Partindo da premissa agnóstica de que é impossível provar ou negar a existência de deus faz-se necessário observar postulados de alguns ateístas e teístas. Ressalto que essas asseverações não vêm de todos os ateus e criacionistas, mas de uma minoria ruidosa que tem captado adeptos mundo afora.
Falácia atéia
Ela surge quando o ônus da prova da existência de deus é exigido dos criacionistas. É claro que por mais que um teísta se esforce é impossível provar, pelos meios conhecidos, que deus existe e que tudo o que há originou-se de um projeto divino. Partindo deste argumento os ateus afirmam: “se não é possível provar a existência de deus, logo ele não existe”.
Falácia criacionista
O arrazoado emerge da mesma linha de raciocínio, mas com propósito diferente. O criacionista transfere para o ateu o ônus da prova. Que o ateu demonstre que deus não existe! Obviamente que usando os mesmos recursos humanos existentes para teístas e ateístas é impossível negar a existência de deus. Partindo deste argumento os criacionistas afirmam: “se não é possível provar a inexistência de deus, logo ele existe”.
Provas por exclusão?
Esse tipo de postura, de ambos, conduz-nos ao esperado resultado desta batalha (que acabará se tornando campal!) entre teístas e ateístas, isto é, ao nada. Ao nada mesmo! Não é esse tipo de raciocínio (negação?) que prova a existência ou inexistência desse ser divino. Não se prova a existência ou inexistência de deus por exclusão!
Alternativa agnóstica?
Esse tipo de postura, de ambos, conduz-nos ao esperado resultado desta batalha (que acabará se tornando campal!) entre teístas e ateístas, isto é, ao nada. Ao nada mesmo! Não é esse tipo de raciocínio (negação?) que prova a existência ou inexistência desse ser divino. Não se prova a existência ou inexistência de deus por exclusão!
Alternativa agnóstica?
Por motivos como esses o agnosticismo (sou agnóstico teísta) surge como alternativa, no mínimo, honesta. O agnóstico acredita ser impossível provar ou negar a existência de deus. Tal convicção não obsta sua opção em ser teísta ou ateísta, mas deixa bem claro que escolher pela existência ou inexistência do ser superior é tão somente uma questão de escolha, mesmo sem que haja qualquer tipo de prova concreta.
Enéias Teles Borges
Postagem original: 20/11/2009
Enéias Teles Borges
Postagem original: 20/11/2009
12 comentários:
Enéias tava vendo a essa conversa lá no a teimosia de ter razão rsrsrs e concordo ha muito tempo com tudo que você disse. Eu admiro mesmo um ateu ateu de verdade, tanto é que meu escritor favorito era ateu e ele disse que isso era natural nele e não perdia tempo com isso.
Mas não estou dizendo que eu admiro o ateísmo que é desonesto em e negar o que não consegue provar cabalmente, que são da mesma laia dos criacionistas que acham que podem provar.
As coisas estão de tal forma na natureza e na vida que é impossível provar definitivamente. Daí que do lado de lá dos que não tem a fé, eu admiro o agnosticismo que não presume ter a arte de ter razão rsrsrs , daí que como disse o filosofo Pascal, a gente tem que apostar na existência ou inexistência.
Não entendo como falácia o justo e lógico pedido dos ateus por provas. O ônus da prova cabe para quem afirma!
Como funciona na parte do direito legal? Eu faço uma afirmação acusando determinada pessoa. Quem tem que provar? Eu que acuso ou é a pessoa que precisa se virar para provar sua inocência?
Os ateus não afirmam nada! Simplesmente para eles a hipótese de Deus nem é considerada. Quem afirma existir um ser superior é que precisa se preocupar em arranjar provas para sustentar sua afirmação.
Agora, se eles fizeram uma afirmação que nunca poderá ser comprovada, o problema é só deles. Porém os ateus estão no direito de perguntar: Onde estão as provas para a sua afirmação?
Exigir que os ateus provem qualquer coisa não é somente uma falácia, é um absurdo!
É por este motivo que não vejo mais lógica no agnosticismo.
Cleiton,
Se o ônus da prova é de quem afirma a situação se complica. Da mesma forma que criacionistas afirmam que deus existe os ateus afirmam que ele inexiste.
No direito: o elemento de trabalho é concreto o que não acontece com o discurso pela existência ou não de deus. Neste caso o direito não serve como referência, pois trabalha com o "direito material" e se serve do "direito processual" para administrar as ferramentas utilizáveis.
