quinta-feira, 30 de setembro de 2010

O ateu é teimoso?

Qual seria o sentido do termo teimoso no contexto do teísmo e do ateísmo? O teimoso é obstinado, pertinaz, insistente. Quer dizer que ele advoga posições injustificáveis? Significa que ele sustenta seu ponto de vista e que não abre mão dele a não ser que seja convencido do contrário?

Ontem eu conversava com o criacionista que defende de forma radical seu ponto de vista. Para ele é impossível o diálogo com o ateu em face de sua teimosia "atéia". Eu fiquei curioso em saber porque ele considera o ateu um teimoso. Sua resposta foi direta e sem espaço para refutação: "diante de tudo que se vê fica claro que existe um criador que fez tudo isso. O ateu não aceita simplesmente porque é teimoso".

Notaram o que significa teimosia para esse criacionista e muitos que são igualmente ortodoxos? Seria possível dizer que ele, criacionista, é igualmente teimoso - diante do arrazoado ateu? Dizer não é difícil. Complicado é convencê-lo que, à luz do seu raciocínio, ele também é um teimoso...

Enéias Teles Borges
Postagem original: 04/12/2009

Planeta similar à Terra

Estou esperando o momento de uma notícia mais efetiva. É certo que quando olhamos para o espaço sideral nós estamos olhando para o passado. Aquilo que hoje enxergamos talvez nem exista mais. Pode ser, também, que hoje seja diferente o bastante para satisfazer nossos anseios. Enquanto só conseguirmos ver o passado, podemos, ao menos, sonhar acordados. Seria interessante a confirmação de vida extraterrestre. Confirmação mesmo! Algo palpável e não apenas decorrente da esperança.

Planeta similar à Terra é descoberto e tem potencial para conter vida

Detecção foi feita por equipe de astrônomos norte-americanos.
Astro está localizado a 20 anos-luz de distância do Sol

Um astro com apenas três vezes a massa da Terra foi detectado a 20 anos-luz, orbitando uma estrela da constelação de Libra conhecida como Gliese 581, uma anã vermelha. Astrônomos da Universidade da Califórnia e da Carnegie Institution de Washington afirmam que o planeta é o primeiro a apresentar potencial real para conter vida.

A descoberta foi divulgada nesta quarta-feira (29) pela Fundação Nacional de Ciência dos Estados Unidos. O astro, chamado Gliese 581g, fica em uma região na qual os astrônomos julgam que um planeta pode apresentar água líquida para formar oceanos, rios e lagos. No local, a distância da estrela permitiria um ambiente com clima ameno, nem tão frio, nem tão quente.

A órbita do planeta ao redor da estrela Gliese 581 dura pouco mais de um mês terrestre, com as possíveis estações de ano durando apenas dias.

Não é o primeiro planeta a ser descoberto na "zona habitável" da estrela.

 
Enéias Teles Borges - Editor
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quarta-feira, 29 de setembro de 2010

Sobre a ética e a moralidade...

Uma missão difícil eu creio que está concluída. Foi a de mostrar às minhas filhas que a boa ética e sã moral independem de religiosidade ou, melhor dizendo, da cultura religiosa. O contexto no qual cresceram e estudaram tem imensa dificuldade para mostrar que é possível ser ateu e ainda assim ser ético e ter moralidade. Assim como existem pessoas boas é más nos centros de fé o mesmo ocorre nos âmbitos daqueles que creem na inexistência de qualquer divindade. Isto que dizer que elas, sendo teístas ou ateístas, estão obrigadas a enxergar esta vertente pura da ética e da moralidade.

Devo admitir que foi uma tarefa árdua. Cresci aprendendo que ser religioso é ser ético e não ter deus no coração é ser louco. Não é um provérbio bem difundido aquele que assevera ser néscio o que afirma não existir deus? Por suposta loucura há um encaixe: o ateu não é ético, logo o ateu conspira contra a moralidade. Algo como um mundo sem limites às mazelas da carne – promovido pelos loucos ateus. Não é isso que, enfim, fica transparente no discurso dos pseudo-religiosos?

Concluo, portanto, que a missão está cumprida e não é de hoje. Até considero minhas filhas como privilegiadas por não terem ouvido desde a infância “que eram filhas da luz” e que fora do contexto de fé no qual cresceram só existem os “filhos e filhas das trevas”.

Neste sábado tecemos comentários acerca da dissociação que há entre ética e religiosidade. Existem éticos em todos os lugares e isso independe de sexo, cor, religião e afins. Eu as ouvi falando longamente sobre isso. Foi gratificante não ver nelas os assustadores indícios da crença espúria: aquela que sugere que só o religioso é bom e, em contrapartida, o não religioso carece de freios morais.

Sinto-me aliviado pois sempre sofri pressão dos “meus iguais” que seguem habitando no centro de cultura religiosa. Quantas vezes eu ouvi algo como “é preciso manter suas crianças sempre na igreja para que aprendam o que é certo e saibam se afastar do que não é justo”. Ou assim: “você tem se ausentado da igreja. Você é adulto, mas sua atitude é prejudicial às suas filhas que necessitam frequentar a igreja...”

Não foi fácil ao longo dos 19 anos de uma filha acrescidos dos 16 anos paralelos da outra. Como é importante ver que entenderam que a ética e a moralidade são qualidades que precisam ser bem desenvolvidas e que para tal não são necessários o incentivo e o chicote dos centros de difusão da fé cega e da faca amolada.

Elas compreendem, é claro, que o ambiente dos centros de cultura religiosa é bom. Repleto de pessoas bem intencionadas, mas que carecem de uma visão mais clara e respeitosa acerca das demais pessoas de outras religiões e das que sequer têm religião - por serem atéias.

Sinto-me, no mês em que completei 47 anos, realizado no que concerne a este ponto importante, independentemente de religiosidade ou ausência dela: deve-se fazer o certo simplesmente porque é certo. Eis o que se pode dizer de ética e de moralidade. Eis o que me deixa com a convicção de que minhas filhas entenderam...

Fonte: [Cultura e Religiosidade].

Enéias Teles Borges
Postagem original: 05/10/2009

O VIAGRA, O CÂNCER E MAIS...

O viagra é super remédio? Além do seu objetivo principal ele, de forma não programada, auxilia em outras enfermidades? É o que parece...

Viagra ajudaria a combater câncer

Associado ao Viagra, medicamento tem efeito potencializado no combate ao câncer de próstata; a combinação ainda protegeria o coração de efeitos colaterais do tratamento.

A descoberta foi de pesquisadores da escola de medicina da Universidade Virginia Commonwealth, nos Estados Unidos.

Há mais de 40 anos, o agente doxorubicin é usado em sessões de quimioterapia para tratar uma série de cânceres humanos, inclusive o de próstata.

Apesar de sua eficácia, seu uso é associado a um dano irreversível ao coração, que surge anos depois do fim do tratamento. Há mais de 15 anos, pesquisadores trabalham para achar uma maneira de proteger o órgão dos efeitos colaterais da doxorubicin.

Os experimentos da Universidade foram realizados tanto in vitro (realizados com células em placas de vidro), como in vivo (com seres vivos). No caso, ratos receberam doses de Viagra, genericamente conhecido como sildenafil. Essa substância, sabe-se, aumenta a quantidade de óxido nítrico no coração – um benefício que ajuda a sobreviver em casos de um ataque cardíaco.

Nos testes, a equipe liderada pelo Dr. Rakesh C. Kukreja descobriu que a combinação do Viagra com o doxorubcin aumenta a geração de substâncias que ativam a destruição das células cancerígenas da próstata. Essa destruição acontece sem danificar os tecidos saudáveis.

Os resultados também mostraram que a combinação alivia os danos causados no coração.

A equipe agora se prepara para começar testes clínicos com pacientes e poder confirmar se os resultados iniciais em laboratório são aplicáveis a pessoas.

O estudo publicado online na Proceedings of the National Academy of Sciences,

 
Nota: Será que o viagra é um "santo remédio", que traz saúde e restauração? Aguardemos...
 
Enéias Teles Borges - Editor
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Alimentação: mitos e verdades

Muito se fala acerca de uma boa alimentação e de uma má forma de se alimentar. Surgem, portanto, mitos e verdades. O sítio Universo Online traz excelente matéria que versa sobre esse assunto. Alimentar-se bem não é veitude apenas dos que dizem que assim o fazem, mas de todos os que querem e buscam. Sem vinculação com misticismos e afins. Recomendo a leitura.

Oito grandes mitos e verdades sobre a alimentação

Alimentação é um tema que sempre gera muita controvérsia. Há muitas correntes com conceitos e ideias mais díspares possíveis, e que espalham esses conceitos na sociedade. A gama de reações individuais é muito extensa, e cada pessoa tem um perfil quase próprio de preferências e intolerâncias. Assim cada pessoa acaba elegendo um conceito e alguns mitos, que se encaixam no seu perfil alimentar. Reações alérgicas a alimentos são relativamente comuns e geram um ambiente ainda mais complexo para avaliação do que é bom e ruim para cada pessoa. Assim, é muito difícil traçar diretrizes, que sejam verdade absoluta para todas as pessoas. É como se cada indivíduo tivesse um perfil específico de alimentos ideal para si.

