quarta-feira, 16 de junho de 2010

Deus morreu?

Há pouco mais de cem anos, Nietzsche proclamou a morte de Deus. Desde então o mundo não é o mesmo. (...) No entanto à morte de Deus não se seguiria a morte do homem e do sentido último de toda a realidade?

Segundo Gilles Lipovetsky, "Deus morreu, as grandes finalidades extinguem-se, mas toda a gente se está a lixar para isso (...). O vazio do sentido, a derrocada dos ideais não levaram, como seria de esperar, a mais angústia, a mais absurdo, a mais pessimismo" ( A era do Vazio)...

Kolakowski, filósofo polaco agnóstico refere que, desde a proclamação da morte de Deus, nunca mais houve ateus serenos: "Com a segurança da fé desfez-se também a segurança da incredulidade.(...) De há cem anos a esta parte, (...) praticamente nunca mais vimos ateus serenos" (...)

A pergunta essencial consiste em saber se é possível ser homem sem colocar honestamente a questão de Deus. É que ser homem é a abertura ao Infinito, e, assim, a questão do homem é a questão de Deus precisamente enquanto questão.

(anomalias)


Nota: Não é feio considerar a "existência" e eventual "morte" de deus, dentro do que se propõe à luz do que, efetivamente, transmitiu Nietzsche. Lamentavelmente o grande pensador é elogiado, quando é conveniente e colocado no "rol" dos loucos, quande se torna interessante. O desafio mesmo é tentar entender o seu pensamento, despindo-se de preconceitos.
 
Enéias Teles Borges

Um comentário:

Altamirando Macedo disse...

Primeiro se nasce, depois morre.
Nietzsche não pode ter matado um não nascido. É óbvio.

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