O filme 2012
Enéias Teles Borges
Aproveitamos, minha esposa e eu, o feriado de Páscoa para ir a Ubatuba (SP). Nossas duas filhas preferiram ficar em casa (Sampa) e nós, a despeito da previsão de tempo chuvoso (nem foi assim), descemos e pudemos apreciar as praias ubatubenses. A cidade estava cheia, mas nem tanto assim. Na sexta-feira da paixão, à noite, fomos ao restaurante "A Taverna" que serve comida tipicamente portuguesa e encaramos uma bacalhoada de primeira linha.
Antes de dormir, porém, resolvi assistir ao filme 2012. Para quem gosta de efeitos especiais é um prato cheio. Para quem analisa a consistência da trama o filme é uma piada. Melhor nem considerar por esse ângulo. Valeu como entretenimento. A questão é: o filme é um prenúncio do que virá? Muitos entendem que sim. Ainda mais com essa onda de terremotos mundo afora (hoje mesmo, o México conviveu com um de 7,2 graus...). Há quem enxerga, inclusive, uma conspiração em andamento. Será que, a exemplo do que o filme mostrou, estão construindo arcas (de Noé?) na China, destinadas a poucas e endinheiradas famílias?
O Brasil, se o filme for profético, desaparecerá do mapa! A América do Sul, Central, do Norte, Ásia, Europa e Oceania desaparecerão. A África ao que parece será o único Continente a sobreviver. Nenhum brasileiro existirá, para dar continuidade ao nosso povo. De acordo com o filme, os grandes líderes entraram nas arcas. O presidente americano e, salvo engano, o primeiro ministro italiano preferiram morrer junto com o povo. Os religiosos, de uma maneira geral, foram para o brejo (digo, para o mar). O Vaticano, o papa e fiéis, católicos, protestantes, muçulmanos e afins, sequer estavam numa das arcas. Nosso carioquíssimo Cristo Redentor mergulhou, para sempre, no mar do Rio de Janeiro. Nosso amado presidente (hoje o Lula) sequer estava entre os líderes políticos acomodados nas arcas (pelo jeito o conceito do nosso líder não tem status de primeira no filme americano)...
A "película" poderia ter sido uma comédia (ou uma piada?), mas teve o intuito de ser trágico. Apesar do que há de ruim e bobo, eu o indico. Caso tenha algum tempo sobrando e não queira queimar o "cérebro" com leituras e filmes "encorpados", veja o filme. A salvação da raça humana será remontada aos tempos bíblicos. Arcas modernas substituirão a arca de Noé. A ironia é outra: os que serão salvos, não foram escolhidos e sim "bancaram" a construção das arcas. Nada de deus, a não ser que ele (deus) seja o dinheiro que arcou com os custos de construção...
Enquanto isso a mídia enche suas grades televisivas com Nostradamus, calendário Maia, alinhamento da galáxia e medo... Isso mesmo: difusão do medo (agora à noite andei vendo, na TV a cabo, um documenttário sobre o efeito Nostradamus). Há quem acredite que 2012 será o ano do fim. Um fim bem diferente daquele propagado pelos muitos profetas de plantão...
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4 comentários:
Essa onda toda pega carona num momento da humanidade de grande falta de fé nas suas instituições. Os alarmistas e apóstolos do apocalipse usam agora a ciência para evidenciar suas profecias. A razão que deveria ser conselheira tem seu lugar tomado pelo medo. Um prato feito para os aproveitadores de todos os tipos.
Enéias,A arte de ter razão voltou.
Bem:
Terremotos, maremotos e outras catástrofes naturais, sempre existiram.
Políticos tipo o Papa e Lula não precisam de arca,eles "boiam".
Os Maias mereciam mais respeito e não serem comparados a profetas de segunda categoria.
Nostradamus? He, he, he.
Tem dó!... Abraços.
Enéias,
Neste fim de semana também assisti a um filme, ou melhor a alguns episódios da série 24 horas. Seja o que for que possa vir a ocorrer em 2012, Jack Bauer será capaz de dar um jeito. Ele é o cara (rs).
Também assisti este filme e recomendo só pelos efeitos, nada mais, é super-previsível e até ridículo (exageraram feio nas cenas de fuga dos terremotos), mas tudo bem, é entretenimento, poderia ter sido mais sério para impactar melhor, apesar que qualquer porcaria sobre o assunto "fim de mundo" neste momento faz sucesso. A única mensagem que o filme passou mesmo (e que gostei muito) foi a desvinculação total da importância da religião nisso tudo, pois deram muita ênfase na destruição do vaticano e esmagamento de milhares de fieis pela cúpula da igreja, foi irônico. Sobre a sobrevivência dos que tinham dinheiro, concordei plenamente, pois seria impossível salvar a todos e algum critério deveria ser usado na escolha e nada mais óbvio do que salvar os que colaboraram financeiramente com a construção das arcas. Poderiam ter destinado uma arca pelo menos, para as mentes brilhantes do mundo, pois certamente seriam os mais úteis para recomeçar a civilização.
Para ser mais justo, poderiam ter feito uma arca para "sorteados" pelo mundo, assim, todos em tese teriam uma chance de embarcar.
Também concordo sobre o pessoal que iria boiar.
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