Nada como um ambiente complexo, como esse, para gerar histórias e mitos. Comida e alimentação mexem com um instinto de sobrevivência do ser humano. Isso ajuda as pessoas a projetarem suas fantasias na comida. As pessoas falam, sonham, criam histórias com isso. O que é verdade e o que não é? Dentro do possível vamos avaliar vários desses mitos e controvérsias, mostrando o que tem suporte na ciência e nos estudos feitos pela medicina e nutrição até o momento.

1º) Carne de porco é menos saudável que carne de vaca?

Carne de porco é uma carne mais gordurosa que a de vaca, e como toda carne, possui principalmente as gorduras saturadas, aquelas que não são as melhores para saúde. Assim é uma carne que não pode ser consumida em muita quantidade ou com muita frequência. Os judeus consideram a carne de porco não “kosher”, ou seja, imprópria para o uso humano, o que ajuda a criar um conceito de pouco saudável. Acredita-se que isso deva ter sido por ela transmitir um tipo de verme (Taenia solium) que pode causar uma doença mais séria, a cisticercose. Essa doença pode ser evitada com um cozimento adequado da carne.

Entretanto, a carne de porco também tem algumas características boas. As proteínas do porco são mais parecidas com as humanas, que as da vaca, por isso é uma carne que pode ser usada em pessoas com alergia a outras carnes. Os chineses associam o porco ao rim, por isso acreditam que sua carne ajuda as pessoas que têm doença renal.

2º) Beber água durante a refeição causa barriga?

Beber água na refeição, em especial água em excesso (mais que meio copo), não é bom, porque dilui os sucos digestivos que são produzidos no estômago e nos intestinos. Isso faz a digestão se tornar mais lenta e laboriosa, e muitas vezes o bolo alimentar aumenta de volume com a água, levando a uma distenção abdominal – ou seja, a barriga fica dilatada. Mas esse efeito é reversível, ou seja, assim que acaba aquela digestão, a barriga volta ao normal. O que causa aumento mantido da barriga é o aumento da gordura abdominal. O principal fator que aumenta a gordura abdominal é uma alimentação excessivamente rica em carboidratos simples (açúcar), em especial combinado com bebidas alcoólicas. Isso aumenta a síntese de triglicerídeos (gorduras) no fígado, que se acumulam mais na cavidade abdominal, fazendo a barriga crescer. Há também um fator genético, que faz que algumas pessoas tenham mais tendência a acumular gordura na barriga.

3º) Chocolate faz bem ou mal para a saúde?

Um ponto fundamental em alimentação é que não existe necessariamente alimento totalmente ruim nem bom. Tudo depende da quantidade que a pessoa come. Até água que é a substância que temos em maior proporção no organismo, pode ser nociva em excesso. Com o chocolate não é diferente, é importante controlar a quantidade.

Sim, chocolate é um alimento que faz bem à saúde, pois possui procianidinas e outros antioxidantes que ajudam na proteção dos vasos sanguíneos e na prevenção da aterosclerose. Mas, como o chocolate é muito calórico, ele deve ser consumido em quantidades muito moderadas para evitar o aumento de peso. O ideal é uma barra pequena, de 30 a 50g, no máximo, por dia.

É verdade que o chocolate ajuda a melhorar o humor feminino, e às vezes a TPM, porque combina alimentos como triptofano, metilxantinas e outras substâncias que melhoram o estado de humor. Isso explica o desejo que muitas mulheres possuem por chocolate. Como o chocolate é muito gorduroso, ele pode causar intolerância e casos de dores de cabeça, em pessoas sensíveis.

4º) Leite causa aparecimento de muco?

O leite a que nos referimos, é o leite de vaca. A albumina (proteína do leite) da vaca é muito alergênica para a espécie humana. Por outro lado, os leites que são maternizados, ou seja preparados para uso em crianças, são feitos com leite de vaca. Crianças possuem um intestino mais imaturo que os adultos, principalmente até o segundo ano de vida. Isso facilita a entrada de proteínas inteiras da vaca no organismo da criança, e essas proteínas vão funcionar como um estímulo ainda maior para desencadear alergia. Como consequência, a alergia ao leite de vaca é muito comum em crianças e adultos.

Nessas pessoas, que possuem alergia ao leite de vaca, a ingestão de leite costuma causar sintomas alérgicos respiratórios, acompanhados do aumento da secreção de muco. Outro problema do leite de vaca é a quantidade de lactose, o açúcar do leite. Muitos adultos vão desenvolvendo uma deficiência da capacidade de digerir a lactose, e com isso têm gases, desconforto na barriga, diarreia, náuseas, dor abdominal e outros sintomas quando tomam leite de vaca ou comem seus derivados. Leite de cabra é bem mais saudável, pois sua proteína causa muito menos alergia, ele tem menos lactose e gorduras que o leite de vaca.

5º) Brócolis e repolho causam gases?

Sim brócolis, repolho, couve-flor, couve mineira, couve de bruxelas, e mostarda são vegetais do gênero brassica. As espécies desse gênero possuem uma proteína muito rica em aminoácidos sulfurados. No tubo digestivo esses aminoácidos são fermentados por bactérias intestinais a óxido de enxofre (SO2) um gás mau cheiroso. A produção de gases pode atrapalhar a digestão, além do problema do desconforto que a sua saída provoca. Por isso e recomendável evitar de comer quantidades excessivas desses vegetais, pois a digestão pode ficar afetada. Também é recomendável não combinar esses vegetais na alimentação, preferindo misturá-los com outros que não geram gases, e assim minimizar o problema.

6º) Ovo faz mal a saúde porque eleva o colesterol?

Ovos têm bastante colesterol, cerca de 200mg por unidade, mas os estudos recentes sugerem que uma boa parte não seja absorvido. A lecitina do ovo reduz a absorção do colesterol. Isso é mais ou menos a metade a quantidade de colesterol recomendável para ingestão máxima diária. Portanto a quantidade de colesterol do ovo não é um empecilho para seu uso – considerando a recomendação de ingestão de uma unidade ao dia.

Por outro lado, o ovo possui vários alimentos importantes como proteína, fosfatidil colina (uma substância importante para o cérebro), vitaminas A, D, E, B1, B2, B3, B6, B12, biotina, ácido fólico, fósforo, cálcio, magnésio, cobre, zinco, selênio, iodo e enxofre. Botando os prós e contras na balança, o ovo se mostra um excelente alimento.

7º) Café faz bem ou mal a saúde?

São essas contradições da ciência. Durante um bom tempo se dizia que a cafeína fazia mal à saúde. Agora se descobriu que a cafeína não é tão ruim assim, e tem vários efeitos positivos. Ela ajuda a combater a fadiga e gera algumas melhoras no desempenho cerebral, como memória e capacidade de concentração. Ela também tem efeito analgésico, ajuda a reduzir dores de cabeça e estimula a função renal. Mas seus efeitos problemáticos continuam a existir, em especial o aumento da secreção do estômago, que pode causar dor abdominal e gastrite. A cafeína ainda gera problemas em pessoas sensíveis com insônia ou naqueles que tem arritmias no coração – como as extrassístoles e tendência à taquicardia. O uso alimentar do café exige muito bom senso quanto a quantidade, como é fundamental para qualquer alimento – uma xícara de cafezinho no café e almoço é o recomendável para aproveitar os seus efeitos com um mínimo de risco sem ter os efeitos negativos.

8º) Suprimir o jantar ajuda mais a emagrecer?

Há um conceito proposto por algumas pessoas, que o jantar é a refeição onde os alimentos são mais utilizados para refazer os estoques de gordura, já que durante à noite o metabolismo diminui, e assim sobram mais calorias para o estoque. Por isso, essas pessoas recomendam suprimir o jantar como estratégia para emagrecer. Apesar do raciocínio acima fazer sentido, ninguém provou que isso acontece, e a maioria dos nutrólogos e nutricionistas acredita que esse conceito é lenda.

Suprimir completamente a alimentação da noite é ruim porque acaba levando a hipoglicemia durante a noite, o que pode atrapalhar o sono. Muitas pessoas, com o sono atrapalhado e hipoglicemia noturna vão acabar assaltando a geladeira e o tiro sai pela culatra. O que a maioria dos bons profissionais de saúde que trabalha com alimentação concorda, e é a proposta de mais bom senso, é fazer uma refeição bem mais leve à noite. É recomendável comer um prato de sopa de legumes, apenas.

Fonte: [Universo Online].

Enéias Teles Borges
Postagem original: 21/12/2009

Efeitos do estresse no homem e na mulher

Os efeitos do estresse no homem e na mulher são diferentes, pelo menos no aspectos que trata o assunto abaixo. É, de fato, bem interessante.

Estresse reduz capacidade dos homens de interpretar emoções, diz estudo

Numa diferença bem marcada entre os sexos, mulheres estressadas mostraram o efeito oposto

Estudo realizado pela Universidade do Sul da Califórnia revela que homens estressados têm uma redução de atividade na área do cérebro responsável por compreender os sentimentos dos outros. Nas mulheres, o efeito do estresse é oposto. Para chegar a essa conclusão, os pesquisadores apresentaram a voluntários estressados fotografias de rostos com expressão irritada e monitoraram a atividade cerebral.
 
