segunda-feira, 25 de agosto de 2008

As aventuras de Tintin

As aventuras de Tintin
Enéias Teles Borges


Seguindo na proposta da quebra de rotina nos finais de semana, fizemos algo diferente (momento atual) que era comum (no passado) quando ficávamos em casa e assistíamos a algum filme. As meninas eram crianças e sair nem sempre era o melhor caminho.

A sessão pipoca no final de semana teve um personagem que visitava nossa casa às tardes, via TV Cultura: Tintin. As aventuras de Tintin!

Durante a semana consegui comprar toda a série e no final de semana passado assistimos a alguns episódios. Pipoca e filme. Sossego e quebra de rotina.

São dois finais de semana fugindo da rotina que causava mal estar. Tudo era como cumprir um ritual, seguir uma ladainha. Todo esforço repetitivo torna-se desagradável. O esforço para seguir o ritual religioso de final de semana estava sendo horripilante. Aquilo que foi feito para o bem estava causando um sentimento ímpar: aquele resultante de ações sem sentido. “Misericórdia quero, não sacrifício...”

Tenho conversado com minha esposa e filhas (sobre isso tudo). Sei das angústias que elas (filhas) têm passado (são humanas) e sei, também, que essas angústias eram as mesmas que enfrentei. No meu caso eu fiz isso sozinho. Elas terão alguém ao lado.

O esforço repetitivo-religioso costuma provocar, nas pessoas que pensam, profundas reflexões em busca do sentido. Quando busquei esse sentido eu estava só. Fiz minhas filhas verem que não estarão sozinhas.

Por isso é importante o afastamento da rotina. Somente assim será possível ter uma visão mais completa, isto é, de fora para dentro. Não que aquilo que se faz semanalmente seja ruim ou errado, mas há que se buscar um sentido. Sem sentido não existe ser humano. Sem sentido existem papagaios repetidores do que ouvem, apenas isso...

Até brinquei com elas na hora do almoço: “caso queiram sem tapadinhas, tudo bem, mas mudem de casa...”

Pensar, pensar e pensar...

Depois de um final de semana, com “as aventuras de Tintin”, separamos tempo para exercer a maior capacidade humana: a de pensar. Para melhor pensar é importante deixar um pouco de lado aquilo que foi herdado e cultivado diariamente, via repetição sistemática. Tal repetição tem uma expressão designativa que é “cultura religiosa” que alguns insistem, equivocadamente, em chamar de “religião”...

Bom início de semana Brasil!
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Um comentário:

Cleiton Heredia disse...

Tintin!!! Na minha adolescência fui um leitor aficionado pelas aventuras de Tintin. Encantava-me com todas aquelas histórias em quadrinhos muito bem desenhadas e coloridas (ainda não passavam na televisão os desenhos).

Cheguei a ter a coleção completa e até mandei encadernar todos os volumes, mas infelizmente acabei me desfazendo deles quando iniciei o curso teológico (alguma besta me disse que um teologando não poderia ter gibis em sua biblioteca, e eu, uma besta ainda maior na época, acreditei).

Aliás, isto também aconteceu com as minhas mágicas. Quando adolescente eu tinha uma ampla coleção de equipamentos de mágica. Mas um parente chegou para mim e disse que aquilo tudo era do diabo. Um belo dia joguei tudo fora! Meu pai ficou louco da vida com este parente, que por sinal era seu tio, mas o coitado estava apenas repetindo aquilo que foi condicionado por sua cultura religiosa. Eu é que fui extremamente ingênuo em acreditar.

Bem, mas comentando sua postagem de hoje, fico feliz que esteja aproveitando bem seus finais de semana com a família. Eu também já fiz algumas vezes isto e preciso repetir. Se quiser algumas dicas de lugares legais para se passear com a família, recomendo a cidade de Paranapiacaba (um passeio muito cultural), o parque ecológico de Embu-Guaçu (não esqueça a máquina fotográfica), Zoológico (está meio decadente, mas ainda é divertido), Solo Sagrado (ideal para um piquenique em família).

Por outro lado, existem muitas pessoas que curtem de montão participarem semana após semana dos repetitivos programas promovidos por seu grupo/segmento religioso. Acho que não podemos condenar aqueles que gostam, pois como diz o ditado: “gosto não se discute”.

Acredito que o grande problema reside naqueles que não suportam esta rotina, mas fingem que gostam justamente porque têm medo de contrariar sua cultura religiosa e serem assim difamados por seus pares, ou o que é pior, têm medo que Deus os castigue por não estarem indo à igreja.

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