sexta-feira, 26 de novembro de 2010

Criando deuses e ideias

O livre-pensador, aquele que forma as suas opiniões independentemente de autoridade ou tradição, especialmente em questões de religião, leva imensa vantagem, se assim podemos dizer, em relação aos que preservam um mínimo de ortodoxia, notadamente no que tange à interpretação e à exegese de livros religiosos antigos. O livre-pensador sente-se à vontade para criar e imaginar divindades.

Fato significativo é que o livre-pensador tem duas vertentes a seguir e essas duas "infimas" vertentes fecham de tal mandeira o cerco, que ninguém consegue vencer um livre-pensador no contexto das regras que ele reserva para si.

A primeira vertente é dizer que o homem criou deus. Isso porque existem "n" variações de divindades que são apresentadas dentro das inúmeras regras dos muitos credos. Todas as variações são criaturas humanas.

A segunda vertente é dizer que o homem criou a ideia de deus. Parece jogo de palavras, mas são vertentes que levam a caminhos diferentes. Podem até se iniciar no mesmo ponto, mas seguem em rumos diferentes e jamais se reencontrarão. Uma coisa é criar um ser que possa ser dimencionado e imaginado e outra e criar uma ideia subjetiva ao extremo.

Fecha com "chave de ouro" ao dizer que mesmo deus sendo criado pelo homem, ou a ideia de deus ter origem igualmente humana, deus sempre existirá, de alguma dessas duas formas ou de mais uma, ainda não captada pelo homem.

Não é bom ser livre-pensador? Existe maneira melhor de criar deuses e ideias?

Que o livre-pensador não seja confundido com o agnóstico. Aí seria demais...

Enéias Teles Borges - Autor
Postagem original: 13/06/2010
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3 comentários:

Ricardo disse...

Enéias,

Um livre-pensador, ao criar um deus ou a idéia de um deus, deixa de ser um livre-pensador, pois, a partir de então se torna um prisioneiro de sua própria criação.

Eduardo Medeiros disse...

Eu diria que sua frase "O livre-pensador sente-se à vontade, para criar e imaginar divindades.", pelo menos no que se refere a mim, é equivocada. O que acontece é exatamente o contrário, eu sou livre para des-imaginar qualquer divindade construída por saber que nenhuma construção é viável ao Assombro e ao Inaudito.

Ao que se refere às duas vertentes, você está correto, e como poderia ser diferente?

E não me confundam com agnósticos, por favor, rsssss

Eduardo Montanari disse...

O livre pensador na verdade é uma metamorfose ambulante. É capaz de mudar suas conclusões e convicções de acordo com o período que está passando e pela forma que vê o mundo de tempos em tempos.

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