"Esta é a primeira descoberta a indicar que diferenças sexuais nos efeitos do estresse estendem-se a uma das relações sociais mais básicas, o processamento da expressão facial dos outros", disse, em nota, Mara Mather, diretora do Laboratório de Emoção e Cognição da universidade.

No artigo, a equipe da pesquisadora apresentam uma série de testes indicando que homens estressados reduzem a atividade cerebral de resposta a expressões faciais, em particular medo e raiva.

Tanto em homens quanto em mulheres, a observação de fotografias de rostos causa atividade na parte do cérebro usada para o processamento visual e em partes do cérebro usadas na interpretação e compreensão de expressões faciais.

No entanto, homens submetidos a estresse agudo mostraram decréscimo de atividade não só na área visual mas também perda de coordenação entre partes do cérebro que ajudam a interpretar as emoções transmitidas pelo rosto visualizado.

Numa diferença bem marcada entre os sexos, mulheres estressadas mostraram o oposto - aumento de atividade na área visual e aumento na coordenação entre regiões do cérebro usadas para interpretar emoções.

Os níveis de cortisol, um indicador de estresse, foi manipulado nos voluntários.

"Sob estresse, homens tendem a se recolher socialmente, enquanto que as mulheres buscam apoio emocional", disse a pesquisadora.

 
Nota: Um estudo como esse ajuda muito. Ensina-nos a compreender melhor o sexo oposto. Muito do que se sabia vem sendo modificado gradativamente em razão do avanço da ciência. Acredito, até, que alguns conceitos, eminentemente teóricos, precisam ser revistos.
 
Enéias Teles Borges

terça-feira, 28 de setembro de 2010

POLÍTICA RASTEIRA

A política rasteira, também conhecida por politicagem, chega ao Brasil mais uma vez. Na época em que o povo está prestes a exercer a "democracia do voto obrigatório" aparecem os santos e os pecadores. São políticos que se dizem santos, falando daqueles que são pecadores. É possível confiar em qualquer político brasileiro?

Política é igual religião

Igual num ponto: cada segmento religioso se julga certo e, portanto, condena os demais. O mesmo ocorre com os políticos. Agigantam suas supostas virtudes e minimizam seus defeitos. Partem para o ataque contra os concorrentes.

A massa acredita

O povo acredita que um é melhor ou menos pior que o outro. O povo escolhe e em seguida começa a descer o chicote na oposição. É impressionante como a massa reage. Na era da internet são incontáveis as mensagens criticando quem está na frente.

O envolvimento das igrejas

Lamentavelemente as igrejas em geral estão se envolvendo. Não oficialmente, mas através dos formadores de opinião. Sabe-se que as igrejas protestantes estão permanente armadas contra o que imaginam ser a esquerda (como se ela ainda existisse no País). Existem segmentos, mais dentro do catolicismo, que antipatizam com a direita (como se ela ainda existisse).

Basta ler ou ouvir alguém para saber se é protestante ou católico. Qem fala mal do Serra, quem fala mal da Dilma? Observem e notarão. É fácil saber se é protestante, de igreja mais tradicional, ou se é de uma ala mais progressiva.

Tudo é farinha do mesmo saco

É uma pena, mas é real. O mundo da política, de uma maneira geral, é um jogo do poder. Existem os que estão usufruindo dele e existem os que querem usufruir. Aí começam as acusações: o sujo falando do mal lavado, o roto criticando o rasgado.

Autor: Enéias Teles Borges
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O PODER DA CURA DA ORAÇÃO

A saúde e a religião sempre estiveram relacionadas, principalmente em redes de oração em favor dos doentes. Mas isso realmente ajuda quem está doente? Por muito tempo, a resposta dos religiosos foi que sim. Agora uma pesquisa da Universidade de Brandeis, nos Estados Unidos, mostra que nas últimas quatro décadas os estudos sobre oração intercessora – em favor de pessoas à distância – dizem mais sobre seus pesquisadores do que sobre o verdadeiro poder de cura da oração.

Texto completo: [SCIENCE].

Editor: Enéias Teles Borges

Postagem original: 22/06/2009
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domingo, 26 de setembro de 2010

O casamento está banalizado?

Depois da promulgação da Lei do Divórcio Direto há quem diga que o casamento ficou banalizado. A questão é que o casamento está banal e faz tempo! O advento do Divórcio Direto irá colaborar para que ele se torne ainda mais banal?

O casamento, o divórcio e a burocracia

Casar não é tão difícil, pelo ponto de vista da burocracia. O divórcio, sim, era complicado. Primeiro seria necessária a ação de separação judicial e depois de um ano seria proposta a conversão para o divórcio. O custo era dobrado. O trabalho do advogado também. Eram duas ações e agora ficou apenas uma.

O que, de fato, ocorreu? A desburocratização encurtou o prazo de algo que já estava acontecendo. Ninguém irá se separar simplesmente porque ficou mais rápido e sim porque, efetivamente, não há mais clima para manutenção do casamento. O mesmo casal que entraria com a separação judicial o fará, por via mais ágil, pelo Divórcio Direto.

Sobre a união estável

Pessoas que não queriam conviver com a burocracia do casamento e da separação optavam e optam pela união estável. É certo que não há mais desculpa para o não casamento oficial. A burocracia acabou e para aqueles que detestam os corredores burocráticos é uma boa notícia.

A tendência é que diminua o contigente de união estável e os casais passem a optar pelo casamento oficial. Pelo menos para os que temiam a burocracia.

Sobre a hipocrisia reinante

É hipocrisia não enxergar o óbvio. Muitos casais simplesmente fingem estar juntos. A maioria por questões sociais, financeiras e religiosas. Não será o Divórcio Direto a principal causa de eventual "banalização" do casamento.

Muitas vezes o divórcio não é vilão. O casamento amparado pelo despreparo é quem promove a separação futura dos casais. O divórcio é apenas consequência do fracasso no casamento. A banalização do casamento, portanto, não está no divórcio e sim no próprio casamento. Não é o fim da burocracia que fará acontecer o que já era esperado. O Divórcio Direto tornará menos traumática a separação de casais que não se deram bem dentro do casamento.

Concluindo

Para os que se insurgem contra o Divórcio Direto há um caminho: o de preparar as pessoas para um casamento sólido. Não será a facilidade para se divorciar que aumentará o número de separações. Os casamentos bem planejados, sem utopias, impedem a banalização do casamento.

Enéias Teles Borges - Autor

Postagem original: 14/07/2010
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Qual a chave para uma vida longa?

O ideal é viver muito e ao mesmo tempo viver bem. Os cientistas estão, no momento, procurando a chave para se viver muito, o que já é alguma coisa. É claro que viver demais aumentaria, de forma absurda, a população na terra. Como viver muito, viver bem e ter uma população no tamanho certo para a sobrevivência do planeta? São muitas questões. De momento existe apenas umobjetivo: viver muito.

Cientistas tentam encontrar chave para uma vida mais longa

Estudos com pessoas que chegaram aos 100 anos em boa forma ainda não desvendaram o mistério da longevidade saudável

Helen Faith Keane Reichert tem 108 anos. Detesta saladas e tudo que esteja associado a um estilo de vida saudável. Gosta de hambúrgueres, chocolate, coquetéis e da vida noturna de Nova York. Também gosta de fumar. "Fumo há mais de 80 anos, o dia todo, todos os dias. Foram muitos cigarros", admite ela, que tem o apelido de Feliz desde criança.

Depois de um derrame, há cinco anos, sua pronúncia se tornou levemente arrastada. Mas sua mente está alerta, a curiosidade, forte como sempre, e a memória muitas vezes se mostra melhor que a de sua acompanhante filipina de 37 anos.

Helen, nascida em 1901 em Manhattan e filha de imigrantes judeus da Polônia, é psicóloga, especialista em moda, ex-apresentadora de TV e professora emérita da Universidade de Nova York. Foi casada com um cardiologista e não teve filhos. Quando o marido morreu, há 25 anos, ela decidiu dar a volta ao mundo. Visitou Irlanda, Espanha, Itália, Turquia, Egito, China, Japão e Austrália. Foi sua forma de superar a perda.

Feliz, a mulher indestrutível, atraiu a atenção dos cientistas, junto com os irmãos Irving, 104, e Peter, 100, e a irmã Lee, que morreu em 2005 aos 102. Os quatro deram amostras de sangue e foram entrevistados por pesquisadores do envelhecimento de Boston e Nova York. Tais estudos querem descobrir como alguns indivíduos chegam aos 100 anos ou mais saudáveis e ativos.

O médico israelense Nir Barzilai, do Instituto de Pesquisas do Envelhecimento da Faculdade de Medicina Albert Einstein, de Nova York, que coordenou as entrevistas, afirma que "não há padrão" no comportamento que conduz à velhice saudável.

