sexta-feira, 16 de julho de 2010

O casamento gay é uma realidade

O casamento gay (casamento entre homossexuais) é uma realidade no mundo. Com a adesão da Argentina o número de paises que aceitam esse tipo de união chegou a onze. Eu acredito que o Brasil haverá de pensar no assunto e certamente acompanhará a tendência mundial. Para os religiosos a oficialização de tal comportamento é indício do fim do mundo. Para ateus e evolucionistas a conversa, quem sabe, será outra.

Orientação sexual ou opção sexual?

Orientação sexual (ver Escala Kinsey de Alfred Kinsey) indica qual o gênero (e.g. masculino e feminino) que uma pessoa se sente preferencialmente atraída fisicamente e/ou emocionalmente.

A orientação sexual pode ser assexual (nenhuma atracção sexual), bissexual (atracção por ambos os gêneros), heterossexual (atracção pelo gênero oposto), homossexual (atracção pelo mesmo gênero), ou pansexual (atracção por diversos gêneros, quando se aceita a existência de mais de dois gêneros). O termo pansexual (ou também omnissexual) pode ser utilizado, ainda, para indicar alguém que tem uma orientação mais abrangente (incluindo por exemplo, atracção específica por transgêneros).

A orientação sexual não-heterossexual foi removida da lista de doenças mentais nos EUA em 1973; e do CID 10 (Clasificação Internacional de Doenças) editado pela OMS Organização Mundial da Saúde, em 1993.

O termo orientação sexual é considerado, atualmente, mais apropriado do que opção sexual ou preferência sexual. Isso porque opção indica que uma pessoa teria escolhido a sua forma de desejo, coisa que muitas pessoas consideram como sem sentido. Assim como o heterossexual não escolheu essa forma de desejo, o homossexual (tanto feminino como masculino) também não, pois, segundo pesquisas recentes esta orientação poderá estar determinada por factores biogenéticos, sejam questões hormonais in utero ou genes que possam determinar esta predisposição.[1] É importante esclarecer que há grande imposição do modelo heterossexual para todos. Em alguns casos, pode não existir a preocupação em conhecer o nível ou qualidade de vida afetiva, nível de prazer ou felicidade que uma pessoa possa ter, mas sim que ela deveria ser heterosexual. Por conta dessa forte imposição, muitas pessoas podem encontrar alívio dos desejos homoeróticos na religiosidade fanática, nos remédios, nas drogas ou mesmo, adotando um padrão escondido ou de vida dupla: No seu entorno social e familiar assume um comportamento heterossexual e num mundo privado permite-se exercer a sua homossexualidade, situação esta que cria um maior ou menor conflicto interior e assim as suas repercusões posteriores nesse ser humano.

Segundo diversas organizações científicas não é possível forçar a alteração da orientação sexual de alguém.


Doentes ou diferentes?

A luta homossexual está cada vez mais solidificada. Usar a expressão "orientação sexual" é uma meneira de dizer: "não somos doentes, somo diferentes". Não haverei de entrar na seara que pertence aos psicólogos. Até porque sou suspeito. Não escondo de ninguém que sou conservador e vejo possibilidade de casamento apenas entre pessoas de sexos diferentes (homem e mulher).

Respeito, porém, a orientação sexual de todos.

Conclusão

A realidade está às portas. Quer seja aceita ou não a realidade está aí e pouco se preocupa com opiniões divergentes. Uma questão é indiscutível: vivemos numa sociedade democrática e todos são livres para viver como quiserem. Claro que não há direito que proteja a invasão de ambiente pertencente a terceiros. Importante: por uma questão de convenção social devemos usar sempre a expressão "orientação sexual". É um sinal mínimo de respeito.

Enéias Teles Borges
-

Um comentário:

Ykhro disse...

Para aquilo que é muito divertidamente apelidado como Leviatã, ou seja, o Poder Estatal (o Estado), fica muito melhor que se imiscua de forma a proteger todos os seus cidadãos. Onde o Poder Dominante, do chamado Estado Democrático de Direito, passar com sua incômoda cauda possa então ser com o escopo de um artesão que legitime aquilo que não agrida as opções e para dar proteção aos diversos meios de enxergar o direito do outro como tolerável e seu titular também devendo ser tolerante. Um dia se poderá medir melhor a que tudo isso deva conduzir na questão da boa convivência. Direitos iguais do ponto de vista dos bens e alcançando a prerrogativa de redefinir o conceito de família. Mas que o Leviatã não revogue as (in)disposições em contrário, desde que pacíficas.

Textos Relacionados

Related Posts with Thumbnails