quarta-feira, 22 de fevereiro de 2012

Deus: amor e poder

Existe um argumento, utilizado pelos ateus, que deixa os criacionistas em situação complicada. Refiro-me aos criacionistas judeus, cristãos e muçulmanos. No cristianismo existem doutores da lei que preparam a cabeça dos alunos cristãos, ao longo do ensino médio, nas instituições confessionais, para que tais alunos não caiam nesta armadilha do ateísmo. 

Na realidade os ateus se servem de argumentos criacionistas, notadamente dos criacionistas cristãos e basicamente consistem no seguinte:

Os ateus perguntam se Deus é amoroso e ao mesmo tempo onipotente. Aí montam o arrazoado: se Deus é onipotente, por que não evitou o sofrimento do homem? Se Deus podia ter evitado, e não o fez, como podemos dizer que ele é um Deus de amor? Notem que neste argumento ateu, um atributo divino anula o outro.

Obviamente os membros da FCFA (Fe Cega, Faca Amolada), que querem acreditar a todo custo, usam o único argumento que possuem: Deus é onipotente e amoroso ao mesmo tempo, mas decidiu preservar a livre escolha do homem. Convenhamos que tal argumento é fraco, de fato bem pueril. Em resumidas palavras a defesa é a seguinte: Deus poderia ter evitado tal sofrimento, amoroso que é, e gostaria de tê-lo feito, mas como respeita o livre arbítrio humano ele, Deus, permitiu tudo isso de ruim que está em nossa volta. 

Quer dizer que amar é isso? Permitir o suicídio da humanidade, sob o argumento do livre arbítrio? Essa é a "fórmula" para conciliar amor e poder?

Quem quiser acreditar desta forma que acredite, mas que não se insurja contra os ateus, alegando fragilidade na armadilha. 

Fato: usando a nossa capacidade de racionalizar e de fazer justiça,  nós temos que admitir que o argumento criacionista em tela, é vergonhosamente fraco.

Espero que os atuantes membros da FCFA estejam dispostos a me poupar de mais constragimentos decorrentes de argumentos fraquíssimos e que são oriundos do medo da verdade...

Enéias Teles Borges
Teólogo e Advogado
Agnóstico Teísta

Um comentário:

Anônimo disse...

Concordo plenamente com as conclusões do seu post!
Acho que a coisa fica mais embaraçosa ainda, se você coloca frente a frente o livre arbítrio
e a onisciência de Deus. Já na ocasião da criação dos anjos Deus preservou o livre arbítrio deles porque não queria criaturas que O obedeceriam como robôs.Só quem O
ama se manteria fiel a Ele.
Obviamente o onisciente Deus já sabía no ato da criação quem optaria pela apostasia (lá pela frente).
Mas vamos supor o seguinte:
Deus também sabia quem ficaria fiel a Ele, certo? Ele poderia ter criado só estes anjos, ou não?!
Mas agora entra este estranho argumento criacionista que diz, que criando só criaturas obedientes significa que estes seriam robôs e não obedientes por amor.Discordo!
Para mim este argumento não faz (mais) sentido. Quem me ajuda entender??????

Abraços e parabéns pelo blog

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