Mas ele não perde tempo em dizer que as pessoas não devem começar a questionar a importância de um estilo de vida saudável. "Mudanças no estilo de vida implementadas hoje podem determinar se a pessoa vai morrer aos 85 anos e não aos 75." Mas o pesquisador diz que, para chegar aos 100, é preciso ter uma composição genética especial.

"Essas pessoas envelhecem de outra forma. Mais lentamente. Morrem das doenças que vitimam a todos, só que 30 anos mais tarde que o esperado, num processo mais rápido, sem sofrer por período prolongado."

A obesidade, o tabagismo e a falta de exercício certamente prejudicam a saúde. Mas as entrevistas não revelaram uma fórmula mágica que determinasse nossa alimentação e comportamento para que cheguemos com boa saúde a uma idade avançada. "Nenhum dos centenários optou por se alimentar com uma dieta de algas", indica Stefan Schreiber, de 48 anos, chefe de um grupo de pesquisa sobre envelhecimento saudável da Universidade de Kiel, na Alemanha, que também estudou centenários. Schreiber reparou em algo que os centenários têm em comum: "Muitos só beijaram uma pessoa em toda a vida. Quem sabe não seja esse o segredo?"

 
Nota: Viver muito (para sempre) e viver bem (no céu) é o que espera o cristão convicto. Enquanto isso o mundo tenta viver muito e bem por aqui mesmo. É pouco, comparado com a expectativa do cristão, mas é muito, quando comparamos com o quadro atual.
 
Enéias Teles Borges - Editor
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Sol: o medo que vem de fora

O Sol está acordando de um sono profundo. 2013 promete ser um anos complicado para a Terra. As tecnologias humanas estariam preparadas para um caos?

Atividades Solares em 2013 devastarão as telecomunicações na Terra

Cientistas da NASA e de vários outros órgãos governamentais reuniram-se para analisarem as atividades solares que estão para acontecer nos próximos anos e concluíram que até 2013 as atividades solares serão intensas provocando vários problemas nas comunicações na Terra.

Richard Fisher, chefe da divisão Heliofisica da NASA explica tudo sobre este importante acontecimento:

O sol esta acordando de um sono profundo e nos próximos anos esperamos muita atividade solar. Com muitas possibilidades de acompanhamento através de satélites nós temos a possibilidade de medir as intensidades das explosões solares e calcularmos o aumento e a diminuição de suas atividades.

A Academia Nacional de Ciências vem observando o Sol e suas explosões a muitos anos e a dois anos lançou o relatório "Severe Space Weather Events-Impactos sociais e econômicos." Com esse relatório nós observamos que as pessoas do século 21 dependem de vários sistemas com alta tecnologia para o básico de sua vida cotidiana como: energias inteligentes, navegação por GPS, Viagens Aéreas, serviços financeiros de comunicações via Radio.

Essa tecnologia toda poderá ser afetada com tanta atividade solar intensa e a Academia Nacional de Ciências alerta que nunca ocorreu um fenômeno desta forma com o Sol e que essas atividades solares intensas poderão causar danos vinte vezes maiores que os danos causados pelo furacão Katrina.

Esses danos podem ser evitados com previsões antecipadas que garantiriam uma rápida solução de alguns problemas como: Programar os satélites em modo seguro, para que os mesmos não sofram com a atividade solar, desligar os painéis solares em determinadas orbitas, para evitar o carregamento excessivo de suas baterias, entre outras precauções.

Thomas Bogman, diretor do Space NOAA Weather Prediction Center, em Boulder, Colorado diz que a previsão de manchas e explosões solares com antecedência ainda esta no seu inicio mas garante que com a união da NASA e a NOAA através do satélite de pesquisas heliophysics nos fornece informações de minuto em minuto e nos garantem previsões ainda mais precisas.

Entre os dezenas de satélites lançados pela NASA destacam-se em especial os satélites STEREO, SDO, ACE.

STEREO(Solar Terrestrial Relations Observatory) é um grupo de satélites geo estacionados em lados opostos do Sol proporcionando 90% de visão do astro. No passado os pesquisadores não possuíam tecnologia para observar as manchas solares e estas manchas poderiam se esconder e ficariam invisível observando-se da Terra. Com os satélites STEREO é possível observar praticamente toda a atividade solar.

SDO (Solar Dynamics Observatory) é o mais recente grupo de satélites de observação solar lançados pela NASA. Esses satélites foram lançados em fevereiro de 2010 e observam e fotografam em alta resolução as atividades solares. Os pesquisadores agora podem estudar as erupções e explosões solares com maior qualidade e desta forma aprenderem mais sobre as manchas solares e seus efeitos na Terra. Os satélites SDO também monitoram a saída de raios UV em direção a Terra.

ACE (Advanced Composition Explorer) e o satélite favorito dos pesquisadores da NASA e lançado em 1997. É um satélite muito velho ? Já está ultrapassado ? mas onde estaríamos sem ele ? disse Thomas Bogdan. Com o ACE nós monitoramos o vento Solar e também suas rajadas vindas para a Terra e as tempestades de radiação com 30 minutos de antecedência. O ACE ainda é o nosso melhor sistema para previsão de tempestades solares e permite-nos a comunicar com todos os controladores dos satélites e avisar as autoridades com antecedência.

O ano de 2010 marca o 4º ano consecutivo que os políticos, investigadores, legisladores, cientistas e jornalistas se reuniram em Washington para compartilharem idéias sobre o clima espacial. Este ano os organizadores do fórum pretendem focar o assunto sobre a proteção das infra estruturas climáticas. O objetivo final será melhorar a capacidade da sociedade em preparar, mitigar e responder aos eventos meteorológicos potencialmente devastadores vindos do espaço.

"Acredito que estamos no limiar de uma nova era em que o clima espacial pode ser tão influente na nossa vida diária como o clima terrestre normal." Fisher conclui. "Nós levamos isso muito a sério."

 
Nota: É preocupante sim. Não é uma profecia, como essa de 2012. É fato concreto que se repete ciclicamente. A questão é: hoje o homem depende demais da tecnlogia e esta, ao que indica, precisa de mecanismos de proteção. O homem conseguirá?
 
Enéias Teles Borges - Editor
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sábado, 25 de setembro de 2010

Filhos da luz e filhos das trevas?

Alguma vez você foi chamado de “filho da luz”? Ouviu alguém ser chamado de “filho das trevas”? Qual o efeito dessas expressões no contexto do proselitismo da fé? É correto atribuir a alguém esse tipo de “característica”? Eu cresci ouvindo as expressões “filhos da luz” e “filhos das trevas”. Eram maneiras de diferenciar pessoas do nosso credo das demais...

Sugiro a leitura do arrazoado completo no blogue “Cultura e Religiosidade”.

Enéias Teles Borges
Postagem original: 15/10/2008

Religiosidade e cultura religiosa

Tenho detectado resistência de muitos, quando diferencio religião de cultura religiosa. Produzi um texto com esse tema (Religião ou Cultura Religiosa?). Recomendo a leitura daquela postagem que será incrementada com o que digitarei adiante.

Para entender religião, em especial o Cristianismo, precisaremos nos ater a três verbos: garantir, acreditar e doutrinar.

Uma religião ou segmento religioso precisa GARANTIR a salvação aos fiéis. O objetivo principal da membresia é, de fato, a salvação ou, em outras palavras, a migração desse mundo finito e tenebroso para o mundo eterno e maravilhoso. A religião, portanto, garante aos fiéis a salvação e tal salvação remete ao segundo verbo.

Uma religião ou segmento religioso precisa ACREDITAR naquilo que difunde. Estamos falando de um credo. Cada grupo religioso tem um credo diferenciado e é nessa divergência de credos que encontramos a explicação para o número imenso de segmentos que se arvoram à condição de únicos portadores da “verdade verdadeira”. A religião, evidentemente, GARANTE a salvação, mas é necessário que se ACREDITE no credo proposto. O credo é o caminho para a graça, que no caso do Cristianismo é oriunda de Jesus e dos seus méritos (justiça imputada). Do exercício dos dois verbos, garantir e acreditar, nós somos remetidos ao terceiro verbo.

Uma religião ou segmento religioso, que GARANTE e que ACREDITA, não pode guardar apenas para seus membros as “boas novas de salvação”. Não basta garantir a salvação aos que acreditam. Novos prosélitos precisam ser captados. O verdadeiro fiel religioso GARANTE, ACREDITA e DOUTRINA. A membresia convicta da garantia da salvação, por acreditar no credo, vê-se impelida a doutrinar. Chamam o doutrinamento de obras da fé (frutos do espírito ou o realizar de Cristo nos atos humanos – isso no Cristianismo). É o trabalho incessante do que tem a garantia da salvação, por acreditar na mensagem que abraçou e que se sente no dever de doutrinar aqueles (muitos) que “estão nas trevas”. Todo aquele que não compartilha do credo é ser humano que precisa ser resgatado do “império da maldade”.

