quinta-feira, 14 de janeiro de 2010

Harém e escravidão...


Policia de Israel invade harém de polígamo em Tel Aviv

A polícia de Tel Aviv invadiu o harém de um polígamo que tem 32 mulheres e 60 filhos e é suspeito de estuprar e escravizar as crianças e as mães.

A imprensa local revelou nesta quinta-feira que a polícia invadiu e desmontou o harém no sul de Tel Aviv, onde o israelense Goel Ratzon, de 60 anos, mantinha dezenas de mulheres e crianças em regime de escravidão e terror.

Durante a operação, que envolveu 150 policiais, as autoridades invadiram os prédios onde a "grande família" morava e prendeu o chefe do harém e duas das mulheres, suspeitas de não impedirem o abuso de crianças.

Todas as outras mulheres e seus filhos foram encaminhados a abrigos especiais, e segundo o Ministério do Bem-Estar Social, as autoridades não separaram as crianças de suas mães.

Choque

Os detalhes da vida no harém provocam choque no país.

De acordo com a repórter de assuntos criminais da radio estatal, Adi Meiri, "como é possível que tanto a policia como o Ministério do Bem-Estar Social ignoraram esses crimes durante tantos anos?".

Porém a policia e o ministério trocam acusações de negligência e cada lado afirma que fez "todo o necessário" para proteger as mulheres e crianças.

A policia declarou que realizou uma "investigação minuciosa" que durou sete meses, para colher evidências sólidas dos crimes cometidos por Ratzon e resolveu invadir o local depois que conseguiu obter as provas.

O vice-diretor do ministério do Bem-Estar Social, Menahem Vachshal, afirmou que o ministério vem tratando das mulheres e crianças desde 1997, dando um "atendimento pontual".

Vachshal também afirmou que as crianças frequentavam as escolas regularmente, se apresentavam "limpas e arrumadas" e "não demonstravam sinais de maus tratos".

Controle

As dezenas de mulheres que viviam no harém trabalhavam e entregavam todo o dinheiro que ganhavam para Ratzon, que controlava totalmente a vida delas e das crianças, em um regime autoritário que envolvia o pagamento de multas e violência física caso violassem as regras definidas por ele.

Por exemplo, mulheres que "falassem besteiras" ou trabalhassem na companhia de outros homens tinham que pagar multas a Ratzon.

Para Gabi Zohar, diretor do Centro Israelense para Vitimas de Seitas, o harém de Ratzon tinha todas as características de uma seita mística.

Zohar afirmou que "trata-se de um caso gravíssimo de exploração de mulheres e crianças, mantendo um regime de terror espiritual, psicológico e físico".

De acordo com Zohar, as mulheres acreditam nos "poderes místicos" de Ratzon e "morrem de medo" dele.

Zohar também comparou esse caso com a seita americana Children of God.

A advogada de Ratzon, Shlomtzion Gabai, disse que seu cliente afirma que "não fez nada de mal e que as mulheres escolheram viver com ele por sua própria vontade e nenhuma delas era mantida à força".

Segundo a advogada, Ratzon alega que uma mulher que deixou o harém deve ter contado "essas mentiras" à policia.

Quando se apresentou perante o tribunal de Tel Aviv, o suspeito negou todas as acusações contra ele.
 
 
Nota: Estamos no século XXI e ainda é possível deparar com esse tipo de situação. Causa espanto saber que tudo o que acima foi narrado ocorreu, de forma sistemática, durante tanto tempo. Parece-nos impossível concluir até que ponto de comportamento, tido como degradante, o ser humano consegue ir...[ETB]
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