sexta-feira, 1 de fevereiro de 2008

Folha verde

Creio que foi em 1976, não sei direito. A ditadura militar estava por aqui no torrão natal. Eu estudei em várias escolas públicas e me lembro das fotos dos presidentes do Brasil - ao longo dos anos. Ficavam nas salas dos diretores e nas bibliotecas. O primeiro foi o Médici, depois o Geisel e finalmente o Figueiredo. Eu ainda não estudava na época do Castelo e sequer dei bola para a junta militar que sucedeu o Costa e Silva por uns tempos.

Eu acreditava em tudo aquilo que ouvia nas aulas de Organização Social Política Brasileira (OSPB). O mesmo nas de Educação Moral e Cívica (EMC). Que coisa!

Lembro-me que falavam da inflação, do nosso ouro que foi para a Europa e da história de Tiradentes. E tinha o positivismo: “Ordem e Progresso. Brasil: ame-o ou deixe-o”.

Até compus um poema “meio maluco” que tentava em duas estrofes misturar tudo isso. Era uma geléia!
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Grande Mal

Oh, grande mal que afeta nosso chão!
Terra grande, porém vencida pela inflação (...).
Desde o grande animal, até o pequeno besouro (?);
Quando que com mais coragem não perderia o ouro...

Mas que ouro? Ah, foi muito atrás!
Porém não houve o homem sagaz,
Que com garras, unhas e dentes,
Ajudasse o patriota Tiradentes!
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Vi uma foto na internet que inspirou este texto pueril. Uma foto da Sueli Meira e com o título (tema) folha verde. Por que eu me senti inspirado? Nem sei, mas escrevi e o texto aqui está.

Eu pensei assim: aquele meu passado parecia uma folha verde e eis que a folha se secou, precipitou-se para o chão e foi assoprada pelo vento...

Como eu gostaria (hoje) de ter aquela ausência de malícia, não enxergar coisas desagradáveis e camufladas...

Não seria bom que a folha se mantivesse verde?
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Imagem: folha verde de Sueli Meira (internet)

2 comentários:

Luiz Claudio Santos de Souza Lima disse...

Somos da mesma geração que Renato Russo cantou em suas música – a geração coca-cola – Tínhamos aquela impressão que tudo estava no lugar.

O Brasil crescia e era tri campeão mundial de futebol. Tínhamos os festivais de música. Os EUA mostravam tecnologia com o homem na lua e capacidade para enfrentar a URSS com a guerra fria.

A ciência tinha resposta para tudo e o futuro era “Perdido no Espaço; Jornada nas Estrelas” e os mangas japoneses em nossas tardes depois das aulas.

Mamãe ia comigo a missas lotadas nos domingos e quase não podíamos entrar na igreja.

Não tínhamos a AIDS e a liberdade sexual foi vivida pela geração anterior a nossa.

Olhando agora parece que o mundo perdeu a inocência, as ideologias, está mais violento falta amor e FÉ.

Alguns dirão: Sinais dos tempos; apocalipse (!?)

O mundo está diferente. Não está pior ou melhor na minha opinião. Talvez a realidade esteja mais despida do uniforme das ditaduras ideológicas e todo um mundo sem voz e escondido tenha aflorado.

A “folha” continuará verde se acreditares que uma Força além de nossa compreensão continuará a conduzir a humanidade no caminho de seus mais belos anseios.

Eu mesmo acredito de modo diferente, que esses anseios podem ser conquistados pela melhor compreensão da natureza e na busca do conhecimento (o nosso deus!?).

Um fraterno abraço,

Luiz

Anônimo disse...

Eu me lembro dessa poesia (rs)

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