Depois do entendimento do que é religião (na prática), entendimento esse que compreende a convicção e o conhecimento do credo e de tudo o mais que a tradição daquele contexto religioso produziu, é possível, facilmente, diferenciar “religião” de “cultura religiosa”. Como? De forma bem simples: acima ficou claro como funciona a prática no mundo da religião. Na cultura religiosa não é possível conjugar de forma eficiente aqueles três verbos. Melhor dizendo: não é possível viver tais verbos. O religioso crê porque conhece e por conhecer é que garante a salvação. Por conhecer e crer no credo difunde, de forma consistente, a história do seu segmento religioso (a começar da criação humana até a glorificação no outro mundo – aquele mundo eterno).

O que possui tão somente a cultura religiosa não garante, porque não conhece o credo e por não conhecer o credo, como seria possível doutrinar? Em resumo o que se pode dizer é cristalino e, portanto, de fácil entendimento. O religioso é um convicto, pois sua crença está sedimentada no conhecimento e na fé que advém de tal conhecimento. Aquele que possui a cultura religiosa é um alienado, que só está ali por circunstâncias da vida. Está ali porque foi colocado. Nunca entrou, pois sempre esteve ou, melhor dizendo, nasceu no contexto. Nada pesquisou, nada sabe. Porta-se como papagaio da fé que segue, a vida inteira, difundindo, de forma fugaz, uma luz que imagina possuir.

É claro que um ferrenho seguidor da cultura religiosa poderá se transformar num ferrenho religioso. Basta que ele entenda (na essência) os verbos garantir, acreditar e doutrinar.

Fonte: [Cultura e Religiosidade]

Enéias Teles Borges
Postagem original: 15/04/2010

O MEDO ABRAÇADO COM A ESPERANÇA

O que move as pessoas que creem? A bendita esperança ou o medo da maldita desesperança? O que otiva esse povo? A esperança da prosperidade ou o medo da miséria? O que motiva os fiéis? A esperança do céu eterno ou o medo da morte eterna? O que faz os homens e mulheres de bem trilharem um caminho estreito? A esperança da atenção do Messias ou o medo da atenção do maligno?

A esperança e o medo andam de mãos dadas e é bem difícil saber qual dos dois motiva mais. Seriam os dois? Os fiéis agem com medo e com esperança?

Filosoficamente falando é razoável supor que os dois são os agentes motivadores. Não era Hobbes quem dizia que o homem vivia com medo da morte violenta e com a esperança da paz duradoura? Não é razoável presumir que os homens vivem com medo da morte eterna e a esperança da vida eterna?

Estaria o medo abraçado com a esperança?

(Cultura e religiosidade)

Enéias Teles Borges - Autor
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Sobre religião e homossexualismo

O tema é complicado e faz desencadear reações previsíveis - nem por isso agradáveis. A cultura religiosa ocidental, aquela que se baseia na bíblia, tem seu jeito bem próprio de ser. Existem restrições nos centros mais conservadores, no que tange à postura da mulher e do homem. É sabido que algumas atividades e cerimoniais não podem contar com a presença e participação de mulheres. O que dizer então da liderança exercida por homossexuais?

A decisão da Igreja Luterana (EUA), aceitando pastores homossexuais casados bate de frente com a clareza do texto bíblico: Levítico 20.13: "Quando também um homem se deitar com outro homem, como com mulher, ambos fizeram abominação; certamente morrerão; o seu sangue será sobre eles".

Não estou querendo me insurgir contra a disposição em conceder aos homossexuais uma igualdade nos meios eclesiásticos. Faço apenas um chamamento à coerência e é bem simples: ou a bíblia é um livro de valor e deve ser rigorosamente seguida ou é um livro folclórico e de lendas e precisa ter novas interpretações à medida que o tempo avança.

Fica difícil usar a bíblia como livro inspirado apenas quando é conveniente ou usá-la como um "conto de fadas" quando também fica conveniente. Nada de tentar falar de dilúvio, design inteligente e "quetais" sem antes definir se é um livro inspirado e que, portanto, deve ser seguido de forma rigorosa ou se é pura ficção.

Os cristãos que decidam de vez esse assunto, antes de tentarem dar aulas de coerência e afins para ateus e agnósticos. Dedico especial atenção aos protestantes, pois eles é que estão oficializando, via Igreja Luterana, a liturgia sob direção, inclusive, de homossexuais.

Com vocês, protestantes, a palavra!

Autor: Enéias Teles Borges

Postagem original: 25/08/2009 -

sexta-feira, 24 de setembro de 2010

SOBRE MATEUS 28:19

Eu li um texto (indicarei logo mais), que trata de um tema que foi importante em minha vida durante longo tempo. Lembro-me, saudoso, dos anos que fiz a faculdade de Teologia, de 1982 a 1985. Diziam que eu era um aluno brilhante, um argumentador seguro. Nunca me preocupei tanto com isso. Eu queria mesmo era debater com convicção, o que eu entendia ser a verdade. Eu confiava piamente em meus mestres professores e por conta disso eu defendia os arrazoados e postulados deles como se fossem meus.

Tempos depois, com outra faculdade nas costas (Direito) e mestrado quase concluído e à espera da dissertação (Filosofia), concluí o que de momento considero óbvio: depois de recuar ao século II depois de Cristo eu notei que meus discursos eram escudados em "verdades" menos importantes. Mateus 28:19 é um desses temas, que depois de um passeio ao século II da nossa era, transforma-se em perda de tempo (minha opinião, depois de anos de reestudo).

Quem já fez busca pela origem e motivação dos dogmas entende o que quero dizer. O recuo, no tempo, nos leva a eventos históricos importantes e contundentes. Chega a ser de pequena importância pensar em pessoalidade (quantitativa e qualitativa) de Deus. Os discursos mil, apresentados pelos teólogos em geral, perdem importância diante de fatos históricos. A origem dos dogmas é algo que precisa ser considerado por todos os que buscam a verdade cristã (aquela verdade primeira que começou a ser desvituada nos primórdios do Cristianismo). Lamentavelmente os teólogos que atualmente são formados nas faculdades do Brasil têm base histórica e filosófica muito pequena (não por incapacidade, mas por falta de ênfase na origem) e por esse motivo não param para mensurar os efeitos impactantes, da história cristã primitiva, nos credos apresentados hoje. Mateus 28:19, à luz do que tento propor, é de pequena importância, no quadro geral. Insisto: antes de julgar o que digo, separe alguns anos para reestudar o Cristianismo a partir dos eventos do século II da nossa era. Tentar criticar sem fazer tal reestudo é, no mínimo, temerário...

Ainda que eu tenha feito essa singela introdução, com o fito de sugerir um estudo mais abrangente, eu apresentarei, abaixo o texto do qual falei no início. Para aquele que quer acreditar, sem pesquisar, o texto é muito bom. Para os que querem manter a postura atual, tendo como ponto de partida "o querer acreditar" o texto cai como uma luva. Mais adiante tentarei trazer um texto que contraponha o atual, por uma questão de coerência. Todos os lados devem ser vistos e ouvidos...

 
Enéias Teles Borges - Editor
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Ora, a fé...

Ora, a fé é o firme fundamento das coisas que se esperam, e a prova das coisas que se não veem. (Hebreus 11:1)

Quando leio este texto eu penso na esperança (coisas que se esperam) e fé propriamente dita (coisas que não se veem). Esperar crendo que seja verdade. Não existe a preocupação com a prova da existência daquilo que move a esperança. O "ver" torna a fé, neste contexto, totalmente desnecessária. O homem de fé tem esperanças baseadas em coisas que não são vistas e portanto não provadas. Isto me parece com aquela fé que deve ser exercitada e não questionada no mundo dos crentes.

Em que ponto se situa o drama? Quando pessoas tentam fazer da crença que possuem algo que extrapole o objeto da fé. São pessoas que não conseguem efetivamente possuir esta fé que “move montanhas” e tenta substanciá-la com pseudociência.

Faz algum sentido a pessoa dizer que tem fé e tentar a todo custo provar que aquilo em que deposita sua esperança pode ser mensurado pela ciência? A existência da prova esvazia a fé, tornando-a desnecessária. Não há sentido em se ter fé em algo que pode ser testado e comprovado! Se existe o porque a fé serve para quê? Não nos parece simples?

Por que, então, os baluartes da fé instam em dizer que suas concepções e crendices estão recheadas de lógica? Lógica? Partindo de qual premissa? A de que a fé, por si só, é suficiente para dar consistência a uma linha de "raciocínio lógico"?

Quanto mais tento entender a lógica dos homens comuns mais vejo a limitação humana. Quanto mais tento entender a lógica dos “homens de fé” mais vejo a loucura dos que se dizem sábios...

Enéias Teles Borges
Postagem original: 15/04/2009

Hugo Grócio e o Direito Natural

O texto abaixo, de minha autoria, foi para cumprimento de obrigação acadêmica. Mestrado de Filosofia na Universidade São Judas Tadeu. Créditos cumpridos, monografia não apresentada. Uso livre, desde que a fonte seja indicada.

Hugo Grócio e Direito Natural

I. Introdução

Hugo Grócio nasceu na Holanda, na cidade de Delft, em 1583 e teve, no berço, uma formação religiosa de influência familiar (na forma de um cristianismo mistificado), pois o pai era protestante e a mãe católica. Já em 1607, exercendo a profissão de advogado, em Haia, sede do governo do holandês, começou a se interessar pelas questões do Direito.

