terça-feira, 8 de novembro de 2011

A soma de todos os medos - III

Todas as religiões são fundadas sobre o temor de muitos e a esperteza de poucos. (Stendhal)

Num primeiro momento esta frase promove reação contrária. Há quem certamente dirá: "toda generalização é perigosa..." Precisamos, porém, ver a religião da maneira como ela se apresenta hoje, como exteriorização dos projetos, das muitas entidades de poder temporal, que vendem a ideia de uma vida que não se extiguirá.

Quando as pessoas são colocadas diante de duas possibilidades, que são a "vida eterna" e a "morte eterna", o que primeiro se mostra é o temor. Não é a esperança. Para se obter a vida do além será necessário ter medo da morte eterna. Para se obter o céu é necessário ter medo do inferno.

Produzir a dificuldade infernal e propiciar a possibilidade de uma vida eterna e repleta de prazer tem sido o "carro-chefe" dos centros de difusão de fé. O ser humano, por natureza, teme a morte. Basta que a morte seja apimentada com a ideia do sofrimento e da eternidade inconsciente, para que o medo se espalhe. Quando o terror assola a alma, nada como o bálsamo da fé, da vida eterna, da alegria sem fim, para que o ser humano, sofredor que é, medroso que é, sinta-se reconfortado.

A soma de todos os medos é a ferramenta para o crescimento das religiões. Existe uma técnica em tudo isso. Medo e esperança, em doses pequenas e constantes. O resultado está diante dos nossos olhos. A religião domindando o mundo, amedrontando o povo e enriquecendo os que são espertos...

Continua...

Enéias Teles Borges

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