Neste domingo eu assistia no canal History Chanell ao documentário “a ascensão do mal” que trata da escalada de Hitler no nazismo até assumir politicamente todo o poder na Alemanha. O documentário é muito bom e assistir a ele é importante para quem quer novos vislumbres daqueles anos nefastos.
Uma frase me exigiu especial atenção: “a ascensão dos maus poderia ser evitada sem a omissão dos bons”. Que frase! A omissão, como muitos devem ter notado, é constante destaque aqui no blog. Faço da luta contra essa maldição uma motivação constante. É certo que os piores momentos da minha vida poderiam ser evitados ou minorados não fosse a presença da omissão daqueles que são considerados bons. Eu senti na pele o efeito da omissão.
É possível ser omisso e ainda assim ser bom? Acredito que sim. O medroso também. Existem pessoas que buscam fazer sempre o melhor até que o medo os lance nos braços da omissão. Medo? Sim o medo. Medo de perder a posição na qual se encontram. Medo do recomeço que poderá ser necessário. A mudança da omissão para a ação pressupõe conseqüência... e requer coragem. Coragem é sempre ausente no omisso.
Nem por isso o omisso costuma ser considerado do mal. Argumenta-se: ele apenas não se insurge contra o mal e, portanto, não colabora para o crescimento do mal. O omisso não impede a ascensão da maldade. Existe diferença entre colaborar e não impedir? Sim, existe. O colaborador é ativo e o omisso é inerte. O omisso não ajuda e não atrapalha.
No final a conclusão que se tem é que se o omisso tomasse atitude contra a ascensão do mal ele (o mal) dificilmente ocuparia o espaço que sempre ocupa.
No crescimento do nazismo o que se constatou foi a omissão das pessoas que certamente não concordavam com aquela excrescência. Imaginemos a massa se inflando contra a ascensão daquela política de extrema direita...
A história seria outra?
A omissão em seu reinado atual tem permitido a ascensão das mazelas, dos descasos religiosos e dos infortúnios familiares. No reino da omissão o mal sempre prevalecerá e o omisso acabará colhendo o seu merecido fruto.
A diferença entre aquele que age e aquele que permanece inerte não impedirá que ambos recebam a mesma recompensa. Afinal aquele que por ação ou omissão colaborar ou permitir a ascensão do mal será tido como culpado.
Há que se respeitar o que assume uma postura ativa. Pelo menos se sabe o que ele faz e assim fica menos difícil a defesa. Complicado mesmo é não saber que do lado pode morar o omisso que assistirá ao massacre sem nada fazer...
Enéias Teles Borges - Autor
Postagem original: 27/07/2008
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Uma frase me exigiu especial atenção: “a ascensão dos maus poderia ser evitada sem a omissão dos bons”. Que frase! A omissão, como muitos devem ter notado, é constante destaque aqui no blog. Faço da luta contra essa maldição uma motivação constante. É certo que os piores momentos da minha vida poderiam ser evitados ou minorados não fosse a presença da omissão daqueles que são considerados bons. Eu senti na pele o efeito da omissão.
É possível ser omisso e ainda assim ser bom? Acredito que sim. O medroso também. Existem pessoas que buscam fazer sempre o melhor até que o medo os lance nos braços da omissão. Medo? Sim o medo. Medo de perder a posição na qual se encontram. Medo do recomeço que poderá ser necessário. A mudança da omissão para a ação pressupõe conseqüência... e requer coragem. Coragem é sempre ausente no omisso.
Nem por isso o omisso costuma ser considerado do mal. Argumenta-se: ele apenas não se insurge contra o mal e, portanto, não colabora para o crescimento do mal. O omisso não impede a ascensão da maldade. Existe diferença entre colaborar e não impedir? Sim, existe. O colaborador é ativo e o omisso é inerte. O omisso não ajuda e não atrapalha.
No final a conclusão que se tem é que se o omisso tomasse atitude contra a ascensão do mal ele (o mal) dificilmente ocuparia o espaço que sempre ocupa.
No crescimento do nazismo o que se constatou foi a omissão das pessoas que certamente não concordavam com aquela excrescência. Imaginemos a massa se inflando contra a ascensão daquela política de extrema direita...
A história seria outra?
A omissão em seu reinado atual tem permitido a ascensão das mazelas, dos descasos religiosos e dos infortúnios familiares. No reino da omissão o mal sempre prevalecerá e o omisso acabará colhendo o seu merecido fruto.
A diferença entre aquele que age e aquele que permanece inerte não impedirá que ambos recebam a mesma recompensa. Afinal aquele que por ação ou omissão colaborar ou permitir a ascensão do mal será tido como culpado.
Há que se respeitar o que assume uma postura ativa. Pelo menos se sabe o que ele faz e assim fica menos difícil a defesa. Complicado mesmo é não saber que do lado pode morar o omisso que assistirá ao massacre sem nada fazer...
Enéias Teles Borges - Autor
Postagem original: 27/07/2008
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2 comentários:
Assisti também a este documentário sobre Hitler e o achei muito interessante.
Quanto à omissão, Martin Luther King já dizia:
“O que me preocupa não é o grito dos maus. É o silêncio dos bons”.
E mais:
“Se soubesse que o mundo se desintegraria amanhã, ainda assim plantaria a minha macieira. O que me assusta não é a violência de poucos, mas a omissão de muitos”.
De certa forma todos nós somos de alguma forma omissos em alguma coisa. Por exemplo: quando assistimos a escalada da corrupção política neste país e continuamos alimentando o sistema com nossos impostos possibilitando que ela se perpetue, estamos sendo omissos. Porém, a gravidade da omissão é diretamente proporcional à influência e ao poder que temos em mãos para agir de forma efetiva. Sim, sou de alguma forma culpado de omissão quanto à corrupção do meu país, porém esta culpa seria imperdoável se esta corrupção se desenvolvesse no meu ambiente de trabalho onde minha influência e poder são muito maiores.
Alguém pode discordar de mim alegando que pagar os impostos, mesmo sabendo que eles são abusivos e serão utilizados de forma indevida por um bando de ladrões safados, é um dever de todo “bom cidadão”. Para estes eu faço uma pergunta: Você continuaria entregando os dízimos e ofertas numa igreja que você sabe com certeza que os utiliza para enriquecimento dos poucos que ocupam a cúpula do poder?
Para você que acredita que temos que fazer nossa parte e os outros que utilizam indevidamente os recursos que lhes entregamos é quem devem responder pelos seus atos, faço outra pergunta: Você continuaria dando mesada para seu filho sabendo que ele a usará para comprar drogas?
Tudo bem, sei que não podemos comparar as leis do estado, com as da igreja, que alguns afirmam serem as leis de Deus, e as regras que uma família adota para seus filhos, porém é inegável nossa participação em todos eles e consequentemente um diferente nível de omissão em que estamos envolvidos.
"Para que o mal triunfe é necessário que os bons não façam nada!"
São várias as frases que dizem a mesma verdade.
Concordo com o Cleiton que, de certa forma, todos nós somos omissos em alguma coisa.Porém, podemos deixar de ser melhorando aquilo que estiver ao nosso alcance, ou seja, fazendo a nossa parte.
Recolher uma garrafa pet de um pequeno riacho não vai evitar a poluição no mundo, mas deixá-la lá com certeza irá contribuir para que ela aumente.
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