Certezas e incertezas
Enéias Teles Borges
Sempre me perguntei algo bem simples: quem tem mais certeza quanto ao futuro o ateu ou o criacionista? Perguntei-me mais: e quando comparamos o ateu com o criacionista que crê na existência de um deus pessoal?
A situação do ateu parece-me simples: como ele nega a existência de deus ou, como muitos dizem, ele crê na inexistência de deus, suas incertezas, se estas existem ou existiram, desaparecem. Como costumamos dizer no que tange a assuntos sem solução: “se não há remédio, remediado está...” Em palavras bem singelas eu diria que o ateu, por negar a existência de deus, entende que sua vida simplesmente teve início, está no meio e logo terá fim. Ponto final! As obras que ele fez, faz e fará neste mundo ficarão na lembrança ou passarão para a história, até que tudo deixe de existir – se isso em algum momento ocorrerá. Fato é que o ateu tem absoluta certeza do que acontecerá com ele no futuro: o fim – simplesmente isso.
E quanto ao criacionista, notadamente aquele que crê na existência de um ser pessoal? Sua vida é eivada de certezas ou incertezas? Precisamos excluir, por hora, a fé – ela é apenas suporte na ausência de certezas, correto?
1. A primeira certeza que este criacionista precisa ter é a da existência de tal ser supremo e pessoal. É um exercício difícil e praticamente impossível de efetivar. A fé não serve de referência para esta busca pela certeza. Fé não é prova!
2. A segunda certeza que este criacionista precisa ter é saber se o deus pessoal que ele identificou é o mesmo que seus semelhantes identificaram. A busca por esse deus pessoal é cercada de subjetividade. É comum a identificação de diferentes deuses ou “o mesmo deus com vestes diferentes” dos demais. É um deus pessoal concebido conforme o gosto ou forma de ver de cada criacionista. É uma etapa difícil de superar. Como ter certeza de que o deus identificado por um é o deus certo ou o deus errado?
3. A terceira certeza que o criacionista precisa ter é se esse deus pessoal, por ele identificado, tem um plano e qual é esse plano - voltado para a raça humana. Cada segmento de difusão da cultura religiosa tem um esboço do plano desse deus pessoal. Qual o plano de cada deus ou do “deus com vestes diferentes”?
4. A quarta certeza que o criacionista precisa ter é saber se ele está inserido no plano do seu deus pessoal. Sabe-se que nem todos irão se salvar e seguir para o reino eterno. Dizem até que a maioria se perderá. Como ter certeza de que está inserido neste plano de redenção? Como saber se o comportamento adotado condiz com o desejo do deus pessoal?
São muitas as certezas que o criacionista precisa ter. Sua vida parece recheada de incertezas. As certezas e incertezas trazem, para o criacionista, algum tipo de angústia?
E essa certeza que o ateu possui lhe traz angústias ou ele, sabedor do seu futuro, já assimilou e convive “em paz” com a sua convicção?
Sempre me fiz essas muitas perguntas...
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Enéias Teles Borges
Sempre me perguntei algo bem simples: quem tem mais certeza quanto ao futuro o ateu ou o criacionista? Perguntei-me mais: e quando comparamos o ateu com o criacionista que crê na existência de um deus pessoal?
A situação do ateu parece-me simples: como ele nega a existência de deus ou, como muitos dizem, ele crê na inexistência de deus, suas incertezas, se estas existem ou existiram, desaparecem. Como costumamos dizer no que tange a assuntos sem solução: “se não há remédio, remediado está...” Em palavras bem singelas eu diria que o ateu, por negar a existência de deus, entende que sua vida simplesmente teve início, está no meio e logo terá fim. Ponto final! As obras que ele fez, faz e fará neste mundo ficarão na lembrança ou passarão para a história, até que tudo deixe de existir – se isso em algum momento ocorrerá. Fato é que o ateu tem absoluta certeza do que acontecerá com ele no futuro: o fim – simplesmente isso.
