quinta-feira, 9 de setembro de 2010

A nova semente...

Muito se tem lido e ouvido a respeito de renovações em igrejas tradicionais. Em alguns casos há tentativas de retorno à ortodoxia e em outros uma mudança radical rumo ao movimento carismático. A teologia sistemática das igrejas não é (mais) enxergada na prática religiosa. A teoria das comunidades cristãs está à deriva. Os muros que circundavam os corpos doutrinários das congregações da fé cristã ruíram ou têm sido ignorados. Um dos fatos fica patente: ou os muros ruíram ou existem portas e janelas em demasia e neste último caso notam-se portas e janelas abertas em todas as direções.

Além das duas correntes acima mencionadas surge uma terceira via, conhecida em alguns meios pela expressão “nova semente” ou outras similares. O que se espera de uma semente? Que germine é claro! Surge, portanto, um novo conceito que tenta readaptar as teorias religiosas numa prática tida como adequada ou atualizada. O povo mudou? Então a prática deve ser outra... É como se procedimentos tradicionais arraigados fossem extirpados. Por outro lado não se percebe, neste novo conceito, a força avassaladora dos movimentos pentecostais.

A pergunta que emerge é essa: qual o produto final dessa nova empreitada? Sabe-se que tais movimentos são vistos com os olhares da desconfiança e do preconceito. Até aí tudo normal... As novas idéias são aceitas aos poucos ou rejeitadas com o tempo.

A preocupação que surge é no que tange à influência final dessa nova formulação no seio da igreja mãe. A nova semente é um projeto vanguardista e o que se teme é o efeito que ela promoverá em todo o contexto. A nova semente continuará ali e inerte? Seria a nova semente a imagem futura daquele corpo institucional da fé?

Conjecturas precisam ser feitas, mas com serenidade. Nada de se insurgir contra, sem conhecer plenamente, nem tampouco aprovar sem analisar futuros resultados.

Algo é certo: a semente haverá de germinar.

A pergunta que não se calará, até que se tenha a grande resposta: A semente existe e brotará, mas é semente de trigo ou semente de joio?

Quem viver verá...

Enéias Teles Borges
Postagem original: 19/08/2008
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4 comentários:

Cleiton Heredia disse...

A diversificação de produtos é uma estratégia empresarial muito conhecida e utilizada.

Um famoso grupo empresarial fabricante de biscoitos cria várias empresas dentro do mesmo grupo para fabricar e comercializar diferentes marcas de biscoitos direcionados para diferentes segmentos de mercado. Desta forma pode abranger todos os gostos e bolsos fazendo que o grupo empresarial tenha uma significativa participação mercadológica (fature alto).

Por que estou falando isto? Porque vejo estes segmentos religiosos pertencentes ao mesmo grupo denominacional como uma estratégia para oferecer serviços religiosos que agradem os diferentes gostos (cultura ou preferência na forma de adoração) e atinjam diferentes bolsos (classes sociais).

Uma denominação religiosa não pode se dar ao luxo de focar somente nas classes altas, pois perderá participação nas classes baixas, e vice-versa. Por isto a ordem é deixar diversificar para continuar a faturar (rimou!).

Desculpe-me se minha visão é essencialmente materialista, mas é que não acredito mais na boa intenção dos empresários da fé. Até posso crer que aquele irmão ou obreiro lá na linha de frente possa ser bem intencionado (com uma visão espiritual), mas quanto à poderosa organização por trás destes, esta é dirigida por homens com interesses bem diferentes.

Assim como surgiu a Nova Semente direcionada para um público específico, outras mais surgirão para atender as diferentes demandas no lucrativo mercado da fé.

Ricardo Cluk de Castro disse...

Enéias,

A Nova Semente saiu de dentro de um fruto que já apodreceu. Ela vai germinar e dar origem a uma árvore que produzirá um novo fruto que também irá apodrecer um dia, mas não antes de lançar uma Nova Semente e assim sucessivamente.

Anônimo disse...

É interessante perceber que as pessoas, não importando o nível cultural, tendem à banalidade da análise sem conhecimento. A denominação a que se refere o irmão Cleiton, de onde surgiu a Nova Semente, não apodreceu e está longe disso. Quanto à diversificação de "linguagem" e não de produto, pois a palavra de Deus não pode ser vendida,dado o seu insestimável valor, a diversificação deve existir sim, para que possamos cumprir o que Deus nos pediu. Sugiro que o irmão frequente a Nova Semente ou caso não tenha coragem para tanto que pelo menos estude a bíblia, antes de se pronunciar de forma tão equivocada. Ah, um último detalhe, estarei orando por você, Deus precisa fazer parte de sua vida. Fique com Deus.

Enéias Teles Borges disse...

Menezes Gulherme,

Só para informar: Cleiton é Bacharel em Teologia pelo SALT.

Abraços.

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