segunda-feira, 11 de julho de 2011

O caminho e o atalho

Já ouviu a frase “se o caminho fosse bom não existiria o atalho”? Já ouviu a frase inversa “se o atalho fosse bom não existiria o caminho”?

O jogo de conveniência é bem assim mesmo. A frase é utilizada conforme o objetivo - algo como “se os canais competentes fossem bons” não existiria o “jeitinho brasileiro” ou então, conforme a circunstância, “se o jeitinho brasileiro” fosse bom “não existiriam os canais competentes”. É um joguinho sem graça, sem propósito justificável!

Recentemente ouvi uma historieta irritante: a da punição de uma pessoa “do baixo clero” sob o argumento de que o exemplo teria que ser dado. Quando foi flagrado alguém “do alto clero” incorrendo no mesmo erro não houve punição sob o argumento de que haveria quebra de credibilidade no sistema... Não seria justamente o contrário?

Assim vão surgindo as razões do “atalho” e do “caminho”. O conceito de atalho está inserido na frase: “os fins justificam os meios”. O caminho requer algo programado, com finalidade específica. O atalho surge por “n” motivos justos e injustos.

O caminho lembra uma calçada que percorre um gramado impecável. O atalho lembra a ausência de calçada num trecho em que foi desrespeitada a indicação “não pise na grama”. Esse atalho é bom?

Entre atalhos e caminhos reina soberana a omissão de muitos que usam o caminho quando a conveniência bate à porta. O uso do atalho segue o mesmo regramento da omissão que está em eterno plantão e permanentemente abraçada à conveniência...

O que determina se o caminho é melhor que o atalho ou o contrário é exatamente ela: a famigerada conveniência que emerge como subproduto da plantação fértil dos omissos! Aqueles pútridos seres que instam em dominar o mundo dos homens de boa vontade...

Enéias Teles Borges
Postagem original: 31/10/2008

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