quinta-feira, 27 de janeiro de 2011

À espera do fim

Ouvi de um cliente algo de muito impacto e resultante de muita reflexão dele: “Estou com 58 anos de idade e não vi o tempo passar. Caso eu chegue aos 75 anos será tudo muito rápido. Não senti a passagem de quase 60 anos, sentirei os 15 anos que restam?”


Assim mesmo: frase simples e objetiva. Nem bem chegamos ao mundo e já estamos de partida. Estaríamos à espera do fim? À medida que o tempo vai passando as pessoas buscam soluções para perpetuar a vida. Nem todos agem assim, mas a maioria acalenta a esperança de viver eternamente em outra dimensão, em outro local... Cada um procura se encaixar num contexto de esperança. A esperança está, quase sempre, presa aos costumes (ou culturas) oriundos do lar, do país, da religião...


Cada um defende a sua esperança como se ela fosse a verdade universal. Defendem a esperança como sinônimo da verdade. No fundo mesmo as pessoas querem continuar vivendo e a esperança que muitos têm é reflexo desse desejo intenso de viver.


Não importa o que se espera e no que se crê. A grande realidade é que vivemos à espera do fim. Não sendo fim da vida, será o fim dessa maneira de viver. Quem chega aos 100 anos bate recorde, mas vive quase vegetando. A pergunta que se faz, no silêncio da noite é: “meu fim será com quantos anos? Será trágico ou sereno?”


Pensei um pouco sobre o comentário do meu cliente: simples e lógico. O tempo passa e não nos damos conta. Estamos em contagem regressiva e indo numa direção. O que será que existe no final?


São muitas as respostas, cada uma de acordo com o diferente tipo de esperança.

Enéias Teles Borges
Postagem original: 16/10/2008

Um comentário:

Cleiton Heredia disse...

O tempo passa rápido demais quando se faz aquilo que gosta e devagar demais quando a situação vivida não é desejada.

Se teu amigo viveu mais de 50 anos e nem percebeu o tempo passar, ele pode se considerar por feliz.

Meu pai ficou cego faz um pouco mais de um ano e continuamente se queixa de como as horas não passam, de como os dias são intermináveis e de como o tempo parece ter parado para ele.

Como demonstrou Einstein: "O tempo é relativo".

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