domingo, 4 de maio de 2008

Um amigo exemplar

Ainda hoje tive a oportunidade de conversar com um amigo - vizinho de casa no condomínio de Ubatuba. Ele tem quase 77 anos. É um senhor de muito conceito no nosso meio. Reside em Poços de Caldas e (como nós) adotou Ubatuba como a cidade refúgio ou como alguns dizem, a cidade do coração.

A esposa dele tem 79 anos e, apesar de bem cansada, conserva a serenidade típica de uma pessoa que teve uma vida de realizações familiares. Ela me dirigiu a palavra dizendo que as minhas filhas (18 e 15 anos) estavam crescidas e bonitas. Lembrou-se quando as pegou no colo. Somos vizinhos de condomínio desde julho de 1989. Minha esposa estava grávida da nossa primogênita.

A vizinha foi andar um pouco e eu segui conversa com o vizinho. Ele discursou a respeito dos dois filhos – muito bem estabelecidos e dos cinco netos: uma é jornalista, outra está concluindo medicina e outra concluindo faculdade de direito. Os dois netos: um é engenheiro agrônomo e o outro está concluindo a faculdade de direito. Meu vizinho é um homem realizado. Não teve oportunidade de fazer uma faculdade. Trabalhou muito na vida, mas realiza-se ao ver as conquistas dos filhos e netos.

Disse-me que dos grandes países no mundo não conhece a China e o Japão. Agora que pode “viver um pouco” passou a viajar com pessoas da “melhor idade” pelo mundo. Juntou um dinheirinho e goza de forma merecida. Goza não, gozou. Com a debilidade da “patroa” resolveu desistir das viagens internacionais e faz de Poços de Caldas a Ubatuba e de Ubatuba a Poços de Caldas suas atuais e constantes viagens.

Enquanto eu guiava o carro de volta para São Paulo, Capital, depois do meio-dia de hoje eu pensava naquele sorriso de um homem realizado. Que dedicou e ainda dedica a vida à família. Que exemplo de pessoa! Ganhei o dia ao conversar por boas horas com aquele ser humano espetacular.

Considero importante comprovar esse tipo majestoso de comportamento. Em especial quando parte de uma pessoa que, mesmo sendo religiosa (católico não praticante), não pauta o correto comportamento por normas eclesiásticas. Faz o que é certo simplesmente porque assim deve ser.

Desde 1989 eu tenho mantido uma amizade salutar com meus vizinhos ubatubenses e tem valido a pena. Ubatubenses enquanto estão ali. Vêm de diversos pontos do Brasil, são de diferentes religiões e são amigos leais.

Nunca fizemos proselitismo naquele lugar e pretendemos continuar agindo assim. O que realmente vale naquele bom ambiente é ser considerado como amigo. Mais do que ser considerado é preciso ser, de fato, tal amigo.

A amizade não tem fronteira e não tem barreira. A amizade independe de raça, cor e especialmente do credo de cada um.
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Um comentário:

Cleiton Heredia disse...

Ela postagem sobre a amizade.

Mas me diga uma coisa: você ficou proseando com o vizinho só para não ver o pau que o Botafogo tomou do Flamengo?

hehehehe, que maldade...

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