quarta-feira, 25 de maio de 2011

Exoplanetas, a ciência e os mitos derrubados

O mito do passado

A terra era o centro do Universo e o Sol girava em torno dela. Isso na mente dos religiosos do passado distante. A Ciência, contudo, derrubou esse mito e vem, dia após dia, derrubando outros mitos. É possível que num futuro, não muito distante, a humanidade deixará de crer em muitas coisas. A religiosidade será renovada, via adequação à nova realidade (realidade sempre existente, mas somente agora enxergada).

Os exoplanetas descobertos em profusão

Abundância de planetas extrassolares

Número não para de crescer e deve aumentar mais com atuação de satélites

por Enos Picazzio

Quando o monge católico Giordano Bruno afirmou em 1584 que havia “inúmeros sóis e inúmeras terras” no céu, foi acusado de heresia. Mesmo em sua época, a ideia de uma pluralidade de mundos não era inteiramente nova. Na Grécia antiga, já se pensava na possibilidade de existência de outros sistemas planetários, possivelmente com outras formas de vida. “Há infinitos mundos, parecidos ou não com o nosso. Assim como os átomos são infinitos em número, não há em nenhuma parte obstáculo ao número infinito de mundos”, dizia Epicuro (341-270 a.C.).

Ao retomar a ideia de Aristarco de Samos (270 a.C.) e mostrar no início do século 16 que a Terra girava em torno do Sol e não o contrário, Copérnico não mudou apenas o paradigma de local privilegiado para a Terra, mas mostrou a possibilidade de planetas orbitarem estrelas.

Hoje sabemos que planetas não são figuras exóticas que podem existir em torno de algumas estrelas, mas subprodutos da formação estelar cuja massa total é insignificante se comparada à massa da estrela. No Sistema Solar, a massa total de tudo que existe em torno do Sol representa apenas 0,1% da massa solar.

A primeira procura sistemática por exoplanetas apareceu somente no final do século 17, com os trabalhos de Christian Huygens. Em setembro de 1916, Edward E. Barnard anunciou a descoberta de movimento próprio exagerado de uma estrela pequena e avermelhada na constelação de Ofiúco (o serpentário), que só podia ser entendido como decorrente da perturbação gravitacional da posição da estrela pela presença de um ou mais planetas. No início dos anos 50, Peter van de Kamp concluiu que o bamboleio da estrela de Barnard era provocado por um planeta com cerca de 1,6 massa de Júpiter. Posteriormente, em 1982, ele sugeriu dois planetas em órbitas circulares, com 0,7 e 0,5 massa de Júpiter. Desde então várias pessoas estudaram esse caso, e até o momento nada foi comprovado.

A primeira confirmação de exoplaneta surgiu apenas em 1990 com os radioastrônomos Aleksander Wolszczan e Dale Frail. Eles descobriram dois planetas orbitando o pulsar PSR 1257+12. Na época houve resistência da comunidade astronômica em aceitar os resultados, pois não era de esperar a existência de planetas em torno de uma estrela que morrera explosivamente como supernova.

 
Nota: Saber que tudo que existe próximo ao sol representa apenas 0,1% de sua massa, deixou-me em estado de reflexão profunda. A terra pouco representa nesse 0,1%. É muita prepotência entender que somos a obra prima da criação (para os que assim acreditam). É limitação a quase zero - do uso da racionalidade. Tenho comigo que a religiosidade, como hoje conhecemos, caminha rumo à extinção.
 
Enéias Teles Borges
Postagem original: 04/08/2010

Um comentário:

wallacevidal disse...

assista, só digo isso: assista -- http://www.youtube.com/watch?v=b3-NSUmOmNc

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