sábado, 19 de fevereiro de 2011

Reflexões sobre a natureza - 2

Um garoto de apenas 14 (catorze) anos me fez uma pergunta inteligente. É o tipo de pergunta que gosto de ouvir, ainda que eu não tenha como respondê-la de forma cabal. Foi mais ou menos assim: "Tio: se a pessoa estiver andando na floresta, avistar um filhote de pássaro que caiu do ninho, não o colocar de volta e um animal  o devorar, a pessoa que não o colocou no lugar seguro tem culpa pela sua morte?"

Não é uma pergunta fabulosa? Pois eu tive que sair pela tangente. Eu não tinha autoridade para lhe reponder o que penso do assunto. Disse-lhe que depois poderíamos voltar ao tema, mas antes eu queria falar com seus pais. Adiantei-lhe algo: ele estava de parabéns, pois mostrava, aos 14 anos, que não aceitava passivamente, conceitos arraigados nos seios familiares tradicionais.

De fato conversei com os pais daquele garoto (pessoas esclarecidas) e os elogiei pelo filho que eles têm. Disse mais: que não é fácil ter que enfrentar esse tipo de questionamento - sendo pais evangélicos tradicionais. Fato: é bem melhor ter um filho questionador do que um papagaio da fé. Quem sabe um dia retomarei esse assunto com o garoto e com a anuência dos seus pais?

Fica claro que ele não aceita a proposição tradicional para a origem do pecado e suas consequências. Caso a história seja verdadeira a pergunta que ele, o garoto, precisa responder para si é: deus poderia ter evitado o pecado humano? Por que não o fez? Ele (deus) têm culpa? É claro que o garoto não aceita muito esse papo de livre arbítrio, caráter soberando de deus e afins...

O resumo que faço dessa reflexão, tendo como pano de fundo a natureza é isso: somente pela fé será possível aceitar os conceitos tradicionais dos criacionistas cristãos conservadores. Tirando a fé o que resta é incoerência em sua plenitude...

Enéias Teles Borges
Postagem original: 25/11/2009

2 comentários:

Cleiton Heredia disse...

Na natureza funciona assim:

Se você ajudar o filhote de passarinho que caiu colocando-o de volta no seu ninho, será culpado pela morte do gatinho que morrerá de fome.

A escolha não é qual deles você vai querer que viva, mas sim qual deles você vai querer que morra.

Triste, não? Pois é, mas esta é a lei da natureza.

Ricardo Cluk de Castro disse...

Na natureza nada se perde, nada se cria, tudo se come. (rs)

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