Sempre fui criacionista (hoje, agnóstico teísta) e admito que nós exageramos ao dizer aos quatro ventos que é louco aquele que, no seu coração, nega a existência de Deus. Como você se sentiria sendo chamado de “doido” ou “insensato”? Pois é: cada ação desencadeia uma reação. Eis que em Londres 800 ônibus estão com faixas, pagas por ateus, cuja tradução para o português é: “Provavelmente, Deus não existe. Agora pare de se preocupar e aproveite sua vida”. (G1)
Não quero entrar nessa polêmica, mas entendo que “aquele que diz o que quer ouve o que quer e o que não quer”. Caso os criacionistas insistam em debater, usando os argumentos que usaram (inclusive aqueles violentos e de triste lembrança) em nada contribuirão. O que poderá acontecer será bem simples: o ateísmo estará cada vez mais presente na mídia.
Quem crê na existência de Deus deve se lembrar que o livre arbítrio é concessão divina e o seu exercício é livre. As eventuais consequências serão de cada um e na medida da justiça divina.
Os ateus, de uma maneira geral, são pessoas letradas e que têm plena capacidade de escolha e inteligência suficiente para buscar a verdade. Por que não deixá-los em paz?
Pergunto aos criacionistas: um ateu sincero que não aceita o criacionismo por possuir convicções fortes, mas que respeita as leis dos homens e cumpre seus deveres cívicos deverá ser tido como vilão? Não nos esqueçamos que eles (ateus) não “têm um céu a ganhar nem um inferno a evitar”, mas mesmo assim respeitam as leis. Não seriam melhores do que muitos que só fazem o bem porque querem uma recompensa ou porque têm medo da morte eterna?
Amigos: essa rusga é muito chata! Especialmente quando a defesa do criacionismo é feita pelos “xiitas” de plantão! Aqueles mesmos que se julgam representantes e consultores diretos da divindade concebida conforme seus caprichos...
Chega!
Autor: Enéias Teles Borges
(Postagem original: 08/01/2009)
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Não quero entrar nessa polêmica, mas entendo que “aquele que diz o que quer ouve o que quer e o que não quer”. Caso os criacionistas insistam em debater, usando os argumentos que usaram (inclusive aqueles violentos e de triste lembrança) em nada contribuirão. O que poderá acontecer será bem simples: o ateísmo estará cada vez mais presente na mídia.
Quem crê na existência de Deus deve se lembrar que o livre arbítrio é concessão divina e o seu exercício é livre. As eventuais consequências serão de cada um e na medida da justiça divina.
Os ateus, de uma maneira geral, são pessoas letradas e que têm plena capacidade de escolha e inteligência suficiente para buscar a verdade. Por que não deixá-los em paz?
Pergunto aos criacionistas: um ateu sincero que não aceita o criacionismo por possuir convicções fortes, mas que respeita as leis dos homens e cumpre seus deveres cívicos deverá ser tido como vilão? Não nos esqueçamos que eles (ateus) não “têm um céu a ganhar nem um inferno a evitar”, mas mesmo assim respeitam as leis. Não seriam melhores do que muitos que só fazem o bem porque querem uma recompensa ou porque têm medo da morte eterna?
Amigos: essa rusga é muito chata! Especialmente quando a defesa do criacionismo é feita pelos “xiitas” de plantão! Aqueles mesmos que se julgam representantes e consultores diretos da divindade concebida conforme seus caprichos...
Chega!
Autor: Enéias Teles Borges
(Postagem original: 08/01/2009)
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6 comentários:
Parabéns pelo post Enéias. Tomei a liberdade de utilizá-lo em meu blog (leitecommangafazmal.blogspot.com), acrescido de alguns comentários meus. Abraços.
Enéias,
O problema é que a esmagadora maioria de criacionistas cristãos (que são aqueles que fazem maior alarde em torno deste assunto) está vinculada a algum tipo de segmento religioso.
Uma parte significativa destes religiosos entendem que os ateus estão em trevas espirituais e muito provavelmente apartados da salvação, pois ainda não aceitaram a Cristo como seu Salvador pessoal.
