
O ateu entende, de forma pura e simples, que a vida tem começo, meio e fim. (lembram-se daquela definição pueril de árvore: “a árvore é um ser vivo que nasce, cresce e morre...”?) Simplesmente assim! Como a vida surgiu? Ele acredita que não é resultante de um propósito, afinal divindades não existem. Não há que se falar em criador e criatura. Para o ateu a vida tem algum sentido? O que seria sentido neste caso?
É confusão permanente acreditar que a vida só tem sentido quando ligada ao dueto criador e criatura. Sentido só existiria (para muitos) no caso de haver algo para além do túmulo. É claro que existem criacionistas que acalentam convicção de que o criador parou por aí mesmo: apenas criou...
Não é certo pensar que para o ateu não existe sentido para a vida humana. Existe um sentido diferente daquele advogado pelos criacionistas. A própria preservação da vida, até o ponto possível, é motivo para lhe dar um sentido (seria mesmo “sentido”?). O senso de fraternidade em favor da raça humana, por si só, é um nobre sentido. Mesmo o ateu acreditando que não houve criação específica como creem, em especial, os cristãos, ele (o ateu) não busca sentido para a vida. Bem diferente disso: ele, quem sabe, tenta dar sentido à vida...
Não estaria aí um esplêndido diferencial? Enquanto os criacionistas buscam sentido para a vida, o ateu não estaria tentando, simplesmente, outorgar sentido à vida que lhe veio, sabe-se lá de qual forma?
Deixarei o assunto, como sempre, “em aberto”, pois pretendo (sempre) refletir mais um pouco. Concentrar-me-ei no parágrafo acima.
Enéias Teles Borges
Postagem original: 19/10/2009