sábado, 29 de março de 2008

São Paulo e a escalada do mal...

A cidade de São Paulo assiste à escalada do mal com a indiferença típica das cidades gigantes e caóticas. A locomotiva anda em direção ao precipício. Caos e desespero. A cidade dos milhões de carros está prestes a parar. Tenho enfrentado São Paulo do amanhecer ao por-do-sol, na maioria das vezes dentro do carro sob o desespero provocado pelo trânsito medonho.

Mas a escalada da maldade não está apenas na loucura de Sampa. Está na frieza crescente entre as pessoas. A iniqüidade tem prosperado e o amor de muitos vem se esfriando (conceito bíblico). O que mais pode se esperar desse gigante desengonçado?

Faz alguns dias eu ouvi um cidadão morador de rua apontando uma grave diferença entre São Paulo e uma cidade do interior do estado.

Em sua narrativa dizia que um conhecido seu, no interior, quando precisa de roupas novas, um banho, assistência médica, age da seguinte forma: despe-se e vai para a rua. No meio do trânsito e nu ele começa a esmolar. Logo aparece alguém que o conduz a um centro de convivência. Recebe um banho, roupas limpas e comida. Até exame médico lhe é garantido antes de voltar à rua.

Esse cidadão de rua paulistano resolveu fazer o mesmo numa avenida daqui. Logo foi abordado por forças truculentas que não lhe deram nada a não ser algumas pancadas.

Ele concluiu dizendo que São Paulo não é uma cidade humana.

Eis aí uma das muitas visões que se tem de São Paulo. Uma cidade que tem sido engolida pela explosão demográfica e suas conseqüências. O padecimento alcançou as demais classes sociais. Todos lacrimejam.

O desespero se acentua diante da impossibilidade de mudança. Tanto do caos quanto da cidade. Como sair daqui e ir para outro centro se o momento é desfavorável?

Em meio desse caos as pessoas se perguntam: como comportar? Só quem vive aqui tem a dimensão do fardo carregado.

Enfim o que reserva o futuro a essa metrópole? O que essa gigantesca cidade reserva aos seus moradores? Como diminuir o seu ritmo? Como impedir que ela fique travada em função do seu excesso de tudo?

Sampa caminha para a exclusão total de seus moradores, alijando-os do convívio social com moradores de outros rincões brasileiros. Somos filhos da indiferença que marca essa cidade de forma mais aguda e dia após dia. São Paulo transforma pessoas e grupos. Todos aqui são diferentes. Até os religiosos daqui não têm a mesma desenvoltura e comportamento calmos que lhe são peculiares. A metrópole a todos influiu de forma transformadora e sempre para o pior...
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