Um homem, que passou quase toda a vida na selva, aprendeu a
adorar o Sol, como o criador de tudo. Um dia um missionário o encontrou e
pensou em evangelizá-lo. Compensaria? Talvez não. O homem estava com quase 100
anos e dali a pouco haveria de morrer. Era um homem feliz. Tinha convicção de
que o Sol, seu criador e criador de tudo, haveria de transportá-lo para um
mundo no qual a morte não mais existiria. Viveria eternamente adorando o Sol,
seu deus.
O missionário entendeu que de nada adiantaria tirar aquele
homem de fé, do seu mundo de crença solar. Mesmo porque o homem viveu feliz e
morreria feliz, tendo plena convicção de que acreditava no que era verdadeiro.
Trocaria a sua fé pela outra, com quase 100 anos de idade? Possivelmente não.
Eis que o missionário chegou à conclusão que o melhor seria deixar tudo como
estava. Que esperança tão eficaz teria, para oferecer para aquele homem, quase
centenário?
A lição do missionário segue ecoando. Que os idosos, que
passaram a vida acreditando de uma forma, que são felizes assim, continuem
crendo dessa maneira. Que esperança tão eficaz existe que permita extirpar a fé
antiga, introduzindo uma nova? Até
porque a fé nova, na qual muitos acreditam, é desacreditada por outros, que
também possuem uma fé nova...
Enéias Teles Borges
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