Por que muitas vezes os evangélicos são ridicularizados? Será que existe uma disposição crescente para tal situação? Será que algumas pessoas, mesmo que sem tal propósito, têm colaborado para a formação dos estereótipos como aquele apresentado numa novela da TV Globo?
Às vezes eu tenho reparado no comportamento de alguns prosélitos que se sentem na obrigação de conduzir as pessoas “ao verdadeiro caminho”. Impressiona-me a convicção que todos eles têm de que estão na luz e que as demais pessoas precisam sair das trevas. Vale dizer que qualquer pessoa que não comungue da mesma fé deles está envolto na escuridão.
Quero exemplificar narrando um episódio ao qual presenciei, faz pouco tempo, no meu local de trabalho. Lá milita um senhor que está sempre “testemunhando”. E na maioria das vezes criticando o comportamento das demais pessoas.
Numa segunda feira estávamos falando de futebol. Comentando os resultados da rodada que tinha se encerrado no domingo. Alguém olhou para esse fiel e perguntou: “para qual time você torce?”. Eis que de forma firme, mostrando que falava em nome de Deus, respondeu: “torço para dois times que são Santos do Senhor e Botafogo no Capeta”.
E aí como é que fica? O que dizer depois de uma resposta dessa? Podem ter certeza de que ele se sentiu com a missão cumprida. Testemunhou perante várias pessoas...
Talvez aí resida parte do problema, o da criação dos estereótipos. O povo (incluindo a Globo) aumenta, mas não inventa.
Concluo chamando a sua atenção para isso. A mídia televisiva muitas vezes atua como um caricaturista, destacando aquilo que mais chama a atenção.
Convenhamos: a televisão exagera, mas a fonte de inspiração está bem aqui, do nosso lado...
Às vezes eu tenho reparado no comportamento de alguns prosélitos que se sentem na obrigação de conduzir as pessoas “ao verdadeiro caminho”. Impressiona-me a convicção que todos eles têm de que estão na luz e que as demais pessoas precisam sair das trevas. Vale dizer que qualquer pessoa que não comungue da mesma fé deles está envolto na escuridão.
Quero exemplificar narrando um episódio ao qual presenciei, faz pouco tempo, no meu local de trabalho. Lá milita um senhor que está sempre “testemunhando”. E na maioria das vezes criticando o comportamento das demais pessoas.
Numa segunda feira estávamos falando de futebol. Comentando os resultados da rodada que tinha se encerrado no domingo. Alguém olhou para esse fiel e perguntou: “para qual time você torce?”. Eis que de forma firme, mostrando que falava em nome de Deus, respondeu: “torço para dois times que são Santos do Senhor e Botafogo no Capeta”.
E aí como é que fica? O que dizer depois de uma resposta dessa? Podem ter certeza de que ele se sentiu com a missão cumprida. Testemunhou perante várias pessoas...
Talvez aí resida parte do problema, o da criação dos estereótipos. O povo (incluindo a Globo) aumenta, mas não inventa.
Concluo chamando a sua atenção para isso. A mídia televisiva muitas vezes atua como um caricaturista, destacando aquilo que mais chama a atenção.
Convenhamos: a televisão exagera, mas a fonte de inspiração está bem aqui, do nosso lado...
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Publicado anteriormente no dia 24/03/2008.
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3 comentários:
Santos do Senhor e Botafogo no capeta... (rs)
Esta foi boa!
Me fez lembrar os tempos que estudava em colégio de freira, nas aulas de religião quando a madre falava da carta aos Coríntios, meu amigo corintiano fanático vibrava baixinho: "Coooorinthians! Coooorinthians!"
Falando em dar motivos para serem avacalhados, os crentes de forma geral são muito bons nisso.
Um exemplo foi aquele "pastor" crente que disse ter lido na Bíblia que Deus estava pedindo para ele adulterar. E ele foi obediente! Contou para sua esposa de sua "sacrificante" missão, que também entendeu ser o chamado de Deus, dando-lhe sua permissão. Depois ele foi até a irmã "escolhida" e contou toda história, e esta por sua vez também não quis ficar fora dos "planos de Deus". O adultério foi consumado.
O verso que o pastor "espertão" leu foi Oséias 1:2: "Vai e toma uma mulher adúltera...".
Como o cara é fraquinho de português, entendeu: "Vai toma uma mulher e ADULTÉRA".
Como diria Robin, o menino prodígio: "Santa ignorância, Batman!"
Enéias,
confesso que, dessa vez, além da reflexão seu texto e o comentário do Cleiton me fizeram rir sozinha -
e muito!! É que vou lendo e visualizando as cenas... muito hilário!
Risadas à parte...
É, parece que a Globo tem mesmo esse poder de caricaturizar a vida e as pessoas. E acho até que ela faz isso como estratégia (metacognitiva) para "hipnotizar" os espectadores. Eu mesma, algumas vezes, mesmo considerando ridículo o conteúdo de algumas novelas, ainda fico ali, meio que inerte, frente à tv.
No que se refere ao que se traduz como sistemas de educação, nem se fala...
O que é a "Malhação" se não um "conto de fadas" para adolescentes, onde tudo é tão fácil, todos são tão belos e tudo tão perfeito e natural? Mostra uma "realidade" desejável, mas (claro!) inatingível à massa!
Não estaria a Globo alimentando-se da exploração do "desejo", descrito pelo Ebenézer, esses dias?
E aquela tal "Universidade" de "Duas Caras"? Não tem, nem aqui e nem em lugar nenhum, a "cara" de uma instituição de ensino superior. Mas... é a Globo...
Votando aos "esteriótipos", tema de seu texto, isso é algo bastante real. Eu mesma, já me personifiquei como advogada da fé em muitas situações e já fiz proselitismo diversas vezes; já me empenhei na defesa da religião que professava, mas, lá no fundo, confesso que isso me incomodava bastante. Não é natural, nem agradável, expor-se ao ridículo.
Para ser bem sincera, enxergar além do que uma religião dita e além do que as programações da Globo sugerem, não é assim tão fácil, uma vez que as duas - religião e tv - exercem um poder imenso sobre a mente e as emoções das pessoas.
Transcender é difícil.
Considero espaços como estes, abertos a reflexões como as que têm sido propostas, um ótimo começo! Tenho indicado estes blogs a algumas pessoas que conheço e vou continuar a fazê-lo.
Um abraço!
Noooossa!!
Relendo meu comentário (ah, se meus alunos vissem isso!...), encontrei três "errinhos":
- voltando (e não "votando" - esse é até perdoável...);
- caricaturando (e não "caricaturizando" - embora não seja, ainda, condenável pela linguagem formal);
- estereótipo (por esse, sim, mereço pena de morte! kkk)
Hum... será que esqueci mais algum?
Edleuza.
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