domingo, 14 de novembro de 2010

A questão da certeza no agnosticismo


Partindo duma premissa interessante do agnosticismo, que se finca na convicção de que é impossível provar ou negar a existência de deus, servindo-se dos meios humanos, eu me pergunto: Como se faz, então, a opção pelo teísmo ou pelo ateísmo? Claro que proponho a questão olhando pela perspectiva de um agnóstico...

Questão de escolha, sim, meramente de escolha. Um agnóstico pode, mesmo afirmando ser impossível provar ou negar a existência de deus, escolher ser criacionista ou ateu. Quando perguntado sobre o motivo de uma escolha ou outra, a resposta seria simples: “mesmo tendo a convicção de que é impossível provar ou negar a existência de tal divindade, por questão pessoal (e afins), escolhi ser assim ou assado...”

Muitos, quem sabe, surpreender-se-ão com isso. Imaginam que se um indivíduo não é ateu ou criacionista ele, por exclusão, é agnóstico. Já tratamos por aqui esse ponto. O agnosticismo não é o meio termo entre teístas e ateístas. Ponto final!

É possível, portanto, existir agnóstico ateu e agnóstico teísta e mais, dentro do teísmo é possível encontrar um agnóstico deísta.

Qual é, então, a diferença entre um agnóstico criacionista e um criacionista “normal”? Tomando como exemplo apenas o cristianismo, podemos afirmar que um criacionista “normal” aceita os fatos bíblicos como sendo verdadeiros. Exemplificando: o dilúvio. O agnóstico criacionista, por acreditar ser impossível provar ou negar a existência de deus, tende a não aceitar o dilúvio da forma como exarada na bíblia. Como seria possível acreditar nas informações dadas no livro milenar, como sendo a palavra expressa de deus, se ele, agnóstico, não vê prova de existência do poderoso ser?

Não é tão simples assim a questão da certeza em face do agnosticismo criacionista. E não poderia ser diferente. O criacionista “normal” não tem semelhança prática com o agnóstico criacionista, assim como não há similaridade prática entre o ateu convicto e o agnóstico ateu.

Voltaremos ao tema.

Fonte: (Cultura e Religiosidade)

Enéias Teles Borges
Postagem original: 03/11/2009
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2 comentários:

Ricardo disse...

Enéias,

Você gosta de provocar. (rs)

O ateu não escolhe nada, ele simplesmente não acredita no sobrenatural e ponto.

Teístas e agnósticos teistas é que escolhem, cada um a sua maneira, crer num deus qualquer.

Cleiton Heredia disse...

No meu entender, a diferença entre um teísta ou criacionista "normal" e um agnóstico teísta ou criacionista é que o primeiro, na maioria das vezes, é um "chato de galocha" que tenta a todo custo "provar" que possui a verdade (são também extremamente convencidos, arrogantes, prepotentes e preconceituosos - com raras excessões).

Já o agnóstico, como sabe que não existe como provar a existência de Deus, limita-se a manter sua escolha no âmbito de uma subjetiva preferência pessoal e nada mais.

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