terça-feira, 14 de dezembro de 2010

A voz da consciência...

Justiça é consciência, não uma consciência pessoal mas a consciência de toda a humanidade. Aqueles que reconhecem claramente a voz de suas próprias consciências normalmente reconhecem também a voz da justiça. (Alexander Solzhenitsyn)

Quem acredita desta maneira certamente estará crendo que o senso comum, que se volta para a preservação da raça humana, independe de crenças e crendices, de culturas e afins. A consciência coletiva humana, sabendo-se pensante, ocupa-se na própria preservação. Por ter capacidade de discernimento, o ser humano sabe que somente cuidando do coletivo é possível sobreviver no plano individual. A voz da consciência entre os povos os leva à civilidade e à busca de uma maneira de se viver socialmente criando limites que, em última instância, preservam direitos de terceiros e consequentemente a si mesma.

Talvez o grande problema humano seja o de vincular a sobrevivência, num plano altamente civilizado, formado pelo senso da maioria, a qualquer tipo de poder que vem de fora do plano material. É como se muitos acreditassem que só é possível sobreviver respeitando o semelhante, quando têm dentro deles um poder externo sobrenatural.

O segredo do senso comum está no desejo de sobreviver. E só é possível sobreviver em sociedade quando todos abrem mão de atos egoístas em prol de atos altruístas que colaboram para o bem-estar geral e, obviamente, para o bem-estar individual...

Seria contraditório? Depende de quem analisa. Os que acreditam na humanidade certamente tenderão a concordar. Os que depositam confiança em poder extraterreno terão imensa dificuldade em concordar.

Enéias Teles Borges

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