domingo, 4 de abril de 2010

O filme 2012

O filme 2012
Enéias Teles Borges


Aproveitamos, minha esposa e eu, o feriado de Páscoa para ir a Ubatuba (SP). Nossas duas filhas preferiram ficar em casa (Sampa) e nós, a despeito da previsão de tempo chuvoso (nem foi assim), descemos e pudemos apreciar as praias ubatubenses. A cidade estava cheia, mas nem tanto assim. Na sexta-feira da paixão, à noite, fomos ao restaurante "A Taverna" que serve comida tipicamente portuguesa e encaramos uma bacalhoada de primeira linha.

Antes de dormir, porém, resolvi assistir ao filme 2012. Para quem gosta de efeitos especiais é um prato cheio. Para quem analisa a consistência da trama o filme é uma piada. Melhor nem considerar por esse ângulo. Valeu como entretenimento. A questão é: o filme é um prenúncio do que virá? Muitos entendem que sim. Ainda mais com essa onda de terremotos mundo afora (hoje mesmo, o México conviveu com um de 7,2 graus...). Há quem enxerga, inclusive, uma conspiração em andamento. Será que, a exemplo do que o filme mostrou, estão construindo arcas (de Noé?) na China, destinadas a poucas e endinheiradas famílias?

O Brasil, se o filme for profético, desaparecerá do mapa! A América do Sul, Central, do Norte, Ásia, Europa e Oceania desaparecerão. A África ao que parece será o único Continente a sobreviver. Nenhum brasileiro existirá, para dar continuidade ao nosso povo. De acordo com o filme, os grandes líderes entraram nas arcas. O presidente americano e, salvo engano, o primeiro ministro italiano preferiram morrer junto com o povo. Os religiosos, de uma maneira geral, foram para o brejo (digo, para o mar). O Vaticano, o papa e fiéis, católicos, protestantes, muçulmanos e afins, sequer estavam numa das arcas. Nosso carioquíssimo Cristo Redentor mergulhou, para sempre, no mar do Rio de Janeiro. Nosso amado presidente (hoje o Lula) sequer estava entre os líderes políticos acomodados nas arcas (pelo jeito o conceito do nosso líder não tem status de primeira no filme americano)...

A "película" poderia ter sido uma comédia (ou uma piada?), mas teve o intuito de ser trágico. Apesar do que há de ruim e bobo, eu o indico. Caso tenha algum tempo sobrando e não queira queimar o "cérebro" com leituras e filmes "encorpados", veja o filme. A salvação da raça humana será remontada aos tempos bíblicos. Arcas modernas substituirão a arca de Noé. A ironia é outra: os que serão salvos, não foram escolhidos e sim "bancaram" a construção das arcas. Nada de deus, a não ser que ele (deus) seja o dinheiro que arcou com os custos de construção... 

Enquanto isso a mídia enche suas grades televisivas com Nostradamus, calendário Maia, alinhamento da galáxia e medo... Isso mesmo: difusão do medo (agora à noite andei vendo, na TV a cabo, um documenttário sobre o efeito Nostradamus). Há quem acredite que 2012 será o ano do fim. Um fim bem diferente daquele propagado pelos muitos profetas de plantão...
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4 comentários:

optic@imagelink.com.br disse...

Essa onda toda pega carona num momento da humanidade de grande falta de fé nas suas instituições. Os alarmistas e apóstolos do apocalipse usam agora a ciência para evidenciar suas profecias. A razão que deveria ser conselheira tem seu lugar tomado pelo medo. Um prato feito para os aproveitadores de todos os tipos.

Altamirando Macedo disse...

Enéias,A arte de ter razão voltou.
Bem:
Terremotos, maremotos e outras catástrofes naturais, sempre existiram.
Políticos tipo o Papa e Lula não precisam de arca,eles "boiam".
Os Maias mereciam mais respeito e não serem comparados a profetas de segunda categoria.
Nostradamus? He, he, he.
Tem dó!... Abraços.

Ebenézer Teles Borges disse...

Enéias,

Neste fim de semana também assisti a um filme, ou melhor a alguns episódios da série 24 horas. Seja o que for que possa vir a ocorrer em 2012, Jack Bauer será capaz de dar um jeito. Ele é o cara (rs).

Guedes disse...

Também assisti este filme e recomendo só pelos efeitos, nada mais, é super-previsível e até ridículo (exageraram feio nas cenas de fuga dos terremotos), mas tudo bem, é entretenimento, poderia ter sido mais sério para impactar melhor, apesar que qualquer porcaria sobre o assunto "fim de mundo" neste momento faz sucesso. A única mensagem que o filme passou mesmo (e que gostei muito) foi a desvinculação total da importância da religião nisso tudo, pois deram muita ênfase na destruição do vaticano e esmagamento de milhares de fieis pela cúpula da igreja, foi irônico. Sobre a sobrevivência dos que tinham dinheiro, concordei plenamente, pois seria impossível salvar a todos e algum critério deveria ser usado na escolha e nada mais óbvio do que salvar os que colaboraram financeiramente com a construção das arcas. Poderiam ter destinado uma arca pelo menos, para as mentes brilhantes do mundo, pois certamente seriam os mais úteis para recomeçar a civilização.
Para ser mais justo, poderiam ter feito uma arca para "sorteados" pelo mundo, assim, todos em tese teriam uma chance de embarcar.
Também concordo sobre o pessoal que iria boiar.

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