Bem, a Bíblia contém vários versos que falam sobre a responsabilidade que Deus imputa àquele que conhece e está na luz, mas nada faz para leva-la ao seu próximo que está nas trevas e que, com grande probabilidade, sofrerá a morte eterna. Veja o que diz Ezequiel 33:7-9:
"A ti, pois, ó filho do homem, te constituí por atalaia sobre a casa de Israel; tu, pois, ouvirás a palavra da minha boca, e lha anunciarás da minha parte. Se eu disser ao ímpio: Ó ímpio, certamente morrerás; e tu não falares, para dissuadir ao ímpio do seu caminho, morrerá esse ímpio na sua iniqüidade, porém o seu sangue eu o requererei da tua mão. Mas, se advertires o ímpio do seu caminho, para que dele se converta, e ele não se converter do seu caminho, ele morrerá na sua iniqüidade; mas tu livraste a tua alma."
Então, para o criacionista cristão levantar a bandeira de sua fé diante dos ateus é atuar como a luz do mundo e ser uma benção a humanidade.
Não adianta raciocinar no sentido de que o ateu é um bom cidadão respeitoso das leis e não faz mal a ninguém, pois para o cristão fundamentalista a salvação só vem por meio de se conhecer e aceitar a Cristo ("Aquele que tem o Filho tem a vida, aquele que não tem o Filho de Deus não tem a vida" - João 5:12).
Neste sentido eles pensam como Paulo: "Ai de mim se não pregar o Evangelho" - I Cor. 9:16. Muitos falam que fazem isto por amor ao próximo, mas às vezes me parece que estão apenas pensando em salvar a própria pele.
Portanto Enéias, seu raciocínio pedindo que o criacionista respeite e deixe o ateu em paz não faz muito sentido na mente do cristão que entende que Deus o escolheu como a luz do mundo e dele irá cobrar pelo sangue daquele que podia ter ajudado e não o fez.
É por isto esta guerra chata nunca terá fim!
Prezado Enéas,
Permita-me dizer, com todo respeito, o que realmente grande parte dos ateus (como ateu) e religiosos que mantenho - uma convivência tranqüila, harmoniosa e produtiva- no meio universitário:
1) Os Criacionistas são um grupo de pessoas pertencentes a um setor religioso que fazem a interpretação literal do Bíblia;
2) São geralmente um grupo com o mesmo nível de formação, o suficiente para fazer parte de debates filosóficos, a fim de defender - elegantemente - diante de seus opositores (aqueles que aceitam debater) o “Criacionismo Científico”.
3) São um grupo bastante minoritário e que eventualmente ouvimos falar (possuem muito pouco espaço na mídia), sempre associado ao tema da Origem das Espécies.
4) Infelizmente, toda formação acadêmica que alguns criacionistas possuem, suas convicções são tão fortes que não vêem o conflito inerente entre verdade científica x verdade religiosa. Tornam seu discurso conflituoso demais.
5) Sinceramente não consigo associar o caráter missionário, evangelizador e portador da palavra neles (capaz de tirar-me das trevas) que espero e observo em alguns missionários.
6) Generalizam demais. E preciso dizer; alguns aceitam a Teoria de Darwin (Wallace-Darwin), como uma boa explicação da natureza, sem que ela afete sua fé e suas convicções religiosas;
Não é o evolucionismo que faz um ateu ser descrente. Como também não o é a Teoria de Relatividade; a do Big Bang; a Teoria Quântica, etc.
Recentemente até questionamos o(s) processo(s) pelo qual(is) regiões do nosso encéfalo não nos permitem experiências religiosas. Aguardamos resposta da neurociência.
De todo modo são apenas generalizações que fiz acima, todas passíveis dos mesmos erros que os criacionistas cometem ao ver os ateus.
Atenciosamente,
Luiz
Dois pensamentos que não creem na existência de Deus
http://novaconsciencia.multiply.com/journal/item/227/227
Namastê!
Caríssimo,
gostei de seu texto. Sou agnóstico (com tendências ao ateísmo) e não me interesso pelos debates infindáveis e rancorosos entre teístas e ateístas. Digo isso porque nenhum dos lados possui respeito necessário para a argumentação saudável e no fundo ninguém está preocupado em constribuir com o pensar e sim em auto-afirmação. Vaidade, meu caro, vaidade.
Realmente, essa luta inglória não levará ninguém a lugar algum. Jamais.
Aliás, acredito eu: só o tempo provará quem está certo ou errado; se é um, ou outro, ambos ou mesmo menhum dos dois.
^^
Alchem
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