Um amigo meu costuma fazer afirmações interessantes e entre elas a seguinte: “cachaça boa é cachaça que vem de longe”. Em seguida ele explica: as pessoas quando vão oferecer um aperitivo dizem: “essa é das boas, veio de longe...” O curioso é que o longe depende do local em que se encontra o interlocutor. Para quem está em São Paulo a cachaça boa é aquela que vem de bem longe. Quanto mais distante melhor. Aquelas que vêm do Rio Grande do Sul ou do Rio do Rio Grande do Norte são excelentes. Para quem está num destes estados a cachaça boa é aquela proveniente de São Paulo.
O resumo do que ele quer dizer é bem simples: esse é mais um mito que surgiu. Nada tem que ver com a verdade. As pessoas passaram a pensar assim e virou lenda urbana ou rural.
A narrativa acima me remonta a uma frase popular: “santo de casa não faz milagre”. Quem diz isso o faz porque percebe ou percebeu que não se costuma valorizar quem nas imediações. Tem que ser de longe ou, quem sabe, de fora de casa.
Vale para tudo: a boa faculdade é do Exterior, o bom perfume é o de fora do País, o bom filme é de outro Continente, o bom médico é o da Capital...
Quem está aqui acha que o que há de bom está lá. Quem está lá acha que o que há de bom está aqui. É a cultura de valorizar o que não está próximo.
Minha proposta para reflexão: será que não deveríamos buscar o que há de bom em nós, depois no nosso próximo e assim sucessivamente? Por que aplicar no nosso meio o costume dos degustadores de cachaça: “cachaça boa é a que vem de longe” ou o adágio “santo de casa não faz milagre”?
Enéias Teles Borges
Publicação original: 08/08/2008
O resumo do que ele quer dizer é bem simples: esse é mais um mito que surgiu. Nada tem que ver com a verdade. As pessoas passaram a pensar assim e virou lenda urbana ou rural.
A narrativa acima me remonta a uma frase popular: “santo de casa não faz milagre”. Quem diz isso o faz porque percebe ou percebeu que não se costuma valorizar quem nas imediações. Tem que ser de longe ou, quem sabe, de fora de casa.
Vale para tudo: a boa faculdade é do Exterior, o bom perfume é o de fora do País, o bom filme é de outro Continente, o bom médico é o da Capital...
Quem está aqui acha que o que há de bom está lá. Quem está lá acha que o que há de bom está aqui. É a cultura de valorizar o que não está próximo.
Minha proposta para reflexão: será que não deveríamos buscar o que há de bom em nós, depois no nosso próximo e assim sucessivamente? Por que aplicar no nosso meio o costume dos degustadores de cachaça: “cachaça boa é a que vem de longe” ou o adágio “santo de casa não faz milagre”?
Enéias Teles Borges
Publicação original: 08/08/2008
4 comentários:
É meu amigo, para alguns a grama do vizinho sempre parecerá mais verde.
Oi Enéias, beleza? Obrigado por seguir a sala do pensamento e o olhar o tempo. Seja bem-vindo. Espero poder contar com suas reflexões e comentários também.
O texto em questão é bem verdadeiro. Isso é resultado no âmbito internacional, à colonização cultural por parte, principalmente, dos EUA.
Tudo que vem de lá é melhor. Culturalmente falando, nada seria mais mentiroso. A cultura brasileira é rica e diversificada e não deve ser preterida.
Mas sem xenofobia, visto que a inter-relação das culturas também é enriquecedor.
abraços calorosos
Eneias,
Isso não se aplica a cerveja, porque já experimentei todas e nenhuma de fora supera a Skol! hehehehe
abraço
Enéias, santo de casa até que faz milagres, mas às vezes demora um pouco.
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