A internet permitiu levar a idéia da globalização à um extremo antes imaginável apenas em livros de ficção científica, mas com uma diferença fundamental: Os autores de livros em geral viam a globalização como um processo homogêneo e devidamente controlado. Haveriam tribunais supremos que julgariam as atitudes de todo e qualquer ser humano. As leis valeriam para todos, não importa em que parte da terra se encontrassem. Os valores morais seriam poucos e bons, além de amplamente estabelecidos de forma igualmente homogênea. De uma maneira geral, a globalização sempre foi vista, na ficção, como a criação de um estado terrestre ultra-organizado, com legislação e valores bem definidos.
Estamos cada vez mais longe da ficção.
A internet tem a tecnologia que permitiria a criação de tal estado cósmico, mas ao invés disso, ela nos leva para o extremo oposto: Uma espécie de anarquia, onde ao invés de homens, temos pequenas comunidades, cada qual com seu conjunto de leis e valores morais. Desta forma, temos uma maximização da liberdade de expressão em potencial sem precedentes na história da humanidade. Todo ser humano digitalmente incluso pode fazer sua voz alcançar o mundo de forma direta.
Nota do Editor: Trata-se de excelente artigo de Carlos Barth. Recomendo a leitura de todo o texto em Leite com Manga faz Mal?
Enéias Teles Borges
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