No que tange ao agnosticismo: ele não pretende, primordiamente, ser lógico. Ele é agudo em afirmar que, com base no que é mensurável, é impossivel afirmar ou negar a existência de deus.
Não me atenho a lógica ou não do agnosticismo, mas à honestidede agnóstica em aceitar as limitações humanas e mais: não se julga detentor da verdade, apenas diz que não reune condições para afirmar ou negar.
A grande realidade é que muitos teístas e ateístas são agnósticos, mas não querem se curvar a esta realidade!
O homem pode buscar e deve buscar uma resposta, mas certamente, no final, chegará à conclusão de que é impossível, por meios naturais, provar ou negar esse ser de grande magnitude (sobrenatural).
Em tempo: respeito o seu ponto de vista, certo?
Abraços.
No meu entender, o ateu que afirma escancaradamente que Deus não existe está completamente equivocado, pois acaba de arranjar para si um problema sem solução.
Não vejo o ateísmo como a negação de Deus, mas como a desconsideração por esta possibilidade.
Exemplificando: Existe um grupo de indivíduos que afirma existir um mundo subterrâneo onde habitam os chamados "seres do centro da terra". São criaturas estranhas muito parecidas com aquelas do mundo pré-histórico, sendo que existe até algumas criaturas humanóides e inteligentes - os "homens-lama". Bem, para mim esta possibilidade é tão absurda que eu nem a considero. Não preciso me declarar contra a crença do mundo oculto no centro da terra, pois para mim tal possibilidade é como se não existisse.
É por este motivo que o ônus da prova fica EXCLUSIVAMENTE com aqueles que inventaram esta teoria e nela crêem. Eu não preciso me preocupar em provar que aquilo não existe, pois caso fosse assim, qualquer um diria a besteira que quisesse e lá tinham que ir os seres pensantes correndo atrás para provar o contrário. Um absurdo, não acha?
Agora, se os teístas apresentam provas para a existência de Deus, cabe ao ateu sincero examiná-las para ver se são plausíveis ou não. O ateu não precisará criar provas para a não existência de Deus, mas apenas analisar aquelas que são apresentadas verificando sua pertinência.
Tem um selo em sua homenagem.
Vá buscá-lo!
Carlos Bayma
http://koyaanisqatsi-cb.blogspot.com/
Caro Cleiton
Esse argumento que você usa, com todo respeito que tenho à sua pessoa, comete a falácia de apelo à ignorância, por presumir que a falta de provas de Deus equivale a uma prova contra sua existência. A falta de evidências permite (para pessoas como você – ateu) a falta de crença no Deus que creio, não a afirmação de que Deus não existe. Creio que tenha sido isso que o levou ao ateísmo demonstrado em seus artigos “O ministério dos crentes adverte...”. Para mim o acreditar em Deus é tão real e fundamental que não é sequer sujeito à prova. Somente criticar com bases em evidências é o mesmo que criticar a existência de outras mentes, o que também não é demonstrável. A facilidade de provar uma crença não tem relação nenhuma com a plausibilidade dela e certamente não muda o ônus da prova. A lógica não pode ser encontrada em nenhum lugar do universo. A lógica não tem tamanho e nem massa, então, não existe. Isso é ignorância.
Caso você venha a me provar que o materialismo/naturalismo é que está com a razão e existem provas concretas dele, o que é algo essencialmente impossível, mudo minhas convicções. Já adianto que sou difícil de ser convencido e já estou acostumado com falácias.
Pr. Miranda,
Você poderia dizer-me onde leu eu me declarando ateu?
O fato de eu estar discutindo no campo das idéias e questionando alguns posicionamentos lhe dá o direito de afirmar aquilo que eu nunca afirmei em lugar algum?
Outra coisa: Quem lhe disse que o meu argumento é o de presumir que a falta de provas de Deus equivale a uma prova contra sua existência? Se você entendeu que eu afirmei isto, lamento, mas você não entendeu nada que eu disse. Por favor, releia meu texto acima, principalmente a parte que diz:
"No meu entender, o ateu que afirma escancaradamente que Deus não existe está completamente equivocado, pois acaba de arranjar para si um problema sem solução. Não vejo o ateísmo como a negação de Deus, mas como a desconsideração desta possibilidade."
Assim como para você o acreditar em Deus é tão real e fundamental que não é sequer sujeito à prova, eu defendo que o ateu também tem o direito de dizer a mesma coisa: "Não acreditar em Deus é tão real e fundamental que não é sequer sujeito à prova". Era exatamente isto que eu estava o tempo todo querendo dizer, mas talvez não tenha tido a habilidade necessária para transmitir de forma clara.
