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Tenho tecido comentários com amigos próximos acerca destas classes. É possível chegar ao seguinte esboço, tendo como alicerce três classes assim conceituadas:
1. Classe pensante é aquela que após analisar as circunstâncias propõe uma linha de conduta;
2. Classe de manobra é aquela que se presta a implementar a linha de conduta da classe pensante; e,
3. Classe de absorção é aquela que por ignorância ou negligência absorve o que foi proposto pela classe pensante e propagado pela classe de manobra.
Confesso que prefiro usar o termo massa no lugar de classe pois assim fica bem mais claro e objetivo. Assim teríamos a massa pensante, a massa de manobra e a massa se absorção.
Não precisamos nos ater ao contexto macro social. Vamos ficar apenas no contexto religioso.
É fato que nos diversos segmentos religiosos a leitura da manipulação é até fácil para quem está de fora. Vou exemplificar:
Tenho mais de 40 anos e depois desta idade passei a ter problemas para ler ou observar objetos bem próximos. À meia distância enxergo bem, mas quando é bem próximo fica tudo embaçado. E o que é mais interessante: demorei para perceber isso até que uma oftalmologista me demonstrasse e explicasse o motivo para tal acontecimento.
Certo dia eu estava observando o movimento de um relógio mecânico de pulso, bem de perto e não consegui ver com perfeição os detalhes da máquina. Afastei o relógio e aí pude ver a beleza daquela engenharia humana. Vi mais: a caixa que envolvia a máquina e o maravilhoso conjunto da obra. O que me impressionou foi um pensamento que me ocorreu. Vendo de bem perto era embaçado, limitado e tornava impossível ver tudo o que aquele relógio representava.
Volto ao tema das classes e a manipulação.
Notem que, neste caso, ver de perto pode significar um ângulo limitado de visão. É incrível como é possível passar uma vida sem perceber o quanto se pode manipular e ser manipulado. É mister o afastamento para olhar. Precisa-se ver à distância. Fugir da visão obliterada é importante.
Com esta simples medida é possível fazer duas escolhas. A primeira é o despir do preconceito. A segunda é definir se quer pensar, manobrar ou absorver. Não tem jeito. Acumular funções é incongruente. Pensar e manobrar? Manobrar e absorver?
Quando penso em algo tão simples me pergunto: o que sou no meu contexto? Penso e induzo à manipulação? Faço manobras para atender interesses de terceiros ao deixar de polemizar, discutir e questionar? Ou não passo de uma esponja dentro de uma bacia de água, absorvendo o líquido sujo ou limpo?
Como o principal objetivo deste BLOG é o fomento de discussões salutares num permanente convite à reflexão eu proponho, aos ilustres leitores, uma pausa. Pausa para pensar e esvaziar de preconceitos.
Por fim responder: a qual classe (massa) você pertence?
1. Classe pensante é aquela que após analisar as circunstâncias propõe uma linha de conduta;
2. Classe de manobra é aquela que se presta a implementar a linha de conduta da classe pensante; e,
3. Classe de absorção é aquela que por ignorância ou negligência absorve o que foi proposto pela classe pensante e propagado pela classe de manobra.
Confesso que prefiro usar o termo massa no lugar de classe pois assim fica bem mais claro e objetivo. Assim teríamos a massa pensante, a massa de manobra e a massa se absorção.
Não precisamos nos ater ao contexto macro social. Vamos ficar apenas no contexto religioso.
É fato que nos diversos segmentos religiosos a leitura da manipulação é até fácil para quem está de fora. Vou exemplificar:
Tenho mais de 40 anos e depois desta idade passei a ter problemas para ler ou observar objetos bem próximos. À meia distância enxergo bem, mas quando é bem próximo fica tudo embaçado. E o que é mais interessante: demorei para perceber isso até que uma oftalmologista me demonstrasse e explicasse o motivo para tal acontecimento.
Certo dia eu estava observando o movimento de um relógio mecânico de pulso, bem de perto e não consegui ver com perfeição os detalhes da máquina. Afastei o relógio e aí pude ver a beleza daquela engenharia humana. Vi mais: a caixa que envolvia a máquina e o maravilhoso conjunto da obra. O que me impressionou foi um pensamento que me ocorreu. Vendo de bem perto era embaçado, limitado e tornava impossível ver tudo o que aquele relógio representava.
Volto ao tema das classes e a manipulação.
Notem que, neste caso, ver de perto pode significar um ângulo limitado de visão. É incrível como é possível passar uma vida sem perceber o quanto se pode manipular e ser manipulado. É mister o afastamento para olhar. Precisa-se ver à distância. Fugir da visão obliterada é importante.
Com esta simples medida é possível fazer duas escolhas. A primeira é o despir do preconceito. A segunda é definir se quer pensar, manobrar ou absorver. Não tem jeito. Acumular funções é incongruente. Pensar e manobrar? Manobrar e absorver?
Quando penso em algo tão simples me pergunto: o que sou no meu contexto? Penso e induzo à manipulação? Faço manobras para atender interesses de terceiros ao deixar de polemizar, discutir e questionar? Ou não passo de uma esponja dentro de uma bacia de água, absorvendo o líquido sujo ou limpo?
Como o principal objetivo deste BLOG é o fomento de discussões salutares num permanente convite à reflexão eu proponho, aos ilustres leitores, uma pausa. Pausa para pensar e esvaziar de preconceitos.
Por fim responder: a qual classe (massa) você pertence?
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Postado originalmente em 18/01/2008
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Um comentário:
É algo a se pensar...
Se forem eliminadas todas as formas de manipulação, o que é que sobra? Vou dar um exemplo radical: o ciclo de sono.
Um recém nascido dorme e acorda diversas vezes ao longo de um dia (24h). Ele simplesmente obedece aos imperativos do corpo. Mas isso é um problema para os pais, e o será também para a sociedade. Aí entra em cena a educação, isto é, um processo que visa a adequação do indivíduo à sociedade. Nada de dormir quando o corpo pede. É preciso dormir na hora certa e permanecer em vigília na hora certa. A criança aprende, "é educada" e cresce pensando que é "natural", própria dela, o ter apenas um ciclo de sono/vigília por dia.
E o que dizer de nossos gostos e preferências? São de fatos nossos? É difícil saber, porque nascemos e vivemos em sociedade, sem parar pra pensar que a própria sociedade é uma invenção humana, não é "natural". E para se viver em sociedade é preciso aceitar as regras do jogo. Regras que foram criadas não sei por quem.
De repente me dou conta de que sou brasileiro e me ponho a torcer contra os argentinos. Isso é natural, espontâneo, ou é o resultado de uma forma sutil de manipulação?
Não sei se a religião precedeu a sociedade ou se é um subproduto dela. Também não quero generalizar, mas tenho que reconhecer sua eficiência como instrumento de manipulação. Isto porque boa parte de seus membros é sincera, de boa fé e dada à confiança – prato cheio para os manipuladores.
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