Por: Carlos H. Barth
Poucos dos grandes sábios da humanidade discordariam da afirmação de que a busca pelo conhecimento de si mesmo é a maior e mais fascinante viagem que o homem pode fazer. Sem dúvida esta é, também, a mais penosa das viagens. Não é de se surpreender, portanto, que uma mínima parcela da humanidade ouse cavar dentro de si até o fim de sua existência. A maioria apenas simula tais reflexões, ou até as faz de forma legítima, mas sua abordagem é tão interesseira e superficial que acaba virando uma comédia.
Poucos dos grandes sábios da humanidade discordariam da afirmação de que a busca pelo conhecimento de si mesmo é a maior e mais fascinante viagem que o homem pode fazer. Sem dúvida esta é, também, a mais penosa das viagens. Não é de se surpreender, portanto, que uma mínima parcela da humanidade ouse cavar dentro de si até o fim de sua existência. A maioria apenas simula tais reflexões, ou até as faz de forma legítima, mas sua abordagem é tão interesseira e superficial que acaba virando uma comédia.
Essa incapacidade que temos de olhar para nós mesmos com os olhos "de fora", faz com que toda lógica que vise explicar aquilo que sentimos e a forma como agimos termine por ser explosivamente interesseira. Criamos perfumes, cosméticos, roupas e papel higiênico, tudo para esquecer a barbárie da natureza nua e crua de onde viemos, como se tais alegorias alterassem nossa própria natureza. Da mesma forma, criamos doutrinas, sistemas de crenças, religiões e tudo o mais para satisfazer nossa necessidade de segurança, e só nos sentimos seguros quando nos sentimos superiores e no controle de tudo à nossa volta. Não é a toa que a maioria das religiões faz questão de apregoar o quão especial é o homem face ao resto de toda a criação.
E isto aconteceu durante toda a história do homem. O único detalhe contemporâneo é que nossos valores atuais condenam a proclamação de si como dono do mundo, mas nada fazem contra aquele que não proclama, mas age como se fosse tal. Basta observar a quantidade de pessoas que afirmam possuir "provas inabaláveis" daquilo que não se pode provar, mas que afeta suas necessidades de segurança. A saber: Deus, espíritos e superstições diversas. Tal ignorância proposital de alguns sobre o que constitui uma "prova" ora me causa risos, ora me causa tristeza.
A busca pela verdade sobre si mesmo e sobre o universo, enquanto sincera, mesmo que jamais venha a ter fim, é legítima atividade da natureza do homem. A afirmação de que conhece a verdade, no entanto, nada mais é do que uma fuga de sua verdadeira e selvagem natureza de filhote com medo perdido na floresta.
No entanto, há quem diga que essa necessidade e curiosidade do homem pela verdade, aliada ao fato de que algum tipo de divindade está presente onde quer que hajam seres humanos, constituem prova de que há um Deus. Assim como a fome prova a existência de algo para matar a fome, essa necessidade do homem de explicar tudo em bases sobrenaturais, de alguma forma muito esquisita, provaria a existência de tal base sobrenatural. Deus, no caso.
A estes, convém lembrar que, mesmo que a fome prove a existência de algum tipo de substância capaz de saciá-la, ela nada nos diz sobre a natureza de tal substância. Em outras palavras: A fome não pode provar que exista um bolo de forma e sabor perfeitos, inesgotável, capaz de nos satisfazer por si só durante toda uma eternidade, e tudo isso com zero calorias. A curiosidade do homem sobre o universo pode até ser forte indício de que há uma verdade absoluta, mas nada prova sobre a natureza dessa verdade. Podendo vir ela ser um grande amigo fiel e criador, uma decepcionante sucessão de acasos ou outra hipótese qualquer.
Não é a toa que o homem opta por fugir desta busca, tanto interna quanto externa, sempre que pode. Pode ser que um dia ele acabe encontrando a verdade.
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Fonte: Leite com Manga faz Mal?
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