terça-feira, 14 de dezembro de 2010

Semeadura e colheira

"Podemos escolher o que semear, mas somos obrigados a colher aquilo de plantamos" (Provérbio chinês).

Será que esse provérbio se constitui em expressão da verdade?

Uma família resolveu criar seus filhos dentro de um rigor “milenar”. Ortodoxia total. E um após o outro os filhos seguiram caminhos diferentes daqueles imaginados pelos pais. Decepção total. Os pais ficaram desesperados! Culpa de quem? Deles, os pais? Não seria possível! Erros dos filhos? Quem sabe... Culpa de Deus?

Outra família criou seus filhos dentro de um padrão liberal. Nada de ortodoxia. E um após o outro os filhos seguiram caminhos tidos como salutares na sociedade. Surpresa de muitos. Como seria possível? Tinha tudo para “dar errado”. Deu certo! Mérito dos pais? Não seria possível! Acertos dos filhos? Quem sabe... Ação de Deus?

O que significa semear livremente e colher somente aquilo que foi plantado?

Nunca ouvi resposta que me agradasse, nem mesmo no contexto religioso. Nesse caso (religião) teríamos que tecer comentários versando sobre a diferença entre ensinar e condicionar.

A grande verdade é que muitos não sabem o que semear. Aqueles que sabem o que semear não sabem como semear. A escolha certa e aplicação errada trazem resultados funestos.

Talvez aí resida o grande problema. A falta de adequação à realidade fática de cada contexto. A tentativa de aplicar os mesmos métodos em diferentes situações.

Observando por esse ângulo eu concordo com o provérbio chinês.

Enéias Teles Borges
Postagem original: 08/05/2008

2 comentários:

Cleiton Heredia disse...

Este provérbio nada mais é do que uma explanação poética da lei da ação e reação ou lei de causa e efeito (como queira).

Porém, no caso de seres humanos, o livre arbítrio pode interagir com esta lei e alterar sua dinâmica.

Em se tratando de educar, não existe regra infalível, mas de todas as "técnicas", o exemplo de uma vida coerente com os princípios que acredita, ainda é o mais eficaz.

Ricardo disse...

Não há educação ou ensinamento que suplante o livre arbítrio e a natureza do individuo.

A Bíblia mesmo nos traz um exemplo clássico. Deus pessoalmente orientou Adão e Eva quanto às suas obrigações, os educou nos seus caminhos, e qual foi o resultado? A queda. Deus colheu o que não semeou.

Durante nossa curta existência não semeamos quase nada, mas podemos podar muito do que nossos ancestrais plantaram e do que é intrínseco a nossa natureza.

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