O elixir da vida, a fonte da juventude, vontade de viver muito e, se possível, eternamente. Anelo humano desde os mais distantes tempos. Para os religiosos que acreditam na ressurreição e na vida eterna esse elixir existe e está nas mãos de deus. Outros não acreditam assim e saem em busca da perpetuação da vida. Usam mecanismos ao alcance da ciência e tentam hoje, como tentaram ontem, e seguirão tentando enquanto puderem.
Será que estão chegando perto do objetivo? Confiram, no artigo abaixo.
Anfíbio longevo fornece pistas sobre como viver mais
Um anfíbio pequeno e cego, com uma pele translúcida, está fornecendo pistas importantes na busca pelo elixir da vida.
O proteus (Proteus anguinus) vive em cavernas no sul da Europa, especialmente na Eslovênia e Croácia, pesa 20 gramas e é um dos poucos anfíbios que vive inteiramente em ambiente aquático.
Como muitos animais que vivem em cavernas, adaptou-se à pouca luminosidade, perdendo olhos e pigmentação da pele.
O proteus parece reproduzir-se ainda no estágio larval e, diferentemente de sapos e rãs, os animais adultos retêm características juvenis, como guelras.
Pensava-se que essas características do animal eram o resultado de um desenvolvimento abortado pelo difícil ambiente das cavernas. No século 17, acreditava-se que o animal era filhote de dragão.
Mas Yann Voituron,da Universidade de Lyon, na France, está interessado no proteus por outro motivo: sua grande expectativa de vida. Em zoológicos, o animal vive 70 anos. Ele acredita que esses anfíbios podem viver até 102 anos.
Voituron e sua equipe chegaram a esse número, que é três vezes maior que espécies de anfíbios de parentesco próximo, usando uma fórmula que estima a expectativa de vida média de animais adultos em cativeiro relativa a sua massa. "Mesmo os espécimes mais velhos podem se reproduzir", diz.
Mas como o proteus consegue viver tanto? Para começar, ele vive em um ambiente frio, o que reduz sua taxa metabólica. Quanto menor a taxa metabólica, menor a produção de radicais livres, que danificam o DNA. Isso ocorre porque os radicais livres são um resíduo indesejado da manufatura da molécula adenosina trifosfato (ATP), a carregadora de energia do corpo, produzida nas mitocôndrias das células.
Além de atacar DNA, radicais livres também produzem espécies reativas de oxigênio (ROS), que atacam tecidos. Portanto, menos ROS pode significar menos envelhecimento.
Mas, de acordo com Voituron, a longevidade dos proteus não pode ser explicada totalmente pela baixa taxa metabólica e pelos seus eficientes mecanismos antioxidantes, pois seu metabolismo e atividade antioxidante não são muito diferentes dos de outros anfíbios que vivem muito menos. Então qual é o segredo?
Voituron sugere que o proteus possui uma maneira de gerar energia que produz menos radicais livres do que outros animais. Ele e sua equipe completaram experimentos, ainda não publicados, que "sugerem um funcionamento peculiar das mitocôndrias nesta espécie".
"Se o proteus consegue produzir ATP sem muito ROS, isso explicaria sua longevidade."
Nota: Não basta viver muito. É preciso viver bem. Quanto mais tempo um homem viver, maior será a população na terra. População que consume mais do que o planeta tem condições de produzir. Será necessário viver muito e nascer pouca gente. O equilíbrio é tão difícil quanto o é achar tal fonte da vida longa.
enéias teles borges
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Um comentário:
Seja científico ou religioso o enfoque, essa coisa de vivermos somente umas décadas tem jeito de pegadinha. Resta-nos saber se é mais conveniente (ou chique) sermos cientificamente capazes de deduções não-emocionais sobre a plausibilidade de novos fôlegos... ou... se religiosamente crédulos para que fiquemos na moda.
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