo quanto o teísmo (conforme escolha na juventude). Acredito que valeria também uma pergunta que nos conduziria a resultados parecidos: "quando você se tornou criacionista?"

Enéias Teles Borges

Sobre o sofrimento humano...

O ser humano é um ser pensante, talvez daí a origem do seu sofrimento. O homem pensa e por assim proceder tem consciência da vida. Tendo consciência da vida possui a certeza de que a morte também existe. Talvez daí a origem do seu sofrimento. Quem assume que a morte é o derradeiro passo humano na sua ínfima existência consegue, por assim acreditar, conviver com a certeza da morte, conviver com a consciência da finitude humana. Não alimenta sonhos para o futuro e acaba assimilando, simplesmente assim...

O ser humano é um ser pensante, talvez daí a sua preocupação com o fim da vida. Tem consciência de que o fim virá e por assim crer tenta desenvolver desejos que projetem vida futura. Futura além da morte ou futura após ressurreição. Qualquer tipo de vida futura que alongue a atual ou que a torne eterna é sonho humano – daqueles que não aceitam o fim. Sonho que se torna de possível materialização via braços longos da fé. Eis aí a religião. Criatura ou criadora do homem ser pensante? Seria esse o motivo que nos leva a crer que o desejo pela vida eterna é uma forma de abordagem que nos mostre nuances do sofrimento humano? Não é irônico que a busca pela vida eterna ande de mãos dadas com o sofrimento?

Interessante como se portam os “irracionais” e como de forma extraordinária se portam os racionais. Os animais irracionais, por não serem pensantes, vivem o presente como se não houvesse o amanhã. Ausência de discernimento sobre a vida? Estado de inconsciência sobre a morte?

Volta e meia eu fico sabendo de pessoas que sofreram graves acidentes e que se tornaram “vegetais humanos”. Perdem toda a consciência humana e a despeito da forma de seres pensantes tornam-se tão despidos de senso no que tange à vida que se configuram semelhantes aos animais irracionais.

Considerando o sofrimento humano: ele existe por que a vida é de dor ou tal sofrimento é fruto do estado de consciência racional do homem? Não se tornam despreocupados, quanto ao futuro, os homens que perderam a capacidade de pensar?

Enéias Teles Borges
Postagem original: 09/09/2009

sexta-feira, 7 de janeiro de 2011

Você diria a verdade?

Imaginemos a seguinte situação, ocorrida em séculos passados, numa época em que a comunicação era precária. Ao final pergunte a você mesmo: eu diria a verdade?

Um barco com várias pessoas, homens e mulheres, naufragou e os sobreviventes conseguiram chegar a uma terra próxima. Era uma ilha de razoável tamanho e com água potável. Nela seria possível sobreviver, mas as pessoas prefeririam o resgate. Muito tempo se passou e o resgate não veio.

À medida que o tempo passava algumas pessoas morreram e outras nasceram. Surgiu uma comunidade provisória. Havia atritos e alguns deles eram violentos.

Os mais antigos, com medo de uma revolta geral e que nela os mais fortes subjugassem os mais fracos, tomaram uma decisão em conselho: iriam infundir medo na comunidade. Implementariam uma esperança. O medo e a esperança serviriam para conter a violência.

Começaram a doutrinar os mais novos dizendo que um dia todos seriam resgatados e que iriam para uma terra maravilhosa. Lá não faltaria alimento e todos viveriam para sempre. Mas só os bons iriam. E mais: nem a morte impediria a ida dos bons para aquele lugar maravilhoso. As pessoas do bem seriam sepultadas num lindo cemitério e aqueles do mal seriam queimados numa fogueira.

Como saber quem era bom e quem era mau? Os antigos criaram uma norma geral e os casos que não estivessem relacionados nas regras seriam julgados pelo sábio.

Quem era o sábio? Era o escolhido. Escolhido por quem? Cada sábio ao envelhecer escolheria um discípulo. Um dia o discípulo e o sábio iriam para o outro lado da ilha (proibido para as demais pessoas) e lá o sábio iria para a terra maravilhosa e o discípulo voltaria - para ser o novo sábio.

Com o passar dos anos e a morte dos mais antigos a geração presente passou a crer em tudo aquilo que foi ensinado. A paz foi instalada. Ninguém queria perder a terra maravilhosa. Os que iam envelhecendo esperavam, pelo menos, que fossem enterrados no lindo cemitério. Ninguém queria ser queimado. Todos queriam o eterno lar.

Foi assim que os sábios conseguiram deter o caos. Medo e esperança! Imaginem se não fosse assim. Seria uma luta sem igual. O mais forte destruindo o mais fraco e o mais fraco se unindo com outros para a guerra contra o mais forte. O estado de guerra seria eterno. Isso mesmo, “eterno” enquanto durasse pois essa situação de animosidade acabaria aniquilando com a vida humana na ilha.

Já leu algo assim? É claro. Muitas vezes, não é?

Vamos ampliar o leque?

