segunda-feira, 16 de janeiro de 2012

Alienação necessária?

Imaginemos, por um pequeno instante, que as pessoas humildes do mundo, que sofrem diariamente, que não possuem o pão necessário, que trabalham como se fossem escravos, que não usufruem de qualquer tipo de prazer, tais como passeios, bons restaurantes, boa residência, boas vestimentas, boa saúde, plano de saúde, plano de aposentadoria e afins, perdessem, como por encanto, a fé num ser superior, que haveria de compensar, na eternidade, todas as dificuldades encontradas neste mundo cão.

Será que essa massa sofredora, que renova seus esforços todo dia, crendo na proteção divina, separando um pouco do dinheiro que tem, para colaborar com a difusão da luz (dízimos e ofertas), estaria preparada para viver descrendo na existência de um ser superior?

Como se comportaria esse povo, que vive "sem eira nem beira", se de repente perdesse a fé num Deus poderoso e pessoal, que cuida de cada um? Será que tal povo manteria a disposição para continuar nessa vida miserável ou partiria para uma guerra compensatória? Uma coisa é viver de forma desgraçadamente dura, tendo um paraíso a herdar. Outra é viver essa mesma vida, sem qualquer tipo de esperança.

A grande questão é: diante da convicção da inexistência de um ser protetor, a massa deveria saber da verdade ou deveria ser mantida sob as rédeas de uma fé?

Existiria, neste caso, justificativa para uma alienação necessária?

Enéias Teles Borges

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