Convém salientar que o ambiente (cidade) no qual Grócio nasceu e foi criado era eminente na Holanda, isto é, a cidade predominava em relação ao ambiente rural (feudal). Como os comerciantes tinham um sistema administrativo e judiciário que funcionava de forma autônoma, em relação aos senhores feudais, há que se notar uma transformação importante: uma estruturação comunitária de formato corporativo que possibilitava alianças com outros organismos similares.

Esta forma de autonomia evoluiu ao ponto de se aproximar, com o correr dos anos, no conceito atual de soberania.

Com a sua formação, solidificada neste contexto, Hugo Grócio fez refletir em sua teoria do Direito Natural esse desejo de autonomia.

Esta doutrina do Direito Natural se manifesta, inicialmente, em relação ao pensamento teocrático predominante, à época. Para o célebre pensador, Deus não era mais o referencial do Direito e sim a natureza do homem e das coisas. O Direito Natural torna seus ditames imutáveis, independentemente da existência ou não do Ser Superior.

Ele assevera: “O direito natural é tão imutável que não pode ser mudado nem pelo próprio Deus”. (...) E mais: “Do mesmo modo, portanto, que Deus não poderia fazer com que dois mais dois não fossem quatro, de igual modo ele não pode impedir que aquilo que é essencialmente mau não seja mau”.[1]

Conclui-se, inicialmente, que são: o método dedutivo e a influência do raciocínio matemático e geométrico, que possibilitam à reta razão alcançar as regras invariáveis da natureza humana.

Assim é que à luz deste entendimento, concernente ao Direito Natural, é possível legitimar a paz, na busca pela harmonia social. É possível, também, condenar ou justificar a guerra, qualificando-a de justa ou de injusta.

É nosso objetivo, neste artigo, analisar pontos do pensamento de Hugo Grócio, quando trata da Guerra e da Paz. E ao final entender a forma como ele condena ou justifica a Guerra.

II. A Guerra e a Paz

Quando trata da Guerra, Grócio também se imiscui no assunto da paz. É natural que assim observemos, pois fica transparente ao leitor atento, que o filósofo sugere qual deva ser a meta principal da guerra: “Como, porém, a guerra é empreendida em prol da paz e como não há nenhuma contenda da qual não possa decorrer uma guerra, não será fora de propósito, no âmbito do direito da guerra, tratar de todas essas espécies de debates que surgem habitualmente. A própria guerra nos levará à paz como a seu último fim”.[2]

Uma leitura meramente superficial poderá sugerir uma contradição: a guerra sempre é tida como oposição à paz. Afirmar que a guerra busca um fim e que este objetivo é a paz, parece um contra senso.

É claro que Hugo Grócio contextua seu pensamento, à luz do que entende ser a natureza humana.

Os homens, dentro de um ambiente de relacionamento, sempre terão controvérsias a resolver e Grócio demonstrou que a guerra (pública ou privada) é um estado, do qual os indivíduos se servem, para sanar as contendas.

Existem premissas que precisamos considerar neste artigo. E que são preciosas, para compreensão do ideário do filósofo:

A primeira delas diz respeito ao objeto da guerra: que é a paz. E quando assim assevera Grócio invoca os princípios naturais primitivos. Deixa claro que não existe um só princípio natural que conspire contra a guerra.

É óbvio supor que a paz, no caso em tela, diz respeito à preservação da vida, conservação do corpo e a obtenção de utilidades práticas à existência.

De sorte que, para defender essas garantias naturais, a guerra é plenamente justificável.

Não é diferente quando o mesmo tema é considerado dentro de um contexto social, pois, em sua obra, o filósofo pondera que a sociedade deve primar para que as pessoas se mantenham apenas naquilo pertencente a elas. Afinal a vida, o corpo e a liberdade são bens indisponíveis e atentar contra eles seria prática injusta.

É mister observar por este aspecto porque a conclusão é lógica: se todos ficassem adstritos às suas prerrogativas, não haveria guerra.

Não havendo respeito, aos direitos alheios, a guerra se tornaria justificável e revestida de um único propósito: a obtenção do status anterior a ela (guerra), ou seja, todos se limitando apenas aos seus direitos que lhes estariam circunscritos.

Como se conclui, o pensamento de Hugo Grócio não é o de insuflação à guerra, como um fim. É, primordialmente, o meio viável de busca pela paz.

Outra premissa essencial é aquela que se concentra na contenda. O eminente pensador é objetivo e preciso ao afirmar que não existe contenda que possa ser resolvida sem a guerra.

Na realidade há que se considerar a existência de outra possibilidade, para se resolver uma controvérsia: a força do diálogo ou da argumentação.

Em se resolvendo desta forma, a controvérsia não se instalaria. Quando Grócio se prende ao uso da força é num estágio em que o diálogo não mais seria possível. A controvérsia já estaria implementada.

Quando as pessoas passam a zelar pelos próprios interesses sem interferir nos interesses dos semelhantes, o fazem no exercício de um direito e, logo, não estão agindo contra a natureza.

O fato é que o zelo pelo direito, num contexto em que não há diálogo, gera uma controvérsia e tal contenda fatalmente promoverá a guerra.

Desta forma, Grócio vincula a necessidade de se buscar a paz, pelo exercício da guerra, posto que, somente desta forma seria possível resolver a controvérsia.

A última premissa sugerida pelo filósofo é seqüencial, complementando as duas anteriores: a mesma guerra que ocorre em função da paz e foi provocada pela controvérsia, reconduz à paz, pois este é o seu escopo.

A paz é obtida, ao final, quando uma das partes é vencida ou reconhece ser a outra detentora do direito em litígio.

Este resultado legitima os resultados da guerra, pois esta teria ocorrido dentro dos requisitos inerentes à natureza humana.

A promoção da guerra para manutenção do direito de um ou da coletividade é um direito natural.

O nascedouro desta guerra é a controvérsia e esta é oriunda do desrespeito ao direito do semelhante.

A mesma guerra alcançará, finalmente, o seu fito. O retorno à paz. E nesta concepção é notória a coerência do pensamento de Grócio.

III. Conclusão

Hugo Grócio considerou fundamental ponderar acerca da possibilidade da existência, ou não, de uma guerra justa. Vai além ao propugnar que seria de vital importância (caso se conclua que determinada guerra seja considerada justa) o que, efetivamente, existiria de justo, nesta guerra.

Para definir o justo, parte para a análise objetiva do injusto e o faz da seguinte forma: “Ora, é injusto o que repugna à natureza da sociedade dos seres dotados de razão”.[3]

Cita, inclusive, Cícero, e corrobora com o pensamento dele, quando sugere ser contra a natureza, despojar o outro em vista de proveito próprio.

A conclusão, à qual se chega, é que o fator determinante e definidor do caráter justo ou injusto de uma guerra, é a mensuração do objetivo dela (guerra).

Desta forma podemos afirmar que agir de forma contrária à natureza seria promover uma guerra injusta. Preservar o que é direito, após, instalada a controvérsia, naturalmente seria uma guerra justa.

É importante ver a promoção de uma guerra por este ponto de vista. A justeza de uma guerra não está nela mesma, mas em sua motivação.

Caso determinados componentes da sociedade humana viessem a se enveredar por um caminho, de usurpação do que pertence a outros elementos desta mesma sociedade, a comunidade em questão não subsistiria.

Qual é o meio de evitar esta tragédia? Agir em conformidade com a natureza.

Como seria possível, aos seres dotados de razão, proceder de acordo com a natureza, num contexto em que outros elementos não agem desta maneira? Promovendo uma guerra (justa), que ao final trará a paz.

Fica patente que obedecidos os critérios da reta razão, é possível a existência de uma guerra justa. Afinal ela tem por objetivo precípuo a busca e manutenção da paz e conseqüentemente da preservação da vida e de seus acessórios, que se seguem a este dom principal (vida).

IV. Bibliografia

GROTIUS, Hugo. O Direito da Guerra e da Paz. Ijuí: Unijuí, 2004.
[1] Extraído do livro “O Direito da Guerra e da Paz” de Hugo Grotius, página 81.
[2] Idem, página 71.
[3] Idem, Idem: página 73.

Publicação original: 20/12/2007
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Dica: Paulo Mendes Campos

Quanto eu era garoto e morava na cidade de Vitória da Conquista, Bahia, tive a oportunidade de aprender com educadores muito bons. Meus professores e professoras de português foram excelentes. Todos exigiram leituras de bons livros e de autores brasileiros. No que tange aos autores contemporâneos eu me lembro bem da série de livros “Para Gostar de Ler”. Naquele tempo existiam apenas os quatro primeiros volumes. Fiquei fascinado com os escritores Rubem Braga, Carlos Drummond de Andrade, Fernando Sabino e ele: Paulo Mendes Campos (1922 a 1991). Este último era o meu favorito.

Recomendo a leitura destes primeiros volumes como forma de recordação.

Para exemplificar eis, abaixo, um pouco de Paulo Mendes Campos.