Imagine que você esteja naquela ilha e faça parte da geração presente. De tão exemplar que é acabou sendo escolhido para ser o discípulo, seria o futuro líder. O sábio estava velho. Era chegada a hora da viagem para o outro lado da ilha. Você está ansioso pois sabe o peso da responsabilidade.

Um dia o sábio lhe diz: “é hoje é agora”!

Chegando no outro lado da ilha o sábio lhe conta a verdade. Não existe terra maravilhosa. Essa tradição secular foi criada para promover e sustentar a paz na ilha. Ele diz algo perturbador: “agora cabe a você manter a paz ou promover a guerra. Tudo depende do que dirá ao povo quando retornar”.

O sábio morre e você o enterra e, por fim, toma o caminho de volta à comunidade.

Que situação! Ter que decidir por um caminho ou outro: dizer a verdade e esperar pelo caos ou continuar com a tradição e escolher o novo discípulo – futuro sábio.

Quando você chega de volta à comunidade as pessoas o esperam com festa e alegria e perguntam: “como foi que o sábio seguiu para a terra maravilhosa?”

Você é o novo sábio. As pessoas olham para você com respeito.

E aí? O que diria?

Vamos refletir?

E se tudo em nossa volta fosse uma obra de engenharia humana para preservação da espécie? Notou que sempre temos algo a temer e ao mesmo tempo algo bom a esperar? Qual a nossa verdade? Será que se a verdade for diferente dessa que cremos a sua divulgação seria o melhor caminho?

Você gosta de pensar nessas coisas? Eu não apenas gosto: eu preciso pensar dessa forma. É assim que procuro verificar a cada dia se eu sou um CONVICTO ou um ALIENADO...

Enéias Teles Borges
Postagem original: 29/08/2008

quinta-feira, 6 de janeiro de 2011

Qual teria sido a data do Dilúvio?

Uma interpretação literal da Bíblia aponta a idade da vida na terra em cerca de seis mil anos. Alguns sugerem dez mil, mas aí estariam fugindo dos relatos bíblicos. A data do Dilúvio, portanto, teria sido, segundo muitos acreditam, no ano de 1656 da criação. Deixemos de lado as fórmulas que nos trazem a essa data. A realidade é que de acordo com a interpretação conservadora (especialmente a protestante) a vida humana teria cerca de seis mil anos. A primeira navegação humana teria ocorrido no ano de 1656 a contar da Criação?

E a Ciência, o que diz disso? Cerca de 4350 anos ou 130 mil anos?

Grécia comprova a primeira navegação humana há mais de 130 mil anos

Uma pesquisa realizada por arqueólogos em Creta, sul da Grécia, comprovou pela primeira vez que os ancestrais do homem navegaram há mais de 130.000 anos, anunciou nesta segunda-feira (3) o ministério grego da Cultura.

Ao final de dois anos de escavações em torno da localidade de Plakia, no sul da Ilha de Creta, uma equipe greco-americana descobriu pedras talhadas do período paleolítico, datando entre 700.000 e 130.000 anos, informou o ministério em comunicado.

Estas descobertas, que atestam pela primeira vez uma instalação de hominídeos na ilha, antes do neolítico (7.000 - 3.000 anos a.C.), trazem à luz, também, "a mais antiga prova de navegação no mundo", segundo o comunicado.

Ferramentas, um tipo de "machado", foram encontradas junto aos vestígios de uma "plataforma marinha remontando a pelo menos 130.000 anos (...) o que comprova viagens marítimas no Mediterrâneo, realizadas dezenas de milhares de anos mais cedo em relação aos nossos conhecimentos", revelou o ministério.

As descobertas, junto da muito turística praia de Preveli, "modificam também as estimativas sobre a capacidade cognitiva das primeiras espécies humanas", com as ferramentas encontradas, que nos reenviam à população do "homo erectus e do homo heidelbergensis", acrescentou o comunicado.

Segundo os responsáveis pelo estudo, o americano Thomas Strasser e a grega Eléni Panagopoulou, as escavações dão uma nova visão à história "da colonização da Europa por hominídeos vindos da África", até então considerada como feita a pé.

"A visão de um povoamento da Europa apenas por terra deve ser repensada (...) houve, talvez, rotas marítimas usadas por navigadores em longas distâncias" escreveram os cientistas num artigo publicado por Hespéria, o boletim da Escola americana de arqueologia de Atenas (consultável no site http://www.ascsa.edu.gr/).

Revelaram, no entanto, não poder determinar de onde provinham os hóspedes paleolíticos de Creta, "de origem africana ou do Oriente Médio, sendo também provável uma hipótese de procedência da Anatólia ou da Grécia continental".


Nota: Existe uma maneira de questionar a Ciência e concordar com o Criacionismo conservador: o uso permanente da fé. Qualquer procedimento, fora esse, é puro ilusionismo...

Enéias Teles Borges

Educação: os cinco macacos...


