domingo, 4 de janeiro de 2009

UMA PONTE NO CAMINHO

Uma ponte no caminho
Enéias Teles Borges


Saímos em direção à cidade de Vitória da Conquista, Bahia. De São Paulo até lá são cerca de mil e quinhentos quilômetros. O caminho que utilizamos foi o seguinte: tomando a Fernão Dias, continuamos pela rodovia 381 até Governador Valadares e lá seguimos, pela Rio-Bahia (BR 116) até nosso destino. Temos por hábito avançar até Teófilo Otoni, ainda em Minas e parar num hotel e no dia seguinte finalizar a viagem.

Começou complicado! Saímos de casa às quatro horas da manhã, pois pretendíamos parar em Teófilo Otoni por volta das 19 horas. Acontece que a implementação do Pedágio na Fernão Dias (obras e cobrança em dois pontos) fez com que a viagem atrasasse duas horas somente para chegar em Belo Horizonte. Sabíamos que chegar a Teófilo Otoni seria por volta das 21 horas. Perdemos mais tempo nas proximidades da cidade mineira chamada de Caeté. Chegamos em Teófilo Otoni às 22 horas com três horas de atraso.

Fomos em busca de hotéis e todos estavam ocupados. Fiquei preocupado. Com minha família dentro do carro, longe do destino e sem ter lugar para pousar. Eu estava cansado! Praticamente não tinha dormido na noite anterior e teria que avançar por um trecho perigoso da BR 116 à noite, com chuva e muitos caminhões. Resolvemos seguir e com calma. Minha esposa e filhas dormiam e eu lutava contra a chuva e as carretas. Por volta de duas e meia da manhã eu estava a apenas cento e dez quilômetros do nosso destino...

Mas havia uma ponte... Uma que passa sobre o Rio Pardo no município de Cândido Sales, na Bahia. A ponte estava com reformas paradas há mais de cinqüenta dias e teríamos que passar por uma única faixa de rolamento. Foram cinco horas e vinte e cinco minutos para transpor a ponte!

Finalmente chegamos à bela Vitória da Conquista! Pelo horário de São Paulo foi um trecho sem descanso que se iniciou às quatro horas de um dia e terminou às nove horas do outro dia. Vinte nove horas na estrada, dentro do carro e sem dormir.

É o tipo de situação que não nos concede outro jeito de agir. Devo admitir que as estradas estão bem conservadas e o trecho da BR 116 ficará bem melhor, agora que foi privatizado. Convenhamos: permanecer cinco horas e meia, no meio do nada, numa fila interminável de carros, sem qualquer estrutura oferecida aos usuários é algo vergonhoso! A ponte sobre o Rio Pardo (foto) será de eterna e enfadonha lembrança...

O retorno foi tranqüilo. Ponte consertada, parada na cidade mineira de João Monlevade, num hotel agradável (Caminhos do Mar) e chegada a São Paulo sem traumas. No retorno só dirigi durante o dia e somando as horas de volante com paradas para lanches e refeições foram cerca de dezoito horas. Viagem agradável e com belíssimas paisagens.

Recomendo aos amigos!
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