Continho

Era uma vez um menino triste, magro e barrigudinho, do sertão de Pernambuco. Na soalheira danada do meio-dia, ele estava sentado na poeira do caminho, imaginando bobagem, quando passou um gordo vigário a cavalo:

- Você ai, menino, para onde vai essa estrada?

- Ela não vai não: nós e que vamos nela.

- Engraçadinho duma figa! Como você se chama?

- Eu não me chamo não, os outros e que me chamam de Zé.

(Para Gostar de Ler. Crônicas página 76)

Enéias Teles Borges
Postagem Original: 19/03/2008
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quinta-feira, 23 de setembro de 2010

Existe a bissexualidade?

Eu não sabia. Agora sei. Os bissexuais não são aceitos de "peito aberto" pelos heterossexuais e homossexuais. Veja na reportagem abaixo.

No dia de sua celebração, bissexualidade continua sendo vista com desconfiança

O termo bissexual continua sendo motivo de chacota tanto para a maioria dos héteros como dos homossexuais. Para ambos, a bissexualidade não passa de um disfarce, um simulacro de um pessoa que não teve coragem suficiente para se assumir gay. Puro preconceitro contra uma sexualidade que é difícil de explicar-se e de localizar, basta olhar a complexidade da grade de orientação sexual de Klein que é expansão da escala de Kinsey que categoriza a história sexual de 0 (indivíduo exclusivamente heterossexual) a 6 (exclusivamente homossexual). Mesmo com tantas tonalidades envolvidas, nesta quinta-feira (23), comemora-se o Dia da Celebração Bissexual.

A data foi criada em 1999 por três ativistas americanos dos direitos bissexuais: Wendy Curry, Michael Page, e Gigi Raven Wilbur. Eles querem chamar a atenção para a chamada de bifobia, ou o seja, a marginalização dos bi tanto por héteros e gays que difundem e acreditam que aqueles que preferem tanto homens como mulheres são pessoas fracas, inseguras e indecisas.

"Depois da rebelião de Stonewall, a comunidade gay e lésbica cresceu em força e visibilidade. A comunidade bissexual também cresceu na força mas de muitos modos somos ainda invisíveis. Também fui condicionado pela sociedade para taxar automaticamente um casal que anda de mãos dadas como hétero ou gay, dependendo do gênero percebido de cada pessoa", diz Wilbur.

Para tanto, até uma bandeira foi feita por Michael Paige, em 1998, nas cores rosa (que significa atração por pessoa do mesmo sexo), azul (atração pelo sexo oposto) e lavanda (atração por ambos os sexos).

Se o estigma de ser bissexual ainda é grande, podemos dizer que muitos artistas famosos têm declarado sua preferência em não ter preferência na mídia. Se esse fato não ajuda a acabar com o preconceito com os bissexuais, pois acabam vistos como homossexuais enrustidos, pelo menos gera visibilidade para aqueles que acreditam que toda forma de amor vale a pena.


Nota: E agora? Mais uma linha de comportamento? Já que não se fala em opção, existe "orientação" sexual que se dirija aos bissexuais?
 
Enéias Teles Borges

Bitolados da fé?

A bitola é medida-padrão na construção ou indústria. Numa derivação, via sentido figurado, pode ser padrão, regra, opinião, padrão moral, etc. Já o adjetivo “bitolado” indica o que tem idéias ou conhecimento estreitos, rígidos, limitados, ultrapassados. Ainda temos: quadrado, careta e regulado na medida certa.

Outra forma de se referir ao bitolado, no contexto que proponho, é chamando-o de “tapado”. Trata-se de uma referência à tapa: venda ou pano que se põe em burro arisco, quando se quer arreá-lo ou carregá-lo.

Lembro-me de explicações dadas com respeito à tapa, dando conta de que era usada em cavalos, burros e similares quando eram empreendidas viagens por caminhos tortuosos e com precipícios. De maneira que a tapa impedia, ao animal, ver o que estava à direita e à esquerda. Desse modo ele iria sempre em frente, sem medo do que estivesse dos lados e, principalmente, sem desviar do caminho à frente.

A explicação, à época, tinha um objetivo: mostrar que o ser humano poderia perfeitamente ser um tapado ou bitolado. As palavras tinham o mesmo sentido, pois se referiam à condição de se possuir conhecimento estreito e, via de regra, adquirido de terceiros, sem qualquer tipo de ponderação crítica.

Viviam-se os anos de chumbo. A desesperança estava instalada, mas não percebida. O povo tinha sido condicionado a pensar de forma bitolada. Eram cidadãos sinceros, mas tapados pelas circunstâncias e força do hábito. Hábito? Pois é...

O ranço da ditadura foi diminuindo dia após dia. Deixou, entretanto, num segmento social a pujança que possuía para alienar, a saber: no segmento religioso!

Habituadas que estavam a pensar o que queriam que pensassem, as pessoas transmitiram esse tipo de comportamento aos filhos – no que tange às crenças religiosas. Daí cada segmento acreditar piamente que é o único que tem a verdade. Como não poderia ser assim? Desde a mais tenra idade a bitola era implementada e a conseqüente proibição velada para que se olhasse para os lados. Só para frente! O caminho estava traçado! Tinha que seguir.

Esse tipo de atitude, implantada de cima para baixo pelos pais e líderes, é conhecido por religião. Sabe-se que não passa de cultura religiosa condicionante, não é? Mas a bitola fez os tapados acreditarem que aquele caminho indicado era e é o caminho único para o céu.

As reflexões que se fazem necessárias:

Continuar seguindo pelo caminho traçado por meio da prática cotidiana é decorrente de convicção pessoal? É possível atribuir a alguém que conhece apenas uma única versão de muitos fatos a condição de ser pensante da fé? Não seriam tais pessoas, de boa índole – é certo, bitoladas e "semi-cegas"?

Afinal que gente é essa, que se arvora à condição de única portadora da verdade, conhecendo apenas uma versão dessa suposta verdade?

Que povo é esse que transmite a tradição, via bitola, e ainda se diz paradigma para o mundo? Afinal o que é isso, que nos causa espécie, mal-estar, sensação de insegurança, medo e ainda nos quer impor um traçado que parece conspirar contra o bom pensamento doutrinário?

É preciso fugir da alienação. Coragem, coragem e coragem!

Enéias Teles Borges
Postagem original: 15/08/2008
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Devoradores ou limitadores de mentes?

O processo alienatório devora a mente ou "apenas" a limita? Pergunto isso porque fica difícil saber se o alienado está agindo sob influência direta do alienador (devorador) ou se a alienação centrou-se em limitar a capacidade da mente, impedindo-a de vislumbrar o mundo que existe e está fora dos muros estabelecidos pelo processo alienatório.

A cultura religiosa, à imagem e semelhança dos plantonistas da fé cega e da faca amolada, é, sem sombra de dúvidas, um processo alienatório que atingiu refinamento exuberante. Resta analisar seu objetivo principal: devorar ou limitar? O devorador de mentes, em tese, alimenta-se da mente dos alienados tornando-os na medida exata do seu interesse. O limitador, que no primeiro momento parece menos letal, cerca a mente do alienado ao ponto de impedir que este enxergue além dos muros imaginários estabelecidos pela ortodoxia.

Fato é que devorando ou limitando mentes a cultura religiosa (qualquer uma delas) tem produzido diversos tipos de alienados, entre eles os homicidas e os tapados da fé. O homicida age em nome do seu deus da maneira que se faça necessária, incluindo aí o terrorismo. O tapado pertence à maioria de sempre: tem a mente engessada, enorme dificuldade para pensar e opta (podemos dizer assim?) pelo óbvio e mais fácil: o acreditar sem questionar.

Homicidas e tapados, vítimas dos devoradores ou limitadores de mente são criaturas moldadas à semelhança ou interesse dos seus criadores - os homens que pensam e que regem os homens que acreditam...

Enéias Teles Borges - Autor

Postagem original: 24/11/2009
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Livro 'o exorcista', uma versão...

O livro é baseado em fatos reais? Mais uma ficção? Eis um relato, eis uma versão. Você acredita que seja possível algo assim acontecer? (por Marco Alan Rotta).

O EXORCISTA

A verdade por trás da história: o caso do exorcismo de Mount Rainier, ocorrido em 1949, que inspirou o livro "O Exorcista" história relatada no livro de 1971, de William Peter Blatty, e recontada em filme dois anos após, com grande sucesso de público e crítica é praticamente do conhecimento de todos. O que poucos realmente sabem é que, por trás de toda a ficção do relato, há um fundo histórico verdadeiro. Segundo consta, Blatty (na época estudante da Universidade de Georgetown, em Washington, DC), leu um artigo publicado no Washington Post em 20 de agosto de 1949, relatando um exorcismo de um garoto de 14 anos ocorrido em Mount Rainier, no estado de Maryland, subúrbio de Washington, DC. É esta história real, ou pelo menos o que sabe sobre ela, que tentaremos resumir nestas linhas.