Quanto às minhas postagens anteriores, eu simplesmente coloco em cheque o sobrenatural, mas continuo com a mente aberta novas evidências.
No momento não estou nem um pouco interessado em provar para quem quer que seja que o materialismo/naturalismo é a verdade única. Apenas digo que até o momento e com base na minha experiência pessoal de vida, o materialismo/naturalismo tem se mostrado mais satisfatório e coerente que a crença no sobrenatural.
Um abraço.
Nossa... Acho esse assunto tão complexo. Uma coisa que me incomoda é quando alguém tenta argumentar comigo sem base nenhuma no que diz. Prefiro dizer-me ignorante neste assunto e que há muito para aprender.
Abraço a todos
Mariza :-)
Pastor Miranda,
Chamou-me a atenção a seguinte declaração sua:
"Para mim o acreditar em Deus é tão real e fundamental que não é sequer sujeito à prova."
Interessantemente, pesquisas neurológicas recentes demonstraram a capacidade de "tornar real" todo e qualquer conceito que insistamos em manter na mente por tempo suficiente. É o mesmo princípio aplicado pelo mentiroso compulsivo, ele chega em um ponto que LITERALMENTE acredita na própria mentira, pois deixou de sê-lo para ele.
Não busco fazer aqui um atasque direto a você ou religioso algum. Nem busco também uma correlação simplória e maldosa de mentira compulsiva e religião. Apenas aconteceu que a ênfase usada em sua frase me remeteu a esse conhecimento do campo da neurologia.
Creio que o texto e a discussão entraram num impasse por não terem frisado devidamente alguns pontos.
1 - É verdade que o ônus da prova deve caber ao proponente, mesmo fora do âmbito do direito, pois se é logicamente possível provar a existência de algo (basta mostrá-lo), por outro lado é impossível, ou muito difícil, provar sua inexistência. No exemplo dos seres intraterrenos, poderíamos prová-los simplesmente mostrando-os, mas seria muitíssimo mais complicado esquadrinhas cada pedaço do subterrâneo do planeta para mostrar sua inexistência. Por isso, SIM, o Ônus da prova CABE AO PROPONENTE.
2 - Por outro lado, isso acaba não se aplicando exatamente ao caso do teísmo, pois em sua forma mais genérica, sua afirmação TAMBÉM É IMPOSSÍVEL DE SER PROVADA POSITIVAMENTE! Que espécie de prova poderia ser dada para um ser que, no mínimo, se pressupõe como invisível, onipresente e plenipotente? Poderíamos até mostrar um super ser com poderes extremos, mas isso não necessariamente significaria que ele é DEUS.
3 - Ademais, a crença em Deus também é diferente das demais devido ao fato de estar envolvida na própria fundamentação explicativa do universo e do sentido existencial. É muito diferente de crenças sobre fantasmas, ETs ou unicórnios, visto ter relevância cósmica.
É por tudo isso que o AGNOSTICISMO é a única postura sustentável sobre a questão da existência de Deus, a não ser no caso dos teísmos mais específicos que pregam certos tipos de atributos que limitam a divindade. (Se alguém diz que necessariamente protege seus seguidores, e estes morrem por um desastre natural, isso soa como uma prova negativa.) Mas a idéia mais abstrata de uma divindade que dá um sentido metafísico a tudo o que acontece no mundo é naturalmente imune a essa vulnerabilidade.
Tenho um tratamento mais completo no texto
http://xr.pro.br/ENSAIOS/Agnostico.HTML
A coisa não é tão complicada como parece. Há uma confusão entre provas absolutas e relativas.
Como somos seres limitados no tempo e no espaço não é sensato falar de provas absolutas. Não há e jamais haverá provas absolutas de coisa alguma. A disputa deve se limitar às provas relativas e práticas. O método científico é suficiente para demonstrar que não existe e não é necessário algo tipo deus atuando na natureza. Milhões de "mistérios divinos" e "milagres" já foram explicados e demonstrados como algo típico do comportamento e da narureza do universo, do qual fazemos parte com entes insignificantes e transitórios como um processo químico ou quântico qualquer.
A ciência produz respostas e a religião apenas perguntas (desde que perdeu o poder de impor o conhecimento a força).
A ciência tem provas relativas da inexistência de deus ou algo do tipo, que são mais que suficientes, úteis e práticas para a nossa realidade objetiva.
A religião, que não dispõe de nenhum tipo de conhecimento não-científico utiliza a dúvida eterna, da ausência de prova absoluta como estratégia de sobrevivência e apenas isso.
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