segunda-feira, 13 de abril de 2009

Ubatuba e a força da natureza

Minha esposa e eu passamos o feriado de páscoa em Ubatuba. Nossas duas filhas preferiram ficar em São Paulo e fomos sozinhos como nos velhos tempos. Desde 1989 apreciamos aquela maravilhosa cidade e temos um pequeno apartamento lá. O final de semana foi calmo - mesmo para um feriado.

Um fato me chamou a atenção: a praia que frequentamos estava lotada e por volta do meio dia as pessoas começaram a “levantar acampamento”. As ondas estavam quebrando perto da areia e a água vinha avançando na direção dos banhistas. Não adiantava se afastar na direção do fundo da praia. A água estava chegando. De abril a julho a maré não propicia bons banhos de mar em Ubatuba. As praias ficam pequenas. Eu saí para dar uma caminhada pelas pedras e quando voltei notei uma correria maluca! Uma onda veio e lambeu toda a praia, levando roupas, sandálias e outros pertences de todos. Eu saí procurando nossas posses praianas e depois de recolher tudo, resolvemos retornar ao apartamento. Todos começaram a se mover em direção à saída...

Eu comentei com minha mulher: “imagine um tsunami! Uma onda que veio no nível de nossas canelas provocou este alvoroço... Imagine uma onda de surpresa e com vários metros de altura...”

Cheguei em casa, tomei um banho e me deitei olhando para o teto e imaginando o quão somos frágeis em face das forças da natureza! Basta um acontecimento rápido e violento para que as construções humanas desabem. E não adianta essa conversa de fé e oração! Terremotos, tsunamis e afins são de impossível contensão com ou sem fé! Acredito que na Itália (recentemente) muitos tinham fé e mesmo assim os prédios desabaram! A realidade é que sendo teístas ou ateístas somos frágeis. Somos um nada no universo!

Durante aquela tarde de sábado eu dormia e acordava. Minha esposa lendo ao lado me deixou dormir. Acordei, tomei novo banho e saímos para jantar. Eu precisava me esquecer um pouco da nossa fragilidade humana. Fomos ao restaurante “Raízes de Ubatuba” (vale a dica) e jantamos numa mesa de frente para o mar que recebia os últimos raios solares. O mar não estava calmo. Lançava suas águas violentamente sobre os muros de proteção e, às vezes, gotas respingavam na calçada...

Mesmo apreciando uma agradável refeição e a magnífica presença de minha mulher eu não pude me esquecer das águas invadindo toda a extensão da areia da praia do Tenório, tornando os banhistas agitados e fugidios.

O homem é um nada diante das forças naturais...

Enéias Teles Borges

3 comentários:

Ricardo Cluk de Castro disse...

Olá Enéias,

Não existe isso de “quão frágeis somos perante a natureza”. Nós também somos a natureza. Acontece que nenhuma forma é eterna. A maior das estrelas um dia vai morrer. Acontece que a estrela não sabe disso, mas o ser humano, por saber, se espanta com a brevidade da vida, se bem que, comparado com o tempo de vida de uma mosca até que somos longevos (rs).

Campos do Jordão nos aguarda.

Ebenézer disse...

Ressaca das bravas nesse último fim de semana. Hoje ouvi no rádio que morreram cinco.

Edleuza disse...

E assim somos nós, força-e-fraqueza, ora mais, ora menos, dependendo do referencial. Diante da força dos fenômenos naturais, então, apenas pó...

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