quinta-feira, 25 de novembro de 2010

Religiosidade: conquista ou herança?

A atividade ou esforço de fazer prosélitos (que é a catequese ou apostolado), tem sido uma nota destacada no mundo hodierno. Tal procedimento é confundido com a essência da religiosidade. A verdadeira religião não está adstrita a um segmento religioso, sabemos disso, e sim a um povo contrito espalhado pelos rincões. Estamos falando de um povo (igreja) invisível.

A frase acima será aplaudida por muitos e vaiada por outros. Por quê?

Para aquele que se acha porta-voz da verdade esta assertiva será tida como absurda, afinal ele tem a verdade, seu grupo é o remanescente e a salvação passa (necessariamente) pela porta institucional na qual ele se congrega.

Há quem pense diferente. Entende que a verdade é patrimônio de todos. Logo a salvação será extensiva aos que militam em congregações diferentes, com base na sinceridade, méritos de um sacrifício vicário etc.

Eu confesso que não me preocupo, a priori, com isso. Penso primeiro no meu contexto cultural (religioso). A fé que julgo professar não é minha. Tenho uma cultura religiosa que me foi transmitida.

Sou fruto do proselitismo de uma instituição. Não sou único. A maioria é assim. O proselitismo é como um país. Quem nasce no Brasil é brasileiro. Quem nasce numa igreja é membro daquela instituição.

É possível mudar de cidadania? Um brasileiro poderá se naturalizar em outro país? Sim, claro. Basta seguir os preceitos exigidos por aquela nação. De igual forma um prosélito migrará para outra instituição – desde que aceite as normas de lá.

Existe, naturalmente, uma questão a ser analisada: religião é algo que se herda ou algo que se adquire? Não é interessante?

A minha reflexão para hoje é esta: como a religião chegou até você? Por escolha ou por imposição cultural?

Enéias Teles Borges - Teólogo

Postagem original: 12/02/2008
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