domingo, 2 de outubro de 2011

A solidão do idoso...


A solidão do idoso é futuro quase certo. Alguns conseguem evitá-la e para isso existem duas formas: morrer antes de ficar velho ou envelhecer entre amigos que juntos procuram dividir alegrias, recordações, tristezas e afins.

Não faz muito tempo eu estive na Igreja Adventista do UNASP (Centro Universitário Adventista, campus São Paulo). Reparei num senhor idoso, que sozinho estava sentado num dos bancos da Praça da Bíblia. Cheguei perto e o reconheci. Lembrei-me dele ainda novo, quando cheguei a São Paulo, em 1979. Eu estava com 17 anos e hoje tenho 49.

Aquele senhor estava sempre cercado de conhecidos, dos filhos, da mulher nova e bonita. É de família de classe média alta e que, anos passados, desempenhava papel nas atividades eclesiásticas da igreja daquele campus.

Lá estava ele. Sozinho, viúvo, filhos distantes, netos ausentes, amigos que se foram desta vida e outros amigos que estão espalhados por este mundo (os poucos vivos que ainda restam).

A solidão do idoso é uma das maiores tristezas desta vida. Como evitar? Muito difícil.

Existem solidões de idosos que são piores: daqueles velhinhos que quando jovens desdenharam da vida, maltrataram seus pares, negligenciaram a família e cuspiram na cara dos amigos. Esses sofrem muito mais. A solidão em si e as recordações de um passado que não pode ser mudado: poderia existir algo pior?

O que a velhice me reserva, caso eu chegue lá? Preciso responder esta pergunta e almejar, miseravelmente, que se um dia, se eu estiver só, que eu não me arrependa dos tratos equivocados dirigidos aos seres humanos.

Viver só é muito ruim. Pior mesmo é viver só e remoendo em pensamentos tristes de uma vida de mocidade não honrada...

Enéias Teles Borges

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