Não esqueça as perguntas fundamentais
Professor Rubens Alves
 
Vou contar para vocês uma estória. Não importa se verdadeira ou imaginada. Por vezes, para ver a verdade, é preciso sair do mundo da realidade e entrar no mundo da fantasia...Um grupo de psicólogos se dispôs a fazer uma experiência com macacos. Colocaram cinco macacos dentro de uma jaula. No meio da jaula, uma mesa. Acima da mesa, pendendo do teto, um cacho de bananas.

Os macacos gostam de bananas. Viram a mesa. Perceberam que, subindo na mesa, alcançariam as bananas. Um dos macacos subiu na mesa para apanhar uma banana. Mas os psicólogos estavam preparados para tal eventualidade: com uma mangueira deram um banho de água fria nele. O macaco que estava sobre a mesa, ensopado, desistiu provisoriamente do seu projeto.

Passados alguns minutos, voltou o desejo de comer bananas. Outro macaco resolveu comer bananas. Mas, ao subir na mesa, outro banho de água fria. Depois de o banho se repetir por quatro vezes, os macacos concluíram que havia uma relação causal entre subir na mesa e o banho de água fria. Como o medo da água fria era maior que o desejo de comer bananas, resolveram que o macaco que tentasse subir na mesa levaria uma surra. Quando um macaco subia na mesa, antes do banho de água fria, os outros lhe aplicavam a surra merecida.

Aí os psicólogos retiraram da jaula um macaco e colocaram no seu lugar um outro macaco que nada sabia dos banhos de água fria. Ele se comportou como qualquer macaco. Foi subir na mesa para comer as bananas. Mas, antes que o fizesse, os outros quatro lhe aplicaram a surra prescrita. Sem nada entender e passada a dor da surra, voltou a querer comer a banana e subiu na mesa. Nova surra. Depois da quarta surra, ele concluiu: nessa jaula, macaco que sobe na mesa apanha. Adotou, então, a sabedoria cristalizada pelos políticos humanos que diz: se você não pode derrotá-los, junte-se a eles.

Os psicólogos retiraram então um outro macaco e o substituíram por outro. A mesma coisa aconteceu. Os três macacos originais mais o último macaco, que nada sabia da origem e função da surra, lhe aplicaram a sova de praxe. Este último macaco também aprendeu que, naquela jaula, quem subia na mesa apanhava.

E assim continuaram os psicólogos a substituir os macacos originais por macacos novos, até que na jaula só ficaram macacos que nada sabiam sobre o banho de água fria. Mas, a despeito disso, eles continuavam a surrar os macacos que subiam na mesa.

Se perguntássemos aos macacos a razão das surras, eles responderiam: é assim porque é assim. Nessa jaula, macaco que sobe na mesa apanha... Haviam se esquecido completamente das bananas e nada sabiam sobre os banhos. Só pensavam na mesa proibida.

Vamos brincar de "fazer de conta". Imaginemos que as escolas sejam as jaulas e que nós estejamos dentro delas... Por favor, não se ofenda, é só faz-de-conta, fantasia, para ajudar o pensamento. Nosso desejo original é comer bananas. Mas já nos esquecemos delas. Há, nas escolas, uma infinidade de coisas e procedimentos cristalizados pela rotina, pela burocracia, pelas repetições, pelos melhoramentos. À semelhança dos macacos, aprendemos que é assim que são as escolas. E nem fazemos perguntas sobre o sentido daquelas coisas e procedimentos para a educação das crianças. Vou dar alguns exemplos.

Primeiro, a arquitetura das escolas. Todas as escolas têm corredores e salas de aula. As salas servem para separar as crianças em grupos, segregando-as umas das outras. Por que é assim? Tem de ser assim? Haverá uma outra forma de organizar o espaço, que permita interação e cooperação entre crianças de idades diferentes, tal como acontece na vida? A escola não deveria imitar a vida?

Programas. Um programa é uma organização de saberes numa determinada sequência. Quem determinou que esses são os saberes e que eles devem ser aprendidos na ordem prescrita? Que uso fazem as crianças desses saberes na sua vida de cada dia? As crianças escolheriam esses saberes? Os programas servem igualmente para crianças que vivem nas praias de Alagoas, nas favelas das cidades, nas montanhas de Minas, nas florestas da Amazônia, nas cidadezinhas do interior?

Os programas são dados em unidades de tempo chamadas "aulas". As aulas têm horários definidos. Ao final, toca-se uma campainha. A criança tem de parar de pensar o que estava pensando e passar a pensar o que o programa diz que deve ser pensado naquele tempo. O pensamento obedece às ordens das campainhas? Por que é necessário que todas as crianças pensem as mesmas coisas, na mesma hora, no mesmo ritmo? As crianças são todas iguais? O objetivo da escola é fazer com que as crianças sejam todas iguais?

A questão é fazer as perguntas fundamentais: por que é assim? Para que serve isso? Poderia ser de outra forma? Temo que, como os macacos, concentrados no cuidado com a mesa, acabemos por nos esquecer das bananas...

Publicado anteriormente em 27 de julho de 2008.

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