Caixinha de porcelana - II
Enéias Teles Borges
Olhando de cima para baixo é possível, para quem está fora da caixinha de porcelana, enxergar algo indescritível. Não existe apenas aquela caixinha. Existem muitas! Centenas! Milhares!
Todas com seus contextos próprios, regras próprias, costumes próprios. As caixinhas não se comunicam. É como se não soubessem da existência das demais ou como se as ignorassem. Em cada mundinho de porcelana o que vale mesmo é o que está por lá, somente ali.
A forma de acreditar em cada caixinha é fundamentada na confiança. Como todos os que residem em cada mundinho confiam nos seus líderes, neles depositam seus sagrados procedimentos. A convicção não tem como suporte o estudo diligente, individualizado e contextuado, mas o confiar em quem fala e instrui.
Principalmente por esse tipo de procedimento a caixinha de porcelana é frágil. Basta uma simples sugestão que denote a inconsistência dessa maneira de acreditar para que a linda caixinha se desfaça em milhões de pedaços.
E a caixinha, quando se despedaça, permite que os novos “moradores sem teto” enxerguem o que sempre existiu além daquela tênue fronteira: o mundo real com suas belezas e feiúras.
Eis a questão: é possível assistir à caixinha ruir e depois sobreviver conservando os mesmos princípios dantes valorizados e entronizados? É possível sobreviver à avalanche de novas informações que aparentemente conspiram contra ideais arraigados e ainda assim manter a suposta retidão que existia?
Os mundinhos de porcelana são estratagemas antigos atualizados e direcionados para a alienação coletiva das massas bem intencionadas e/ou ignorantes. Surgiram de propósito? Pode até ser que não, mas a conclusão negativa não obsta o que se pode ver e que sempre se viu: caixinhas e mais caixinhas de porcelana que existem como se fossem pequenos mundos, com regras próprias, métodos particulares e divindades sob medida.
Continua...
-
Enéias Teles Borges
Olhando de cima para baixo é possível, para quem está fora da caixinha de porcelana, enxergar algo indescritível. Não existe apenas aquela caixinha. Existem muitas! Centenas! Milhares!
Todas com seus contextos próprios, regras próprias, costumes próprios. As caixinhas não se comunicam. É como se não soubessem da existência das demais ou como se as ignorassem. Em cada mundinho de porcelana o que vale mesmo é o que está por lá, somente ali.
A forma de acreditar em cada caixinha é fundamentada na confiança. Como todos os que residem em cada mundinho confiam nos seus líderes, neles depositam seus sagrados procedimentos. A convicção não tem como suporte o estudo diligente, individualizado e contextuado, mas o confiar em quem fala e instrui.
Principalmente por esse tipo de procedimento a caixinha de porcelana é frágil. Basta uma simples sugestão que denote a inconsistência dessa maneira de acreditar para que a linda caixinha se desfaça em milhões de pedaços.
E a caixinha, quando se despedaça, permite que os novos “moradores sem teto” enxerguem o que sempre existiu além daquela tênue fronteira: o mundo real com suas belezas e feiúras.
Eis a questão: é possível assistir à caixinha ruir e depois sobreviver conservando os mesmos princípios dantes valorizados e entronizados? É possível sobreviver à avalanche de novas informações que aparentemente conspiram contra ideais arraigados e ainda assim manter a suposta retidão que existia?
Os mundinhos de porcelana são estratagemas antigos atualizados e direcionados para a alienação coletiva das massas bem intencionadas e/ou ignorantes. Surgiram de propósito? Pode até ser que não, mas a conclusão negativa não obsta o que se pode ver e que sempre se viu: caixinhas e mais caixinhas de porcelana que existem como se fossem pequenos mundos, com regras próprias, métodos particulares e divindades sob medida.
Continua...
-
Nenhum comentário:
Postar um comentário