O garoto, que iremos chamar de Robert Mannheim (pois não se conhece seu verdadeiro nome), viveu uma vida normal até que sua tia Harriet morreu. Deprimido, Robert tentou contatá-la utilizando uma Mesa Ouija (no Brasil temos uma variante deste "jogo" em que se utiliza um copo, ou algo parecido, e letras desenhadas em círculos, onde supostamente os espíritos nos dão respostas), pois ele e sua tia haviam passado horas tentando contatar os mortos quando ela estava viva. Logo após, estranhos ruídos passaram a ser ouvidos na casa de Robert. Mais tarde, tudo tornou-se mais aterrador quando o garoto passou a assumir uma personalidade "demoníaca", praguejar continuamente e desenvolver cortes na pele espontaneamente. Seu pais consultaram um médico e um psiquiatra tentando achar respostas, mas foi constatada a perfeita saúde mental e física do garoto.

Apavorados, os pais estavam convencidos que o garoto estava tomado pelo Demônio. E convencido também estava um padre quando tentou livrar o garoto do espírito conduzindo um exorcismo em um hospital local. Enquanto o padre proferia as palavras "livre-nos do mal" o garoto debateu sua mão livrando-se das correias que o prendiam e, com um pedaço solto da cama, atacou o padre, que precisou de mais de 100 pontos para o corte provocado em seu braço. Isto foi apenas uma parte do processo de 4 meses que durou de janeiro a abril de 1949.

William Peter Blatty, antes de escrever seu livro, contatou o padre William Bowdern, um dos envolvidos no caso de 1949, mas o mesmo havia prometido proteger a família e recusou-se a dar qualquer detalhe do caso. Contudo, Bowdern mantinha um diário durante o ocorrido, e uma cópia deste diário, por meio do padre Walter Halloran, caiu nas mãos do escritor Thomas Allen em 1986. Allen pode ler como um time de padres jesuítas realizou uma série de exorcismos - rezando e borrifando o garoto com água benta durante um mês na casa de parentes do garoto e no Alexiam Brothers Hospital em Saint Louis, no estado do Missouri. A possessão de Robert acontecia à noite - ele se debatia selvagemente, praguejava e cuspia nos padres - e durava até o nascer do sol. Os cortes que apareciam no peito do garoto eram ainda mais sinistros, parecendo rabiscou ou arranhões feitos por espinhos, onde as palavras INFERNO e ÓDIO podiam ser lidas em sangue. Os padres rezavam quase continuamente em latim, pois acreditavam que isto iria apressar Cristo que iria confrontar o Diabo.

No domingo de Páscoa de 1949 - depois de 24 noites - Robert se recuperou. Abriu seus olhos e disse, "Ele se foi". Especialista médicos que analisaram o caso de Robert sugerem que ele poderia estar sofrendo de um ou mais dos seguintes males psicológicos:

Automatismo: ação de maneira mecânica ou involuntária, uma característica de algumas formas de esquizofrenia.

Síndrome de Gilles de La Tourette: desordem na personalidade, na qual as vítimas gritam escontroladamente, soltam grunhidos, debatem-se e usam linguagem suja ou indecente.

Desordem obsessiva e compulsiva: ataca na forma de ansiedade com pouca relevância para eventos atuais, ou denota extrema urgência de realizar atos não necessários ou irrelevantes.

Os médicos que examinaram Robert, contudo, não encontraram qualquer evidência de nenhum destes sintomas.

Allen localizou Robert, agora um homem casado com mais de 60 anos e com seus próprios filhos. Sua conclusão foi que Robert foi uma inocente vítima do horror... de um evento estranho e incompreensível, cujas raízes culturais e psicológicas são mais profundas que as do cristianismo.

A Igreja Católica:

O cristianismo deste século tem uma atitude dividida em relação ao exorcismo. Por um lado tem mantido distância de sua prática trabalhando mais próximos a psiquiatras e médicos e autorizando estudos para lançar luz sobre o fenômeno. Por outro lado, a Igreja Católica tem encoberto a prática com um manto de silêncio, apesar do fato de que o Papa João Paulo II confirmadamente exorcisou uma jovem garota em 1982. O padre Gabrielle Amorth é um dos poucos exorcistas preparados para discutir seu trabalho. Atualmente em Roma, o padre diz ter realizado 50.000 exorcismos, mas acha que somente 84 foram genuínas possessões. Ele diz que os sintomas incluem uma pessoa tornar-se extremamente forte, xenolalia (falar em uma língua estrangeira desconhecida à vítima) e revelar segredos sobre as pessoas.

Um relatório sobre exorcismo foi compilado pela Igreja da Inglaterra em 1972 por uma comissão que incluia representantes católicos e um consultor psiquiatra. Apesar de o relatório pretender desbancar as possessões, acabou endossando o exorcismo de lugares, dizendo que "a interferência demoníaca... é comum em lugares não consagrados... assim como em conexão com sessões espíritas".

Exorcismos de pessoas, contudo, eram "extremamente duvidosos". De acordo com o relatório, aqueles que se acham possuídos deveriam procurar um médico e chamar um padre somente como último recurso. O cânone dominicano Walker, de Brighton, coordena o Grupo de Estudos do Exorcismo Cristão. Ele é um conselheiro experiente no que se refere à exorcismo, mas consegue lembrar de somente 7 casos genuínos durante sua vida religiosa. "Normalmente, tudo que é preciso são conselhos e rezas". Ele acredita que alguns clérigos podem plantar a idéia de possessão demoníaca na mente dos que vêm para um consulta.

Outros casos e alguns perigos:

Tal como o caso de Michael Taylor, de Ossett, no estado de Workshire. Em 6 de outubro de 1974, Taylor assassinou sua mulher dilacerando seu rosto com suas próprias mãos. Taylor havia passado por sessões de exorcismo. Padre Peter Vincent, de Saint Thomas Gawber, próximo à Barnsley, conduziu o exorcismo, ajudado por um pastor metodista e sua esposa. Eles exorcizaram Taylor de 40 demônios, exceto um - assassino. Taylor foi declarado inocente do assassinato por razões de insanidade. Escapou da prisão, mas foi sentenciado pelo juiz, Sr. Justice Caufield, a internação hospitalar. Seu advogado culpou um grupo... "que alimentou neuroses a um neurótico e em poucos dias, transformaram-no em um maníaco homicida".

Em janeiro de 1995, uma mulher canadense de 43 anos, Ana Maria Canhoto, forçou sua neta de dois anos a beber água. Canhoto acreditava que a criança estava possuída pelo demônio e bebendo água, a criança se libertaria do espírito. Durante o exorcismo, a menina sufocou-se com o próprio vômito. Canhoto foi condenada a dois anos de prisão pelo assassinato de sua neta.

Reconhecendo tais perigos, algumas religiões estão banindo as práticas de exorcismo e substituindo-as por absolvições e bênçãos. Ao mesmo tempo, as igrejas Pentecostal e fundamentalistas, em incrível ascensão popular, atraem multidões para seus cultos de "cura", que "garantem" libertação imediata do demônio. Os críticos mantém a posição de que tais ritos atraem aqueles que querem chamar a atenção para si próprios. Argumentos similares podem ser usados para explicar os casos individuais, mas não se pode levar em consideração os depoimentos de pessoas idôneas que testemunharam aterradores, e aparentemente inexplicáveis, eventos durante um exorcismo.

De acordo com Thomas Allen, o diário do padre Thomas Bowdern do caso de 1949, lista 9 padres jesuítas que testemunharam Robert sendo possuído. Allen também descobriu um relatório da Igreja sobre exorcismo que foi assinado por 48 testemunhas. O Documentário Brian Kelly, natural de Washington, DC, cresceu em Georgetown, vizinhança onde parte do filme "O Exorcista" foram gravadas e se diz fascinado pela história. "Eu cresci com isso e temendo isso. Eu sempre ouvi que era baseado numa história de um garoto real. Isso me assustava. É terrível. Isso viveu comigo por um longo tempo. Por eu temer a história, tentei aprender mais", diz Brian, que produziu o documentário "In The Grip Of Evil", que conta a história da possessão ocorrida em Mount Rainier, MD, em 1949.

Mistério:

Duas questões devem permanecer um mistério para a maioria das pessoas. O nome do garoto e o endereço da casa em Mount Rainier onde ele morou. Segundo fontes iniciais, o endereço seria na esquina da Bunker Hill Road com 31st Street. Supostamente, após a mudança da família, a casa mostrou-se "invendável" e foi utilizada pelo Corpo de Bombeiros local como local de treinamento, não admirando ter sido queimada totalmente. Após 25 anos, a prefeitura utilizou o terreno para construir uma praça. Mas Kelly diz que isso tudo é mentira e que a casa ainda está lá.

Pessoas têm pesquisado estas informações, mas não conseguiram, segundo Kelly, chegar perto da real identidade e localização. As pessoas da vizinhança em Mount Rainier, que viviam lá em 1949, geralmente não querem falar sobre o caso. Para finalizar este resumo, ficamos com as palavra do padre Halloran, que forneceu o diário à Thomas Allen, lembrando-se de uma conversa com o padre na época do ocorrido. "Eles (a Igreja) nunca irão admitir se foi ou não foi um genuíno exorcismo", diz Bowdern, concluindo: "mas, você e eu sabemos. Nós estivemos lá..."
Fonte: [fenômeno]

Enéias Teles Borges
Postagem original: 12/06/2008
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