E quanto ao criacionista, notadamente aquele que crê na existência de um ser pessoal? Sua vida é eivada de certezas ou incertezas? Precisamos excluir, por hora, a fé – ela é apenas suporte na ausência de certezas, correto?
1. A primeira certeza que este criacionista precisa ter é a da existência de tal ser supremo e pessoal. É um exercício difícil e praticamente impossível de efetivar. A fé não serve de referência para esta busca pela certeza. Fé não é prova!
2. A segunda certeza que este criacionista precisa ter é saber se o deus pessoal que ele identificou é o mesmo que seus semelhantes identificaram. A busca por esse deus pessoal é cercada de subjetividade. É comum a identificação de diferentes deuses ou “o mesmo deus com vestes diferentes” dos demais. É um deus pessoal concebido conforme o gosto ou forma de ver de cada criacionista. É uma etapa difícil de superar. Como ter certeza de que o deus identificado por um é o deus certo ou o deus errado?
3. A terceira certeza que o criacionista precisa ter é se esse deus pessoal, por ele identificado, tem um plano e qual é esse plano - voltado para a raça humana. Cada segmento de difusão da cultura religiosa tem um esboço do plano desse deus pessoal. Qual o plano de cada deus ou do “deus com vestes diferentes”?
4. A quarta certeza que o criacionista precisa ter é saber se ele está inserido no plano do seu deus pessoal. Sabe-se que nem todos irão se salvar e seguir para o reino eterno. Dizem até que a maioria se perderá. Como ter certeza de que está inserido neste plano de redenção? Como saber se o comportamento adotado condiz com o desejo do deus pessoal?
São muitas as certezas que o criacionista precisa ter. Sua vida parece recheada de incertezas. As certezas e incertezas trazem, para o criacionista, algum tipo de angústia?
E essa certeza que o ateu possui lhe traz angústias ou ele, sabedor do seu futuro, já assimilou e convive “em paz” com a sua convicção?
Sempre me fiz essas muitas perguntas...
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3 comentários:
Estou mais para a certeza do ateu, veio do nada, vive para o nada e vai para o nada. Qualquer evidencia após sua morte será um premio bemvindo. Se houver reencarnação, tudo bem.Se for para o céu, ganhou na loteria. Se para o inferno, perdeu a aposta. Se não houver nada, não haverá decepção.
Ao contrário do cristãocionista. Já pensou,quão grandiosa será sua decepção se não for recepcionado por seu Deus, lá do outro lado?
Qualquer evidencia diferente de sua crença causará decepção.
Será muito dolorido descobrir que fôra traído por sua fé no inexistente. Por isso é mais vantajoso ser ateu.Se ganhar, o prêmio é grande. Se perder, a pena é leve. Se empatar...
Acredito que muitos preferem conviver com a dúvida da esperança desejável, do que com a certeza do inevitável indesejado.
Tudo é uma questão de escolha.
Não posso culpa-los de escolherem a esperança, pois sem ela ninguém consegueria viver.
Porém, admiro e persigo o ideal daqueles que souberam substituir a esperança da felicidade plena apenas num momento futuro, pela esperança da felicidade plena em cada momento presente.
Olá Enéias,
Um ateu de verdade vive na paz do Senhor (rs). Ele não almeja o céu, mas também não teme o inferno. Para um ateu a morte é apenas uma conseqüência da vida. Do nada vieste, para o nada voltarás. A morte é um estado tão bom que o apostolo Paulo chegou a dizer que os que não nasceram estavam em vantagem.
O ateu não conta com a proteção de deus, mas também não é atormentado pelo diabo.
Certamente um ateu equilibrado vive melhor do que um religioso equilibrado, pois, o crente em deus sabe que por melhor que seja ele sempre estará em falta com esse seu deus, senão ele, um ente querido qualquer. Só de pensar num filho virando churrasquinho num lago de fogo preparado pelo amoroso deus já é de amargar a vida de qualquer cristão.
Além do mais, um ateu esclarecido sabe que se existe um céu, ele o herdará (rs).
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