quinta-feira, 25 de setembro de 2008

A religião e a crise americana

A religião e a crise americana
Enéias Teles Borges

A crise na maior potência econômica e militar do mundo está assustando a todos. Um processo de implosão daquele país seria desastroso para o restante do mundo. Na atual conjuntura mesmo os que não simpatizam com as políticas externas daquela nação devem estar matutando: “ruim com ele, péssimo sem ele...”

O que dizer da decadência daquele pedaço do mundo vislumbrando por outros aspectos e em especial o religioso? Cresci num contexto que sempre pregou a supremacia daquele país e de forma especial num momento que será marcante para a humanidade. Tal interpretação aponta os Estados Unidos da América como o grande agente que fortalecerá o poder religioso, que segundo sugere essa mesma interpretação, haverá de subjugar as demais formas de religião, conduzindo (para pior) a todos como um só rebanho e um só pastor.

Interessante notar que os profetas de plantão precisam, por uma questão de coerência, sustentar que aquele país não sucumbirá à crise nem deixará (jamais) o posto de superpotência suprema. Trata-se da profecia que não comporta idéia de ser condicional. Precisa ocorrer para que os fiéis se mantenham crédulos.

Enquanto a situação por lá vai se agravando o Congresso Americano pondera acerca de um imenso pacote contra a crise e os que profetizaram aguardam com fé ou com desconfiança...
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Um comentário:

Cleiton Heredia disse...

Acho que ainda é muito cedo para falarmos em queda da superpotência norte-americana. Eles já enfrentaram outras crises semelhantes e conseguiram dar a volta por cima. Em último caso, se as coisas ficarem realmente complicadas, eles podem inventar alguma guerra maluca ao redor do mundo e com isso desviarem o foco de um problema para outro.

A luz da escatologia adventista os EUA precisam deter significativo poder e influência para cumprir Apocalipse 13 que fala deste poder (besta que emerge da terra) exercendo TODA autoridade da primeira besta (que emergiu do mar). E detalhe, precisa ser um poder mundial, pois fará com que TODA a terra e os seus habitantes adorem a primeira besta.

Caso os EUA caiam e percam seu poder e influência mundial transformando-se numa nação igual ou menor que as outras supernações, desmorona toda interpretação das profecias escatológicas dos adventistas.

Ultimamente temos ouvido falar que a China está com planos de em alguns anos superar os Estados Unidos e assim se tornar a mais nova superpotência mundial. Já pensou se isto ocorre? Será que a semelhança do que ocorreu no desapontamento de 1844, sairão os adventistas em busca de uma reinterpretação das profecias tentando encaixar a China como a besta que surge do mar (símbolo de multidão na bíblia - Quantos habitantes tem a China?) com dois chifres de cordeiro (A paz e harmonia não são cultuadas pelos chineses?), mas falando como um dragão? (Alguém já ouviu falar do dragão chinês?).

Bem, como viram não será muito difícil. Problema mesmo será vincular esta nova segunda besta oriental com a primeira ocidental. Mas não podemos duvidar da capacidade de readaptação e criatividade dos religiosos.

Por outro lado, esta crise norte-americana pode ser interpretada pelos adventistas como a crise que antecederá mudanças significativas na América, e daí para o restante do mundo, que culminarão no clamor popular para que os líderes mundiais comecem a dar uma atenção especial aos aspectos espirituais da vida num mundo que está esquecendo-se de Deus. Desta forma, abre-se espaço para o Vaticano liderar este “movimento espiritual” com uma proposta de se ter um dia mundial de descanso: o domingo.

Acontecendo desta forma, bastam algumas catástrofes naturais acontecendo ao redor do mundo para que comecem a procurar pelo bode expiatório. Quem está sendo contra estas mudanças mundiais de retorno do homem para Deus simbolizado na separação do domingo como um dia espiritual de descanso e afastamento da secularidade? Ah, são os Adventistas do Sétimo Dia! Eles estão atraindo para este mundo a ira de Deus. Então fogo neles!!!

Mas este tipo de interpretação escatológica apocalítica-catastrófica não é exclusividade dos adventistas. Vários protestantes dispensasionalistas podem entender a atual crise dos EUA como o cenário ideal para o surgimento do anti-Cristo, que por 3 anos e meio atuará como o bem feitor da humanidade, mas nos outros 3 anos e meio subseqüentes se transformará no maior e mais diabólico tirano anti-religioso que o mundo já conheceu.

Embora adventistas e protestantes dispensasionalistas divirjam em relação aos detalhes dos eventos finais, ambos partilham do entendimento de que tudo irá culminar na 2ª vinda de Cristo como o ato derradeiro e solução definitiva final para todos os problemas deste mundo e do universo.

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