Pomerode
Enéias Teles Borges
Pomerode sofre com as chuvas. Confesso que sofro também. Passamos o Natal de 2004 lá, naquele lugar que parece um canto do Paraíso. Ela estava vazia pois quase todos os moradores tinham descido rumo ao litoral. A cidade era “nossa”. Ficamos num hotel agradável e fomos muito bem atendidos. Visitamos dois pequenos templos da Igreja Adventista do Sétimo dia e no dia 31 de dezembro assistimos a um "pedaço" da programação na Igreja Luterana.
Causa comoção ver o estado no qual se encontra aquela linda cidade - em face das chuvas.
Segue abaixo um pouco da história da cidade:
Assim como diversas cidades brasileiras, Pomerode surgiu com a
imigração alemã no Brasil, em 1861, com a chegada dos primeiros
imigrantes. A criação da colônia, estrategicamente entre
Blumenau e
Joinville, foi incentivada pelo grupo do Dr.
Hermann Blumenau, para que fortalecesse o comércio entre ambas. Os lotes de terras foram divididos entre os imigrantes, que passaram a se dedicar às produções de
arroz,
batata,
fumo,
mandioca,
feijão e na criação de animais. Com a chegada do
século XX, pequenas
indústrias se instalaram na região, com destaque para as de
porcelana.
A maior parte desses imigrantes alemães vieram da região histórica da
Pomerânia, situada entre o norte da
Alemanha e
Polônia e de onde se origina o nome do município. Os
pomeranos são
descendentes de uma mistura de povos
germânicos e
eslavos e, desde o
século XII, quando passaram a fazer parte do
Sacro Império Romano-Germânico, sofreram um processo de
germanização de seu
idioma e costumes. Quando chegaram ao Brasil, os pomeranos não se identificavam como sendo alemães, pois possuíam características culturais distintas porém, com o passar do tempo, acabaram se incluindo entre os alemães.
Dentre os diversos grupos de alemães que imigraram para o Brasil, os pomeranos formaram uma minoria e por isso, quando chegavam ao Brasil, mesclavam-se com outros grupos de alemães, o que contribuía para perder sua herança cultural. Apenas em três localidades brasileiras os pomeranos formaram a maioria dos imigrantes, contribuindo assim pela manutenção dos seus costumes: em
Santa Maria de Jetibá, no estado do
Espírito Santo,
São Lourenço do Sul,
Morro Redondo e
Arroio do Padre, no Rio Grande do Sul, e em Pomerode.
Com o fim da
II Guerra Mundial, a maior parte da Pomerânia foi anexada à Polônia e uma pequena parcela ficou na Alemanha, chamada de
Mecklemburgo-Pomerânia Ocidental. Muitos pomeranos se refugiaram na
Alemanha Oriental ou imigraram para outros países, com isso, acabaram por perder grande parte de seus costumes. De fato, o Brasil tem mais falantes da língua pomerana do que a própria Alemanha.
No Brasil, a II Guerra Mundial também foi decisiva para a nacionalização dos imigrantes alemães: o presidente
Getúlio Vargas, após declarar guerra contra a Alemanha, proibiu o uso da
língua alemã no País, além de proibir a construção de casas sob arquitetura germânica ou manifestação da
cultura da Alemanha. Isso afetou Pomerode e todas as colônias alemãs do Brasil, que passaram a se abrasileirar.
Ao todo, 300 mil brasileiros são descendentes de alemães pomeranos.
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Fonte: (
wikipédia).