Creio que voltarei algumas vezes ao tema vinculado à confiança.
Eu assistia ao filme Os Infiltrados e ouvi com atenção a frase do mafioso mais importante perguntando, ao seu principal subalterno, se seria possível confiar em determinado agente do crime, recém incluído no grupo.
O ponto chave era o seguinte: o novo componente do bando não possuía parente ou amigos próximos. Era um solitário! Curiosamente este se tornou o “x” da questão. A pergunta a seguir, dirigida ao subordinado: “é possível confiar numa pessoa que nada tem a perder?”
Como se pode inferir, a vinculação de confiança de um indivíduo noutro pede e ao mesmo tempo parece necessitar de uma amarra. Isto é, só se pode confiar em quem oferece um penhor que deve ser algo precioso e aí poderemos incluir bens, valores morais e intelectuais.
A confiança advém do convívio com a outra parte. Não se confia num estranho. O relacionamento entre pessoas se dá do desconhecido para o conhecido. Da desconfiança para a confiança.
Não é de se estranhar que as pessoas confiam noutras dos contextos sociais nos quais elas próprias estão situadas. A vivência diária as leva a confiar nas pessoas da confiança de outras – que são de sua confiança. Como um círculo, que pode ser virtuoso ou vicioso. Qual o diferencial?
1. A confiança séria e sem preconceitos tem no seu cerne a observação e até mais: a investigação. Se todos forem assim instala-se o círculo virtuoso.
2. A confiança pode ser cega. Não há questionamento. Não há uso da razão. Se todos forem assim instala-se o círculo vicioso.
A pergunta que não quer se calar: é possível confiar numa pessoa que nada tem a perder?
Nesse contexto eu diria que não. As pessoas que não se aprofundam no convívio e na análise permanente não merecem confiança. Afinal elas nada têm a perder. Nada possuem. Seus conceitos são de segunda mão. Não conviveram e não questionaram.
Conclui-se que são merecedores de confiança os escrutinadores, pois têm algo de valor e não quererão perder: a capacidade de pensar e de decidir. Não permitem que pensem nem decidam por eles.
É possível confiar, sem dúvida. Mas é necessário fazer uso da razão, para conviver com iguais: aqueles que também utilizam o intelecto para enxergar os que lhes são similares.
Eu assistia ao filme Os Infiltrados e ouvi com atenção a frase do mafioso mais importante perguntando, ao seu principal subalterno, se seria possível confiar em determinado agente do crime, recém incluído no grupo.
O ponto chave era o seguinte: o novo componente do bando não possuía parente ou amigos próximos. Era um solitário! Curiosamente este se tornou o “x” da questão. A pergunta a seguir, dirigida ao subordinado: “é possível confiar numa pessoa que nada tem a perder?”
Como se pode inferir, a vinculação de confiança de um indivíduo noutro pede e ao mesmo tempo parece necessitar de uma amarra. Isto é, só se pode confiar em quem oferece um penhor que deve ser algo precioso e aí poderemos incluir bens, valores morais e intelectuais.
A confiança advém do convívio com a outra parte. Não se confia num estranho. O relacionamento entre pessoas se dá do desconhecido para o conhecido. Da desconfiança para a confiança.
Não é de se estranhar que as pessoas confiam noutras dos contextos sociais nos quais elas próprias estão situadas. A vivência diária as leva a confiar nas pessoas da confiança de outras – que são de sua confiança. Como um círculo, que pode ser virtuoso ou vicioso. Qual o diferencial?
1. A confiança séria e sem preconceitos tem no seu cerne a observação e até mais: a investigação. Se todos forem assim instala-se o círculo virtuoso.
2. A confiança pode ser cega. Não há questionamento. Não há uso da razão. Se todos forem assim instala-se o círculo vicioso.
A pergunta que não quer se calar: é possível confiar numa pessoa que nada tem a perder?
Nesse contexto eu diria que não. As pessoas que não se aprofundam no convívio e na análise permanente não merecem confiança. Afinal elas nada têm a perder. Nada possuem. Seus conceitos são de segunda mão. Não conviveram e não questionaram.
Conclui-se que são merecedores de confiança os escrutinadores, pois têm algo de valor e não quererão perder: a capacidade de pensar e de decidir. Não permitem que pensem nem decidam por eles.
É possível confiar, sem dúvida. Mas é necessário fazer uso da razão, para conviver com iguais: aqueles que também utilizam o intelecto para enxergar os que lhes são similares.
Enéias Teles Borges
Postagem original: 20/12/2007
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2 comentários:
Questinamento interessante:
É possível confiar em quem não tem nada a perder?
Nem sempre ter muito a perder significa credibilidade.
Na verdade, quanto mais uma pessoa tiver a perder, menos de confiança ela poderá vir a se tornar.
Você confiaria na defesa de um ponto de vista doutrinário de um pastor que é empregado de uma organização religiosa tendo seu salário pago por eles, que mora as custas deles, que tem os filhos em escolas pagas por eles, que vivem uma vida confortável graças a fidelidade e comprometimento deles para com esta organização?
Você sabe bem onde eu quero chegar! Nós conhecemos algumas pessoas que defendem certos pontos de vista por mero comodismo ou por medo de perderem seus privilégios. Tais pessoas, que têm muito a perder, podem ser consideradas pessoas de confiança em assuntos que podem a vir conflitar com o ponto de vista oficial da organização a qual fazem parte?
Confiança e credibilidade tem haver prioritariamente com o caráter, e é por isto que só é possível confiar em quem você conhece (confiança e conhecimento são diretamente proporcionais, pois quanto mais conheço alguém digno de confiança por causa de seu caráter íntegro, mais confiarei nele).
O mafioso que faz a pergunta não tá nem aí para o caráter do outro, pois não procura alguém de confiança, e sim uma pessoa que será "fiel" devido a sua vulnerabilidade e dependência, ou seja, porque têm muito a perder.
Parabéns pelo blog!
Na visão hebraica, confiança é fé (emunah) e conhecer é conviver. Com a convivência vem a conhecimento que resulta em confiança ou fé. Não há necessidade fiador senão de tempo para conviver com aquele que é o objeto da confiança. O testemunho de alguém que é de confiança acerca (acerca de algo ou de alguém) é merecedor de confiança plena. Mas vivemos em outro tempo e espaço. Proceder com tal confiança hoje é ingenuidade. Para confiar são exigidas referências e garantias. Mas se há garantias, onde fica a confiança?
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