quarta-feira, 24 de setembro de 2008

A mulher no cenário

A mulher no cenário
Enéias Teles Borges


Morreu nesta terça-feira, 23/09/2008, Maria Esther Figueiredo Ferraz, com 93 anos de idade. Poderia ser mais um fato, infelizmente natural, que acontece cotidianamente, mas não é. Essa senhora foi a primeira mulher a ocupar cargo de ministra de estado no Brasil. Foi no governo do general Figueiredo. De 1982 a 1985 ela ocupou a pasta da Educação e Cultura. Não pára por aí: foi membro da Academia Paulista de Letras e a primeira mulher a dar aulas na Universidade de São Paulo (USP).

É muita coisa e em especial quando consideramos que suas conquistas ocorreram nos “anos de chumbo” e que ela era mulher. Hoje já é difícil! Imaginem naqueles idos.

A mulher no cenário é minha postagem singela de hoje. Sabe-se que a ocupação do espaço feita pelo sexo feminino tem trazido alegrias e mazelas. Às vezes concluo que mais sofrimentos que realizações alegres. A conquista do espaço tem funcionado para as cidadãs como “aumento de atividades” uma vez que elas não têm escapado da rotina doméstica. Na realidade houve um agregar violento de serviços. Poderíamos chamar isso de conquista?

Mas a mulher no cenário não tem se situado apenas nesses caminhos estreitos. Na política e no ramo empresarial elas têm galgado com eficiência os espaços antes apenas masculinos. É comum ouvir dizer que a despeito das realizações que promovem elas costumam ser bem mais honestas que seus pares do sexo oposto.

Chamo a atenção para um ponto que considero essencial: à medida que as mulheres foram migrando dos lares para atividades externas houve um aumento substancial das famílias esfaceladas. A ausência delas tem contribuído para a derrocada da instituição familiar? Caso seja verdadeiro não há que se falar em culpa exclusivamente delas.

As circunstâncias do mundo moderno têm lançado a mulher no mercado fora do lar. Os homens, em face das mesmas circunstâncias, não conseguem prover sozinhos, o sustento da célula familiar.

Ademais há que se considerar a explosão demográfica e escassez de tudo! Seria natural que as famílias mudassem de perfil e para pior, quando analisadas à luz dos princípios antigos.

Não é moleza! A mulher no cenário contribuiu para a mudança que se faz presente no mundo. Há que se avaliar com frieza: o mundo ganhou ou perdeu com o afastamento delas do seio da família?
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