sexta-feira, 24 de setembro de 2010

SOBRE MATEUS 28:19

Eu li um texto (indicarei logo mais), que trata de um tema que foi importante em minha vida durante longo tempo. Lembro-me, saudoso, dos anos que fiz a faculdade de Teologia, de 1982 a 1985. Diziam que eu era um aluno brilhante, um argumentador seguro. Nunca me preocupei tanto com isso. Eu queria mesmo era debater com convicção, o que eu entendia ser a verdade. Eu confiava piamente em meus mestres professores e por conta disso eu defendia os arrazoados e postulados deles como se fossem meus.

Tempos depois, com outra faculdade nas costas (Direito) e mestrado quase concluído e à espera da dissertação (Filosofia), concluí o que de momento considero óbvio: depois de recuar ao século II depois de Cristo eu notei que meus discursos eram escudados em "verdades" menos importantes. Mateus 28:19 é um desses temas, que depois de um passeio ao século II da nossa era, transforma-se em perda de tempo (minha opinião, depois de anos de reestudo).

Quem já fez busca pela origem e motivação dos dogmas entende o que quero dizer. O recuo, no tempo, nos leva a eventos históricos importantes e contundentes. Chega a ser de pequena importância pensar em pessoalidade (quantitativa e qualitativa) de Deus. Os discursos mil, apresentados pelos teólogos em geral, perdem importância diante de fatos históricos. A origem dos dogmas é algo que precisa ser considerado por todos os que buscam a verdade cristã (aquela verdade primeira que começou a ser desvituada nos primórdios do Cristianismo). Lamentavelmente os teólogos que atualmente são formados nas faculdades do Brasil têm base histórica e filosófica muito pequena (não por incapacidade, mas por falta de ênfase na origem) e por esse motivo não param para mensurar os efeitos impactantes, da história cristã primitiva, nos credos apresentados hoje. Mateus 28:19, à luz do que tento propor, é de pequena importância, no quadro geral. Insisto: antes de julgar o que digo, separe alguns anos para reestudar o Cristianismo a partir dos eventos do século II da nossa era. Tentar criticar sem fazer tal reestudo é, no mínimo, temerário...

Ainda que eu tenha feito essa singela introdução, com o fito de sugerir um estudo mais abrangente, eu apresentarei, abaixo o texto do qual falei no início. Para aquele que quer acreditar, sem pesquisar, o texto é muito bom. Para os que querem manter a postura atual, tendo como ponto de partida "o querer acreditar" o texto cai como uma luva. Mais adiante tentarei trazer um texto que contraponha o atual, por uma questão de coerência. Todos os lados devem ser vistos e ouvidos...

 
Enéias Teles Borges - Editor
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